Este arquivo se
trata de manuscritos de exposições Bíblicas da carta de Paulo aos Efésios. A sequência
teve início em 27 de fevereiro de 2022, na cidade de Mojú, PA e findou-se no
mesmo ano em 25/12/2022, levando assim onze meses para sua exposição.
Existem algumas referências
de datas anteriores em algumas pregações anteriores ao ano de 2022. Tais pregações
foram feitas quando, esporadicamente era convidado a ir em outra igreja, ou
mesmo no aconchego do lar em dia que não pude estar reunido com a Igreja, foram
feitas na para a data do convite e, depois incorporadas à esta exposição.
Por se tratar de manuscritos, certamente não
houve revisões para elaboração deste arquivo consolidado e nem que a mensagem
pregada a partir deles foram ipsis litteris. Posteriormente esse arquivo
será revisado, sua linguagem também adequada à uma obra literária para
devocionais.
Às ovelhas do
Senhor que façam bom proveito, se permitindo serem edificadas e santificadas
pela Palavra. Deus seja misericordioso para com os bodes que, ao invés de serem
santificados, irão acrescentar peso à própria condenação, caso não haja
arrependimento. Sabendo que, ao final de tudo, tanto a condenação dos ímpios
quanto a glorificação dos santos será para glória do Trino Deus.
Pr. Júlio César Pinto
SOLI DEO GLORIA
Conteúdo
– Pregações em Efésios
Primeiro Sermão: Efésios 1.1 - Mojú
27/02/2022
Segundo sermão Efésios 1.1b-5 – Mojú,
13 de março de 2022
Terceiro sermão: Efésios 1.5b-9
Quarto sermão: Efésios 1.10-14
Quinto sermão: Efésios 1.15 - 18
Sexto sermão: Efésios 1. 19-23
Sétimo
Sermão: Efésios 2.1-3 -7º Culto
Oitavo Sermão: Efésios 2.4- 10
Décimo Sermão: Efésios 2:17-22
Décimo Primeiro Sermão: Efésios 3.1 – 2
Décimo Segundo Sermão: Efésios
3:3-6
Décimo Terceiro Sermão: Efésios
3:7-13
Décimo Quarto Sermão; Efésios 3:14-1
- 5
Décimo Quinto Sermão: - Efésios
3:14-21
Décimo Sexto Sermão: Efésios 3:14-21
Décimo Sétimo Sermão: Efésios 4:1-6
Décimo Oitavo Sermão: Efésios 4:7-16
Décimo Novo Sermão: Efésios 4:17-24
Vigésimo Sermão: Efésios 4:25-32
Vigésimo Primeiro Sermão: Efésios
5:1-2
Vigésimo Segundo Sermão: Efésios
5:3-10
Vigésimo Terceiro Sermão: Efésios
5:11-20
Vigésimo Quarto Sermão: Efésios
5:22-33
Vigésimo Quinto Sermão: Efésios 6:1-4
Vigésimo Sexto Sermão: Efésios 6:5-10
Vigésimo Sétimo Sermão: Efésios 6.11-18
Vigésimo Oitavo Sermão: Efésios
6:18-24
Primeiro Sermão: Efésios 1.1 - Mojú 27/02/2022
1.
Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos que vivem em
Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus,
Éfeso foi uma cidade greco-romana da Antiguidade situada na costa ocidental da Ásia Menor, onde hoje é a província de
Esmirna, na Turquia. O que significa
ser uma cidade Greco-romana? Isso significa que Éfeso era uma cidade Grega, e
que durante a expansão do império Romano, essa cidade foi submetida ao império
Romano.
E, durante o
período romano, Éfeso foi por muitos anos a segunda maior cidade do Império Romano, ficando atrás apenas
de Roma, a capital maior
de todo o império Romano. Já, naquele
tempo, Éfeso tinha uma população de 250 000 habitantes e isso foi no século I
a.C., o que também fazia dela a segunda maior cidade do mundo na época.
A cidade era
famosa pelo Templo de Diana dos Efésios, que foi construído por volta de 550
a.C., uma das Sete Maravilhas do
Mundo. O templo foi
destruído, juntamente com muitos outros edifícios em 401 d.C. por uma multidão
liderada por João Crisóstomo.
O imperador Constantino I reconstruiu boa parte da cidade e ergueu novos banhos públicos, porém a cidade foi novamente destruída parcialmente
por um terremoto, em 614. A importância da cidade como
centro comercial diminuiu à medida que o seu porto começou a ser assoreado pelo
rio Caístro, que nos tempos dos apóstolos ainda era
um rio navegável.
Quando chegou o domínio do império romano
sobre o império grego e este tomou a cidade de Éfeso, encontram um grande
templo dedicado a uma deusa, de nome Diana. Diana na mitologia grega era filha
de Zeus e de Leto. Seu irmão gêmeo era Apollo. Diana era considerada a deusa da caça e dos animais
selvagens. Ela era a caçadora dos deuses e também protetora dos jovens. Quando
os romanos descobriram sobre Diana, logo a associaram à deusa Artemis, deusa da
mitologia romana, pois Artemis era a deusa da floresta.
Nos contos mitológicos, Diana, como seu
irmão gêmeo Apolo, caçava com flechas de
prata. Com o passar dos anos, o paganismo acabou associando a deusa Diana com a
lua. Ela era uma deusa virgem, e a deusa da castidade. Ela também presidiu o
parto, o que pode parecer estranho para uma virgem, mas vai voltar a causar
Leto nenhuma dor quando ela nasceu. O cipreste era a árvore dedicada à deusa.
Éfeso foi uma das Sete Igrejas da Ásia citadas no livro
de
Apocalipse.
Na cidade, também se encontra um grande cemitério de gladiadores do
tempo do império Romano. Éfeso também foi para onde Paulo empreendeu uma de
suas viagens missionárias e a igreja de Éfeso nasceu desta forma. Paulo ao
chegar a Éfeso se encontrou com alguns discípulos e durante sua estada e um dia
pregando na cidade, encontrou problemas com respeito aos judaizantes que
menosprezaram o ensino que Paulo empreendia na Sinagoga.
Desta forma, Paulo os tira da Sinagoga e
os leva para a escola de Tirano, e lá permanece por um período de dois anos, e
vemos tal situação registrada em Atos 19.9-10 Visto que alguns deles se
mostravam empedernidos e descrentes, falando mal do Caminho diante da multidão,
Paulo, apartando-se deles, separou os discípulos, passando a discorrer
diariamente na escola de Tirano. 10. Durou isto por espaço de dois anos, dando
ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor, tanto
judeus como gregos.
É-nos informado também, nesse texto de
Atos, que a palavra do Senhor era divulgada com muita força e que o nome do
Senhor era engrandecido de forma extraordinária e o número de pessoas que se
achegavam e abandonavam suas mágicas e adorações pagãs também crescia dia a
dia. Mas um dos artesãos que faziam imagens, medalhas da imagem de Diana dos
Efésios viu que o seu negócio estava indo à falência por causa da pregação de
Paulo. Seu nome era Demétrio. Demétrio então instigou os seus colegas de
profissão a darem um fim nas pregações de Paulo e encontramos esse levante no
texto de ATOS 19·27-28. Não somente há o perigo de a
nossa profissão cair em descrédito, como também o de o próprio templo da grande
deusa, Diana, ser estimado em nada, e ser mesmo destruída a majestade daquela
que toda a Ásia e o mundo adoram. 28. Ouvindo isto, encheram-se de furor e
clamavam: Grande é a Diana dos efésios!
Uma grande multidão foi atrás dos
pregadores de Jesus e pegaram os amigos de Paulo e queriam fazer qualquer coisa
contra eles. Mas o levante de Demétrio não deu em nada, pois o próprio escrivão
da cidade os advertiu dizendo que Paulo e seus companheiros não estavam
depreciando a Diana, e que se eles continuassem com o tumulto que estavam
fazendo por causa disso, poderiam ser condenados pelo império Romano de estarem
fazendo um levante contra o império e assim serem todos condenados à morte.
Desta forma o tumulto silenciou e se desfez.
A
carta aos Efésios é de autoria do apóstolo Paulo como podemos observar logo em
seu início no 1.1. Também neste versículo percebemos com clareza de que esta
carta não é enviada a qualquer pessoa. Seu conteúdo foi direcionado a um
público específico, à igreja de Cristo que estava na cidade de Éfeso, e como
herdeiros dos ensinamentos apostólicos, esta carta também se dirige à nossa
igreja Presbiteriana em Mojú. Todo o ensino dirigido àquela igreja tem como
alvo não somente a igreja de Éfeso, apesar de que reconhecemos aspectos
históricos relevantes que impulsionaram o apóstolo a escrever tal carta à
referida igreja.
Ao
final de sua segunda viagem missionária, Paulo passou pela cidade de Éfeso, mas
a igreja não se consolidou. A igreja de Éfeso foi fundada pelo mesmo apóstolo
quando ele empreendeu na sua terceira viagem missionária. A de que fomos
informados na leitura do livro de Atos capítulo 19.
Também
no texto de Atos, que um judeu nascido em uma terra pagã, ensinava o povo de
Éfeso, seu nome era Apolo. Apolo também foi pastor na igreja de Corinto.
Diz-nos a Escritura que Apolo Atos 18.24-25"...era um homem eloqüente
e poderoso nas Escrituras. Era ele instruído no caminho do Senhor; e, sendo
fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a respeito de Jesus, mas
ele não conhecia bem o ministério deixado por Cristo à igreja..." , mas , conhecia apenas o batismo que
tinha sido ensinado por João Batista. Neste tempo, Priscila e Aquila chamaram a
Apolo de lado e lhe explicaram com mais exatidão acerca do Caminho deixado por
Jesus Cristo, à Igreja.
·
Falar de Timóteo das duas cartas a ele
enquanto Pastor de Éfeso.
·
Falar de João ir para Efeso depois da
Anistia concedida por Merva, imperador que assumiu o império romano após
Domiciano.
A
igreja de Éfeso teve grandes mestres e pastores como exemplo destes quatro. Mas
Paulo quando escreve a carta a igreja, ele já era prisioneiro de Roma. Ele
estava preso em sua própria casa como é dito em At 28. Éfeso era a capital do
Império Romano na Asia menor. Foi uma das cidades mais proeminentes na expansão
do Cristianismo. Esta carta mostra, dentre outras coisas o papel da igreja no mundo.
Este papel, Paulo mostra que, é de única e extrema relevância para destacar a
igreja do resto do mundo. Ou seja, seu testemunho perante os infiéis.
A
igreja, aqui na carta aos Efésios, é mostrada como uma torre de luz em meio a
um mundo de escuridão e promiscuidade. Ao mesmo tempo, esta igreja é mostrada
como aquele organismo vivo que oferece guarida a aqueles que querem ser
iluminados por ela.
E
como a igreja está imersa em um mundo hostil ao evangelho, todas as forças das
trevas irão fazer de tudo para encobrir a luz irradiada pela igreja que em seu
centro está a vívida pregação da Palavra de Deus, como diz o salmista: "Lâmpada
para os meus pés é a tua Palavra e luz para o meu caminho". Quando a igreja se presta a esse
serviço de levar a Palavra como luz ao seu derredor, as forças inimigas fazem
de tudo para encobrir sua luz. E a força que as trevas fazem é exatamente para
tentar aplacar a força do testemunho da igreja. Satanás e suas hostes fizeram e
fazem de tudo para manchar a reputação da igreja, manchar a pregação da Palavra
produzindo maus frutos no meio da igreja, o joio no meio do trigo; fazendo até
mesmo os próprios cristãos tropeçarem em pecado maculando o nome de Cristo e da
sua igreja.
No
texto que lemos, o primeiro versículo da carta, assim como o restante da carta
aos Efésios são extremamente ricos em ensinamentos doutrinários em justaposição
à vida cristã. É uma verdadeira exposição de teologia e prática cristã. Por
causa dessa sua característica, a carta aos Efésios tem sido chamada há muitos
anos e por muitos teólogos de que ela é a "coroa e clímax da teologia de Paulo".
A
maneira como Paulo expõe o ensino à igreja nesta carta é como quem de fato pode
olhar a situação da igreja de um modo diferente, como ele mesmo diz "nos lugares celestiais".
D. Martyn Lloyd Jones, grande pastor e teólogo chamou a carta aos Efésios de "a mais majestosa e sublime
expressão do evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo".
Acima
de qualquer coisa o tema da carta logo no primeiro versículo:
1. Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por
vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus,
Deus é o tema central - a igreja é o tema secundário.
Tamanha
a riqueza em cada detalhe da carta nossas exposições nela, seguirão
pormenorizadamente a fim de que consigamos extrair ao máximo de cada linha,
cada palavra, cada letra desse compêndio da obra de Salvação.
Deste
início da carta, já no primeiro versículo conseguimos enxergar algumas questões
pertinentes acerca de Deus. E aqui ora será de uma das pessoas da Trindade, ora
será de uma delas especificamente.
o
Paulo,
apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus...
Não nos tornamos servos por vontade própria.
Não
existe um só dia de nossas vidas que nós não ouvimos a palavra apóstolo. Ela se
tornou comum aos nossos ouvidos. E via de regra, tudo aquilo com o que nos
acostumamos começamos a achar normal, é assim com as palavras que ouvimos, mas
é assim também com o pecado.
Ser
apóstolo hoje é moda. A mídia especializada tem publicado em todos os meios de
comunicação, e vemos, à custa do público evangélico, um número cada vez maior
de pastores assumindo o título de apóstolo. Iremos abordar neste texto dois
aspectos, 1.filológico e 2. teológico.
1. O aspecto filológico é como pode esse termo ser definido segundo sua língua
original, sua filia. O termo
"apóstolo" é um verdadeiro cognato do grego apostolo, que pode
assumir alguns valores tais como: um delegado, mensageiro, alguém enviado com
ordens.
Este
termo, da forma em que está exposto, qualquer pessoa que assumisse tais
empreendimentos poderia carregar o título de apóstolo. Como por exemplo, alguém
que leva uma mensagem pode assumir tal título. Se aplicarmos esse método de
análise, de forma simplificada, um carteiro – aquele profissional que trabalha
nos correios, mais do que qualquer outra pessoa, ele poderia ser chamado de
apóstolo, pois afinal de contas ele leva não uma, mas várias mensagens
diariamente.
É
desta forma que hoje o título de apóstolo tem sido divulgado no meio evangélico
e entre a classe pastoral. O título vem sendo aplicado de forma indiscriminada
e sem fundamento Bíblico – teológico. Mas por qual motivo? O título apóstolo
trás consigo um tom de maior status do que o de pastor, e desta forma,
filologicamente o termo tem sido usado de forma indiscriminada por vários
pastores que arrogam para si mesmos tal título, elevando-se (se é que isso
existe), na cadeia de comando, ou de importância no meio evangélico, por que
ser apóstolo é mais importante do que ser pastor.
2. Mas e no tocante ao aspecto teológico?
O aspecto bíblico?. A Bíblia nos mostra que os doze discípulos mais
próximos de Jesus foram chamados de apóstolos, porque tinham uma mensagem a ser
levada, foram enviados para isso. No Novo Testamento esta palavra ocorre 56
vezes, e em nenhuma delas apontou para alguém diferente dos primeiros doze
escolhidos (Mateus 10.2), exceto Paulo, que como ele mesmo afirma
que não seria digno de ser chamado de apóstolo por que perseguiu a igreja, uma
forma humilde de referir-se ao seu apostolado (I
Coríntios 15.8-10) 8. e, afinal, depois de
todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo. 9. Porque
eu sou o menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de ser chamado apóstolo,
pois persegui a igreja de Deus. 10. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a
sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais
do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
Neste
aspecto, a Bíblia nos mostra determinadas características imóveis e
inegociáveis para aqueles a quem foram denominados de apóstolos de Jesus
Cristo. Vejamos:
a. O apóstolo teria de ser comissionado diretamente por Cristo. Todos eles,
inclusive Paulo, foram chamados uma um para esta função.
b. Pedro e os demais apóstolos quando foram eleger outro apóstolo em lugar de
Judas, determinaram quem poderia assumir este título junto a eles. Como está no
texto de Acts 1:21-22
21 É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o
tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, 22 começando no batismo de
João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne
testemunha conosco da sua ressurreição.
i.
Necessariamente assumiria este lugar um que tivesse acompanhado pessoalmente
toda a trajetória do ministério terreno de Jesus - v. 21
ii. Este acompanhamento deveria compreender todo um período que compreendia
dois fatos do ministério de Jesus Cristo:
1. Seu batismo
2. Sua ascensão.
Levando
em consideração este texto, absolutamente nenhum dos que hoje se autodenominam
apóstolos, poderia assumir este título, pois nenhum deles testemunhou
pessoalmente o batismo, ministério e ascensão de Jesus Cristo.
a. E quanto à Paulo? O último deles, Paulo, no texto de I
Coríntios
citado, denominou a si mesmo como um nascido fora de tempo. Suas palavras dizem
que ele não deveria estar ali, classificado como membro do colegiado
apostólico, mas ali estava pela graça de Deus concedida "a ele", como
diz no versículo 10. Se avaliarmos o texto de Pedro em Atos
1.21-22,
Paulo de forma alguma se encaixaria no perfil apostólico. Exceto por ter visto
a Cristo pessoalmente, depois que Ele tinha sido glorificado em dois momentos
diferentes: no dia em que estava à caminho de Damasco para prender aos Cristãos
e depois quando Paulo informa que ele foi levado para uma região celestial e
ouviu coisas que nenhum ser humano já as tivesse ouvido como nos diz em 2
Corinthians 12:3-5
3 e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus
o sabe) 4 foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais
não é lícito ao homem referir. 5 De tal coisa me gloriarei; não,
porém, de mim mesmo, salvo nas minhas fraquezas.
a. Algumas considerações, no caso de Paulo precisam ser feitas. Como ele mesmo
já havia dito - ele é um nascido fora de tempo, em outras palavras ele é uma
exceção à regra. Mas que regra? Claramente é a regra estabelecida pelos
próprios apóstolos. Não que Paulo tivesse em mente exatamente tal regra, mas
por ele saber que ele mesmo não estava no começo com eles. (nascido fora de
tempo)
b. Outros aspectos precisam ser vistos.
i. Paulo de forma diferente dos outros, foi testemunha de que Cristo estava
glorificado (estado após ascensão): Acts 9:4-6
4 e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo,
por que me persegues? 5 Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? E a
resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; 6 mas levanta-te e
entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer.
ii. Paulo foi comissionado diretamente por Cristo;
iii. Paulo recebeu instruções específicas quanto a tudo o que deveria fazer.
Ele inicia este texto falando de si mesmo em terceira pessoa: 2
Coríntios 12
onde lemos agora há pouco, Paulo sendo arrebatado e ouvindo os ensinamentos
diretamente da pessoa de Cristo ressurreto e glorificado.
O
problema atual é que tais pastores que se auto-intitulam apóstolos testemunham
sobre si mesmos como tendo as mesmas características do apostolado paulino, ou
seja, todos eles se dizem como que "nascidos fora do tempo". A
questão se torna absurda, pois estão fazendo de Paulo uma regra, quando o
próprio Paulo diz que ele próprio era uma exceção a regra.
Quando
questionados sobre seu apostolado na ótica do texto de Atos
1.21-22,
dizem estar na mesma categoria apostólica de Paulo, o que é um absurdo, pois
Paulo mesmo se chamou um nascido fora de tempo, uma exceção; agora todos querem
ser exceção.
Há
de se perceber também que a visão do apostolado em Paulo é bem divergente da
visão que se tem hoje. Os apóstolos atuais são aqueles que possuem audiência
crescente na mídia, contas bancárias que causariam náuseas a Paulo, ministérios
e vida que demonstram luxo (com seus carrões e verdadeiras mansões, até aviões
particulares), e um puro e vergonhoso interesse financeiro para manterem seus
programas no ar, ou a atenção de seus ouvintes, pois afinal não é um reles
pastor falando... é um apóstolo.
Diferentemente do que Paulo tinha como seu ministério apostólico:
I Coríntios 4.9-13 Porque
a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se
fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a
anjos, como a homens. Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em
Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. Até à
presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não
temos morada certa, e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos.
Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; quando
caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados
lixo do mundo, escória de todos.
"...por vontade de Deus" - eis aqui um tremendo diferencial para o
verdadeiro servo. Ninguém em "sã consciência" como diria o mundo,
escolheria ser escravo, escolheria ser servo de outro. Quem é que não gostaria
de ter sua própria vontade? Quem é que não gostaria de determinar seu próprio
caminho? Fazer suas próprias escolhas? Paulo nos mostra que todo o nosso ser,
toda a nossa vida, tudo o que somos, ou deixamos de ser, acontece pela vontade
soberana de Deus.
O
problema que encontramos na teologia arminiana é de que o ser humano se torna
livre, após conhecer a graça, para escolher entre pecar ou não. Esquecem-se de
coisas básicas como, por exemplo, que a nossa natureza é por si mesma
pecaminosa e querendo ou não, somos pecadores, pois existe a corrupção de nossa
natureza. Podemos deixar de cometer atos de pecado, mas o pecado é inerente, está
enraizado em nossa carne. Assim sendo, nossa vontade, nosso arbítrio jamais
será livre enquanto estivermos nessa terra, pois o arbítrio está sendo
influenciado constantemente pela corrupção de nossa carne.
Paulo
falava desta questão quando afirmou: "o bem que eu quero
esse eu não faço, mas o mal que não quero, esse eu faço." Todas
as nossas decisões estão fundamentadas na soberania de Deus, seja esta decisão
antes ou depois da conversão. Por isso a Escritura disse acerca de Faraó: ÊXODO 4·21. Disse o SENHOR a Moisés: Quando
voltares ao Egito, vê que faças diante de Faraó todos os milagres que te hei
posto na mão; mas eu lhe endurecerei o coração, para que não deixe ir o povo.
Da
mesma forma fala acerca de toda a humanidade: Romanos
9.16. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus
a sua misericórdia.
Quando Paulo faz esta afirmação sobre a misericórdia de Deus, ele não está
simplesmente falando da bondade de Deus como algo independente de nossa
vontade, pois ele mesmo informa que o fato de Deus usar sua misericórdia ou não
em um ser humano está diretamente ligado à vontade de Deus para a vida daquela
pessoa: 19. Tu, porém, me dirás: De que se queixa
ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?
O
querer e o realizar na vida de um ímpio, ou mesmo de um cristão, tem como
direção a Soberana determinação e vontade de Deus, pois endurece o coração do
ímpio para não lhe aceitar, como foi o exemplo de Faraó, mas também inclina o
coração do eleito para lhe buscar. Assim, o querer e o realizar na vida do crente em todo o seu processo
de salvação e santificação (ou seja, escolher ou não pecar), também está
determinado por Deus os momentos que iremos cair em pecado e os momentos em que
teremos vitória sobre ele, pois nos diz a Escritura em Filipenses
2.13 13. ...porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade.
Ou
seja, nos tornamos servos não por nossa própria vontade, mas pela boa, perfeita
e soberana vontade de Deus para nossas vidas.
Para
concluir irmãos, o fato de alguém se autodenominar, ou mesmo ser proclamado
apóstolo em nossos dias, precisa ser confrontado com a Escritura que afirma
quais são as prerrogativas para alguém ser considerado apóstolo.
E
assim como a escolha para ser apóstolo, acontece também a escolha para ser
servo, para ser um cristão verdadeiro. A escolha parte da soberana vontade de
Deus.
O
ego humano pode espernear a vontade, mas ninguém se torna servo por livre e
espontânea vontade. A vontade humana precisa ser modificada pelo próprio Deus a
fim de quebrar a dureza do coração humano que tem toda a sua falsa ideia de
liberdade; falsa por que a vontade está presa ao próprio estado pecaminoso sob
o qual todos nós nascemos.
Ser
cristão é ser submisso, ser cristão é ser convicto da completa soberania de
Deus, ser cristão é ser humilde para reconhecer toda sua dependência de Deus e
de seu chamado para vivermos uma vida santa.
Desta
maneira, quando se está querendo fingir de ser crente, quando se está brincando
de ser crente, estar convivendo na igreja, estar convivendo com os crentes, mas
não se assume de fato uma posição no reino de Deus, esse homem, essa mulher,
esse jovem ou essa jovem que assim leva a vida cristã, está conduzindo a sua
vida da pior maneira possível. Sua vida está em enorme perigo, pois o que se vê
com esse tipo de situação, o que se prova é justamente o que Jesus afirma que irá
acontecer com essas pessoas:
Luke 12:47
47 Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não
se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites.
Nessa
parábola do servo vigilante, especificamente nesse versículo que acabamos de
ler, eu vou traduzir para uma linguagem bem popular.
Aqueles que
brincam de ser crentes, vindo a igreja, assistindo aos cultos, ouvindo as
pregações, mas não tomam a decisão se servirem a Deus da forma como Ele mesmo
determina, o lugar de todos eles é no lugar mais profundo do inferno.
Que Deus
tenha misericórdia de sua igreja, e que, quanto aos os indecisos, que eles
sejam incomodados pelo Santo Espírito de Deus e que esse lhes promova uma
verdadeira conversão para Glória de Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.
Segundo sermão Efésios 1.1b-5 – Mojú,
13 de março de 2022
1..., aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis
em Cristo Jesus, 2 graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso
Pai, e do Senhor Jesus Cristo.3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas
regiões celestiais em Cristo, 4 assim como nos escolheu nele antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em
amor 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio
de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade
Relembrar pontos do Sermão do domingo
anterior
·
Apóstolo
de Cristo
·
por vontade de Deus
A
festa do dia de Todos os Santos é
celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não. A Igreja
Católica celebra a Festum omnium sanctorum
ou A comemoração a todos os santos em 1º de novembro seguido do dia dos
fiéis defuntos a 2 de novembro, também conhecido como Dia de Finados.
A
Igreja Ortodoxa celebra esta festividade no primeiro domingo depois do
Pentecostes, fechando a época litúrgica da Páscoa. Na Igreja Luterana o dia é
celebrado principalmente para lembrar que todas as pessoas batizadas são santas
e também aquelas pessoas que faleceram no ano que passou. Em Portugal, neste
dia, as crianças costumam andar de porta em porta a pedir bolinhos, frutos
secos e romãs..
No concílio de Nicéia no ano de
325 d.C. a igreja romana condenou a doutrina ariana por não ter base bíblica. A
doutrina ariana dizia que Cristo foi a primeira das criaturas de Deus e que
Cristo não era Deus encarnado, mas tinha sido criado por Deus antes Dele criar
o universo, a terra e a raça humana.
Desta forma a igreja entendia
corretamente e biblicamente que Cristo era uma pessoa que fazia parte de Uma Trindade,
um único Deus subsistindo em três pessoas, Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o
Espírito Santo. Todos com mesmo poder, honra, sabedoria e que compartilham da
mesma substancia divina.
A partir desse momento histórico,
começou-se a pensar na igreja, sobre a pessoa de Maria, mãe de Jesus. Neste
mesmo concílio, a igreja já utilizou um termo para se referir a ela e esse
termo era Teotokos, que significa Mãe de Deus. Foi, então, a partir daí que se começou uma
adoração à Maria.
Se por um lado a igreja defendeu
fielmente a divindade de Cristo utilizando-se da Bíblia, por outro lado a
igreja já estava sendo corrompida com a veneração dos anjos, dos mártires, dos
santos e das relíquias. Desta forma, a adoração à Maria não teve problema em
adentrar a igreja também.
A igreja havia abarcado todo o
mundo pagão daquele tempo. E, o culto à Maria, veio para substituir o culto a
uma divindade pagã, o culto de Vênus, também da deusa Lua, de Diana dos Efésios
e de outras divindades femininas cultuadas por esses pagãos. O culto pagão com
seu incontável número de santos foi largamente difundido na cultura ocidental,
principalmente na América Latina, com seus infindáveis padroeiros.
Praticamente todos os anos um novo
santo é canonizado pela Igreja Católica. Uma das regras para canonização de um
santo praticada pela igreja é a de que a pessoa precisa estar morta. Ninguém é
definido como santo estando essa pessoa viva.
Mas algo nos chama a atenção nesta
segunda parte do versículo: Aos santos que vivem em Éfeso
> .
Paulo ao iniciar sua carta e direcioná-la para uma igreja, veja que ele chama
de santos aqueles que estão vivos. (AOS SANTOS QUE VIVEM). Percebam
que Paulo não está dizendo: Aos santos
que estão mortos. Daqui tiramos uma primeira lição para nós e que também foi
ensinada à igreja de Éfeso é a de que Não
existem santos que estejam mortos, somente existem santos vivos.
Interessante é que tentei
localizar em toda a Bíblia se havia alguma referência chamando algum morto de
santo. Sabe quantas encontrei? NENHUMA. Não há qualquer referência de algum
morto mencionado na Bíblia e que este morto tenha sido chamado de santo. Paulo
não está se referindo a aqueles mortos no cemitério de Éfeso, mas se referia
aos santos que viviam na cidade de Éfeso.
Existem algumas passagens na
Escritura que aparentemente fazem menção a santos mortos. Contudo, essa
qualidade de ser santo é uma referência que sempre nos remete aos atos daquela
pessoa enquanto ela estava viva, nunca nos remete aos atos de uma pessoa após
estar morta. E isso está ligado diretamente ao processo de santificação, ao
qual falaremos mais adiante no sermão de hoje.
Isso nos leva a pensar o que de
fato vem a ser um santo. O que a Bíblia define como sendo santo, ou quem a
Bíblia define como sendo santo?
Encontramos em SALMOS
16. 3. Quanto aos santos que há na terra,
são eles os notáveis nos quais tenho todo o meu prazer.
Comentar...
estão vivos e neles Deus se compraz
SALMOS 30.4. Salmodiai
ao SENHOR, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome. - Esses santos são os que de fato podem
cantar ao Senhor, oferecer-lhe cânticos de louvor, lhe adorar e buscarem a sua
face pela oração e súplica.
A primeira ocorrência que podemos
encontrar da palavra santo na Bíblia esta no texto de GÊNESIS 2·3. E abençoou Deus o dia sétimo e o
santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.
Nos diz esse texto de Gênesis que
Deus santificou o sétimo dia. Santificar é o ato de tornar algo, ou alguém
santo. Qual a razão de Deus haver santificado este dia? Deus o santificou e nos
diz o texto que foi o dia em que, após a criação ter sido terminada, ele
descansou. Este é exatamente o significado da palavra sábado: descanso.
Também é exatamente por esse
motivo que os apóstolos começaram a utilizar o dia de domingo, como o dia de
culto e ceia, pois foi exatamente no domingo que o Senhor Jesus ressuscitou, ou
seja, foi o dia que Ele descansou de sua obra na terra. Por isso o domingo
passou a ser conhecido como o Dia do Senhor.
Desta maneira, quando lemos no
quarto Mandamento para santificar o dia de descanso, literalmente Deus está
ordenando que este dia seja separado para ele, pois Ele nos concede todos os
outros dias da semana para levantarmos nosso sustento, e esse descanso é de
todo o dia que devemos dedicá-lo por inteiro ao Senhor
Como vimos, a palavra santo
literalmente quer dizer: cortar, separar algo ou alguém para uma determinada
finalidade. Desta forma quando Paulo menciona no versículo que ele escrevia
para os santos que viviam naquela cidade, podemos dizer que ele estava dizendo o
seguinte: a aqueles que foram separados e que vivem na
cidade de Éfeso.
A questão é quem separou aquelas
pessoas que viviam em Éfeso? Na primeira parte do versículo, que expomos
domingo retrasado, vimos que o apostolado de Paulo não aconteceu por vontade
própria dele, mas aconteceu pela vontade de Deus. Mas quanto aos santos que
viviam em Éfeso, o texto não menciona quem os havia chamado, ou por quem haviam
sido separados.
Mas o restante do versículo nos dá
uma orientação: "aos fiéis em Cristo Jesus". Aqueles
santos que viviam na cidade de Éfeso eram também os mesmos que eram os fiéis a
Cristo Jesus. Ou seja, todos aqueles fiéis em Cristo Jesus foram chamados por
Paulo de santos. Mas qual a importância desta afirmação de Paulo aos Efésios,
ou a nós no dia de hoje?
A segunda lição que temos aqui é que só é santo, todo aquele que de
fato é fiel a Jesus Cristo.
Não existe qualquer possibilidade
de alguém ser santo sem essa pessoa que
seja fiel a Jesus Cristo. E, todo aquele que é verdadeiramente santo, é
necessariamente fiel a Jesus Cristo.
Ser santo não tem nada a ver com a
ideia católica de que aquela pessoa está em um nível espiritual tão grande que
ela dificilmente peca. Mas ser santo significa que você foi separado do mundo
com uma finalidade.
Se adiantarmos a leitura em
Efésios 1 para o versículo 4 nos depararemos com algo interessante> 4
assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele;
Veja que Paulo não somente
condiciona seu chamado apostólico como sendo da vontade de Deus, mas também
condiciona o fato de que para ser santo precisa ter sido escolhido por Deus
antes mesmo que o mundo tivesse sido formado, antes mesmo da criação.
A
terceira lição que temos é a de que Não há qualquer
possibilidade de alguém ser santo sem que este tenha sido escolhido por Deus
antes de que houvesse mundo.
Para ser santo não basta querer, não basta você tentar pela sua própria força,
mas há uma única forma de isso acontecer: você
tem de ter sido eleito para este fim.
E
estes santos foram escolhidos com uma finalidade:
SALMOS
50.5 Congregai os meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de
sacrifícios
COMENTAR - 0 culto - mencionar o chamado
'de Deus a Israel no Egito diante de Faraó: deixe
o meu povo ir para prestar.me culto. Fomos chamados para
glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre
EXISTE BENEFÍCIO, OU BENEFÍCIOS DE SER
SANTO?
Romanos 8. 26.
Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não
sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira,
com gemidos inexprimíveis. 27. E aquele que sonda os corações sabe qual é a
mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos.
UM
DOS BENEFÍCIOS EXCLUSIVOS DOS SANTOS É QUE O ESPÍRITO DE DEUS INTERCEDE POR
NÓS, E SOMENTE POR NÓS...
COMENTAR
- AOS OUTROS É DELEGADA APENAS A PROVIDENCIA DIVINA POR MEIO DA QUAL ELE
SUSTENTA A VIDA NA TERRA.
Além
do mais, para ser Santo, lembremos que tenha de ter sido escolhido por Deus, e como
conseqüência esses também serão santificados, passarão pelo processo da
santificação. Santificação é o processo pelo qual todo fiel em Cristo Jesus se
encontra, é um processo que a cada dia mais nos vemos separados do mundo,
vivemos no mundo, mas:
·
a cada dia corremos cada vez mais e com
mais força em direção contrária ao mundo,
·
cada vez mais as coisas do mundo nos
aborrecem,
·
cada vez mais nos tornamos enojados com o
pecado que em nós habita,
·
cada vez mais percebemos que não somos
dignos de estar diante de um Deus completamente puro e Santo, e mesmo assim,
por sua misericórdia nos concede a graça de vivermos em comunhão com Ele.
Por
isso percebemos que este processo de santificação não é, de forma alguma, algo
que decidimos fazer:
I CORINTIOS
1.2
o
à
igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados
para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor
Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
falar
da passividade no processo de santificação destacada no versículo.
Falar
da vontade nossa que é impulsionada pelo próprio Deus em direção à própria
santidade que Ele requer de nós.
FILIPENSES
2·13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade.
Comentar:
Ver a
questão da responsabilidade pessoal na luta contra o pecado
Philippians 2:14-16
14 Fazei tudo sem murmurações nem contendas, 15 para que
vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de
uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no
mundo, 16 preservando a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo,
eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente.
O
santo não pode ser rebelde à pregação fiel da Escritura, não pode rejeitar o
ensino bíblico. Ele não pode ter o coração duro, mas precisa ter o espírito
ensinável. É assim que Tiago descreve: James 1:21-22
21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade,
acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para
salvar a vossa alma. 22 Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e
não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Qual
a necessidade de ser santo?
Antes
de responder vamos relembrar o que já foi dito aqui:
·
primeiramente santo só pode estar vivo
·
segundo: santo é todo aquele fiel a Cristo
Jesus
·
Santo é aquele que foi chamado por Deus e
não de si mesmo
·
Ser santo é algo que inicia em Deus, não
em nós mesmos.
·
Ser santo tem uma finalidade última:
·HEBREUS 12.14. Segui a paz com todos e a
santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor,
Por
que?
Falamos
anteriormente sobre o fato de que quando aparece na Escritura a palavra santo
ao lado de alguém que já estivesse morto essa palavra não estaria se referindo
aos atos daquela pessoa depois de morta, mas se refere aos atos dela ANTES DE
Morrer. Mas por qual motivo? Por que a santificação se trata de um processo de
separação para que cada dia mais nos acheguemos ao Senhor e cada dia mais
estejamos longe do pecado. Se em nossas vidas não existir este processo, isso
significa que não fomos escolhidos por Deus antes da fundação do mundo, e pior:
também significa que não seremos salvos.
POR
ISSO PAULO NOS DIZ QUE A SOBERANIA DO CHAMADO, A SOBERANIA DA SANTIFICAÇÃO
RESIDE APENAS NA OBRA DA TRINDADE SOBRE NOSSAS VIDAS, UMA VEZ QUE TODA NOSSA
RAIZ É MÁ E NÃO TEMOS QUALQUER CAPACIDADE POR NÓS MESMOS DE CORRERMOS EM
DIREÇÃO A DEUS. POR ISSO PAULO TAMBÉM AFIRMA EM ROMANOS
9·16. Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus
a sua misericórdia.
Quando Deus usa sua misericórdia, Ele
nos torna de mortos espirituais em vivos espirituais e é assim que Ele move
nosso coração em Sua própria direção. Ele nos faz voltar os olhos e a vontade
em direção a Ele. Ele faz com que percebamos a nossa miséria e total
dependência a Ele. E assim inicia a nossa santificação que somente terá fim no
dia de nossa morte, ou no dia da volta de Cristo, o que chegar primeiro.
Ephesians 1:2
2 graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor
Jesus Cristo.
Nos tornamos Filhos de Deus não
por nossa vontade, estamos sendo santificados por meio de um processo que não
fomos nós que começamos, e em primeiro lugar não fomos nós que descobrimos
Deus, mas Ele nos escolheu antes mesmo que houvesse mundo, e vimos isso
anteriormente.
Não existe qualquer graça, benção
que não provenha de Deus; graça especial
x graça comum ou PROVIDÊNCIA?.
Mateus.
5.45 - e da mesma forma que Deus faz nascer o sol sobre maus e bons, faz cair a
chuva sobre ímpios e justos;
a natureza ao mesmo tempo anuncia as obras das mãos de Deus. A mesma mensagem
proclamada pela natureza pode ser percebida pelo mais fervoroso dos ateus.
Esta mesma mensagem que é
universal para todos os seres humanos, não exercerá nenhum papel de salvação,
muito menos de santificação, mas servirá de condenação para aqueles que não
crêem em Deus.
Por isso quando Paulo levanta a
voz para afirmar graça e paz a vós outros da parte de Deus, aqui a graça não
diz respeito a esta suposta graça comum, como alguns afirmam, nem da
Providência divina, que é de fato aquilo de que Jesus falou, pois a mensagem
está sendo diretamente para os fiéis em Cristo Jesus. A esses fiéis, a graça
vem de forma a cumprir o seu papel, pois a graça é a obra de salvação; é a
graça que já operava por meio da Lei desde o Antigo Testamento, é a graça de
que o Salmista lembra em Salmos 6. 4. Volta-te, SENHOR, e
livra a minha alma; salva-me por tua graça.
É aquela operação proporcionada
pelo Espírito Santo, na qual Ele nos dá vida, mesmo estando nós em pecado, e
com esta vida nos direciona a crer na mensagem do evangelho pela fé que Deus
mesmo nos concede para que creiamos em Cristo, como está mesmo em Efésios
2.8 (Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de
Deus).
Mas Paulo também afirma que a
graça vem de Cristo; por isso em Hebreus 12.1 afirma que o
autor da fé é Cristo.
Deus nos concede a fé que é produzida por Cristo. Assim tanto o Pai quanto o
Filho são os responsáveis para que recebamos a graça da fé.
Desta forma Deus atinge a
humanidade em dois diferentes modos. O primeiro modo atinge a todo ser humano
sem distinção alguma o qual chamamos de providência divina. Onde pode até mesmo
fazer com que os ímpios prosperem nesta vida. Como o salmista mesmo diz no Salmo
37.7. Descansa no SENHOR e espera nele, não te
irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a
cabo os seus maus desígnios.;
E o segundo modo que Deus atinge a
humanidade é por meio da graça, é aquele modo que atinge apenas os seus filhos,
aqueles aos quais Paulo se refere que foram chamados segundo a vontade de Deus,
aos fiéis em Cristo. É a graça de salvação.
Ainda no versículo 2 paulo também
saúda aos irmãos de Éfeso com...a paz... - houve
um movimento cultural e espiritual que atingiu o seu auge na década de 60, um
movimento conhecido como sendo o Movimento de Contra-Cultura. Dentro deste
movimento surgiram vários grupos que tinham a intenção de romper com a cultura
de sua época. Os hipies foi um destes grupos do movimento de Contra-Cultura. Os hipies se diziam um grupo que buscava
a paz e a harmonia com a natureza, com o cosmo, com os outros seres humanos.
A princípio parecia uma ideia
muito bonita e até imaginável se um dia esta ideia de fato fosse implantada.
Mas como parte do seu comportamento, eles rejeitaram a religião cristã,
rejeitaram o evangelho. Buscavam a paz interior, buscavam a iluminação
espiritual dentro de si mesmos; buscavam a salvação em si mesmos.
A forma de buscar a paz de que
eles se utilizavam era uma busca pela paz por satisfazer todos os seus mais
íntimos desejos. Uma de suas regras era a não proibição do sexo livre com quem
você quisesse, o nudismo era praticado livremente, não poderia haver opressão.
O uso do álcool e drogas também foram utilizados como forma de se alcançar essa
paz. Isaías nos mostra que esta prática é abominável a Deus e é antiga: Isaiah 57:7-8
7
Sobre monte alto e elevado pões o teu leito; para lá sobes para oferecer
sacrifícios. 8 Detrás das portas e das ombreiras pões os teus
símbolos eróticos, puxas as cobertas, sobes ao leito e o alargas para os
adúlteros; dizes-lhes as tuas exigências, amas-lhes a coabitação e lhes miras a
nudez.
A Contra-Cultura buscou uma paz,
mas uma paz à parte de Deus, uma paz à parte de Cristo. Não é desta paz
absolutamente de que Paulo menciona aqui. Ele fala de uma paz vinda diretamente
da parte de Deus. Não se trata de uma paz cultural, ou uma paz social, mas diz
respeito à verdadeira paz espiritual. Desses ímpios, também Deus afirma através
de Isaías:
57.21. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.
O ímpio não tem paz. A paz que o
ímpio sente é a paz consigo mesmo, é a paz onde o grito da sua carne é
satisfeito e assim com suas obras ele fica em paz com os próprios desejos da
carne. Desta forma o ímpio entra em paz consigo mesmo, mas em guerra contra
Deus.
Satisfazer os desejos da carne é
ir diretamente contra a Deus. Deus estabeleceu princípios e quando seus
princípios são feridos, não há paz entre o Criador e o ser criado.
A questão é que todos nós, ainda
lembra Isaías, Isaiah 64:6
6 Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças,
como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas
iniqüidades, como um vento, nos arrebatam. A verdade mostrada por Isaías
elimina qualquer possibilidade de entrarmos, por nós mesmos em paz com Deus. É
por esse motivo que Paulo nos diz que a paz, vem de Deus.
Mas da mesma forma que a graça vem
de Deus Pai e de Cristo, a paz também vem de Cristo. Ele é o supremo
pacificador, é aquele que promove a verdadeira paz, a paz do homem fiel a
Cristo, para com Deus. É disso que Paulo fala aos Romanos
em 5.1 Justificados, pois, mediante a
fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;.
O Espírito Santo não é mencionado
aqui neste texto. Mas toda a operação necessária à presença da fé, à
permanência dela na vida de um indivíduo fiel a Cristo, só é possível pela
permanente ação do Espírito Santo. Não fosse a permanente ação do Espírito em
nós, abrir-se-ia a possibilidade para que um dia acontecesse conosco tal qual
aconteceu com Saul I SAMUEL cap. 16·14. Tendo-se retirado de
Saul o Espírito do SENHOR, da parte deste um espírito maligno o atormentava.
Nem todos dos filhos de Israel
recebiam o Espírito do Senhor. Mas havia uma promessa de Deus quanto aos filhos
de Deus: Isaías 44.3 Porque derramarei água sobre o
sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua
posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes; o que alguns anos mais tarde Deus
relembrou novamente sua promessa: Joel 2.28 E acontecerá, depois, que
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões;.
A promessa do envio do Espírito
Santo se cumpre durante a festa de Pentecoste, 50 dias após a ascensão de
Cristo. E durante sua pregação, Pedro em Atos
2:15-17 afirmou: Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando,
sendo esta a terceira hora do dia. 16 Mas o que ocorre é o que foi
dito por intermédio do profeta Joel: 17 E acontecerá nos últimos
dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão
vossos velhos; Pedro então lembrou e aplicou
esta profecia feita séculos atrás.
Os efeitos desta promessa cumprida
por Deus, Paulo vai nos dizer mesmo ainda no capítulo 1
de Efésios, v. 13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade,
o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa;. Os fiéis em Cristo Jesus, aqueles que
foram chamados segundo a vontade de Deus, e recebem a graça e a paz só
conseguem manter sua comunhão com Deus por que estão selados com o Espírito
Santo. Sem sua ação copiosa e permanente em nossas vidas, poderíamos perder sua
presença e ficarmos a mercê de outra coisa em seu lugar, assim como aconteceu
com Saul.
Assim sendo, o chamado da parte de
Deus, a graça, a paz, a fidelidade à Cristo só são possíveis mediante a
presença eficaz do Espírito Santo em nossas vidas.
3. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas
regiões celestiais em Cristo,
A
consciência de Paulo no que diz respeito à todas as sortes de bênçãos que vimos decorrentes de Deus. Quando
diz "sorte de bênçãos"
Paulo não se refere a sorte no sentido que comumente usamos hoje. Sorte aqui
tem o sentido de variedade. Ele diz acerca da variedade de bênçãos que eles têm
recebido: 1. O chamado pela vontade Deus, 2. a graça, 3. a paz, 4. A fé 5. A
presença do Espírito Santo.
Por
toda esta variedade de bênçãos Paulo tem motivos de sobra para engrandecer a
Deus. Ele tem a absoluta certeza de que todas estas bênçãos vêm de Deus e aqui
ele não se refere a bênçãos materiais, apesar de elas também serem possíveis,
mas aqui ele afirma exclusivamente das bênçãos espirituais.
Também
mostra o quão distante está a sua fala das coisas materiais que ainda menciona
"regiões celestiais em Cristo", referindo-se ele exclusivamente
quanto à origem destas bênçãos que é no mundo espiritual.
4. assim como nos escolheu nele antes da
fundação do mundo, ...
Da
mesma forma que as bênçãos tem origem celeste, ou seja, no mundo espiritual,
naquele mundo que não podemos ver com os nossos olhos de carne de onde procedem
a fé, a graça, a paz; desse mesmo modo e desse mesmo lugar, se assim podemos
chamá-lo, é que também procede de Deus uma escolha feita na eternidade; da qual
Paulo chama "antes da fundação do mundo". A escolha dos eleitos já estava
determinada antes da fundação do mundo.
Paulo
fala desta escolha e que esta escolha teve um único fundamento: A Soberana
vontade de Deus. A escolha, como dito, foi feita Nele mesmo e não com base no
que Ele sabia das escolhas que suas criaturas fariam no futuro. O fundamento da
escolha é o próprio Deus.
Da
mesma forma que a soberania de Deus sobre o chamado do apóstolo para o serviço,
há também uma decisão fundamentada na Soberana vontade de Deus para que ele
faça esta escolha na eternidade de quem seriam os seus filhos. Se Deus é de
fato Soberano, iria Ele permitir que suas criaturas decaídas em pecado ficassem
a mercê de sua livre escolha para salvação? A única escolha que de fato fariam
era a que todo homem natural faz sem a vivificação ocasionada pelo Espírito,
escolhem não escolherem a Cristo.
O
firme propósito de Deus acontece por que Ele determinou antes da fundação do
mundo, como Soberano e Criador de tudo que existe, e têm Ele o direito de
determinar o propósito, o meio e o fim de todas as coisas. Por isso Paulo
lembra de que não podemos ser soberbos e tentar arrancar de Deus alguma
resposta do motivo que o levou a decidir por preordenar uma parte da raça
humana para o inferno. Paulo diz assim: ROMANOS 9.20. Quem és tu,
ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem
o fez: Por que me fizeste assim?
Para
a alegria e benfazejo da igreja em Éfeso e também para nós, essa imutável e
soberana escolha eterna de Deus foi (veja na tua Bíblia): ...para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor.
A
escolha feita por Deus na eternidade de Deus não nos dá a liberdade de vivermos
uma vida de pecado. Fomos escolhidos para que nos afastemos cada vez mais do
mundo e nos acheguemos cada vez mais ao seu trono de graça.
A
santidade não é algo opcional na vida de um crente. Digamos que para chegar no
paraíso eterno você tenha de ir de carro. Mas não tem um carro, precisa ir a
uma concessionária de veículos e comprar um e colocar nele os opcionais, os
acessórios. Depois de ter escolhido seu veículo. O vendedor te pergunta: - Bom,
já que o senhor já decidiu qual carro levar, o senhor vai querer quais
opcionais? Você responde: - Quais são os opcionais que eu posso colocar no meu
carro? O vendedor: - Bom nós temos como opcionais: o para brisa, o pára-choque
dianteiro e traseiro, as barras de ferro internas nas laterais do carro, e o
cinto de segurança. Mas você se vê irritado com o vendedor e lhe diz: - mas
isso são itens essenciais de segurança!!! São básicos... Quanto custa? Bem,
eles são caros, responde o vendedor... Bem... então não vou querer....vou ficar
com o básico...
Tem
pessoas dentro das igrejas que agem desta forma, pensando que junto com o
pacote de terem aceitado a Cristo, a santificação não é necessária, que se
trata de um opcional. E como a santificação custa caro para a nossa vontade,
custa caro para que deixemos os pecados que cometemos e gostamos deles, então,
rejeitam a santificação como se ela não fosse fazer falta para salvação. Mas
daí vem a palavra do Senhor de encontro ao nosso querer e nos alerta:
·I TESSALONICENSES cap. 4·7. porquanto Deus não nos chamou para
a impureza, e sim para a santificação
HEBREUS cap. 12·14. Segui a paz
com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.
Não
existe santificação na vida de nenhum ser humano sem o abandono da prática do
pecado. Se você já tem consciência do que é pecado e mesmo assim continua
praticando, não se iluda.. você está a meio caminho do inferno.
4...e em amor 5. nos predestinou para ele,
para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade,
O
amor é a base da predestinação. Deus em sua infinita soberania, na eternidade,
olhou para o futuro e nos amou, simplesmente por que amou e nos quis como seus
filhos. Mas sabendo que a humanidade iria cair em pecado, a única forma de
sermos predestinados para Ele, para convivermos com Ele, seria Ele nos tornando
como que seus filhos.
Para
que sejamos seus filhos só há uma única maneira. João em seu evangelho fala
dessa adoção da qual Paulo fala aqui: JOÃO 1·12. Mas, a todos
quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber,
aos que crêem no seu nome;
Deus
na eternidade olhou para o futuro, nos amou, nos escolheu pela sua Soberania, e
determinou que nós, um dia seríamos salvos. E então, na própria eternidade, a
Trindade determina que Jesus Cristo haveria de morrer pelos pecadores, e como
vimos, o Espírito Santo aplicaria a Salvação nos corações dos eleitos, como
Pedro afirma fazendo côro com Paulo
I Pedro 1. 19-20. ...mas pelo
precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,
conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos
tempos, por amor de vós
Foi
por isso, foi por amor, mas não por que Deus ama o pecador, Deus não ama o
pecado, mas se compadece e usa de misericórdia para com os seus eleitos.
Vezes
por outras, podemos ver um reflexo do amor de Deus na humanidade, mesmo esta
sendo decaída em pecado. Podemos perceber um resquício do amor de Deus nas
vidas de ímpios quando esses não guardam rancor, ou mágoa de outra pessoa.
Podemos
ver o amor um resquício do amor de Deus nessas vidas quando se compadecem de
alguém necessitado e assim doam bens materiais a eles. Este é um mero reflexo da criação, um pequeno
reflexo do homem feito à imagem e semelhança de Deus. Mas esse amor não é para
salvação, ele serve apenas de tempero para a maldade presente no mundo.
Contudo,
o amor na vida de um cristão verdadeiro tem como fundamento o amor salvífico de
Deus por ele. Todas as ações de um cristão autêntico refletem a imagem de Deus
sendo formada no seu caráter, é a imagem de Cristo sendo estampada na sua alma.
É
Deus trabalhando na vida do convertido para que este se torne à imagem e semelhança
de Seu Filho; é por que lemos a afirmação de Paulo, é
por meio de seu Filho, é pela mediação de Jesus Cristo que a
nossa adoção como filhos acontece; sem Cristo esta adoção não seria possível.
E
mais uma vez Paulo devota toda a ação da salvação à Trindade, ele termina o
versículo dizendo: segundo o beneplácito de sua vontade,
O BENEPLÁCITO DA VONTADE É O FAVOR DA
VONTADE DE DEUS.
Deus
não tinha nenhuma obrigação de nos eleger, ou enviar seu Filho para nos salvar,
Paulo nos diz que Deus está nos fazendo um favor, e este favor é mais do que
suficiente razão para que tenhamos uma eterna gratidão para com o único e
verdadeiro Deus Trino todo Poderoso e misericordioso.
Ephesians 1:1-5
aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus, 2 graça a
vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
A santificação é uma prova na vida de alguém que foi
salvo. A mortificação do pecado é necessária na vida do crente e ela precisa
ser evidente. Não existe nenhum crente que tenha morrido e chegado ao céu sem
que tenha ocorrido a santificação, mesmo que tenha sido rápida, verdadeira, e
de pouca duração como foi na vida do ladrão crucificado ao lado de Cristo.
Mas ele não serve de padrão para quem quer que seja. Ali
ele se constituiu uma rara exceção, então não deixe para amanhã o que você pode
buscar hoje, pois com muita freqüência a morte não dá avisos de que está
chegando.
De igual modo, o mundo não pode lhe oferecer o que
Deus oferece. Ele pode até tentar enganar, como de fato o faz, oferecendo a paz
sem Deus, a graça sem Cristo, mas vc não terá paz com Deus sem Cristo e tão
pouco terá verdadeira paz entregando sua vida ao pecado.
3 Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem
abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,
4 assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou
para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o
beneplácito de sua vontade,
Ninguém pode oferecer nada a Deus, ninguém pode trocar
nada com Deus para obter Dele algum favor para a vida presente, e muito menos
para obter a salvação. A escolha eterna de Deus para seus filhos os conduz de
forma eficaz ao conhecimento de Cristo e à total submissão à soberana vontade
de Deus.
O caminhar da vida cristã precisa ir na direção dessa
soberana vontade de Deus que vai contra nossa obstinação ao pecado, vai contra
o nosso arrogante desejo de fazer a própria história, o próprio caminho. Satisfazer
os nossos desejos para ficar em paz com nosso próprio ego é o caminho mais
curto para o inferno.
O pecado precisa ser sufocado dia após dia; precisamos
aprender a odiar o pecado em nossas vidas:
·
seja em
nossa mente,
·
seja em
nossa boca,
·
seja em
nossos ouvidos,
·
seja em
nosso olhar.
·
Seja em
nosso coração.
Que Deus seja misericordioso para conosco nos
conduzindo em santidade a cada dia, a cada manhã, a cada instante.
Terceiro sermão: Efésios 1.5b-9 (21
de julho de 2013 – culto doméstico
20
de março de 2022 – culto em Mojú – PA)
5...Nos predestinou para ele, 6. para louvor
da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, 7. no qual
temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da
sua graça, 8. que Deus derramou abundantemente sobre nós em toda a sabedoria e
prudência, 9. desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu
beneplácito que propusera em Cristo,;
, 6.
para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,
Vemos
no final do versículo de número 5, que este louvor da glória é rendido a Deus
pelo fato de Ele ter nos predestinado, escolhido antes mesmo da fundação do
mundo. No último sermão vimos que Deus nos escolheu, não por que somos os mais
bonzinhos, os menos pecadores, ou os mais bonitinhos; ou ainda por que Ele já
sabia quem no futuro se renderia a Ele.
Pelo
contrário, Ele escolheu e elegeu o homem, a mulher, o jovem, o ser humano que
Ele quis sem qualquer mérito futuro que aquela pessoa possa ter; mas como visto
nos versículos anteriores como no 5, foi segundo o beneplácito, o
favor de Sua vontade;
e não em uma escolha futura dos escolhidos; ou como é dito no versículo 4,
nos escolheu em Cristo;
não diz nos escolheu por causa de nossa escolha futura.
O
fundamento da escolha divina está simplesmente na sua própria, boa, perfeita e
soberana vontade e com a finalidade de que, não nós, ou nosso mérito, mas com a
finalidade da glória de Cristo.
Se
há qualquer menção de que a salvação tem a ver com alguma ação futura ou
passada do ser humano; mesmo que esta ação seja um simples: "sim, eu
aceito a Jesus" isso simplesmente traduz uma salvação pelas obras; mesmo
uma simples obra de aceitação de Cristo como Senhor por parte do cristão.
O
alvo final da salvação também não é o ser humano, por isso não há qualquer
louvor para o cristão por que ele se tornou cristão, mas há todo louvor e
glória para Cristo, o alvo final da ação de Deus em nos predestinar
soberanamente para a salvação.
Quando Moisés falou acerca da escolha do
povo de Deus, do modo como Ele fez determinou ele assim disse em Deuteronômio
7. 7.
Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos
do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos,
veja o que é dito que o Senhor não teve afeição. Afeição é sentimento. Ou seja, Deus não
escolheu o seu povo com base no sentimento; também não foi com base no número
do povo, dos descendentes de Israel; mas nos diz o versículo 8.
mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos
pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão,
do poder de Faraó, rei do Egito.
Veja que a única coisa que possa ter
motivado Deus a nos escolher, foi o amor, o que também foi visto no final do
versículo 4. Mas este amor não pode, de forma alguma, ser confundido com o
entendimento humano. O amor motivacional, aqui, é a base de todo relacionamento
que dá certo. O amor não se trata de sentimentalismo, mas o amor é muito mais
ação do que qualquer outra coisa... amar é fazer com que dê certo. Independente
da circunstância, ou do pecado do outro.
Foi exatamente esse amor que Deus
Demonstra toda a história para permanência e cumprimento do pacto do qual
Moisés menciona do versículo 8. Quando
ele diz: para guardar o juramento.
Mesmo que a nação de Deus caísse em pecado
esse seu amor, ou seja, sua vontade em fazer cumprir o pacto, mantinha o pacto
mesmo quando a nação de Israel caía em idolatria. E todas as vezes que a nação
de Israel caía em idolatria, Deus chamava esse ato da nação de adultério.
A relação do adultério com a idolatria é
por que Deus mantém seu pacto com o seu povo como um casamento. Deus mesmo,
diante da idolatria de Israel, conserva o seu papel no pacto com o seu povo. Da
mesma forma, aqui, o casamento se iguala, não sendo aconselhável da parte de
nenhum dos cônjuges, diante de Deus, requerer o divórcio por que o outro caiu
em adultério. Por que assim como a aliança de Deus para com o seu povo é
eterna, da mesma forma deve ser visto o casamento como algo para toda a vida.
Por isso a afirmação de Deus acerca do divórcio em ·MALAQUIAS
2.16. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio. Repúdio é o divórcio e Deus simplesmente
odeia.
Por isso não foi por que nós éramos mais
bonitos, ou fiéis que Deus nos escolheu de antemão. Por que de antemão Deus
também anteviu nossa infidelidade, nossos pecados, nossas faltas. E se Deus
fundamentasse a sua escolha, a predestinação com base em nossas escolhas
futuras; Deus simplesmente não nos teria escolhido por causa de nossos pecados.
Mas Deus nos escolheu para cumprir o pacto prometido e para manter a sua
palavra no pacto. No pacto que Ele propusera em Cristo, que aqui Ele é chamado
de Amado. Aqui novamente a proposta do
pacto tem como fundamento a Cristo, propusera no Amado, e não em nossas ações.
E percebemos ainda mais o firme propósito
de nossa predestinação e eleição aqui. Já que não existe mérito nenhum a
qualquer ser humano que seja pela própria salvação, de quem é o mérito? A quem
devemos a honra, o louvor e a glória? Paulo afirma essa resposta bem no começo
do versículo dizendo que é para louvor de sua glória – é para glória de Deus,
não é do homem.
Aqui é um dos textos pelos quais podemos
usar de resposta à primeira pergunta do Catecismo: Qual o fim principal do
homem? O sentido da pergunta é responder para que o homem foi criado? Qual a finalidade
dele ter sido criado? É para glória de Deus e alegrarmos Nele para sempre.
7. no
qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a
riqueza da sua graça,
É
também em Cristo, onde temos a redenção. Por causa do seu sangue temos a
remissão dos pecados; também não é por que simplesmente Deus acha bonito a cada
um de nós pedindo perdão; e Ele, então, com dó de nossas vidas nos concede o
perdão. Todas as nossas ações estão manchadas pelo pecado; toda a nossa
essência está corrupta até raiz da alma.
Ai
de nós se Deus simplesmente olhasse para cada um de nós e visse diretamente o
que de fato somos, o que de fato nos motiva, o que de fato se passa em nossas
mentes; ai de nós se Deus simplesmente virasse seu rosto em nossa direção e
contemplasse o que de fato passa em nossos corações, nossos secretos desejos.
Mas
não é assim que Deus nos vê. Graças a Deus por isso. Paulo nos informa que é o
sangue de Jesus Cristo que faz toda a diferença. Quando estamos nos planos de
Deus para sermos redimidos, por que estávamos e estamos predestinados segundo
sua Vontade que é boa e perfeita, Deus opera em nossos corações de modo a nos
trazer vida espiritual, nos ressuscita de nossos pecados, e assim Deus faz com
que desejemos, Deus faz com que sintamos vontade de sermos aceitos por Ele;
Deus traz a motivação correta em nossos corações. É claramente dito por Paulo
em Filipenses
2.13: 13. porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar,
segundo a sua boa vontade o nosso querer, diz Paulo, está arraigado na
vontade de Deus e não em uma suposta Ideia da existência de algo chamado livre arbítrio.
Desta
forma rogamos a Deus, por sua graça e misericórdia, o sangue de Cristo sobre
nossas vidas. A encarnação de Cristo, o seu cansaço, sua fome e sua sede, sua
tentação, sua perseguição, sua prisão, sua tortura, suas feridas, sua
crucificação e sua morte; todo o seu sofrimento como ser humano tinha como
fundamento a exigência do pacto de que o homem tinha de cumprir a lei de Deus.
O homem não cumpriu o pacto de obediência, ou como conhecido, pacto de obras;
não por que ele não tinha condições, mas por que a história já estava escrita
por Deus; o livro eterno escrito com todos os nomes dos que estão seguros e
estarão pela eternidade.
Assim
para que os eleitos tivessem como alcançar, não por seus esforços, mas pelo
esforço de um só homem de forma expiatória, substitutiva, cumprir o pacto da
humanidade com Deus, esse homem não poderia de forma alguma pecar e mesmo assim
sofrer as penalidades do pacto que recairia sobre aquele que tivesse pecado, a
morte.
Por
isso é dito que Cristo morreu a nossa morte. Por que Cristo, em si mesmo, não
era merecedor dela. Esse é o motivo de que o seu sangue ter sido derramado, seu
sangue simbolizando a sua morte é expiatório para todos os que O confessam como
Senhor de suas vidas, como sendo Ele o Senhor e Mediador desse pacto.
É
por isso que não existem medianeiros, por que não existe outro ser humano que
não tenha cometido pecado. Por isso Maria também confessa ter um salvador em Lucas
1.47. e o meu espírito 1se alegrou em Deus, meu Salvador(eu mesmo leio).
Maria
de fato, quando Cristo nasceu, ela ainda não tinha mantido relações sexuais com
homem algum; mas daí a dizer que Maria não tinha pecado é o mesmo que afirmar
que Maria também é Deus; ou ainda afirmar que a Bíblia está errada em dizer em
vários textos que "Todos pecaram" toda a raça humana pecou, exceto um que
foi Cristo.
Por
isso também o salmista afirma em Salmos 31.1 Psalms
31:1
1 Em ti, SENHOR, me refugio; não seja eu jamais envergonhado;
livra-me por tua justiça.
A justiça que livra, a justiça que salva é exclusivamente a justiça divina, não
é a nossa justiça que nos salva. Em contraste com a nossa justiça está a
justiça divina.
É
por isso que Paulo afirma ao final do versículo que é pelo seu sangue (o sangue de Cristo), a
remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça.
O
único sangue que apaga os nossos pecados, é o sangue de Cristo. Como João nos afirma em IJo
1. 7. Se, porém, andarmos na
luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de
Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
Ø Não
é pelo sangue de qualquer outro; mas é exclusivamente pelo sangue de Cristo;
Ø Não
é segundo a ação de qualquer outro rogando por nós a Cristo; não é pela petição
de medianeiros; mas Paulo afirma que é pela riqueza
de sua graça.
Ou
seja, não é pelo mérito de absolutamente ninguém, nem de Maria ou qualquer
outro; mas é exclusivamente pela graça de Cristo. Do qual Paulo ainda continua
afirmando:
8. que Deus derramou abundantemente sobre
nós em toda a sabedoria e prudência,
Deus
derrama sobre nós sua graça de forma abundante. Por que tem de ser abundante?
Abundante quer dizer sem medida, com muita riqueza, com muito favor; pode ser comparada
a uma imensa cachoeira jogando suas águas sem parar sobre quem está abaixo
dela. De forma que esta água cobre e até mesmo faz desaparecer quem está em
baixo dela aos olhos de quem vê de cima.
É
assim que Deus nos vê. Não nos vê diretamente, não percebe nossas falhas,
imprudências, fraquezas, idolatrias, adultérios; mas apenas daquele que está
debaixo desta imensa cachoeira de graça. Quando Deus nos olha, o que vê é o
sangue de Cristo derramado sobre nós. É o sangue de Cristo que apaga todas as nossas
transgressões;
Em toda sabedoria e prudência.
Veja
o ato gratuito de Deus sobre nós, fazendo com que a graça de Cristo fosse
derramada sobre nós; não foi ela derramada de qualquer maneira; não foi ela
jogada como quem derrama um balde de água para molhar a calçada.
Esta
graça tinha um alvo específico e, aqui, ele afirma que este alvo era toda a
sabedoria e prudência, ou seja, todo o discernimento que possamos ter acerca de
todas as coisas, inclusive das espirituais. O nosso entendimento então é revestido
da graça de forma que possa entender e aceitar o evangelho. É exatamente isso
que Paulo fala mais à frente na própria carta de Efésios em 2. 1. Ele vos deu vida,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, a graça divina revestindo todo o nosso entendimento
é que nos torna vivos para Deus. É exatamente o que nos proporciona a entender
as coisas de Deus. Por que quando somos vivificados, é devido a uma ação
própria de Deus, por meio do Espírito Santo que passa a habitar em nós nos
capacitando a entender as coisas de Deus. Por isso Paulo nos diz:
I Cor. 2. 14. Ora, o homem natural
não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode
entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
O
homem natural é aquele que se mantêm espiritualmente da mesma forma que nasceu.
É aquele que se mantêm alheio, sem o conhecimento do verdadeiro evangelho; é
também aquele que não aceita a verdade de Deus para sua própria vida e
condição. É aquele que nega, ou aquele que não aceita a Cristo como seu Único e
Soberano Senhor.
Sua
sabedoria e prudência não possuem a intervenção de Deus, não possuem a graça de
Deus sobre suas vidas; mas permanecem na obscuridade de sua própria ignorância
e pecado.
9. desvendando-nos o mistério da sua
vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo,
·
(desvendando-nos o mistério) Falar do
clareamento da mente após o derramar da graça; relembrar o texto de coríntios
citado a pouco. (as coisas espirituais
se discernem pelo Espírito)
·
O mistério foi revelado em Cristo, o
próprio Deus se encarnou para oferecer-se em sacrifício pela sua igreja
·
Emendar com o versículo
I Co. 2. 12. Ora, nós não temos recebido o
espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que
por Deus nos foi dado gratuitamente.
·
O Espírito é de fato Aquele que nos
capacita a entender a mensagem do evangelho; não o espírito do mundo.
·
O homem pode vasculhar a bíblia de Genesis
a Apocalipse, estudá-la com afinco. Até mesmo decorar centenas de versículos
dela; mas se ele não tiver o Espírito de Deus; a bíblia não vai causar na vida
dele o motivo pelo qual realmente importa conhecer a Bíblia. E Paulo quando
escreve a Timóteo ele fala desse motivo, em 2
Timóteo 3. 14-15.
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo
de quem o aprendeste e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que
podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.
Ou
seja a razão maior da Bíblia é fazer com que aquele que a lê, é fazer com que aquele
que ouve as suas palavras se tornem pessoas capacitadas pelo Espírito a serem
salvas por Deus.
...o beneplácito que propusera em Cristo
O
benefício de sermos iluminados pelo Espírito para salvação também encontra seu
fundamento na pessoa de Cristo
10. de fazer convergir nele, na dispensação
da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
Não
somente nossa salvação, mas todas as coisas apontam para Cristo;
·
Falar de Gênesis apontando para Cristo.
Deus havia advertido a Satanás no Éden de que um descendente da mulher viria
para lhe destruir as obras.
·
Falar de Êxodo apontando para Cristo; as
leis morais, cerimoniais apontando para Cristo.
·
Falar do vislumbre de Cristo no AT. Graça -
·GÊNESIS
6·8. Porém Noé achou graça diante do SENHOR.
Por
que graça?
Noé
como comunicador da salvação: ·II PEDRO
(cap. 2)·
5. e não poupou o mundo antigo, mas
preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o
dilúvio sobre o mundo de ímpios;
Noé
como salvo por Deus: HEBREUS 11·7. Pela fé, Noé, divinamente instruído
acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus,
aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se
tornou herdeiro da justiça que vem da fé.
Deus
imputa a justiça a Noé, por causa de sua fé em sua promessa de salvação que
aponta desde gênesis 3.15 (mencionar o versículo parafraseado). Por
isso ele achou graça em Deus. Como está mesmo em Efésios o resumo desta ação
divina na vida dos seus eleitos, predestinados: Efésios
2.8-10 8. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós;
é dom de Deus; 9. não de obras, para que ninguém se glorie. 10. Pois somos
feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas.
Conclusão:
Quando
se vê pessoas lutando e fazendo afirmações contra a doutrina da predestinação
afirmando que ela não se trata de uma doutrina bíblica, estas pessoas deveriam,
antes de qualquer coisa, arrancar algumas páginas de suas bíblias, ou tentar
mudar as palavras que estão, por exemplo, aqui nesse capítulo da carta aos
Efésios, ou no capítulo 9 da carta aos Romanos, ou ainda de Êxodo 33 e diversos
outros textos.
Quando
se rejeita a predestinação que é um ato exclusivo e soberano da parte de Deus,
devemos perguntar: Quem, então, é o responsável pela salvação do homem? Apesar
de rejeitarem a resposta mais óbvia e direta, que seria o próprio homem o seu
salvador, estas pessoas que rejeitam a predestinação dizem que não, que Deus é
o responsável.
Mas
a incoerência é tão clara e absurda devido à falta de conhecimento. Aqui
precisa se distinguir entre soberania e responsabilidade. Deus é soberano para
predestinar sem quaisquer atos dependentes do homem a ser salvo.
Se
para salvar um só homem que seja, Deus depende de ouvir um sim desse homem o
aceitando, isso torna o homem responsável pela sua própria salvação. Aqui, Nietsche
(filósofo alemão), se ele pudesse ouvir, estaria rindo em seu tumulo, pois ele
mesmo foi quem afirmou em um de seus livros que Deus morreu e que o super homem
assumiria o seu lugar.
Essa
maneira de pensar não possui qualquer diferença da doutrina católica acerca da
salvação pelas obras. Por que, em suma, nos finalmentes, Deus vai olhar para
qualquer coisa que o homem fizesse mesmo com intenção de se salvar, e aceitaria
a oferta do homem em lugar da exclusividade da obra consumada de Cristo na
cruz.
Dizendo
de outra maneira: qualquer doutrina que afirma a dependência de Deus de
qualquer ato humano para salvar esse ser humano, é doutrina herdada do
catolicismo e não merece nem mesmo ser cogitada pelos cristãos verdadeiramente
bíblicos.
Por
outro lado o homem, independente de ser salvo ou não, ele é o único responsável
pelos próprios pecados. Desta maneira, os que encontram abrigo em Cristo são
salvos de si mesmos, aqueles que rejeitam a Cristo, são os próprios
responsáveis pela sua condenação eterna.
No
que diz respeito à igreja, a igreja jamais poderá encontrar amparo na
predestinação divina qualquer motivo para deixar de evangelizar. Da mesma forma
que a nação de Israel havia recebido a incumbência de ser uma nação de
sacerdotes, uma nação que seria a comunicadora do evangelho, a responsabilidade
de pregação do evangelho, a responsabilidade de comunicar a graça de salvação nos
nossos dias é dada à igreja; pois a igreja sempre foi o Israel de Deus.
Mas
da mesma maneira que Deus não poupou a Israel de ver em si mesma o cumprimento
da promessa de maldição e perder seu status de nação santa, a Igreja Presbiteriana
Reformada em Mojú precisa acordar do seu sono e cumprir o seu papel de
propagadora da verdade nessa cidade, sob a mesma perspectiva de que se não
cumprir o seu papel, Deus irá lhe arrancar do mapa assim como fez com a Igreja
de Éfeso que anos mais tarde depois de receber esta carta, deixou de existir
como igreja de Cristo.
Que Deus tenha misericórdia de nossas vidas.
PREGAÇÃO DE 28 DE JULHO DE 2013
Pregação de 27/03/2022 – Moju
Quarto sermão: Efésios 1.10-14
ÉFESO como capital Romana na Ásia
Menor como herdeira da maneira de pensar do mundo helênico, do império grego;
naturalmente era uma cidade que havia se mergulhado na idolatria.
A cultura grega se tornou mundialmente
famosa pela sua filosofia, por, aliás, ser a cultura que sistematizou,
desenvolveu técnicas para de se pensar; para se criar e desfazer de argumentos;
também desenvolveu bem a oratória que era a arte de se falar em público.
Não é à toa que Paulo, quando
chegou em Atenas, uma das cidades mais proeminentes do mundo grego, e quando
ele começou a discursar, o levaram ao Aerópago; um lugar destinado à prática da
oratória.
Esta arte era tão levada à sério
pelos gregos que se alguém quisesse ficar rico, ter um excelente salário no
final do mês; ele não fazia outra coisa senão dedicar-se a aprender a falar em
público.
Entre os ouvintes de Paulo em
Atenas, estava um homem que era dedicado a esta arte de falar em público, seu
nome era Dionísio. Lucas referencia sobre ele em Atos 17.34.
Acts
17:34 Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles
estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles,
outros mais.
Não é sem motivo que Paulo inicia
sua carta fazendo duas diferenciações do que ele havia ensinado à igreja de
Éfeso enquanto foi seu pastor: Na primeira, Paulo diferencia Deus do Panteão
grego. Na mitologia do panteão grego havia uma multiplicidade de deuses
adorados e reverenciados pelos seus adeptos. Haviam cultos com ideias extremas
na cultura grega: cultos eram oferecidos a um deus cuja fidelidade a ele era
por meio de orgias sexuais praticadas em adoração a esses deuses; por um outro
lado havia também outro deus, que segundo eles proibia o casamento e de
qualquer relação derivada deste casamento; como um monastério, ou convento. Contrariamente
à esta ideia de multiplicidade de deuses, Paulo apresenta um único Deus neste
capítulo inicial.
Uma das ideias filosóficas gregas
que tinha ganhado bastante espaço no mundo daquele tempo não é diferente da
maior ideia que hoje, a ciência afirma que é a realidade última.
Esta ideia filosófica é a
cosmovisão naturalista da cosmogonia. Ou seja, é a ideia grega de como o
universo chegou à sua existência. Esta maneira de pensar deu origem ao
naturalismo evolucionista, que nada mais é do que a teoria da evolução adotada
séculos mais tarde por Charles Darwin em seu livro A Origem das Espécies.
A segunda ideia do mundo grego que
Paulo vem contrariar aqui é, exatamente, a ideia de que o mundo surgiu pelo
processo de evolução. Paulo
como estava bem inteirado acerca da realidade do mundo grego, já no inicio da
carta aos Efésios ele fecha as portas para outras ideias, inclusive da ideia
grega de que o mundo teria evoluído por si mesmo.
É isso mesmo. Paulo expôs a
criação de forma a contrariar os pregadores de qualquer outra ideia de que não
fosse a Criação com um propósito realizada por Deus. Aqui, Paulo seria contra a
teoria da evolução já em seu tempo. De fato, Charles Darwin não foi o inventor
desta teoria. Esta teoria pode ser vista na filosofia grega há mais de 2.600
anos quando, por exemplo:
1. Tales de Mileto (621-543 a.C.) afirmou que
o mundo evoluiu da água.
2. Anaximandro de Mileto (610-547 a.C.) foi
discípulo de Tales; afirmou que tudo o que existe proveio de quatro substâncias
básicas: terra, água, ar, fogo. E que estas substâncias teriam surgido de um
único elemento gerador: apeíron.
3. Empédocles de Agrigento (492-430 a.C.)
propôs que plantas e animais não teriam surgido simultaneamente; foi ele também
que afirmou a máxima da teoria da evolução> a sobrevivência do mais forte.
4. Leucipo (século V a.C. ) e Demócrito
(460-370 a.C.) foram os primeiros a teorizar sobre o átomismo que diz que tudo
o que existe, a realidade cósmica é representada por um vazio infinito e uma
quantidade infinita de átomos.
Contrariamente
a esse erro, Paulo afirma no versículo 4 assim como nos escolheu
nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante
ele; e em amor
Paulo afirma contrariamente a
ideia da evolução despropositada, ou seja: uma evolução sem qualquer intenção
na história. Ele afirma que Deus criou a raça humana com um propósito; o
de sermos santos,
separados por Deus e para Deus. Tendo como fim a sua própria glória. Nos
conduzindo na história de forma a que cheguemos ao conhecimento para o qual
fomos criados, criados com um propósito em Cristo Jesus, é o que ele afirma no
v. 9 que vimos na nossa última pregação:
ÙLTIMA PREGAÇÃO TERMINOU NO V.
9. desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que
propusera em Cristo,
10. de fazer convergir nele, na dispensação
da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
11. nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o
propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade,
12. a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos
em Cristo; 13. em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; 14. o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate
da sua propriedade, em louvor da sua glória.
10. de fazer convergir nele, na dispensação
da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra;
O beneplácito, ou seja, o favor
que Deus propôs na pessoa do Senhor Jesus Cristo; era o de fazer com que todas
as coisas convergissem em direção à Cristo quando o tempo exato chegasse. Não
somente as coisas terrenas, mas diz ele: tanto as do céu, como as
da terra.
Ou seja, tanto as coisas físicas como também as espirituais.
Não houve atraso, ou adiantamento
na vinda de Cristo ao mundo, não houve atraso ou adiantamento na sua
encarnação. Desde Adão havia uma natural ansiedade por parte das pessoas que
criam na promessa de Gênesis 3.15 quando Deus afirmou que um descendente da
mulher haveria de vir para destruir as obras do diabo; a ansiedade dessas
pessoas crentes era de que esta promessa se cumprisse em seu tempo. Da mesma
maneira que hoje, nós, ansiamos pela volta de Cristo enquanto ainda estamos
vivos nesta terra.
Há uma imensa sombra de desejo na
fala de Eva quando ela expressa acerca do nascimento de seu outro filho, Genesis
4:25 Tornou Adão a coabitar com sua mulher; e
ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me
concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim matou.
Eva em sua fala demonstra uma
intensa esperança de que Deus estivesse cumprindo sua promessa de vinda do
predito descendente, logo ali, com o nascimento de Sete.
Podemos ver esse desejo da
humanidade em todo o tempo da narrativa histórica de que os filhos de Deus
desejavam, cada qual, que o Messias viesse a seu tempo. Jó também foi um deles.
Jó foi um homem da mesma terra de Abrão, da terra de Ur, e provavelmente viveu
no mesmo tempo dele. Mas vemos em Jó uma
ardente esperança de que o Messias, o seu Redentor viesse logo: JÓ 19·25. Porque eu sei que o meu Redentor vive
e por fim se levantará sobre a terra.
A tendência da humanidade é
desacreditar as profecias uma vez que elas não se cumprem em seu tempo
histórico. Pedro demonstra com tristeza esta realidade quando ele escreve no
capítulo 3 de sua segunda carta os insultos que os seus leitores recebiam.
Insultos do tipo: "onde está a promessa de sua
vinda?"
Em outras palavras, as pessoas estavam a dizer: Jesus Cristo prometeu voltar e
já faz décadas que Ele morreu. E aí, cadê o seu Deus?
Mas Paulo afirma de forma clara
que nem Deus, nem Jesus Cristo, nem o Espírito Santo se atrasaram para concretizarem
a encarnação de Jesus Cristo. Paulo usa uma expressão que não deixa dúvidas
acerca do total controle e direcionamento da história por parte de Deus. Ele
afirma que Cristo veio na plenitude dos tempos. A palavra grega pleroma - plenitude,
literalmente significa a capacidade de carga de um navio completa, nesse
contexto aqui, o sentido é que não foi nem adiantado, nem atrasado, mas foi no
tempo exato do plano divino.
Questionar:
Já
chegou atrasado em algum lugar fulano?
Já
chegou adiantado em algum lugar beltrano?
Cristo
não!!!!
A história apontava para Ele em
todo o Antigo Testamento; da mesma forma que a história aponta para Ele em todo
o Novo Testamento. Toda a conversão da história seja ela espiritual, seja ela
física aponta para Cristo como o centro de todas as coisas.
Há poucos séculos a ciência
descobriu que o sol é o centro do universo e que os planetas giravam em torno
dele, ao invés da ideia medieval de que a terra era o centro do universo e
tanto o sol como os outros corpos celestes giravam em torno dela.
Mas veja que há uma profecia de Apocalipse
em 22.5 Então, já não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da
luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos
dos séculos. Aqui João nos apresenta que para o qual todas
as coisas serão convergidas. Afirma de forma clara no 21.23
que o sol se tornará desnecessário.
Afirma
que o sol perderá a razão para a qual ele se encontra no meio do universo que é
brilhar sobre a criação na terra, pois Cristo mesmo estará no centro disso tudo
e que, por isso o sol perderá sua proeminência.
Por isso Paulo afirma de forma
mais enfática:
COLOSSENSES
1·16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Toda criação se volta para o seu
Criador, ou por bem, ou por mal. Por isso é que se costuma dizer que quando
Cristo voltar não existirá mais nenhum ateu, nem no inferno haverá descrentes;
Serão todos cristãos convictos, só que para aqueles que estarão no inferno será
tarde demais.
11. nele, digo, no qual fomos também feitos
herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas
conforme o conselho da sua vontade,
E por Cristo estar no centro de
todas as coisas; e por que só existe criação seja ela humana, seja ela vegetal,
seja ela animal, seja ela parte da natureza; toda a sua criação tem um
propósito evidente quando esta foi feita.
Quando retornamos ao relato de
Gênesis e percebemos que a cada singularidade da natureza era criada, Moisés
afirmava: E viu Deus que era bom. Deus se agradou de tudo o que fez. Não havia
tão pouco algo criado que não tivesse propósito. Se não tivesse propósito não
poderia ter sido classificado como sendo bom. Nada que não tenha propósito pode
ser algo bom.
O problema da raça humana está em
definitivamente não
perceber o propósito das coisas. A luta do homem, sua ansiedade, sua decepção,
sua amargura, seu sofrimento está em não descobrir o propósito de sua existência.
Quando não há propósito para sua existência, não existe esperança para o futuro
além da morte.
Primeiramente Paulo afirma que nós
fomos feitos herança de Deus. Nós somos feitos por Deus para sermos herdados
por Deus. Um povo para ser chamado Seu. Somos sua propriedade desde que Deus
nos predestinou, lembrando que Paulo afirma que esta predestinação ocorreu em
algum instante na Eternidade, quando ele afirma no versículo 4.
assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo; e
que esta predestinação tinha um único propósito e que este propósito estava
fundamentado no seu favor, ou como disse o texto, segundo
o seu beneplácito.
E
percebam aqui no texto, ao final do versículo 11, o modo como se dá esta
escolha, diz Paulo, é de acordo com o conselho de sua vontade.
Não há uma tomada de decisão na
eternidade de forma que Deus o Pai tenha suprimido uma vontade de Deus Filho ou
de Deus Espírito; ou ainda que o Filho tenha escolhido de forma a anular a
vontade do Pai, ou do Espírito; nem ainda que o Espírito tenha resolvido agir
de forma a contrariar a Deus o Pai e a Deus o Filho. O que vemos aqui é
justamente o contrário. Todas as decisões são tomadas de forma unânime. São
decisões em conjunto que concorrem para o mesmo propósito. É
conforme o conselho de sua vontade.
Não há disputa entre as pessoas da
Trindade, mas há um justo e perfeito acordo. Veja o que João afirma: I
João 5.7-8 Pois há três que dão testemunho {no céu: o Pai, a Palavra e o
Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que testificam na terra:} o
Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.
E voltando um pouco atrás no texto, no
início do versículo 11, podemos olhar e ver que o propósito aqui lançado é percebido quando fazemos uma pergunta
ao texto: para que fomos feitos herança de Deus? Com qual finalidade? Paulo
mesmo responde:
12. a fim de sermos para louvor da sua
glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo;
13. em quem também vós, depois que ouvistes
a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido,
fostes selados com o Santo Espírito da promessa;
Explicar:
·
a palavra da verdade
·
o evangelho da vossa salvação,
·
tendo nele também crido (não só no evangelho,
mas também no Senhor do evangelho.
·
Fostes selados ( não se trata de uma
segunda benção o batismo com o Espírito santo)
·
Quando um rei selava uma carta com seu
anel esta carta tinha sua origem garantida. Seu lacre, o selo, era inviolável.
Se alguém violasse o lacre antes de chegar ao seu destino era culpado de morte.
Ninguém ousava abrir uma
correspondência real.
·
O Espírito é o nosso lacre, Ele é a nossa
marca, Ele mostra ao mundo que fomos predestinados por Deus, fomos chamados por
Deus; fomos vivificados por Deus; estamos em um processo de santificação que
visa cada dia mais romper com as coisas do mundo e de nos aproximarmos mais de
Deus;
·
Enquanto que o mundo não tem este selo,
eles têm o selo da besta, a marca da besta que mostra uma vida não regenerada,
uma vida que ainda está imersa no pecado, uma vida que não glorifica a Deus,
mas dá lugar ao diabo.
·
APOCALIPSE (cap. 13)·18.
Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta,
pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.
Seis é o numero da imperfeição.
Por que 6 6 6. Apocalipse apresenta o Deus Trino, Reinando supremo no qual o
número 7 é tido como o símbolo da perfeição. Como satanás é seu imitador;
apocalipse também apresenta uma Trindade Satanica: o diabo, a besta e o falso
profeta. 666.
Ao contrário da perfeição da
Trindade que poderia ser descrita como sendo 777. Desta forma aquele que recebe
o sinal da besta, nada mais é do que aqueles que não vivem no mundo se
não
praticarem o modo de vida satânico, trocando, comprando e vendendo com a moeda
satânica: O PECADO.
·
Todo aquele que não tem a Cristo como seu
Senhor exclusivo, mantêm a marca da Besta em si mesmo: o pecado que o condenará
à morte eterna.
Por isso o Espírito, que é a nossa
marca, o nosso selo de propriedade de Deus, é dito por Paulo que Ele é:
14. o qual é o penhor da nossa herança, ao
resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
Explicar:
1.
o penhor;
2.
Resgate:
3.
Louvor da sua glória.
Concluir.
Veja que Paulo apresenta agora ao
final de maneira completa o supremo propósito para o qual a humanidade foi
Criada. E que este mesmo propósito é daquele que João afirmou em sua primeira
carta quando afirmou que as Pessoas da Trindade concorrem para um único
propósito:
·
Efésios
1.6: para louvor da sua glória ( a razão da predestinação feita por Deus Pai)
·
Efésios
1.12 para louvor da glória de Cristo, como herdeiros da Sua promessa.
·
Efésios
1. 14; o Espírito deve ser louvado pelo que Ele é quem nos garantirá a chegada
na glória eterna.
Ou seja:
·
Deus
Pai tem o propósito de fazer glorificar ao Filho e ao Espírito
·
Deus
o Filho tem o propósito de fazer glorificar ao Pai e ao Espírito;
·
Deus
Espírito tem o propósito de fazer glorificar ao Pai e ao Filho
·
E
todas as pessoas da Trindade nos criaram para o louvor de sua glória.
Mas nem todos atenderão ao propósito de
vida dado por Deus à raça humana. Nós fomos criados para glória de Deus. E
esses que não atenderão a esse propósito não haverá escapatória para eles.
Paulo adverte que tais homens
sofrerão o juízo divino justamente por não terem vivido para glória de Deus: Romans
1:20-21
20 Porque os características invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio
do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais
homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato.
Entretanto, mesmo com esse futuro
tenebroso, ainda esse a parte da raça humana que for condenada, terá o seu
orgulho despedaçado, terão de engolir toda a sua impiedade e depravação, terão
que reconhecer mesmo no inferno que Jesus Cristo é o Senhor, como afirma Paulo
em Philippians
2:10 para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na
terra e debaixo da terra,.
A igreja deve reconhecer seu papel
diante da sociedade na qual está inserida. A igreja deve trabalhar para que o
nome de Cristo seja exaltado e Deus Pai, Filho e Espírito Santo sejam
glorificados por meio das vidas de seus membros.
Cada Cristão deve buscar, de forma
individual a Glória de Deus e deixar que o mundo seja ofuscado pela luz do
evangelho em suas vidas. Não fomos predestinados nem para salvar almas, nem
mesmo para convencer ninguém de seus pecados, esse trabalho é do Espírito
Santo, mas fomos chamados para pregar o evangelho, esse é o papel de cada
cristão. Então, tome seu lugar no Reino dos Céus e seja uma testemunha do Deus
vivo.
Que
Deus nos abençoe ricamente
com sua misericórdia.
Quinto sermão: Efésios 1.15 - 18
RECAPITULANDO NO CONTEXTO ANTERIOR,
PODEMOS OBSERVAR A RAZAO PELA QUAL O HOMEM FOI CRIADO E VERMOS :
·
Ephesians
1:5-6
5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de
Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 para louvor da
glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, Efésios
1.6: para louvor da sua glória ( a razão da predestinação feita por Deus
Pai)
·
Ephesians
1:12
12 a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão
esperamos em Cristo; Efésios 1.12 para louvor da glória de Cristo, como
herdeiros da Sua promessa.
·
Ephesians
1:13-14
13 em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o
evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o
Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança,
até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória. Efésios 1. 14; o
Espírito deve ser louvado pelo que Ele é quem nos garantirá a chegada na glória
eterna.
Ou seja:
·
Deus
Pai tem o propósito de fazer glorificar ao Filho e ao Espírito
·
Deus
o Filho tem o propósito de fazer glorificar ao Pai e ao Espírito;
·
Deus
Espírito tem o propósito de fazer glorificar ao Pai e ao Filho
·
E
todas as pessoas da Trindade nos criaram para o louvor de sua glória.
·
Mas nem todos atenderão ao propósito de
vida dado por Deus à raça humana. Nós fomos criados para glória de Deus. E
esses que não atenderão a esse propósito não haverá escapatória para eles.
·
Paulo
adverte que tais homens sofrerão o juízo divino justamente por não terem vivido
para glória de Deus: Romans 1:20-21
20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder,
como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o
princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais
homens são, por isso, indesculpáveis; 21 porquanto, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o
coração insensato.
·
Entretanto,
mesmo com esse futuro tenebroso, ainda esse a parte da raça humana que for
condenada, terá o seu orgulho despedaçado, terão de engolir toda a sua
impiedade e depravação, terão que reconhecer mesmo no inferno que Jesus Cristo
é o Senhor, como afirma Paulo em Philippians 2:10 para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra,.
·
A
igreja deve reconhecer seu papel diante da sociedade na qual está inserida. A
igreja deve trabalhar para que o nome de Cristo seja exaltado e Deus Pai, Filho
e Espírito Santo sejam glorificados por meio das vidas de seus membros.
·
Cada
Cristão deve buscar, de forma individual a Glória de Deus e deixar que o mundo
seja ofuscado pela luz do evangelho em suas vidas. Não fomos predestinados nem
para salvar almas, nem mesmo para convencer ninguém de seus pecados, esse
trabalho é do Espírito Santo, mas fomos chamados para pregar o evangelho, esse
é o papel de cada cristão. Então, tome seu lugar no Reino dos Céus e seja uma
testemunha do Deus vivo.
Efésios 1.15 - 18
15. Por isso, também eu, tendo ouvido da fé
que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, 16. não
cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós nas minhas orações, 17. para
que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito
de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, 18. iluminados os olhos
do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a
riqueza da glória da sua herança nos santos
15. Por isso, também eu, tendo ouvido da fé
que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos,
Paulo agora, tendo direcionado
inicialmente sua fala à igreja em Efeso, novamente ele se dirige ao seu público
de forma direta. Ele aponta para fatos de que ele ficou sabendo que aconteciam
entre os crentes de Éfeso e louva-lhes as atitudes.
Primeiramente ele exalta a fé dos
crentes, exclusivamente na pessoa do Senhor Jesus Cristo. Mas esta é uma ação
da qual ele já havia dito quando no início de sua carta ele o faz no versículo
1, na sua segunda parte onde ele afirma: aos santos que vivem em
Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus,
Paulo já havia destacado a
fidelidade da igreja de Éfeso a Cristo, mas aqui neste versículo 15 Paulo
demonstra que a fidelidade a Cristo também pôde ser vista com o amor que estes
crentes de Éfeso dispensavam aos crentes, ou aos santos, como ele referiu.
Há um importante destaque a ser
feito neste versículo, pois aqui, Paulo expõe de forma clara que o amor, ou a
caridade, como é traduzido esse termo em algumas bíblias, demonstram a fé em
Cristo.
Muitos enxergam um abismo entre os
apóstolos Paulo e Tiago no que eles ensinam acerca de fé e obras. Mas, pelo
contrário, não há nenhum abismo entre os dois pastores, antes eles concordam
plenamente em tudo. A única diferença existente entre Paulo e Tiago acerca
deste assunto é que eles expõem a mesma ideia, mas tomando caminhos diferentes.
Paulo para explicar a relação
entre fé e obras parte da causa para conseqüência. Neste caso a fé é a causa e
as obras são a conseqüência. Em outras palavras, as boas obras, o amor, e a
caridade são fruto da fé em Cristo Jesus.
Tiago já mostra a partir da ordem
inversa. Primeiramente ele demonstra a conseqüência, depois ele mostra o que foi
que a causou. Ou seja, ele mostra que se existe uma caridade, um amor, boas
obras, se estas coisas existem e; aquele que a pratica diz ser cristão,
necessariamente há de ter uma fé por trás destas obras; necessariamente há de
ter a fé em Jesus Cristo que impulsiona e faz com que todo fiel em Cristo
produza obras verdadeiras para honra e glória do nome do Deus Trino.
Quando as obras não possuem este
firme fundamento da fé em Jesus Cristo, o resultado, ou seja, as obras não
glorificam o nome do Senhor Jesus Cristo, mas glorificam apenas seu feitor, seu
praticante.
Por isso os dois apóstolos
concordam quando Tiago diz que a fé sem obras é morta; e Paulo da mesma forma
põe as obras e a fé na balança divina e afirma que as obras sem fundamento em
Cristo também são mortas e vazias. Necessariamente onde há uma fé verdadeira em
Cristo, há também obra que glorifica ao nome de Cristo.
16. não cesso de dar graças por vós, fazendo
menção de vós nas minhas orações,
Paulo não esconde sua intenção e
atitude para com a igreja de Éfeso. Eles estão sempre sendo citados em suas
orações. E a razão pela qual Paulo ora pela igreja é expressa por ele no
versículo seguinte:
17. para que o Deus de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no
pleno conhecimento dele,
Há algumas coisas a mais a serem
vistas neste versículo. Primeiramente o desejo de Paulo é que Deus conceda
espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento Dele.
Um erro muito comum em nossos dias
é que muitos pastores e teólogos pegam o texto bíblico o interpretam de forma
correta, mas o aplicam de forma equivocada. A aplicação do texto precisa ser
vista de acordo com o tempo em questão. Uma séria pergunta precisa sempre ser
feita e respondida para que a aplicação do texto seja feita adequadamente. E a
pergunta é: A doutrina apresentada no texto era uma doutrina que se aplica
apenas no contexto dos apóstolos, ou dos profetas? Ou esta doutrina também é
aplicável aos nossos dias?
Algumas desculpas infantis são
feitas inicialmente quando estas pessoas que fazem aplicações equivocadas são
pressionadas quanto à aplicação da doutrina do passado para os nossos dias. A
resposta mais comum que se ouve é: “Deus é o mesmo ontem, hoje, e será
eternamente”. Até mesmo há igrejas que colocam este versículo fora de contexto
em suas placas para chamar a atenção do público e também para fundamentar suas
tentativas de aplicação de uma doutrina que era aplicável apenas no passado e
hoje não é mais.
De fato Deus é o mesmo ontem, hoje
e será eternamente; mas isso não quer dizer de forma alguma que Deus age, ou
que Deus se revela da mesma forma que ontem, hoje e continuará se revelando da
mesma forma.
Dizer que Deus revela hoje por
meio de um profeta, por que Ele revelou-se assim no passado não tem nada a ver
com o caráter de Deus, mas tem a ver com o seu modo de revelação e isso a
Bíblia afirma que com o passar do tempo o modo de Deus se revelar muda sim. E
esta mudança atingiu o seu ápice, ou seu ponto alto com a vinda de Jesus
Cristo. É justamente o que o autor de Hebreus está nos informando no capítulo 1.1-2:
Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu
herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.
Em outras palavras, o autor de
Hebreus está dizendo de forma clara que Deus se revelava de várias maneiras no
passado por meio de visões, sonhos, revelações e a apenas um grupo seleto de
pessoas que tinham o Espírito Santo, os profetas. Mas que a maneira de Deus se
revelar mudou com a vinda de Jesus Cristo.
Toda revelação tinha o intuito de
Deus demonstrar seu desejo e também de se revelar, de revelar seu caráter, sua
pessoa ao seus escolhidos. E à medida que esta revelação ia acontecendo Deus
ordenava que estas revelações fossem sendo escritas.
ÊXODO
17·14. Então, disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num
livro e repete-o a Josué;
·ÊXODO
34·27. Disse mais o SENHOR a Moisés: Escreve estas palavras, porque,
segundo o teor destas palavras, fiz aliança contigo e com Israel.
Desta forma foram escritas todas
as revelações que Deus ordenou aos seus santos profetas para que ficassem
registradas para a posteridade; para as gerações que viriam. É por isso que
Paulo fala que as Escrituras foram escritas para o nosso ensino:
Romanos 15. 4. Pois tudo quanto,
outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela
paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança.
Ou seja, a Escritura, a Bíblia é a
revelação de Deus para nós para o nosso ensino e direcionamento. Até aquele
ponto da história quando Paulo escreveu sua carta aos romanos, ou mesmo aos
efésios, o Novo Testamento ainda não havia sido escrito totalmente; então seria
natural Paulo rogar a Deus em suas orações para que Ele, Deus, continuasse a
revelar ao povo sua vontade, seus desígnios a fim de que também o restante de
Sua Palavra fosse revelada, ou seja: o Novo Testamento que ainda estava sendo
escrito e que precisava ser terminado.
E da mesma forma que Deus mudou
sua forma de revelação com a vinda de Cristo, no futuro, quando Cristo vier e o
paraíso estiver com todos os seus santos, e o lago de fogo e enxofre com todos
os seus condenados, a forma de revelação também será de outra maneira que nunca
aconteceu ainda.
Revelation 21:2-3
2 Vi também a cidade santa, a nova
Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada
para o seu esposo. 3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o
tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de
Deus, e Deus mesmo estará com eles.
Novamente Deus mudará a forma de
se revelar à igreja, desta vez, estaremos aprendendo diretamente com o Cristo
Glorificado. Aquilo que Paulo descreve no capítulo 16 de sua carta à igreja de
Corinto, foi uma prévia do que será com a igreja no futuro.
Em segundo lugar, Paulo não deseja
que esta revelação, e esta sabedoria seja concedida por qualquer deus, ou
divindade pagã qualquer, mas o Deus de Jesus Cristo.
Temos de nos preocupar, enquanto
cristãos e crentes com a falsa identidade de muitos cristos que estão sendo
pregados e ensinados nas igrejas. Hoje
vê-se com muita facilidade a palavra deus sendo falada e pregada. A questão é
saber se esse deus que está sendo pregado e falado é necessariamente o Deus de
Jesus Cristo, o nazareno, aquele mesmo que morreu numa cruz sem nunca ter
cometido qualquer pecado.
Há pessoas tão infantis que chegam
a dizer: onde falam de Deus, eu estou lá, por que se falam de Deus então é um
bom lugar. Quem foi que disse isso?
O Deus de Jesus Cristo é o Deus
que criou todas as coisas; Ele não se mistura, ou faz parte de sua criação.
Quando Jesus foi questionado acerca do divórcio, Jesus responde a pergunta
dizendo que na base de sua resposta estava o Deus que criou todas as coisas
conforme está escrito no texto de Gênesis. Em
Mateus 19. 4.
Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez
homem e mulher. Cristo afirma de forma clara que além de
Ele crer em Gênesis 1 e 2 como um fato verídico, Ele também servia ao Deus que
criou todas as coisas, conforme está narrado ali em Gênesis.
Jesus não deixou nenhuma porta
aberta para que alguém pudesse dizer que Jesus não cria em Gênesis como um fato
consumado, tão pouco para que não cresse Naquele Deus que criou todas as coisas,
e existe uma razão bem simples para isso, é o que João nos mostra em João
17.5 e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive
junto de ti, antes que houvesse mundo.
Cristo estava lá, com Deus Pai, antes mesmo que o mundo tivesse sido criado. E
Cristo também estava e participou de forma ativa da criação como João também
afirma no capítulo 1.3 Todas as coisas foram feitas por intermédio
dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.
Mas o Deus de Jesus Cristo não é
só o Criador do mundo mas também é mantenedor do mundo. Em Mateus 5, Jesus diz
que o seu Deus é aquele que provê o sustento para toda a humanidade, v.
45. para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o
seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
Aqui o texto nos aponta para um Deus que controla as estações do ano, de
modo a fazer cada clima acontecer e de modo a fazer a terra dar o seu fruto. Aqui
Jesus Cristo afirma sobre a providência divina; Ele não aponta sobre algo que
não encontramos na Escritura a que deram o nome de graça comum. A única graça
que encontramos na Escritura é aquela que tem relação direta com a salvação.
E da mesma maneira o Deus de Jesus
Cristo é o Deus que controla soberanamente sobre toda a sua criação. Jesus fala
de forma geral acerca da soberania de Deus sobre tudo e todos em Mateus
10. 30.
E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados.
Resumidamente, o Deus que Jesus
Cristo apresenta como sendo o Deus verdadeiro e único é o Deus do judaísmo
antigo, é o Deus que se revelou ao povo de Israel em sua língua e originou até
aquele momento da história o Antigo Testamento.
18. iluminados os olhos do vosso coração,
para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da
sua herança nos santos
·
Iluminação x inspiração. 2
Timóteo 3.16 16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, Iluminação x inspiração... TODA ESCRITURA
INSPIRADA (PARTES NÃO SÃO) X TODA ESCRITURA É INSPIRADA (TODA ELA É INSPIRADA) O
verbo ser é subentendido no grego.
·
2 Timothy 3:16
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino.. Se lemos a primeira parte do
versículo até a expressão teopneustos (inspirada por Deus), de fato,
obrigatoriamente teríamos de entender que o verbo ser não está subentendido. Entretanto,
a conjunção feita pela letra E, dizendo que além de inspirada também é útil aí
temos a obrigatoriedade de entendermos que o verbo ser está subentendido na oração
anterior. Por isso toda a Escritura FOI INSPIRADA POR DEUS, e não apenas
algumas de suas partes.
Paulo
também tinha uma esperança: A esperança do chamamento: ATOS
23.6. Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra,
de fariseus, exclamou: Varões, irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus! No
tocante à esperança e à ressurreição dos mortos sou julgado!
·
A esperança do chamado, é a Glória por
vir; vida eterna.
·
Explicar o restante do versículo 18...qual a riqueza da glória da sua
herança nos santos
·
Romanos 8. 21. na esperança de que a própria criação
será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos
de Deus.
Conclusão:
A
morte está sempre por perto, às vezes mais, às vezes menos. Está presente para
nos fazer refletirmos sobre o fim da vida, não o término, mas sua finalidade.
A perspectiva da vida tendo como fim em si mesma é a mais violenta forma de
opressão e pessimismo, não somente quanto ao propósito da vida presente, mas
também quanto ao que há além dela. Aos incrédulos acerca da vida após a morte,
Paulo já dizia que se é assim: "...comamos e bebamos e amanhã
morreremos...".
Graças a Deus pela sua Escritura, por meio da qual podemos obter o conhecimento do evangelho de
Cristo, que não somente nos trás consolo para a vida presente, mas também nos
trás a esperança da vida futura.
Paulo descortina seu conhecimento acerca do
evangelho de Cristo apontando diretamente qual a finalidade do chamado de Deus
para o grupo ao qual conhecemos como sendo a Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Paulo nos convoca a olharmos para além da
morte, para a vida eterna que está por vir. É sobre aquilo que Cristo revelou a
João e ele gravou no livro de Apocalipse.
Revelation 21:3-8
Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.
4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá,
já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. 5
E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas.
E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras. 6
Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim.
Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. 7 O
vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho. 8
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos,
aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte
que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda
morte.
A terra será restaurada para glória dos
filhos de Deus, para liberdade de seu povo. De modo que todo o inferno que a
igreja de Cristo conhecerá é apenas aquilo que diz respeito ao sofrimento da
vida presente. E de igual modo todo paraíso que os ímpios conhecerão, será
apenas aqueles poucos momentos de prazer que eles terão em vida.
Que Deus use
de misericórdia para com sua igreja, para conosco, para cada um aqui presente.
Sexto sermão: Efésios 1. 19-23
Km 16 (Dom Eliseu)
Mojú - 01/05/2022
Efésios
1. 19-23 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo
a eficácia da força do seu poder; 20. o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares
celestiais, 21. acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no
vindouro. 22. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre
todas as coisas, o deu à igreja, 23. a qual é o seu corpo, a plenitude daquele
que a tudo enche em todas as coisas.
Existem vários
aspectos da personalidade e características divinas expressas nas Sagradas
Escrituras. Algumas delas a teologia achou por bem dar o nome de “Atributos
divinos”.
Explicar que não
se trata de atribuição por necessidade divina, mas por necessidade humana de
explicar algo que é peculiar a Deus, uma característica própria dele. Aqui
neste texto, Paulo fala de uma dessas características inerentes ao Ser de Deus:
A onipotência divina.
Dos características
divinos alguns podemos verificar na Escritura que Deus comunicou alguns desses características
ao homem. Mesmo sob a ação e muitas vezes sob o domínio do pecado ainda assim,
lá na criação da raça humana Deus comunicou aspectos dos seus características
divinos ao homem; obviamente não na sua totalidade nem mesmo na sua perfeição.
Deus dotou o homem
com algumas características suas, tais como: bondade, misericórdia, ira,
tristeza, moral, etc. Todas estas, apesar de serem vistas como características
humanas por muitos, é justamente o oposto. Deus criou a humanidade à sua
própria imagem e semelhança, e é disso que a Bíblia trata quando faz esta
afirmação, de que somos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Entretanto, outras
características divinas, Deus as reservou apenas para si próprio, e não as
comunicou ao homem; pois se assim fosse, Deus teria criado deuses e não a
humanidade. Características tais como: eternidade, onipresença que é uma característica
na qual podemos afirmar que Deus não se restringe a um lugar.
Dentre outros
aspectos, aqui no nosso texto, Paulo inicia apresentando a onipotência divina. Basicamente pode-se definir a onipotência
como sendo a característica, ou o atributo divino com o qual não existem
limites para o poder de Deus.
Entretanto,
estaremos dividindo estas possibilidades em duas partes para o nosso exercício
de compreensão sobre a onipotência divina.
1. Poder para fazer qualquer coisa. (sobrenatural)
II PEDRO3·5. Porque, deliberadamente,
esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água
e através da água pela palavra de Deus
Pedro quando fala
acerca da criação do mundo, ele demonstra um refinado conhecimento desta força
sobrenatural que vem do poder de Deus. Quando se fala em algo sobrenatural,
estamos falando de algo que não está dentro dos limites de compreensão das leis
da natureza que a ciência conhece.
No mundo antigo,
quando coisas aconteciam e não podiam ser explicadas de uma forma racional,
estas coisas eram chamadas de magia, de mágica, ou qualquer coisa do tipo.
Pedro então,
quando quer demonstrar a ingenuidade e explícita negação dos homens ímpios ele
afirma que estes homens fizeram questão de esquecer que o mundo um dia não
existia, que este mundo que hoje vemos foi criado de um modo assombroso, afirma que este
mundo chegou à existência simplesmente por que Deus quis que ele existisse, e o
fez apenas expressando seu desejo de que esse mundo existisse: haja luz e houve
luz; haja firmamento e houve firmamento; haja luzeiros e criou os luzeiros;
ajunte-se a porção seca; ajuntem-se as águas. Façamos ao homem conforme a nossa
imagem e conforme a nossa semelhança.
O homem fez força
para esquecer-se não só do poder de Deus como também fez força para se esquecer
da própria existência divina. Mas Deus não permitiu ao homem simplesmente ficar
à mercê de sua própria vontade, sem ter um dia que prestar contas ao Deus
Criador que ele esqueceu. Mas afirma de forma clara que a própria natureza
criada será testemunha para a condenação do homem ímpio.
A natureza não se
esquece de seu Criador, de seu poder. As leis físicas da natureza permanecem
iguais desde o momento de sua criação seguindo a mesma ordem de Seu Criador.
Jesus falou de uma outra característica divina que está intimamente ligada a característica
da onipotência e que expressa bem o que estamos a dizer:
MATEUS 6·26. Observai as aves do céu: não
semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as
sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?
Deus sustenta toda
a sua criação de uma forma grandiosa e poderosa.
E o autor de
Hebreus fala desse poder divino mostrando que tudo o que existe, tudo o que
podemos descobrir, ver, tudo o que é conhecido pela mente humana, é de uma
forma exclusiva, sustentado pelo poder de Deus. Contudo, ao falar sobre isso, o
autor de Hebreus afirma que esse Deus que sustenta todas as coisas é o Senhor
Jesus Cristo, a segunda Pessoa da Trindade: HEBREUS 1·3. Ele, que é o resplendor da glória
e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu
poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da
Majestade, nas alturas,
Aqui neste texto
Jesus Cristo é mostrado como o Deus supremo que sustenta tudo o que existe. Ele
reivindicou o seu direito a Deus Pai, quando estava para morrer aqui na terra.
Sabendo Ele que havia cumprido todo o desígnio de Deus, Cristo estava para
voltar ao seu estado anterior, antes de sua encarnação: JOÃO 17·5. e, agora, glorifica-me, ó Pai,
contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.
Esse poder é
compartilhado não por entre Deus Pai e Deus Filho apenas, mas é também pelo
Espírito Santo. O poder do Espírito de Deus não é menor que o do Pai, ou do
Filho, nem o do Filho é menor do que o do Pai ou do Espírito. Todas as pessoas
da Trindade compartilham do mesmo poder, pois pertencem à mesma e única
essência divina existente.
Paulo ao escrever
para a igreja em Roma, ele lembra de que todos os milagres, ou seja, aquelas
demonstrações de poder que não eram humanas, mas ações de Deus e que não
aconteceram de outra forma a não ser pelo poder do Espírito Santo: Romanos 15.18-19.
Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo
fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e
por obras, 19. por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo;
de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho
divulgado o evangelho de Cristo,
Quando Paulo fala
desta maneira, ele está colocando que todos os sinais e maravilhas realizados
por intermédio dos apóstolos, tiveram como fundamento o poder do Espírito
Santo. Quando ressuscitaram mortos, quando expulsaram demônios, quando curavam
um enfermo, todos estes sinais foram feitos pelo poder do Espírito.
Mas alguém poderia
de forma ingênua afirmar que esse tipo de feito não é tão poderoso quanto o
poder de se criar o universo e que o Espírito Santo, portanto, teria apenas uma
porção do poder divino, e não de forma equivalente.
Mas esta forma de
pensar não condiz com a Escritura. O autor de Hebreus ao falar acerca de como
Cristo conduziu seu ministério terreno, de como Ele venceu todas as suas
tribulações e chegou ao fim planejado, ou seja, sua morte na cruz, o autor
ressalta que foi pela ação poderosa do Espírito Santo: ·HEBREUS 9·14. muito mais o sangue de Cristo,
que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará
a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
O Espírito Eterno
foi quem sustentou todo o ministério de Cristo. E não poderia ser de outra
forma, pois Jesus mesmo, quando ele foi acusado pelos fariseus de que Ele
expulsava os demônios por belzebu, Cristo afirmou de forma clara que o Reino de
Deus seria implantado na terra por causa da presença poderosa do Espírito Santo
Ele assim afirmou em Mateus 12.28. Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de
Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.
Ou seja, o reino que de fato nos interessa, o Reino de
Deus foi implantado pela pessoa do Espírito Santo e não há, desta maneira,
qualquer diferença entre o poder de Deus Pai, de Deus Filho, ou de Deus
Espírito. A diferença existente é a forma com que cada um aplica o seu poder.
Vimos
que Deus tem o poder, conforme força para fazer qualquer coisa. Mas também
falamos de que há outro aspecto desse: PODER.
2. Poder fazer qualquer coisa. (Cf. possibilidade)
LUCAS18·27.
Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens são possíveis para Deus
Certamente somos completamente limitados a fazer várias
coisas. Não temos poder, ou conhecimento, ou sabedoria para fazer tudo o que
nós queremos. E outras coisas não fazemos por que nem mesmo sonhamos que tais
coisas possam ser feitas. Contudo, somos conhecedores de muitos limites que
possuímos por diversas razões. Outras não fazemos por que Deus não nos
comunicou esta possibilidade de fazer quando nos criou. Outras não fazemos por
que Deus quer que nós tenhamos limites.
Mesmo
havendo limites para nós, muitas coisas chegamos a fazer que os homens do
passado nem mesmo sonharam.
- Quando é que Moisés pensou em atravessar o Mar
Vermelho voando de avião? Ou ainda atravessar o Mar Vermelho em uma
embarcação que fica em baixo d'água sem encher de água, como os
submarinos?
- Ou quais dos dez leprosos imaginaram que hoje
tomando um comprimidinho por dia durante seis meses seria curado de sua
doença?
- Ou qual dos profetas imaginou a possibilidade de
se prever o tempo para até uma semana simplesmente estudando os caminhos
que os ventos fazem?
- Ou ainda, qual daqueles viajantes que desceram
para o Egito, da família de José, que imaginou que seria possível ir até a
lua em uma espaçonave e depois de lá voltar aterrizando de forma segura na
terra?
De qualquer
maneira, ainda assim, somos limitados. Onde está a cura para a AIDS, o CANCER?
Onde está nossa capacidade em dizer o que está para acontecer no dia de amanhã,
ou daqui a dois minutos? Onde está a própria possibilidade de determinar pela
ciência se Deus existe ou não? A própria ciência quando se manifesta sobre esta
questão demonstra sua total incapacidade para tal coisa.
- Falar da impossibilidade de
auto-salvação - I
CORINTIOS1·21. Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu
por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura
da pregação.
- Falar da impossibilidade de autoconhecimento de
Deus. GÊNESIS3.5·7.
E edificou ali um altar e ao lugar chamou El-Betel; porque ali Deus se lhe
revelou quando fugia da presença de seu irmão.
Deus pelo seu poder criou o universo, criou todas as
coisas. Criou o ser humano e Deus faz o que quer com o seu universo com as suas
criaturas por que são suas. Quando você, que não acredita nestas coisas, não
acredita na realidade do inferno, ou não acredita na soberania de Deus para tua
salvação, ou simplesmente não aceita a doutrina da predestinação, faz o
seguinte: Quando você criar o seu universo e criar suas próprias criaturas você
poderá fazer delas o que você quiser, pois serão suas.
Este poder, esta
possibilidade de salvação não reside no homem, mas é inerente ao próprio Deus
que criou ao homem. O homem foi feito por Deus, e não é o homem quem determina
seu destino, mas o próprio Deus que o fez.
Por isso, no texto de Efésios Paulo afirma no
versículo
e qual a
suprema grandeza do seu poder não há limites para esta grandeza, o que existem são
limites para o nosso conhecimento e compreensão desse poder. E ainda afirma que
esse poder Deus exerce a favor daqueles que crêem Nele: para com os que cremos,
segundo
a eficácia da força do seu poder; - e ainda diz que este poder não se trata de uma possibilidade,
ou de um poder meramente humano, falho; mas afirma que é um poder sobrenatural,
divino e completamente eficaz no que se propõe a realizar.
- A eficácia do poder de Deus para com os que crêem
trata exatamente de que nós seres humanos, não temos a possibilidade de
fazer com que alguém se converta a Deus; FALAR DA PREDESTINAÇÃO PARA QUE A
CONVERSAO ACONTEÇA:
- Diferenciar: Algo que é eficaz, é algo que não
é eficiente, ou efetivo.
- Eficiente: fazer o básico o que se manda, ou o
que é de sua obrigação
- Eficácia – é que se antecipa a tudo o que é
necessário para que o que se pretende fazer, seja feito de forma próxima à
perfeição daquilo que pode ser feito, e prevenindo também contra coisas
inesperadas. Mas esta é uma definição de eficácia para o ser humano, em
Deus podemos afirmar que Ele se antecipou a tudo, determinando todas as
coisas, e fazendo com que as coisas acontecessem do seu modo, conforme Ele
tinha planejado, e de forma tão perfeita quanto planejou, sem haver
qualquer falha em seu planejamento.
- E efetividade é a capacidade de manter-se sempre
fazendo o que se sabe fazer sem deixar cair o ritmo.
- Neste texto, a frase de Paulo quando afirma sobre
a “Eficácia
do poder de Deus” diz respeito a salvação dos Eleitos de Deus,
aqueles, como Paulo mostra que creram.
- Nisto vemos a mão de Deus com respeito à
salvação:
ROMANOS
9.11-16 E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o
mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por
obras, mas por aquele que chama), 12. já fora dito a ela: O mais velho será
servo do mais moço. 13. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de
Esaú. 14. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum! 15.
Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia
e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão. 16. Assim, pois, não
depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia.
- O poder de Deus é conforme a Possibilidade Dele determinar o futuro de quem quer que seja
para ir para o inferno ou não: Romanos 9.20-21. Quem és tu, ó homem, para
discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez:
Por que me fizeste assim? 21. Ou não tem o oleiro direito sobre a massa,
para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?
- Desta forma, quando Paulo afirma sobre a “Eficácia do
poder de Deus” podemos desmembrar dizendo respeito a três
dimensões do poder de Deus, que o poder de Deus é:
- Eficiente
- Eficaz
- Efetivo
- Assim sendo, podemos dizer que com respeito a
salvação, Deus faz tudo o que é necessário para a salvação dos seus
eleitos, mas também não faz somente o básico, Ele faz de forma perfeita,
exatamente como planejou e preveniu-se de toda e qualquer possibilidade
dos erros humanos interferirem no que diz respeito ao planejamento divino quanto
ao destino eterno de cada um. Mas também este poder de Deus com respeito à
salvação, é efetivo, ele se manterá por toda a eternidade:
- Citar Jhonatan Edwards, ímpios e justos nas mãos
da graça de Deus.
- Falar do poder de Deus que não está limitado à
compreensão humana.
Então, Paulo
aponta de que forma Deus usou seu poder no que diz respeito ao tema que ele vem
tratando em seu texto:
EFÉSIOS
1.20-23. o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, 21. acima de todo
principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa
referir, não só no presente século, mas também no vindouro. 22. E pôs todas as
coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à
igreja, 23. a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas
as coisas.
O
presente texto é uma continuidade do que vimos em outras pregações, não
principalmente no que diz o versículo 19, mas esta é uma conclusão de todo o
capítulo 1, que nos informa que o plano de Deus para a salvação dos seus
escolhidos antes da fundação do mundo conforme vemos no versículo 4. Que diz o Deus Pai: nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para
sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e que também este plano
de salvação é um plano do Deus Triúno onde o Deus Pai, como lemos no versículo 3 Bendito o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,; a salvação é
mostrada como também não é só uma obra de Deus o Pai, mas também de Deus o
Filho, como nos diz o versículo 5 que nos diz que é pela mediação de Jesus
Cristo e confirmada no versículo 7. no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos
pecados, segundo a riqueza da sua graça, e
não somente assim mas é pela operosidade do Santo Espírito de Deus como nos diz
o versículo 13 que ... fomos selados com o Santo Espírito da promessa; que não é só quem efetua a salvação no coração e na
alma do ser humano, mas também é Aquele que nos assegura a salvação como Aquele
que nos sela para o Dia de Cristo Jesus. Tendo como fim de toda a história a
Glória do Deus Triúno, em cada uma de suas pessoas, como vemos que é para a
glória de Deus o Pai, como está no v. 6. para louvor da glória de sua graça; para a
glória de Deus o Filho, como está no v. 12. a fim de sermos para louvor da sua glória; mas também é para a glória de Deus o Espírito como
vemos no versículo 14. o qual é o penhor da nossa herança, ao resgate da sua
propriedade, em louvor da sua glória.
E Paulo ainda nos mostra no restante dos versículos 15 a 19 que Deus age de
forma soberana e poderosa na história de forma a colocar a primazia da raça
humana na própria pessoa de Jesus Cristo que se encarnou para se tornar não só
o único Mediador entre Deus e os homens, mas também para assumir o lugar
daquele a quem estão submetidas todas as coisas.
Daqui desse ponto,
Paulo conclui que toda a história de salvação da raça humana o Deus Triúno
apresenta tão somente a pessoa do Senhor Jesus como o único Ser auto-suficente,
poderoso e capaz de assumir este papel não somente como Mediador dos homens,
mas como também Aquele que está reinando nos lugares celestiais, e é assim que
Paulo começa a encerrar a sua introdução da sua carta à igreja em Éfeso:
20. o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos O
ponto chave e distintivo do cristianismo diante de toda religião está aqui,
neste versículo. Não somente distingui o cristianismo de toda e qualquer outra
religião, mas também é o centro da fé do cristianismo. A ressurreição de Cristo
é que torna o cristão, um cristão de fato.
Não é
uma frase, ou ideologia que simplesmente se apega um homem ou uma mulher, ou
jovem ou idoso. Crer neste fato da ressurreição de Cristo é o que diferencia em
primeira, em segunda e em última instância um verdadeiro cristão do falso
cristão.
Quando Paulo
escreve aos Romanos no capítulo 10. 9. Ele diz: Se, com
a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o
ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. A crença necessária para
que seja salvo é crer que Jesus Cristo ressuscitou de entre os mortos.
Crer que alguém
ressuscitou de entre os mortos não é algo humanamente possível. Convivemos com
a morte todos os dias. Todos os dias temos notícias de que pessoas morreram.
Pessoas de todas as idades morrem, isso é um fato que não podemos esconder de
nossos olhos. Diante disso, estamos completamente certos de uma única coisa na
vida: a morte.
A morte é para nós
como uma companheira que nos assombra, não nos deixa em paz; a morte está em
todos os lugares, todas as pessoas sofrem com ela, e por isso é ela um fato que
absolutamente não pode ser negado. Ao contrário da ressurreição. A ressurreição
não é algo comum à nossa vida, não vemos notícias na TV, no jornal ou na
internet de que um morto depois de três dias tenha voltado à vida.
Esta é uma
condição com a qual não estamos nem um pouco acostumados. Outras religiões
costumam narrar uma pretensa ressurreição, mas nem uma delas uma ressurreição
corporal, elas falam de uma ressurreição espiritual da qual não existiram
testemunhas. Esta é uma peculiaridade, uma particularidade do cristianismo: a
ressurreição corporal de Cristo e que houve centenas de pessoas como
testemunhas e ainda houve incrédulos, ímpios que também testemunharam e
deixaram o registro histórico do fato.
Mas crer na
ressurreição de um morto é uma condição na qual nem um ser humano por si mesmo
é capaz de crer. Nem um ser humano possui uma habilidade natural para crer na
ressurreição de um morto. Temos a habilidade natural para crermos apenas na
morte.
Isso explica o
fato de haver muitos ateus espalhados pelo mundo, pois, muitos deles, apesar de
serem pessoas extremamente capazes academicamente, não foram capacitados
espiritualmente. Crer é um exercício espiritual que apenas Deus pode produzir
no ser humano natural depois de o ter habilitado espiritualmente.
Por este motivo
Paulo mesmo, quando escreve à igreja de Corinto ele afirma em I Coríntios 2. 14.
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
A fé, como o apóstolo
nos ensina, é um dom de Deus, é um presente de Deus para os seus eleitos e tão
somente eles têm, ou um dia terão a capacidade de crer na ressurreição de
Cristo para que assim sejam salvos.
Mas a igreja,
infelizmente, não é composta apenas de crentes verdadeiros e sinceros, que
crêem de fato na ressurreição de Cristo com todo o seu coração, por causa de
uma fé gerada em seu coração pelo próprio Senhor que nos concede para que
creiamos Nele.
Há crentes
nominais dentro da igreja que professaram a Cristo, mas no fundo de seus
corações não crêem que Ele ressuscitou de entre os mortos. A mesma razão pela
qual o ateu professo, que diz que não crê na existência de Deus vai para o
inferno, é a mesma razão pela qual o falso crente que apenas diz que crê na
ressurreição de Cristo vai para o inferno, a falta da fé verdadeira.
20...(continuando
o v.20) e
fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, 21. acima de todo
principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa
referir, não só no presente século, mas também no vindouro.
Estes versículos
ainda ecoam as palavras de Paulo aos romanos quando ele mostra a necessidade de
crer na ressurreição de Cristo para ser salvo, mas também mostra a necessidade
de se professar a Cristo como Senhor.
O assentar-se à
direita é um lugar de referência e reverência. Demonstra-se que aquele que ali
está assentado é alguém que domina sobre todas as coisas existentes. Outro dia
ouvi alguém dizer que na pregação da igreja presbiteriana não se ouve falar
muito do nome do Diabo, mas ressalta-se o nome de Deus, Jesus Cristo, e do
Espírito Santo.
Essa é uma triste
notícia para as outras igrejas que falam mais no diabo do que em Deus, pois
quando se deixa de dar a ênfase do culto no Deus Trino, parece mostrar que não
há uma consciência da soberania de Deus sobre todas as coisas. Isso é o que
Paulo vem nos mostrar com estas palavras. Cristo está acima de todo principado e
potestade e poder, aqui os outros seres celestiais, sejam eles quais
forem, bons ou maus, estão debaixo da autoridade de Cristo e de ninguém mais.
Não há um passo
sequer que o inimigo de nossas almas dê que ele não tenha que ter solicitado
autorização a Cristo para dar aquele passo. Nenhum anjo, seja ele bom ou mau
pode tomar a iniciativa, seja ela qual for, sem que ele esteja autorizado pelo
Senhor.
Não somente o
mundo espiritual de onde o Senhor vê e domina sobre todas as coisas Ele tem o
controle, mas também do mundo físico Paulo afirma no versículo 22: e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no
presente século, mas também no vindouro. O
domínio e os outros nomes mencionados se referem a pessoas de renome em todo o
mundo, poderosas, reis, príncipes, presidentes, ditadores, seja lá qual for o
nome ressaltado na história humana, ele sempre esteve debaixo da soberania de
Cristo. Não somente eles, mas aqueles que nem ainda nasceram estarão na mesma
condição que seus antepassados.
22. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e
para ser o cabeça sobre todas as coisas,
Aqui é onde se
mostra que tanto o mundo espiritual quanto o mundo físico estão sob o domínio
de Cristo. Não existe nenhum só lugar neste universo, não existe nenhum só ser
vivente que não esteja debaixo da ordenação e soberania de Cristo. Todas as
coisas estão debaixo de sua ordenação e orientação.
Ele, como cabeça
da igreja, é aquele que dirige a tudo e a todos, sem exceção. O coração dos
incrédulos não recebe a fé necessária para crer em Cristo, por que eles não
foram eleitos conforme vimos no versículo 4, para serem santos, mas foram
criados para o dia da ira... Deus endurece o coração daquele que não é eleito
para que ele não creia, por isso Paulo conclui em Romanos 9.18. Logo, tem ele misericórdia de
quem quer e também endurece a quem lhe apraz. É desta forma que Deus
será glorificado também na condenação do ímpio, pois esse condenado estará
servido ao propósito para o qual ele foi criado.
O ímpio foi criado
para a perdição eterna, esse é o propósito de sua existência como afirma Paulo
em Romanos 9.
22. Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o
seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a
perdição,
É por este motivo
que quando o ímpio for para o inferno e condenado para a eternidade de
sofrimento, Deus também será glorificado, pois o ímpio estará cumprindo o
propósito de Deus para sua existência.
É por este motivo
que Paulo no início do capítulo 1 da carta aos Efésios, ele glorifica a Deus
pela vida dos crentes, pois estes também estarão cumprindo o propósito de Deus
para suas vidas, o propósito de serem santos, como ele diz no versículo 3. Bendito o Deus e
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de
bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo,... desta forma o crente, na sua salvação,
glorificará a Deus por cumprir a razão de sua existência, e da mesma forma o
ímpio glorificará a Deus pela razão de sua existência, um para salvação e outro
para condenação. Não é sem motivo que também está escrito que “todo joelho se
dobrará, e toda língua confessará que
Jesus Cristo é o Senhor”.
O
senhorio de Cristo não se resume também a um mero falar da boca para fora. É
necessário que se confesse sim a Cristo como Senhor de nossas vidas.
- Falar
de como se comportar tendo a Cristo como Senhor (obediência por amor)
- Falar
de como se comporta o falso crente que diz que tem a Cristo como Senhor
- Falar
do idolatra que põe outros senhores ao lado de Cristo
- Falar
do ateu que põe a si mesmo no lugar de Cristo.
22...o deu à igreja, 23. a qual é o seu
corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
- Falar
da autoridade delegada de Cristo à igreja
- Falar
da conversa de Jesus com Pedro em
MATEUS 16. 16. Respondendo Simão Pedro,
disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. 17. Então, Jesus lhe afirmou:
Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to
revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. 18. Também eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
- O
FUNDAMENTO DA IGREJA É CRISTO E NÃO PEDRO, o SENHOR DA IGREJA É CRISTO E
NÃO O PAPA.
- ZACARIAS
10· 4. De Judá sairá a pedra angular; dele, a estaca da tenda;
dele, o arco de guerra; dele sairão todos os chefes juntos.
- ·ATOS 4·
11. Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se
tornou a pedra angular
- A
base da igreja é o firme fundamento de que jesus cristo é o messias, o
deus encarnado que veio ao mundo, sofreu e morreu pelos seus eleitos e
ressuscitou de entre os mortos e a igreja que foi construída sobre esta
base tem um fundamento sólido do qual ela não pode ser removida, nem mesmo
os poderes do inferno poderão contra ela. Mas, isso não quer dizer que o
inferno não tentará fazer isso.
- I Pedro 3.15 -
15 antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, - Mas
como diz o apostolo a igreja é o corpo de Cristo, ou seja as paredes que
foram levantadas sobre o fundamento que é Cristo somente. Não pode haver
outro fundamento na igreja, não pode haver outro senhor, ou senhora,
apenas um único Senhor.
APLICAÇÃO:
Quando falamos
acerca da onipotência divina, devemos entender e aplicar essa questão também ao
homem no que diz respeito a ideia do livre arbítrio.
O homem não possui
livre arbítrio. Essa é uma mentira que precisamos combater intensamente. Livre arbítrio-
possibilidade - a vontade humana não pode fazer qualquer coisa, pois é escrava
de seus desejos e impulsos. Assim, o homem só pode fazer aquilo que é
delimitado por sua própria consciência, pelos seus próprios desejos, pela
escravidão em seu próprio pecado. Vontade do homem não é livre e não o habilita
a fazer qualquer coisa.
Livre arbítrio,,,
o único ser existente que de fato possui livre arbítrio é Deus
Onipotência fazer
qualquer coisa - sobrenatural
Onipotência fazer
qualquer coisa - possibilidade
- Eficiente
- Eficaz
- Efetivo
- Eficiente: fazer o básico o que se manda, ou o
que é de sua obrigação
- Eficácia – é que se antecipa a tudo o que é necessário
para que o que se pretende fazer, seja feito de forma próxima à perfeição
daquilo que pode ser feito, e prevenindo também contra coisas inesperadas.
Mas esta é uma definição de eficácia para o ser humano, em Deus podemos
afirmar que Ele se antecipou a tudo, determinando todas as coisas, e
fazendo com que as coisas acontecessem do seu modo, conforme Ele tinha
planejado, e de forma tão perfeita quanto planejou, sem haver qualquer
falha em seu planejamento.
- E efetividade é a capacidade de manter-se sempre
fazendo o que se sabe fazer sem deixar cair o ritmo.
- Historicamente
a igreja perdeu seu fundamento, abriram-se valas ao lado do alicerce
original, ao fundamento da igreja que é Cristo, e se colocaram alicerces
de madeira, feno, e palha ao lado da Pedra Angular. Outros senhores e
senhoras foram colocados ao lado de Cristo como se a igreja não fosse
subsistir sem eles. Mas o que não subsistirá serão aqueles que assim
procederam e não subsistirão aqueles que assim crêem.
- Mas
nos nossos dias muitos outros fundamentos têm sido apresentados aos homens
como sendo algo necessário para a vida cristã. Muitos cristos têm sido
pregados e ensinados nas igrejas, na televisão, na sala de aula,
- A
igreja do Senhor JESUS precisa reconhecer, e conhecer profundamente quem é
o verdadeiro Senhor Jesus Cristo. Quem de fato está destacado nas páginas
da Escritura Sagrada, e se é esse que está sendo pregado e ensinado
àqueles que se dizem cristãos.
- A
igreja precisa assumir o comportamento ideal dos ouvintes de Paulo que eram
de Beréia examinando as Escrituras: o crente individualmente em sua casa
precisa fechar as portas para o falso evangelho; precisa desligar a sua
televisão quando o falso está sendo pregado... nem mesmo ouça aquilo que
possa lhe causar confusão ou obscurecer o seu entendimento sadio
fundamentado tão somente na Bíblia.
Que Deus tenha misericórdia de nossas vidas.
Sétimo
Sermão: Efésios 2.1-3 -7º Culto
Ele vos deu vida,
estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2.os quais andastes outrora,
segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito
que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós
andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da
carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os
demais.
O apóstolo,
durante todo o capítulo 1, faz apenas uma explanação geral sobre o conteúdo que
será tratado durante a epístola. Via
de regra, todas as epístolas têm este aspecto de escrita. Onde se parte do
geral para o particular. Para uma boa contextualização de qualquer versículo de
uma epístola, é necessário ter conhecimento dos propósitos gerais da carta, e
dos propósitos específicos de cada parte da carta.
Originalmente, a
carta aos Efésios, bem como o restante da Escritura não continham as divisões
de capítulos e versículos. Estas
divisões foram inseridas a fim de facilitar os estudos e para melhor
compreensão temática de cada parte do texto.
Quando terminamos
o capítulo um desta carta aos Efésios, não quer dizer que esses assuntos tenham
terminado, mas vê-se que há uma continuidade de todos os assuntos tratados no capítulo
um no restante da carta, e que agora, no
capítulo dois, ele vai tratar um dos assuntos trazidos no capítulo um de modo
mais específico, mais detalhado.
Quero fazer uma
breve explanação do capítulo um para então vermos nele como que de forma geral
Paulo tratou do assunto que passa a ser detalhado no capítulo dois de modo
detalhado.
Inicialmente
Paulo, antes de sua conversão, um judeu, fariseu, o maior exemplo de nacionalista
e defensor do judaísmo; inicia, agora, sua carta escrevendo a uma igreja formada
por gentios, por gente de outros povos que não tiveram a oportunidade de
receberem a revelação escrita da Palavra de Deus, não tiveram a oportunidade de
conhecer a Deus em outros tempos e que eram, por isso, desprezados pelos
judeus.
E a forma com que
Paulo trata estas pessoas é assombrosamente maravilhosa, quando já no primeiro
versículo ele chama aqueles seus leitores da igreja de Éfeso, de santos. V.1Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, aos santos
que vivem em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus, ainda é de se espantar mais ainda quando no v.2 ele deseja que aqueles gentios recebam paz e graça da
parte de Deus e da parte de Jesus Cristo.
Veja que em todo o
capítulo 1 Paulo se coloca como sendo um igual a esses gentios que tanto eram desprezados
por Judeus como Paulo fazia no seu passado. Veja que no versículo 2 ele diz: nosso Pai; no v.3 nosso Senhor
Jesus Cristo; nos tem abençoado; v. 4 nos escolheu; para sermos; v.5 nos
predestinou... em toda a extensão da escrita de Paulo ele se coloca
juntamente com os gentios na mesma categoria. Os trata como irmãos.
Como tal mudança
foi possível na vida de alguém da categoria e criação de Paulo? O normal para
alguém daquela estirpe era de odiar os gentios, de não se misturar, nem mesmo
se aproximar, ou ter convivência com eles, e Paulo agora os chama de irmãos?
O que levou Paulo a mudar de
forma tão radical quanto ao seu modo de viver, de se comportar, de falar?
Quando chegamos ao versículo sete do primeiro capítulo, Paulo começa a falar de
forma geral sobre um dos assuntos que ele irá tratar posteriormente.
É o mesmo assunto
que se percebe no texto que iniciamos, hoje. No versículo 7 Paulo menciona
a remissão dos pecados pelo sangue de Cristo.
De fato este é o assunto que Paulo vai tratar de agora em diante. Na
primeira parte da carta ele menciona várias doutrinas e depois vai tratá-las
uma a uma de forma mais prática.
No capítulo 1.7
ele menciona a doutrina da remissão dos pecados; e agora ele vai mostrar como
Deus fez, faz e ainda continuará fazendo isso até o dia da volta de Cristo. Não viver a vida sabendo que
Deus preordenou todas as coisas e encaminha e faz com que estas coisas
aconteçam, ou seja, como Deus põe em execução todos os seus planos, é o mesmo
que viver como um ateu que não crê na existência de Deus. Deus age na vida das
pessoas, ou Ele age para que sejam salvas, ou Ele faz com que seus corações
sejam endurecidos para que permaneçam na ignorância.
Paulo diz que Deus nos escolheu
antes que houvesse mundo, v. 4; diz também que Deus nos predestinou para Ele, v.5; que Deus
derramou sobre nós em toda a sabedoria e prudência para que conhecêssemos qual
o seu propósito para a humanidade, v.9. E aqui precisamos destacar qual é este
propósito, e ele diz de forma clara no versículo 10: “de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as
da terra”. Todas as coisas
convergem para uma pessoa, um único Ser sem o qual nenhuma vida humana seria,
ou será salva do inferno; e este Ser é Jesus Cristo. É o que nos diz o ver. 9 e
10 (LER). Ephesians 1:9-10
9 desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu
beneplácito que propusera em Cristo, 10 de fazer convergir nele, na
dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as
da terra;
É por esse motivo que Jesus
afirmou de forma clara, categórica e enfaticamente dizendo: “sem mim, nada
podeis fazer”. Não existe cristão sem Cristo, não existiria cristão
se Cristo não tivesse vindo ao mundo, tivesse sido morto e tivesse
ressuscitado. E agora tão pouco haveria perdão de Deus para os nossos pecados
se não fosse a pessoa do Senhor Jesus Cristo.
Mas, veja que
toda esta exposição até o momento não vimos o que foi que proporcionou a
mudança em Paulo e que o levou a chamar a gentios de irmãos e tratá-los com
amor e dignidade devida aos filhos de Deus.
- Não
existe nada na raça humana que possa lhe dar condições de mudar a vida
desta forma tal qual a vida de Paulo foi mudada;
- não
existe nada na raça humana que possa fazer com que Paulo pudesse afirmar
que os seus pecados e os pecados de seus ouvintes tivessem sido apagados
Mas o que tornou isso possível foi o poder de Deus
como está no versículo 19> e qual a suprema grandeza do seu poder par com os que
cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
E Paulo ainda nos diz no
versículo 20 que foi com este poder que Deus ressuscitou a Cristo Jesus de
entre os mortos e é com este mesmo poder que ele dá a vida eterna aos homens.
Quando lemos no capítulo
2.5 e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo,
-- pela graça sois salvos podemos entender que a morte espiritual é
a condição de todo ser humano natural. Mas esta não era a intenção de Paulo ao
escrever o versículo
1. Quando lemos na nossa versão: “Ele vos deu vida...” não podemos
deixar de observar que na língua original esta parte do versículo não existe. O
texto original no versículo 1 é apenas “E VÓS ESTAVAM MORTOS EM SEUS DELITOS E PECADOS”.
- FALAR DA CONDIÇÃO QUE
PAULO PRETENTE ENFATIZAR SOBRE O CONHECIMENTO QUE OS EFÉSIOS DEVERIAM TER
ACERCA DA SUA CONDIÇÃO NATURAL DE PECADOR...
- FALAR QUE CONSTANTEMENTE
ESTAMOS TENTANDO ALCANÇAR A SALVAÇÃO PELO MÉRITO
- FALAR DA NOSSA
INCAPACIDADE NATURAL DE RECONHECER O QUE DE FATO É O PECADO EM NOSSAS VIDAS
- FALAR DA PROFUNDIDADE DO
PECADO E DE QUÃO GRANDE FOI O AMOR DE DEUS POR NÓS QUE NOS FEZ SERMOS
ABENÇOADOS NAS REGIÕES CELESTIAIS, V. 3....
A condição natural
de pecado do homem desde adão é uma condição eterna: uma ofensa a um deus
eterno merece uma punição eterna (inferno).
- FALAR DO ÓDIO DE DEUS AO
PECADO, POR ISSO MESMO A CONDIÇÃO NATURAL DO HOMEM DIANTE DE DEUS É SERVIR
DE ALVO DA IRA DE DEUS SOBRE ELE,
Todo homem tendo
uma dívida de pecado, uma ofensa a Deus que o criou e sendo este Deus eterno, Deus
imputa ao homem a responsabilidade por cada um de seus atos. E este homem
despreza a Deus, despreza sua grandeza; despreza o ato de Cristo na cruz quando
tenta explicar sua vida cristã baseada em coisas que ele faz.
- (UTILIZAR FRASES COMUNS
QUE ALGUNS DIZEM) POR QUE EU FIZ ISSO, POR FIZ AQUILO OUTRO; POR QUE EU
SOU ASSIM...
Falar que o homem
que assim procede ainda não tem o conhecimento da dimensão de seu pecado de sua
condição diante de Deus. Não se reconhece pecador e carente de salvação.
Daí a necessidade do Homem Eterno pagar pelos pecados
daqueles outros homens que o próprio Deus mesmo quer tê-los consigo na
eternidade, aqueles escolhidos antes da fundação do mundo para serem santos e
predestinados para serem filhos de Deus.
Por isso a condição
pecaminosa do homem é terrível pois exigiu de Deus o Filho, o Eterno pagar
pelos pecados dos seus escolhidos. É por isso que Paulo afirma que o mesmo
poder que fez com que Cristo ressuscitasse é o mesmo poder que fez com que os
humanos, mortos ambulantes pudessem ser elevados para a categoria de vivos
espirituais, servindo ao único Deus vivo e assim serem chamados de irmãos.
V.2os quais andastes
outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do
espírito que agora atua nos filhos da desobediência;
- Falar
do que paulo queria ressaltar no v. 2. Mostrar aos efésios que naõ havia
merito algum nas obras que eles faziam.
- Falar
da condição a que o mundo está. Segundo o principe da potestade do ar... O curso do mundo... Vai
com a maioria...
Aqueles que não foram alcançados pela graça,pela
misericórdia continuam neste mesmo rumo, rumo ao inferno.
·JOÃO
7·7. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a
seu respeito de que as suas obras são más.
A CONTRAMÃO DO MUNDO... o mundo é como um rio onde
todos os seres mortos descem na direção da correnteza e apenas os peixes vivos,
são como os crentes que conseguem ir
contra a correnteza, contra o rumo do mundo.
2:3
entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da
nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por
natureza, filhos da ira, como também os demais.
Paulo
se coloca na mesma condição anterior dos Efésios. Alvos da ira de
Deus.
- Jesus
te ama??? Adesivos, abordgens em evangelismo, até placa de sítio... tem
sítio com o nome de Jesus Te Ama... bem vindo ao sítio Jesus te ama... ama
mesmo? A quem Ele ama?
- John 3:16
16 Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. - A conclusão pode ser vista no versículo 36: John
3:36
36 Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus. - Matthew 16:24
24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. - Cruz
é morte... o condenado a morte deveria levar sua própria Cruz.. é isso que
Cristo está afirmando... que para vc seguí-lo vc deve morrer... morrer
para que?
- Ephesians 2:3
entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; Sendo conduzidos pela própria carne... diverge do que hoje é selado pelo Espírito, é conduzido pelo Espírito.. v.13.
Isso
por que o mesmo poder que nos ressuscitou e que nos elevou de uma categoria
espiritual decadente e morta em pecado, agora vivos somos conduzidos por aquele
que está acima de todo principado e potestade e poder e domínio ou mesmo nome
importante entre os homens que se possa haver v. 21 e 22.
Carregamos o nome
de Cristãos... carregamos o nome de Cristo sobre os ombros e a Ele devemos nos
inclinar, e render-lhe glória e domínio.
A ênfase de Paulo
nestes primeiros versículos é tão somente demonstrar a condição miserável a que
antes os crentes estavam e ainda agora os ímpios estão. À parte de Cristo o que resta
é a ira de Deus da qual nenhum ser humano impenitente escapará. Deus odeia o
pecado e condenará ao inferno todo pecador que não se submeter ao jugo de
Cristo.
Aplicar
·
Igreja – luz do mundo, sal da terra.... insípido é que
não faz qualquer diferença onde está... sem sabor..
·
Se antes mortos e agora vivos – santificação
·
Se ainda mortos, necessita conversão mudança de vida, atitude, mudança de palavras,
pensamentos,
·
E se ainda pecar, confiar em Cristo recorrendo ao seu
perdão
Que Deus tenha misericórdia de nós.
Oitavo Sermão: Efésios 2.4- 10
4. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, 5.
e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo,
-pela graça sois salvos, 6. e,
juntamente com ele, nos ressuscitou, e
nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; 7. para mostrar, nos séculos
vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo
Jesus. 8. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós;
é dom de Deus; 9. não de obras, para que ninguém se glorie. 10. Pois somos
feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas.
Como vimos em
pregações nos textos anteriores, Paulo escreve para a igreja em Efeso, na qual
haviam pessoas de diversas origens e religiões, inclusive vindas de religiões
pagãs.
A realidade da
igreja daquele tempo não era uma realidade favorável para seu crescimento, nem
mesmo para divulgação do evangelho. O império romano perseguia a igreja. A própria
igreja de Éfeso, uma para as quais a carta de Apocalipse foi escrita, foi uma
igreja perseguida. O próprio Senhor Jesus afirmou isso em Apocalipse: Revelation 2:2-3
2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança,
e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos
se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3 e tens
perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste
esmorecer.
Entretanto, apesar
do contexto desfavorável, a igreja de Cristo crescia entre todos os povos. A
perseguição não abafou o evangelho, pelo contrário, ao espalhar os crentes no
mundo por meio da perseguição, o império romano acabou fazendo com que o número
de cristãos aumentasse cada vez mais. Cada cristão que tivesse sido perseguido
e fugido para outro local, ele levava o evangelho consigo. Eles se tornaram
missionários levando o evangelho a toda parte.
Mas, enquanto a
igreja de Éfeso ainda existia, ali, como dissemos, haviam pessoas de várias
origens, pagãs, inclusive, mas também judeus.
Paulo trabalha a
questão da unidade da igreja nessa carta em torno do evangelho, e independente
da nação ou da religião de origem, Paulo demonstra que a igreja é chamada com
um propósito único para todos os crentes e eles devem lutar por esse propósito.
E é exatamente esse o ponto chave da nossa pregação de hoje: a igreja é chamada com um propósito único
para todos os crentes e eles devem lutar por esse propósito.
Desta forma, aqui
o apóstolo começa seu relato da gloriosa mudança que se operou neles. Ele parte
do princípio de que independente da origem de qualquer crente, a mudança
operada foi a mesma em todos. Necessariamente estaremos fazendo a exposição com
os versículos fora de ordem, a bem de manter a unidade da lógica do texto em um
mesmo momento de explicação.
Então, de início
Paulo afirma: 4. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou,
Segue-se agora o
segundo membro da sentença, a substância de que é que Deus tinha mostrado aos
Efésios a destruição a que estavam sujeitos anteriormente, mas as palavras que
ele emprega são diferentes. Quando ele afirma que Deus, que é rico em
misericórdia, avança juntamente com significado de nossas vidas em Cristo. Isso
é que, não existe qualquer outra vida do que o que se respira em nós se não é
por Cristo, de modo que começamos a viver espiritualmente somente quando
estamos enxertados nele, e desfrutamos a mesma vida com ele mesmo. Isto nos
permite ver o que o apóstolo mostrou anteriormente o significado de morte, para
que a morte e esta ressurreição são trazidas, em contraste. Para sermos feitos
participantes da vida do Filho de Deus, para sermos vivificados por um só
Espírito, isso é um privilégio inestimável.
Por este motivo,
Paulo exalta a misericórdia de Deus, ou seja, por suas riquezas, que foram
derramadas de uma forma singularmente grande e abundante de forma a causar uma
tremenda mudança.
I.
por quem e de que maneira
, foi provocada e realizada essa mudança tanto negativamente quanto
positivamente?
1 . Negativamente : podemos ver em
alguns versículos que o aspecto positivo da mudança de vida de todos os crentes
não teve início nos próprios crentes: v. 8 não vem de vós ,. Nossa fé , nossa conversão , e
nossa salvação eterna , não são o mero produto de todas as habilidades naturais
, nem de qualquer mérito nosso : v. 9 Não vem das obras ,
para que ninguém se glorie ,. Essa mudança não é levada a acontecer
por qualquer coisa feita por nós, e, portanto, toda glória é excluída , e quem
não deve glórias glória em si mesmo, mas deve gloriar-se no Senhor. Não há
espaço para qualquer homem estar se gabando de suas próprias habilidades ou poder,
ou como se ele tivesse feito qualquer coisa que possa merecer esse imenso favor
da parte de Deus. O conjunto da nossa salvação é aqui atribuído à misericórdia
de Deus.
2 . mas por outro
lado temos o aspecto positivo da
afirmação o autor da mudança : v. 4 . Mas Deus, que é rico em misericórdia , etc O próprio Deus é o autor desta
grande e feliz mudança, e seu grande amor é a causa de que primeiramente e
frontalmente , ele resolveu mostrar misericórdia. O amor é a sua inclinação
para fazer-nos bem considerando-nos simplesmente como criaturas; percebam que
Deus dispensou sua misericórdia mesmo tendo nos considerado no passado como
apóstatas e, como criaturas miseráveis .
Isto é ainda mais
um declaração expressa, de que tudo foi devido à bondade imerecida, pois ele
declara que Deus foi movido por essa única consideração. 1 João 4:10,19 Nisto consiste o amor: não em
que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho
como propiciação pelos nossos pecados. 19 Nós o amamos porque ele nos amou
primeiro. " "Aqui ", diz João ", é o amor, não
em que nós tenhamos amado a Deus , mas foi Ele que nos amou e essa foi a razao
pela qual fomos ressuscitados, e também a razão pela qual passamos a entender,
crer e aceitar o evangelho de Cristo para então amar a Deus como resposta ao
seu imensurável amor.
Observe-se, o amor
eterno de Deus ou de boa vontade para com suas criaturas é a fonte de onde
todas as suas misericórdias atestam – segurança para que nós continuemos, e que
o amor de Deus é o grande amor, e que a misericórdia Dele é imensa, Ele é rico
em misericórdia, indizivelmente grande e inesgotável.
E, em seguida, 5. e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
juntamente com Cristo, -pela graça sois salvos, ( v. 5) pela graça sois salvos,
e v 8. pela graça sois salvos, mediante a fé que é dom de Deus,
Nota : Todo pecador convertido é um pecador salvo . Tais pecadores salvos são
libertos do pecado e da ira, e são levados a um estado de salvação, e um
direito é dado a eles pela graça para a felicidade eterna.
A graça que os
salva é a bondade imerecida, graça e favor de Deus, e o crente, miserável
pecador, então recebe a salvação, não pelas obras da lei, mas pela fé em Cristo
Jesus, por meio do qual eles vêm para participar das grandes bênçãos do
evangelho; e tanto que a fé e que a salvação sobre a qual ele tem uma
influência tão grande é o dom de Deus.
Este versículo têm
a mesma ênfase que expressões semelhantes em outra epístola. "Porque,
quando ainda estávamos sem força, no devido tempo, Cristo morreu , por ímpios.
- Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que , quando éramos ainda
pecadores, Cristo morreu por nós. " (Romanos 5:6,8 ).
As palavras: “pela graça sois
salvos”, estão perfeitamente de acordo com o contexto. Os escritos
bíblicos sempre nos mostram como se não tivessem suficientemente proclamado as
riquezas da Divina Graça, e, portanto, expressa, por uma variedade de termos, a
mesma verdade, que tudo relacionado com a nossa salvação deve ser atribuído a
Deus como seu autor.
Os grandes objetos
da fé são dados a conhecer por revelação divina, e fez credível pelo testemunho
e evidências que Deus nos deu, e que acreditamos que para a salvação para obter
a salvação através da fé é inteiramente devido à assistência da divina graça,
Deus ordenou tudo de modo que o todo deve aparecer para ser de graça. Observe-se,
II.
Onde esta mudança
consiste, em muitos pormenores, respondendo à miséria do nosso estado natural,
alguns dos quais são enumerados nesta seção, e outros são mencionados abaixo. 1
. Nós, que éramos
mortos somos então vivificados (v. 5) , somos salvos da morte do
pecado e passamos a ter um princípio de vida espiritual implantado em nós.
Graça na alma é uma nova vida na alma. A morte bloqueia os sentidos , a morte
espiritual funciona como selos de segurança de todos os poderes e faculdades ,
faz assim então um estado de pecado. É por isso que o vivificador de nossas
almas, o Espírito Santo se torna o Selo de todo aquele que recebe a graça de
salvação. Desta forma a graça abre o entendimento para entender, aceitar e crer
no evangelho de Cristo.
A Graça desbloqueia
e abre tudo, e amplia a alma. Observe-se, Um pecador regenerado se torna uma
alma viva: ele vive uma vida de santificação, tendo nascido de Deus, e ele
vive, por meio de Cristo no cumprimento da lei, a ser entregue a partir da
culpa do pecado pelo perdão e graça justificadora .
6. e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar
nos lugares celestiais em Cristo Jesus;Ele nos deu vida
juntamente com Cristo. Nossos
resultados espirituais de vida de nossa união com Cristo , é nele que vivemos
: JOÃO 14·19. Ainda por um pouco, e o mundo não me
verá mais; vós, porém, me vereis; porque eu vivo, vós também vivereis.
2 . Nós, que estávamos, literalmente mortos e enterrados em nossos pecados,
fomos ressuscitados, v 6.
Embora alguns
comentaristas afirmem que esta ressurreição é aquela predita para o dia do
Juízo Final, muitos fogem de apresentar o texto tal qual vou me incumbir de
mostrar, é tão somente para dar base a uma heresia chamada de Pré-milenismo.
O pré-milenismo
diz que ainda acontecerão duas ressurreições e que esse texto de Efésios é uma
expectativa do crente com base na ressurreição de Cristo. A questão que a torna
heresia, é que os crentes ainda não foram ressuscitados. O problema é saber de
fato o que é a primeira ressurreição, pois essa primeira ressurreição vem
acontecendo ao longo dos séculos. Daqui a pouco explico.
Mas, o que resta
ainda a ser feito, é que se cumpra a segunda ressurreição. Esta ressurreição aqui,
no texto de Paulo, é a primeira ressurreição. Na verdade estamos vivos
espiritualmente (ressuscitados) em virtude de nossa união com Cristo, a quem
Deus ressuscitou dentre os mortos. Quando ele ressuscitou a Cristo dentre os
mortos, ele fez de fato ressuscitar todos os crentes, juntamente com ele, tendo
eles (os crentes) um cabeça em comum, e quando Ele (Cristo) colocou- se à sua
direita (de Deus Pai) nos lugares celestiais, ele adentrou ao santo dos santos,
como lembra o autor de Hebreus e glorificou aos crentes juntamente com ele,
Estando Ele ressuscitado e exaltado, como cabeça da igreja, nos fez assentar
nos lugares celestiais através dele mesmo, Cristo Jesus .
Em Apocalipse
Cristo fala a João: 20.6 “Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira
ressurreição, sobre esses a segunda morte não tem autoridade...”
Há quem entenda
que a primeira ressurreição ainda não aconteceu, por que esperam que seja uma
ressurreição do corpo, ao invés de uma ressurreição da alma como afirmou Paulo
na carta aos Efésios. E, não é difícil de perceber que esses que acham que
primeira ressurreição não aconteceu, é porque precisam dar fundamento a sua
heresia.
Mas se percebermos
que a referência que Jesus faz acerca da segunda morte é a condenação ao lago
de fogo e enxofre após o juízo final, como é dito no próprio contexto de
Apocalipse 20 e expresso no versículo 14, podemos ver claramente que só não serão
lançados ali os verdadeiramente convertidos, ou nas palavras de Paulo aos
Efésios: aqueles que foram ressuscitados juntamente com
Cristo.
Desta maneira,
vemos que a primeira ressurreição vem acontecendo a cada momento, a cada
instante na vida de todos aqueles que recebem vida espiritual da parte de Deus,
mesmo eles não merecendo, mesmo eles não entendendo, mesmo eles estando mortos
nos pecados. Então, pela graça Deus lhes ressuscita nesse momento, lhes dando
vida espiritual e capacitando-os a entender, aceitar e crer no evangelho de
Cristo.
Mas, ao mesmo
tempo em que os crentes recebem bênçãos celestiais, pecadores não redimidos
rolam suas almas na lama. As almas santificadas assentam-se nos lugares
celestiais, elas são levantadas acima do mundo, o mundo não é nada para eles,
em comparação com o que tem sido, e em comparação com o que o outro mundo é.
Os santos não são
apenas os homens livres em Cristo, mas eles são assessores com ele, com a ajuda
de sua graça que elevaram com ele acima deste mundo e para conversar com o
outro mundo, o espiritual, e vivem na expectativa constante do mesmo. Por isso
no contexto de Apocalipse 20 é dito que os que participam da primeira ressurreição
reinam com Cristo. Eles não são apenas os servidores para o melhor dos mestres,
para o melhor dos trabalhos, mas eles são exaltados para reinar com Cristo,
eles se assentam no trono com Cristo, como ele assentou-se com o seu Pai no seu
trono.
Observe o que é o
grande projeto e objetivo de Deus na produção e efetuar essa mudança: E isso,
um em relação aos outros: 7. para mostrar, nos
séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em
Cristo Jesus., A causa final e verdadeira - a glória de Deus - Volta
a ser mencionada, que os Efésios, tornando-a objeto de estudo sério, poderiam
ter a mais plena certeza de sua salvação e para que também pudesse deixar
gravado, dar uma amostra e prova da
imensa bondade e misericórdia, para o encorajamento dos pecadores no tempo
futuro. Para nós, para mim, para você, para que nós também tenhamos esperança na
graça e misericórdia de Deus e que fossem aplicadas em nossas vidas.
Assim, Paulo
também acrescenta, que era o desígnio
de Deus para mostrar, em todas as eras, este conhecimento de tão grande
bondade, de tão grande misericórdia. Esta mostra ainda mais fortemente
o caráter odioso daqueles que atacaram o chamado livre dos gentios, porque
estavam se esforçando instantaneamente para esmagar esse projeto divino para a
humanidade que estava destinado a ser conhecido por todas as eras.
Mas nós, também,
somos instruídos por ele, que a misericórdia de Deus, que temos o prazer de perceber
que nossos pais foram inseridos no número do próprio povo de Deus, e isso
merece ser tido em memória eterna. A vocação dos gentios é uma obra
impressionante da bondade divina, que deve ser transmitida pelos pais para
filhos e de seus filhos crianças, que nunca podem ser esquecidos ou não
reconhecidos pelos filhos de homens.
Ephesians 2:8-9
8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. Deus, tendo isso
em seu projeto, pobres pecadores esses devem perceber que há aqui um grande
incentivo a partir desse projeto divino. E o que não podemos esperar de que tanta
graça e bondade para que esta mudança venha acontecer, mesmo que por uma mínima
participação que tenha qualquer início em nós mesmos. Mas tão somente por meio
de Cristo Jesus, e por meio do qual Deus transmite todo o seu favor e bênçãos
para nós.
8. Pela graça sois salvos mediante a fé..
Esta é uma
inferência a partir das outras declarações. Tendo tratado da eleição e da
vocação eficaz, ele chega esta conclusão geral, que tinham obtido a salvação
pela fé.
Em primeiro lugar,
ele afirma que a salvação dos efésios era inteiramente a obra, a obra da graça
de Deus. Mas então eles tinham obtido esta graça por meio da fé. De um lado,
temos de olhar para Deus, e , por outro , pelo homem . Deus declara: que Ele
não nos deve nada, de modo que a salvação não é uma recompensa ou castigo, mas
produto da graça.
A próxima pergunta
é, de que forma é que os homens que recebem salvação que lhes é oferecido pela
mão de Deus? A resposta é, por fé, e, portanto, ele conclui que nada
relacionado com ele é o nosso próprio eu.
A fé é dom de Deus. Se, da parte de Deus, é graça, e se nós não trazemos
nada, mas a fé, que nos tira toda a recomendação, pois essa é presente de Deus,
segue-se que a salvação não vem de nós.
Não deveríamos, em
seguida, ficar em silêncio sobre o livre - arbítrio, e boas intenções, e
preparações imaginárias, e os méritos e satisfações? Não é nenhum desses que
não reivindica uma quota de louvor na salvação dos homens, de modo que a louvor
da graça não, como Paulo mostrou, permanece inalterada. Quando, em parte do
homem, o ato de receber a salvação é feita a consistir na fé sozinho, todos os
outros meios, em que os homens estão acostumados a contar, são descartados.
A fé, então, traz
um homem vazio de Deus, que ele pode ser preenchido com as bênçãos de Cristo. E
assim, ele acrescenta, não vem de vós; alegando que nada provém de nós
mesmos. O que nos resta é apenas reconhecer a Deus como o autor e consumador de
toda a obra de sua salvação.
Pois nem mesmo a
fé provém dos pecadores, mas é dom, um presente de Deus dado a nós por meio de
Cristo.
9. Não de obras para que ninguém se glorie.
·
Vemos que ele havia
dito, que a salvação é de graça , agora ele afirma que " é dom de Deus.
"
·
Ao invés do que ele
havia dito: " não vem de vós ", ele agora diz: " Não vem das
obras."
Daí nós vemos ,
que o apóstolo não deixa nada aos homens na aquisição da salvação. Nestes três
frases:
·
não vem de vós , -
·
é o dom de Deus –
·
não de obras, -
Paulo abraça a substância de seu longo argumento nas
Epístolas aos Romanos e aos Gálatas , que a justiça vem a nós a partir da
misericórdia de Deus somente, e que nos é oferecida em Cristo pelo evangelho ,
- e esse é recebido pela fé que não é nossa, e ainda sem qualquer mérito das
obras, de qualquer coisa que façamos.
Esta passagem
proporciona uma fácil refutação da objeção inativa por que papistas tentam
fugir do argumento, que somos justificados sem as obras. Eles nos dizem que
Paulo está falando sobre cerimônias. Mas a presente declaração do apóstolo não
é restrita a uma classe de obras. Nada pode ser mais claro do que isso.
A toda a justiça
do homem, que consiste em obras, - ou melhor, o conjunto homem, e tudo o que
ele pode chamar de seu, é posto de lado. Devemos participar para contrastar
entre Deus e o homem , entre graça e obras. Porquê Deus deve ser contrastado
com o homem, se a controvérsia relacionada a nada mais de cerimônias?
Os próprios
romanistas são obrigados a ver que Paulo atribui à graça de Deus toda a glória
da nossa salvação, mas há um esforço para acabar com esta admissão por outro
artifício. Este modo de expressão, dizem os romanistas, é empregado, porque
Deus concede a primeira graça.
É realmente
absurdo imaginar que eles podem ter sucesso, desta forma, uma vez que Paulo
exclui o homem e sua maior capacidade, - não só desde o início, mas por toda
parte, - exclui o homem de todo o trabalho de obter a salvação.
Mas é ainda mais
absurdo ignorar inferência do apóstolo, para que ninguém deva se vangloriar.
Algum artifício, uma parte da salvação deve permanecer sempre para a vanglória
do homem, desde como, independentemente da graça, méritos são de qualquer
proveito dentro da teologia romanista. Assim, eles derrubam a doutrina de
Paulo, a não ser que todo o louvor seja prestado somente a Deus e à sua
misericórdia, eles negam o que Paulo está afirmando.
No que diz respeito aos próprios pecadores
regenerados: Ephesians
2:10 Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus. Parece
que tudo é de graça, porque todas as nossas vantagens espirituais são de Deus.
Somos feitura dele, ele quer dizer a respeito da nova criação, não só como
homem, mas como santos. O novo homem é uma nova criatura, e Deus é o seu
Criador. É um novo nascimento, e nós nascemos, somos gerados de sua vontade. É
a primeira ressurreição e somos assentados como filhos ao lado do Rei, reinando
com Cristo.
Tudo isso somente por Cristo Jesus, isto é,
sobre a conta do que Ele fez e sofreu, e pela influência e operação de seu
bendito Espírito.
Deixando de lado a
suposição contrária, ele comprova sua declaração, que pela graça somos salvos,
- que não temos quaisquer obras restantes pelas quais podemos merecer a
salvação, pois todas as boas obras que possuímos são os frutos da regeneração.
Daí segue-se que próprias obras são uma parte da graça.
Quando ele diz que
"somos
feitura dele", ou seja: “somos obra de Deus” isso não se refere à criação
comum, pelo qual foram feitos todos os homens. Está se referindo ao novo homem,
às novas criaturas, e não por nosso próprio poder, mas pelo Espírito de Cristo,
foram formados para a justiça.
E isso não se
aplica a qualquer pessoa, mas apenas aos crentes. Como os descendentes de Adão,
eles eram maus e depravados, mas pelo graça de Cristo, eles são renovados espiritualmente,
e tornam-se homens novos. Assim é todo aquele verdadeiramente convertido ao
Senhor.
Tudo em nós,
portanto, que é bom, é o dom sobrenatural de Deus. O contexto explica o seu
significado. Nós somos o seu trabalho, porque fomos criados, - não em Adão, mas
em Cristo Jesus, - não a todo tipo de vida, mas para as boas obras.
O que resta agora
para o livre-arbítrio, se todas as boas obras que procedem de nós são
reconhecidas como tendo sido os dons do Espírito de Deus? Vamos piedoso
ouvintes, pesar cuidadosamente as palavras do apóstolo.
·
Ele não diz que somos
assistidos por Deus.
·
Ele não diz que a
vontade é preparada, e então é deixada a correr por sua própria força.
·
Ele não diz que o poder
de escolher corretamente é concedido a nós, e que nós vamos decidir depois para
a esquerda, ou para a direita para fazer a nossa própria escolha.
Essa é a conversa
fiada de que as pessoas que fazem o seu tudo para desvalorizar a graça de Deus
e estão acostumados a abraçar o próprio ego.
Mas o apóstolo afirma que nós somos obra de Deus, e que tudo de bom em
nós, pois somos sua criação; ele quer dizer que todo o homem é formado pela mão
de Deus para ser bom.
Não é o simples
poder de escolher corretamente, ou algum tipo indescritível de preparação, ou
mesmo assistência, mas o certo será em si, que é a sua obra, caso contrário, o
argumento de Paulo não teria nenhuma força. Ele quer provar que o homem não faz
nada, de forma alguma, para adquirir salvação para si mesmo, mas obtêm como um
dom gratuito de Deus. A prova é, que o homem não é salvo senão pela graça
divina. Quem, então, faz com que a própria menor pretensão para o homem, além
da graça de Deus, permite -lhe, para que messa a capacidade de obter a
salvação.
para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas.
Os romanistas
erram muito ao interpretar a intenção de Paulo, pois torturam essa passagem com
o objetivo de ferir a justiça da fé. Vergonha de afirmar em termos claros e
conscientes de que eles nada poderiam ganhar afirmando que não somos
justificados pela fé, que abrigam –se sob esse tipo de subterfúgio. "Nós somos justificados pela fé ,
porque a fé , por que recebemos a graça de Deus, é o começo da justiça ; mas
nós somos feitos justos pela regeneração , porque , sendo renovado pelo
Espírito de Deus, andamos em boas obras. " Desta forma eles fazem a fé
porta pela qual entramos na justiça, mas imaginar que obtê-la por nossas obras
, ou , pelo menos , definem justiça ser a retidão pela qual o homem é formado
de novo para uma vida santa. Eu não me importo quantos anos esse erro pode
existir, mas eles erram seriamente que se esforçam para apoiá-lo por este
passagem.
Devemos olhar para
o projeto de Paulo. Ele pretende mostrar que nós nada trouxemos a Deus, pelo
qual ele pode ser colocado sob qualquer obrigação a nosso favor, e Paulo
mostrou que mesmo as boas obras que realizamos vêm de Deus. Daí segue-se que
não somos nada, a não ser através do puro exercício da própria bondade de Deus.
Os homens, por
outro lado, se inferem que a metade da nossa justificação decorre de obras. Mas
o que tem isto a ver com a intenção de Paulo, ou com o assunto que ele trata?
Uma coisa é para saber em que a justiça consiste, e outra coisa é acompanhar a
doutrina, que não se trata de nós mesmos, é por este argumento, que não temos o
direito de reivindicar boas obras como a nossa, mas foram formadas pelo
Espírito de Deus, através da graça de Cristo, tudo o que é bom.
Quando Paulo
estabelece a causa de justificação, que habita principalmente neste ponto, que
as nossas consciências nunca irão desfrutar de paz até que elas contem com a
propiciação pelos nossos pecados. Nada deste tipo é sequer mencionado no
presente caso. Todo o seu objetivo é para provar que, "Pela graça de Deus , todos nós somos o
que somos. "(1
Coríntios 15:10 ) 1 Corinthians 15:10
10 Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi
concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles;
todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
O apóstolo antes
de ter atribuído a mudança à graça divina excluindo as obras , para que ele não
deve parecer assim como se estivesse desencorajando as boas obras, aqui observa
que, embora a mudança deve ser atribuída a nada em nossa natureza (por que nós somos a obra de Deus ) , mas Deus , em
sua nova criação, a criação do novo homem que foi concebido e preparado para as
boas obras: Criado para boas obras. Não há obra humana que possa conduzir para
salvação, mas o homem que Deus salva, Ele assim o faz para que ele possa se
conduzir nas boas obras.
Onde quer que Deus,
pela sua graça, implante bons princípios que se destinam a ser para as boas
obras; Deus preordenou , ou seja, decretou e nomeou . Ou, as palavras podem ser
lidas , para que
Deus de antemão preparou-nos, isto é,
por nos abençoar com o conhecimento da sua vontade, e com a assistência do
Espírito Santo, e através da produção de uma tal mudança em nós. Para que
andássemos nessas boas obras, ou glorificar a Deus por uma conversa exemplar e
pela nossa perseverança na santidade.
A ideia deste
texto é de que Paulo seguiu, a partir deste versículo 4 segue outro elemento
de comparação declarando nossa
excelência dentre a humanidade, isto é, que, por meio do poder de Cristo, que
somos trazidos da morte e feitos participantes da vida eterna, a fim de que
finalmente possamos reinar com ele.
E por vários e
diferentes meios, ele enfatiza isso, que a causa eficiente deste benefício é a
livre misericórdia de Deus e o próprio Cristo é a causa material, ou seja,
trata-se de seu sacrifício na cruz tendo sido verdadeiro, e o sofrimento
padecido por ele na sua carne, e isso com uma finalidade espiritual para nossas
vidas, para fazer com a que a fé que é o instrumento dado por Deus a nós de
forma gratuita, ou seja, sem nosso merecimento, opere em nós de tal maneira,
que tem como o fim a glória de Deus.
Que Deus preparou.
Ele diz que, antes
de nascermos , a boa obras foram preparadas por Deus, ou seja, que em nossa
própria força, não somos capazes de levar uma vida santa , mas apenas na medida
em que são formados e adaptados pela mão de Deus. Agora, se a graça de Deus
veio antes de nossa mudança, tudo nesse terreno do qual eu poderia gloriar-me
foi tirado. Vamos com cuidado observar a palavra preparou. Pelo simples
fundamento da ordem dos acontecimentos, Paul repousa a prova de que , no que
diz respeito às boas obras, Deus não nos deve nada . Como assim? Porque eles
foram atraídos para fora de seus tesouros, no qual eles tinham muito antes foi
colocado acima, para os quais ele chamou, a estes justifica e regenera .
APLICAÇOES.
1. À identidade do crente:
Se fomos ressuscitados com Cristo e assentados nos
lugares celestiais, então não podemos mais viver como mortos nos delitos. Isso
significa que cada crente deve lembrar-se diariamente: “já não sou quem vive,
mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). A nossa identidade não está no passado de
pecados, mas no presente da graça e no futuro da glória. Assim, o cristão deve
rejeitar todo orgulho, pois a salvação não vem das obras; e também toda
desesperança, pois não depende de sua força. A vida cristã é fruto da graça
divina do começo ao fim.
2. À santificação prática:
Se fomos criados em Cristo Jesus para boas obras,
então não há espaço para uma fé ociosa. A graça que salva também transforma. O
apóstolo Tiago ensina: “a fé sem obras é morta” (Tg 2.17). Portanto, cada
crente deve perguntar: quais são as boas obras que Deus de antemão preparou
para mim? Pode ser amar minha família, servir na igreja, testemunhar de Cristo
no trabalho ou praticar misericórdia com os necessitados. Não são obras para
conquistar a salvação, mas frutos que provam a vida nova recebida.
3. À glória de Deus:
Todo este plano de salvação — desde o amor eterno até
as boas obras diárias — tem um único propósito: mostrar nos séculos vindouros a
suprema riqueza da graça de Deus em Cristo (v.7). Logo, a nossa vida deve ser
uma vitrine da graça, não do mérito humano. Como diz Paulo em 1Co 1.31: “Aquele
que se gloria, glorie-se no Senhor.” Cada vitória sobre o pecado, cada ato de
bondade, cada perseverança na fé deve levar os homens a verem não a nossa
capacidade, mas o nosso Deus que é rico em misericórdia.
Nono Sermão: Efésios 2.11-16
11.Portanto,
lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por
aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, 12 naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados
da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo
esperança e sem Deus no mundo. 13. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis
longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz, o
qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no
meio, a inimizade, 15. aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de
ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a
paz, 16. e
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo
por ela a inimizade.
A
carta aos Efésios trouxe consigo aquilo que Deus pensa acerca da igreja, pensa
acerca do seu povo. A igreja é retratada como sendo uma torre de luz em meio ao
mundo imerso na obscuridade do pecado. A igreja é a que anuncia a porta de
entrada dos céus, com isso querendo dizer que por meio dela é que se toma
conhecimento acerca de Cristo e sua obra. Se a igreja não cumpre seu papel, não
haverá ímpio redimido, não haverá salvação.
Mas Deus nunca
permitiu na história que não se deixasse sem ser anunciado. Para isso ele
chamou em primeiro lugar a nação de Israel, para ser sua porta voz, para ser a
nação de Israel o projeto de Igreja que Deus tinha para o futuro da humanidade.
Quando a carta aos
efésios foi escrita, havia uma divergência naquela igreja. De um lado haviam
judeus que se achavam acima do restante da humanidade por Deus ter se revelado
a eles em primeiro lugar, e ter dado a eles as cerimônias, as alianças e tudo
mais. Por outro lado, constrangidos em não terem participado desse início,
estavam os gentios que, vez por outra queriam resgatar os símbolos da antiga
aliança como forma de terem alguma segurança naqueles símbolos.
Entretanto, Paulo
no contexto anterior lembra que não foi por obras que os crentes em Cristo são
salvos, não é por obras que eles recebem o perdão, não é por uma pretensa
espiritualidade adquirida cerimonialmente que eles alcançaram a esperança de
vida eterna. Mas tão somente eles haviam sido salvos, receberam o perdão e
alcançaram a esperança de vida eterna por meio da graça de Cristo Jesus operada
prometida por Deus na eternidade e efetivada pelo Espírito Santo na vida de
cada um deles.
Então Paulo
continua dizendo...
11. Portanto,
lembrai-vos apóstolo
relembra. Ele nunca, nenhuma vez perde de vista o seu tema, mas deixa-o marcado
claramente, e persegue o tema adicionando mais argumentos para despertar maior
interesse.
Ele mais uma vez exorta
os efésios a lembrar o que tinha sido
suas vidas antes deles serem chamados pelo evangelho. Esta consideração foi
colocada aqui para convencer aos efésios de que eles não tinham motivos, não
tinham do que se orgulhar.
Logo depois, ele
aponta o método de reconciliação para com Deus, para que os efésios pudessem
descansar com perfeita satisfação em Cristo apenas, e em Cristo apenas, e não
tivessem como começar a imaginar que outras ajudas eram necessárias, nem vindas
deles mesmos.
A primeira cláusula
pode ser assim resumida: "Lembrem-se que quando vocês foram chamados sendo
incircuncisos vocês eram alienados de Cristo, de Deus e da Salvação;
A segunda cláusula pode ser dita da seguinte forma: "Mas agora enxertados em Cristo, vocês foram ao
mesmo tempo, reconciliados com Deus, com Cristo e com a Salvação."
O que está
implícito em ambas as partes da descrição, e qual o efeito que a lembrança
daquilo que Paulo havia construído para produzir em suas mentes, já foi
considerado.
Gentios na carne. Primeiro, ele
menciona que eles queriam as marcas do povo de Deus . Circuncisão era um
símbolo pelo qual o povo de Deus foi marcado e distinguido de outros povos:
Portanto, a incircuncisão era a marca de
um profano .
Uma vez que,
portanto, Deus geralmente conecta a sua graça com os sacramentos, a sua falta
de sacramentos é tomada como um evidência de que , nem eles eram participantes
da sua graça.
O argumento, de
fato, não se sustenta universalmente, embora não mantenha a ação ordinária de
Deus em ambas as dispensações, fosse do Antigo, fosse no período do Novo
Testamento. Assim, encontramos o seguinte texto:
Genesis 3:22-23
22 Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de
nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da
árvore da vida, e coma, e viva eternamente. 23 O SENHOR Deus, por
isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora
tomado.
Apesar de ter comido
de toda árvore, inclusive da árvore do bem e do mal, Adão não teve a intenção apenas
de comer da árvore do bem e do mal, mas
ele também demonstrou que queria recuperar a posse da vida, comendo da árvore
da vida. Mas, ao tirar o sinal, aquilo que simbolizava a Vida Eterna, o Senhor
tomou-lhe também a própria vida.
Incircuncisão é, assim,
realizada para os Efésios como um sinal de poluição. Ao tomar a partir de
Efésios o símbolo de santificação, ele priva também da coisa significada. Desta
maneira, podemos entender por que os Efésios queriam a circuncisão na carne, o
símbolo, pois ela simbolizava no AT que o homem marcado pertencia a Deus.
Alguns são de
opinião de que todas estas observações são destinados para jogar desprezo sobre
a circuncisão exterior, mas isso é um erro. Podemos ver que a circuncisão na
carne feita por mãos, aponta uma circuncisão dupla, a externa e a interna. Mas
uma coisa é ter a intenção de mostrar uma dupla circuncisão, a outra é que
havia a possibilidade de que a circuncisão externa, não necessariamente
apontava que havia uma circuncisão no coração, ou seja: uma verdadeira
conversão. Os judeus eram assim, ensinou-se também que não deve mais entrar em disputa
tola sobre o circuncisão literal.
Os efésios, por
outro lado, foram instruídos a abster-se de todos os cuidados por conta própria,
já que o mais importante privilégio, ou melhor, toda a verdade expressa pelo
sinal externo, que seria a circuncisão na carne, estava em seu poder, eles
poderiam fazê-la.
Paulo chama,
incircuncisão na carne, porque tinha de assinalar a sua poluição, mas, ao mesmo
tempo, ele sugere que a sua incircuncisão não foi impedimento para o viesse a
ser espiritualmente circuncidado por Cristo, ou seja: convertido.
As palavras podem
também ser lidas em uma frase:
...a circuncisão
na carne feita pelas mãos,
ou em duas frases: 1.circuncisão na carne, o que
significa que era carnal , 2. feito pelas mãos, o que significa que ele foi
feito pela mão do homem.
Este tipo de
circuncisão é contrastada com a do Espírito Santo, ou a circuncisão do coração,
Romanos 2:29
Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração,
no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de
Deus. Mas também ela pode ser chamada de circuncisão Cristo. Colossenses 2:11
11 Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos,
mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo.
Circuncisão da
carne, no texto de Efésios, pode ser vista aqui, quer como um substantivo
coletivo para os próprios judeus, ou, literalmente, para a coisa em si, e em
seguida, o significado seria que os gentios foram chamados incircuncisos,
porque eles queriam ter o símbolo sagrado, isto é, eles queriam receber o
símbolo que distinguia os judeus dos demais povos... e Paulo está dizendo:
vocês foram chamados sendo incircuncisos? Por que querem se deixar circuncidar
se o que prevalece é a circuncisão do coração, ou seja a conversão?
12.
naquele tempo, estáveis sem Cristo,. Ele agora declara que os efésios haviam sido
excluídos, no passado, não só do rótulo para fora, não apenas do sinal de
distinção que era a circuncisão, mas eles haviam sido excluídos de tudo o que é
necessário para a salvação e a felicidade dos homens.
Como Cristo é o
fundamento da esperança e de todas as promessas, ele menciona, em primeiro
lugar , que eles estavam sem Cristo. Mas, para eles que estavam sem Cristo, não
restava nada além de destruição. Sobre Cristo a comunidade de Israel foi
fundada , e em quem, mas em si mesmo, poderia o povo de Deus ter ajuntado em
uma sociedade santa?
Uma observação
semelhante pode ser feita quanto às promessas. Ligados por meio de uma grande
promessa feita a Abraão todos os outros estão ligados, e sem essa promessa
todos os gentios perdem todo o seu valor : "
Genesis 22:18
18 nela (descendência) serão benditas todas as nações da terra,
porquanto obedeceste à minha voz." Daí o nosso apóstolo diz em
outro lugar, "2
Coríntios 1:20 20 Porque quantas são as promessas de Deus,
tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus,
por nosso intermédio.”
Se tirarmos o pacto
de salvação, não resta nenhuma esperança. Através de uma aprovação, Deus fez Sua
aliança com Abraão e sua posteridade, para toda sua descendência, de que Ele
seria o seu Deus para todo o sempre . (Genesis
15).
Essa aliança foi confirmada
pela mão de Moisés, e confiada, como um tesouro peculiar, exclusivo para o povo
de Israel, para quem é, e não para os gentios. Romanos 9:4 4 São israelitas.
Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e
as promessas;
Desta maneira, os
gentios não tinham absolutamente nada. O argumento de Paulo parece querer
esvaziar todo o desejo de que havia no coração dos efésios de quererem a marca
da aliança dada aos judeus, lhes apontando um caminho que, no passado, os
gentios não tinham qualquer relação ou esperança com a salvação. E para pesar
ainda mais o argumento Paulo continua no versículo 12:
v.12...E
sem Deus no mundo. Mas em nenhum período foram os Efésios, ou quaisquer
outros gentios, eles foram carentes de uma religião qualquer. Por que, então,
eles são denominados de ateus? Para um ateu , estritamente falando, é aquele
que diz não crer, e que absolutamente ridiculariza a existência de um Deus.
Esta denominação
de ateu, certamente, não é geralmente dada às pessoas supersticiosas, mas a
aqueles que não têm sentimento de religião, e que desejam ver esse sentimento
religioso totalmente destruído. Entretanto, Paulo estava certo em lhes chamar
de ateus, pois ele dizendo respeito acerca de todas as noções sobre Deus. Assim
sendo, mesmo as pessoas sendo religiosas mas não buscando a Deus da forma como
Ele mesmo revela em sua Palavra, e estas mesmas pessoas respeitam falsos
deuses, e ainda são pessoas fervorosas naquilo que eles chamam de fé, e até
mesmo muito sinceras em sua religião, e às vezes até com a maior propriedade
que pessoas piedosas, Paulo considera todos os ídolos como "...nada no mundo." (1Coríntios 08:04
).
Por isso, aqueles
que não adoram o verdadeiro Deus, qualquer que seja a variedade de sua
adoração, ou a multidão de cerimônias por mais elaboradas que sejam e ainda
ardorosamente, dedicadamente se desempenham, elas estão sem Deus : Atos 17:23 ... eles
adoram o que não conhecem, o que não sabem.
Paulo deixa
cuidadosamente observado, que os efésios não são cobrados com o ateísmo, no
mesmo grau como Carl Sagan, ou como Stephen Hawkings, e
outros do mesmo tipo, que foram submetidos à vergonha.
Paulo se refere
aos efésios como pessoas que imaginaram-se ser muito religiosas mas são
acusadas de um pecado, por que um ídolo é uma falsificação, não é uma
divindade, por isso ele afirmou que os efésios eram ateus.
Do que foi dito, a
conclusão será facilmente tirada: como disse Calvino: fora de Cristo não há
ninguém, nem nada, mas apenas ídolos. Aqueles que eram anteriormente declarados
sem Cristo, estão sendo agora declarados sem Deus; como diz João 1 João 2:23,
"Quem não
tem o Filho não tem o Pai" e novamente João diz em 2 João 1:9 Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não
permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como
o Filho.
Deixe-nos saber,
portanto, que todos os que não mantêm este caminho desviam-se do Deus
verdadeiro. Poderemos perguntar: Por que Deus nunca se revelou a qualquer um
dos os gentios? Eu respondo , nenhuma manifestação de Deus, sem Cristo, foi realizada
entre os gentios, mais do que entre os judeus. Não é um apenas a idade, ou para
uma nação, que a palavra do Senhor se aplica, João 14:6 "Eu sou o caminho",
pois ele acrescenta: "ninguém vem ao Pai senão por mim."
Percebemos então
Paulo apontando que, no que diz respeito aos efésios, eles eram ateus, mas
também vemos que mesmo o nascido dentre os judeus, haviam aqueles que poderiam
ser considerados espiritualmente gentios. Eles poderiam ter o conhecimento,
poderiam ter as leis, poderiam ter as alianças, mas sem Cristo eles não tinham
nada. Se não crescem no Messias que haveria de vir, eles eram tão gentios
espirituais quanto aqueles outros que eram apenas gentios na carne.
13. Mas
agora em Cristo Jesus... Devemos observar a açao, agora que os efésios foram
recebidos em Cristo Jesus, ou se conectar a palavra AGORA com a conclusão do
versículo, agora, 13...fostes aproximados pelo sangue de Cristo., assim teremos
uma exposição ainda mais clara . Em ambos os casos, o significado é que os efésios,
que antes eram afastados, desligados de Deus e da salvação, considerados,
inclusive, ateus por que não criam no único Deus que existe; agora, eles haviam
sido reconciliados com Deus através de Cristo, e o fato se consumou apenas por
causa do seu sangue, pois o sangue de Cristo levou a inimizade que existia
entre eles e Deus para longe, tornando-a inexistente, fazendo com que eles
deixassem de ser inimigos e passassem a ser filhos de Deus.
14.
Porque ele é a nossa paz,. Ele agora inclui os judeus no privilégio de
reconciliação, e mostra que, por meio de um Messias, todos estão unidos a Deus.
Esta consideração foi montada para afastar a falsa confiança dos judeus, que,
desprezando a graça de Cristo, se gabaram de que eles eram santas pessoas e
herança escolhida, de Deus.
Se Cristo é a
nossa paz, todos os que estão fora dele devem estar em desacordo com Deus. O
que é um título bonito é este que Cristo possui, a paz entre Deus e os homens! Foi
assim que Isaías lhe chamou: Isaiah 9:6
6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
Por isso podemos
afirmar que ninguém que é habitado por Cristo, e é selado com o Santo Espírito da
promessa como em Ef 1.13 pode ter a dúvida de que ele está
reconciliado com Deus.
No argumento que
Paulo construiu, ao mesmo tempo em que ele desfazia a prepotência dos judeus
por terem sido chamados por Deus antes dos gentios e terem recebido as leis a
própria circuncisão, Paulo também demonstrava que os gentios que no passado
quando não tinham qualquer esperança de salvação, todos foram agrupados,
chamados a pertencer a um só grupo, um só povo, planejado por Deus desde a eternidade
a quem dele denominou de IGREJA. E é para essa ideia que Paulo caminha no
próximo versículo:
14...qual
de ambos fez um;. Esta distinção é necessária. Todas as relações com os
gentios foram consideradas inconsistentes com as suas próprias reivindicações
anteriores. Para dominar esse orgulho, Paulo lhes diz que judeus e os gentios
foram unidos em um só corpo. Coloque todas estas coisas juntas, e você vai
enquadrar a seguinte ideia: Se os judeus querem desfrutar de paz com Deus , eles
devem ter Cristo como seu Mediador. Cristo, porém, não será sua paz de qualquer
outra forma que, tornando-os um só corpo com o Gentios. Portanto, a menos que
os judeus admitam os gentios na comunhão com eles, eles não têm amizade com
Deus.
14. e, tendo derribado a parede da separação. Para entender
essa passagem, duas coisas devem ser observadas. Os judeus foram separados, por
um determinado período de tempo, dos gentios, com a nomeação de Deus, e
observâncias cerimoniais que eram os símbolos abertos e confessos dessa
separação. Dentre os quais haviam dois sacramentos: PÁSCOA E CIRCUNCISÃO. Deixando
de lado os gentios, Deus separou os judeus para serem pessoas escolhidas para
si mesmo. Uma grande diferença foi assim feita, quando o uma classe era vista
como sendo os chamados por Paulo no versículo 19 de "concidadãos e da família"
da Igreja , e quanto aos outros esses eram estrangeiros. Isto é indicado no
Cântico de Moisés: " Deuteronômio 32:8-9
8 Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando
separava os filhos dos homens uns dos outros, fixou os limites dos povos,
segundo o número dos filhos de Israel. 9 Porque a porção do SENHOR é
o seu povo; Jacó é a parte da sua herança."
Limites foram
assim fixados por Deus para separar um povo do resto, e daí surgiu a separação
que aqui é mencionada. A separação é, portanto, feita. Os gentios são
retirados. Deus tem o prazer de escolher e santificar o Povo judeu,
libertando-os da poluição comum da humanidade. Observâncias cerimoniais foram
posteriormente adicionadas, que, como muros, fechavam a herança de Deus,
impedindo de ser aberto a todos ou misturado com outros bens, e, portanto,
foram excluídos os gentios do reino de Deus.
Mas agora, o
apóstolo , diz, a inimizade é removida, e o muro está derrubado. Ao estender o
privilégio de adoção para além dos limites da Judéia, Cristo agora nos fez a todos
como irmãos. E assim se cumpre a profecia:, Genesis 9:27 “Engrandeça Deus a Jafé, e habite
ele nas tendas de Sem; ". E outra vez dita em Genesis 12:3
3 Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
15. aboliu, na sua
carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças,. O significado
das palavras de Paulo é claro agora. O muro de separação prejudicava a formação
de Judeus e gentios em um corpo, e, portanto, o muro foi derrubado com a morte
de Cristo. A razão por que ele é
dividido agora é adicionado - para abolir a inimizade, pela carne de Cristo. O
Filho de Deus, assumindo uma natureza comum a todos, vindo como ser humano, se
formou em seu próprio corpo uma unidade perfeita.
Mesmo a lei dos
mandamentos na forma de ordenanças. O que tinha sido de forma figurada
entendido pela palavra muro é
agora mais claramente expresso. As cerimônias, por que a distinção foi declarada,
foram abolidas por Cristo. Que eram a circuncisão, os sacrifícios, lavagens, e
que se abstenham de certos tipos de alimentos, símbolos da santificação, as
festas como a guarda do sábado judeu, lembrando aos judeus que sua sorte foi
diferente da outras nações.
Paulo declara não
só que os gentios são igualmente com os judeus admitidos na comunhão de graça,
de modo que eles já não são diferentes um do outro, mas que a marca de
diferença foi retirada, as cerimônias foram abolidas. Se duas nações em luta
foram trazidas sob o domínio de um príncipe, ele não só deseja que elas devam
viver em harmonia, mas também eliminaria os emblemas e marcas de sua antiga
inimizade. Uma metáfora Paulo emprega sobre este assunto em outra epístola. Colossenses 2:14
tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de
ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente, encravando-o
na cruz;
É evidente que
Paulo está aqui a tratar exclusivamente da lei cerimonial; para a lei moral não
há um muro de separação que nos separa os judeus, mas estabelece instruções em
que os judeus não eram menos profundamente preocupados que nós mesmos. Esta
passagem dá os meios de refutar uma errônea maneira de ver defendida por
alguns, de que a circuncisão e todos os ritos antigos, embora eles não são
obrigatórios para os gentios, estão em vigor nos dias de hoje sobre a Judeus.
Por este princípio, ainda haveria um muro de separação entre nós, que se provou
ser falsa. Pois afirmar que a circuncisão tem alguma validade para o povo
Judeu, ainda hoje, é o mesmo que afirmar que aquilo que fazia separação, o muro
que havia entre judeus e gentios ainda existe e que Cristo não o derrubou por
meio de seu sangue.
v.15
para que dos dois criasse, em si mesmo,. Quando o apóstolo diz, em si mesmo, ele transforma a distância
dos Efésios em perceber acerca da diversidade de homens e lances-lhes a ideia
de que devem olhar para nada além de uma unidade, mas em Cristo.
Para qualquer coisa
comparada entre dois homens de dois povos diferentes, judeus e gentios, essa
coisa medida pode ser diferente em sua condição anterior mas, em Cristo, eles
são transformados em um homem . Mas Paulo enfaticamente acrescenta um novo
homem, insinuando, o que ele explica melhor em outro texto Gálatas 6:15 que: 15 Pois nem a
circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura.” Isso
é que deve ocupar o primeiro e o último lugar.
O princípio que
liga judeus e gentios na igreja e que lhes é comum é a regeneração espiritual,
a conversão. Se, então, todos nós somos renovados por Cristo, que os judeus não
se congratulem em sua antiga condição, mas devem deixá-los e estar prontos para
admitir que, tanto neles mesmos como também em outros, Cristo é tudo .
16.
reconciliasse ambos em um só corpo com Deus,. O que entre nós
que foi agora descrito não é a única vantagem que começa a partir de Cristo.
Nós fomos trazidos de volta ao favor de Deus. Os judeus, assim, são levados a
considerar que eles não têm menos necessidade de um mediador que o gentios. Sem
isso, nem a lei, nem cerimônias, nem a sua descendência de Abraão, nem todas as
suas prerrogativas deslumbrantes , seriam de qualquer proveito.
Somos todos
pecadores, e o perdão dos pecados não pode ser obtido através do cumprimento
das ordenanças da Lei, mas através da graça de Cristo. Ele acrescenta , em um só corpo
, para informar aos judeus, que ao cultivarem a união com os gentios será bem
agradável aos olhos de Deus.
16. por
intermédio da cruz, A cruz é adicionada, para apontar o sacrifício propiciatório.
O pecado é a causa da inimizade entre Deus e nós, e, até que seja removido, não
será restaurado o favor divino. Os pecados são apagados pela morte de Cristo,
no qual Ele ofereceu-se ao Pai como um vítima expiatória.
Há outra razão,
aliás, porque a cruz é mencionada aqui, pois é através da cruz que todas as
cerimônias foram abolidas. Assim , acrescenta, matando a inimizade por meio da cruz. Estas palavras que , sem dúvida, referem-se à cruz,
pode admitir dois sentidos , tanto que Cristo, por meio de sua morte, afastou
de nós a ira do Pai; ou que, tendo resgatado os judeus e gentios, Cristo trouxe
de volta ambos os povos em um único e mesmo rebanho. Isso está de acordo com o
que foi visto anteriormente, abolindo em sua carne a inimizade . (Efésios 2:15).
Ao criar um único
povo para si mesmo, Deus chamou esse povo de Igreja. O projeto divino sempre
foi a igreja, nunca foi criar um único povo para si por meio de uma nação. No
passado, Deus iniciou seu projeto para o mundo, seu projeto para todos os
povos, por meio daquilo que podemos chamar de projeto piloto.
O projeto piloto é
aquele projeto que quando colocado em prática, em um momento ele precisará
sofrer reajustes. Não quero com isso afirmar que o plano de Deus tenha tido
falhas no passado, pelo contrário, Deus teria de começar por algum lugar, de
algum modo, e esse povo foi o escolhido para iniciar seu plano, e as leis e
cerimônias o modo como deveria ser conduzido o plano inicialmente.
O projeto sempre
incluiu os gentios em toda a extensão de sua execução, inclusive no passado.
Tanto é que somente judeus circuncidados é que poderiam participar da páscoa,
mas se um estrangeiro quisesse participar, ele deveria ser circuncidado e a
partir dali seria considerado como um natural dentre os judeus, e poderia então
participar de todo o culto a Deus promovido entre os judeus daquele tempo.
Agora, com o
sangue de Cristo, Judeus e Gentios lavados por esse sangue, formam um só corpo,
uma só nação que aguardam a vinda gloriosa de Seu Senhor. Os privilégios
existentes no passado para os judeus não possuem qualquer relevância ou mesmo
sentido para o nosso tempo, nem para os gentios, nem para os próprios judeus. Diante
de Deus todos as ordenanças baseadas em leis que traduziam algum tipo de
privilégio para os israelitas, perderam sua razão de existir com a morte de
Cristo na cruz, pois eram tipos que apontavam para Cristo. Cristo veio, os
tipos perdem seu valor.
De modo que tentar
resgatar quaisquer atos que eram praticados pelos judeus no passado com respeito
ao culto, com respeito às ordenanças cerimoniais, mesmo que dentre os judeus, é
o mesmo que afirmar que ainda precisam de tais coisas e que o sacrifício de
Cristo na cruz não satisfez ao que Deus exigiu de atos de justiça dos homens.
Mas Cristo cumpriu
cabalmente todas as exigências, tudo o que era para ser feito, para que por
meio Dele, e tão somente por Ele, e nenhum de nossos atos, tenhamos o perdão de
nossos pecados e a esperança de vida eterna.
O
crente não deve buscar a Cristo com o olhar no passado do povo judeu, nem mesmo
o judeu deve fazê-lo, mas devem buscar a Cristo com os olhos em Cristo apenas e
em toda a sua obra.
Que Deus use de sua misericórdia para conosco.
Décimo
Sermão: Efésios 2:17-22
17 E,
vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que
estavam perto; 18 porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. 19
Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e
sois da família de Deus, 20 edificados sobre o fundamento dos apóstolos e
profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; 21 no qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, 22 no qual
também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no
Espírito.
Na última mensagem
que vimos acerca do contexto anterior, o apóstolo relembra a igreja de Éfeso
que havia uma divisão entre os povos no mundo. A igreja do Antigo Testamento,
representada naquele tempo pela nação de Israel foi separada por Deus do
restante da humanidade para ser sua porta-voz, para ser a porta-voz de Deus
perante o mundo.
Com isso, foi
criado um muro que separou Israel diante das outras nações. Israel recebeu as
alianças, conheceu os decretos divinos, as cerimônias, o culto, tudo foi
revelado a eles. Mas lembremos do que Deus falou com respeito a essa nação
estando Deus a revelar a eles no Monte Sinai: Exodus 19:5-6
5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a
minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os
povos; porque toda a terra é minha; 6 vós me sereis reino de
sacerdotes e nação santa.
Ao receber essa
responsabilidade, Israel deveria levar ao mundo o conhecimento acerca do único
Deus vivente. Entretanto, a nação caiu com respeito ao seu papel nessa aliança,
nesse pacto Israel pecou várias vezes, ao ponto de Deus lançar mão da nação de
Israel e colocar adiante seu plano que incluía a todas as nações gentílicas do
mundo.
Mas
esse muro de separação era a única coisa que poderia reter o plano de Deus para
ir avante. Era necessários que barreiras fossem derrubadas. E uma das barreiras
criadas pelo próprio Senhor foi a diferença, a multiplicidade de línguas no
mundo. Uma vez que Deus só se revelava por meio da língua do povo de Israel, a
língua seria um empecilho que Deus também precisava derrubar.
Quanto
a isso, várias promessas de bênçãos a alcançar o mundo gentílico já tinham sido
feitas, e de mesma forma promessas de maldição para o povo de Israel também
haviam sido feitas. E tais promessas de maldição sempre encontravam amparo em
uma relação com línguas de outros povos, ou como afirmou Isaías, “povos com um
língua estranha”, Isaiah 28:11 11 Pelo que por lábios gaguejantes e
por língua estranha falará o SENHOR a este povo, e é exatamente aqui
que residia o sinal de julgamento do Senhor contra Israel. O dia em que o
Senhor passasse a falar ao mundo não apenas à nação de Israel, mas falaria ao
mundo inteiro, nas línguas das nações.
Esse
seria o ponto chave de cumprimento da profecia de maldição. E esse dia chegou
durante a festa de pentecostes relatada em Atos 2. Ali, naquele momento, para
espanto dos judeus e de todos os presentes, o Senhor falou por meio dos
apóstolos em línguas estranhas, linhas de 16 países que estavam ali
representados.
Um
empecilho caiu, o empecilho de Deus manifestar sua vontade e desígnios ao mundo
caiu por terra, não somente isso, mas com a morte de Cristo na cruz, ele consome
com toda lei cerimonial, leis que diziam respeito ao projeto de igreja ao qual
Deus fez usando a nação de Israel. Os gentios poderiam ouvir as grandezas de
Deus em sua própria língua, além de não precisarem seguir os rituais exigidos
por Deus aos Israelitas até antes da
morte de Cristo.
Cristo
veio e trouxe consigo o papel de pacificador, aquele que promove a paz entre o
homem e Deus, o único mediador. Por isso o apóstolo após falar acerca da queda
do muro de separação que havia no passado ele afirma:
17. E
veio e evangelizou a (pregou) paz. Tudo o que Cristo tinha feito para efetuar uma
reconciliação teria sido de nenhum proveito, se não tivesse sido proclamado
pelo evangelho, e, portanto, ele acrescenta, que o fruto dessa paz agora tem
sido oferecido tanto para os judeus quanto para os gentios.
Daí segue-se que
para salvar os gentios e judeus foi o projeto da nossa vinda do Salvador, com a
pregação do evangelho, que é dirigida indistintamente a todos, e isso torna a vinda de Cristo um evento sem
igual na história. A mesma ideia é vista
na segunda Epístola aos Coríntios.
2
Coríntios 5:18-21 18 Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, 19
a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando
aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. 20
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por
nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com
Deus. 21 Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós;
para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
A salvação através
da morte de Cristo é anunciada pela primeira vez, e uma descrição é depois dada
da maneira em que Cristo nos comunica a si mesmo e em benefício de sua morte.
Mas aqui Paulo explica principalmente nessa circunstância, que os gentios são
unidos com os judeus no reino de Deus.
Depois de já ter
apresentado Cristo como o Salvador comum a ambos, Judeus e gentios, ele agora
fala dos gentios como companheiros no evangelho. Os judeus, embora eles possuíam a lei, precisavam do evangelho
também, e Deus tinha concedido aos gentios igual graça. (Mateus 19:6.) Aqueles, portanto, que
"Deus ajuntou não o separe o homem." Prevalece a ideia de continuidade de um
principio demonstrado pelo próprio senhor Jesus Cristo, que aplicado ao
casamento, a uma união estabelecida por Deus. Da mesma forma uma união de
propósitos com respeito a gentios e judeus: O que Deus ajuntou, não separe o homem.
Pois o próprio apóstolo Paulo mostra através da figura do casamento que tem o
mesmo sentido da união indissociável entre Cristo e a Igreja, O Noivo e sua
noiva.
Nenhuma referência
a distância do lugar é transmitida pelas palavras estáveis longe (gentios) e perto
(judeus) . Isso, diz respeito em relação ao pacto, os judeus estavam próximos
de Deus. Os gentios, desde que eles não tinham promessa de salvação, eram os
que estavam longe, banidos do reino de Deus.
E pregou a paz, não de fato por
seus próprios lábios, mas pelos apóstolos. Era necessário que, Ele, Cristo,
ressuscitasse dos mortos, diante dos gentios foram chamados para a comunhão de
graça. Daí que Jesus afirmou ( Mateus 15:24.) "Eu não fui enviado senão às ovelhas
perdidas da casa de Israel."
Os apóstolos foram
proibidos, enquanto Cristo ainda estava no mundo, para realizar a sua primeira
embaixada para os gentios. Mateus 10:5-6 5 A estes doze enviou Jesus,
dando-lhes as seguintes instruções: Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em
cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas
perdidas da casa de Israel;. "
Seus apóstolos
foram posteriormente empregados como trombetas para anunciar o evangelho aos
gentios. O que eles fizeram, não só em seu nome, e por seu comando, mas como se
fosse em sua própria pessoa, é justamente atribuído a nenhum outro do que ele
mesmo: Ministros, embaixadores.
2 Coríntios 5:20 De sorte que somos
embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. A fé do
evangelho seria fraca, na verdade, estávamos a olhar não de modo superior aos
demais homens. Toda a autoridade, dos
ministros de Deus, é derivada como sendo os homens como instrumentos de Deus,
de Cristo e ouvir falar de nós como sendo de sua própria boca. Observe aqui, o
evangelho é a mensagem de paz, pelo qual Deus declara-se a reconciliar-se com a
gente, e dá a conhecer o seu amor paternal.
Tire o evangelho,
a guerra e a inimizade continuariam a subsistir entre Deus e os homens, e, por
outro lado, a tendência natural do evangelho é trazer a paz e tranqüilidade à
consciência, o que de outra forma seria massacrado por um tormento angustiante.
E por outro lado, o evangelho ao trazer paz com Deus, nos coloca como inimigos
do mundo.
Efésios
2:18 porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito. Este é um
argumento a partir do fato, que estamos autorizados a nos aproximarmos de Deus.
Mas, pode ser visto também como um anúncio de paz, para os homens maus,
embalados em um sono profundo, que, às vezes, enganam a si mesmos por falsas
noções de paz, e de que nunca estão em
risco, exceto quando eles aprendem a esquecer o julgamento divino, e a manterem-se à maior distância possível da
parte de Deus. Provérbios
1.32 os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de
bem-estar os leva à perdição.
Foi necessário,
portanto, para explicar a verdadeira natureza da paz evangélica, que é
amplamente diferente de uma consciência estupefata, de falsa confiança, de jactância orgulhosa, da ignorância da
nossa própria miséria. É uma dignidade constante, o que nos leva a não temer,
mas a desejar e buscar, a estarmos aos pés de Deus. Agora, é Cristo que abre as
portas para nós, sim, que Ele é a porta. João 10:9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será
salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem. Como se trata de uma
porta aberta para a admissão tanto de judeus quanto de gentios, somos levados a
ver Deus como exibindo a ambos sua bondade paternal. Ele acrescenta, em um só Espírito;
que lidera e nos guia a Cristo, é como Paulo afirma em Romanos 8:15 Porque não recebestes o espírito
de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o
espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
Para daí surgir,
então, a ousadia de abordagem. Os judeus tinham vários meios de chegar perto de
Deus, e agora todos têm, mas apenas de uma única maneira podemos ser conduzidos
pelo Espírito de Deus.
Efésios
2:19 Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos,
e sois da família de Deus,.
Os efésios são
agora exclusivamente para quem se dirije esta parte do texto. Eles eram
anteriormente estranhos às alianças das promessas, mas sua condição foi
alterada. Eles eram estrangeiros, mas Deus os fez cidadãos de sua igreja. O
alto valor da honra que Deus tinha tido o prazer de conferir-lhes, se expressa
em uma variedade de línguas.
Pentecostes foi ao
mesmo tempo sinal de maldição e benção. Maldição para a nação de Israel que viu
seus privilégios serem apagados num piscar de olhos, e ao mesmo tempo
pentecostes foi sinal de benção para todas as nações. A maldição contra os
gentios plantada na torre de Babel, agora foi quebrada, permitindo que todos os
povos pudessem ouvir as grandezas de Deus cada qual em sua própria língua materna.
Então os gentios
são chamados de primeiramente de concidadãos dos santos, e agora são próximos,
pertencem à família de Deus, - e, por último, são vistos como as pedras
devidamente equipadas para o construção do templo do Senhor.
A primeira denominação,
a de concidadãos, é feita a partir da comparação da igreja a um estado, o que
ocorre com muita freqüência nas Escrituras. Aqueles que eram anteriormente
profanos, e totalmente indignos de associar-se com pessoas piedosas, foram
levantados a distinta honra em serem
admitidos como membros da mesma comunidade com Abraão, com todos os santos
patriarcas e profetas e reis, - ou melhor, por meio de anjos o evangelho foi
pregado. E anjos, aqui, diz respeito aos patriarcas como Abraão, o foi. Eles
foram os mensageiros do evangelho no AT.
Ephesians 2:19... e sois da família de Deus, que é a segunda
comparação, sugere que percebamos de mesma forma exaltados os gentios na sua
condição atual. Deus admitiu-os em sua própria família, pois a igreja é a casa
de Deus, é a nação de Deus, é a nova Jerusalém que descerá do céu ataviada como
noiva como está dito em Apocalipse 22.
20.
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas,. A terceira comparação ilustra a maneira pela
qual os Efésios, e todos os outros cristãos são admitidos à honra de serem
concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Eles são construídos sobre
o mesmo fundamento, - eles são construídos sobre a doutrina, dos apóstolos e
profetas.
Nós somos, assim,
somos habilitados a distinguir entre uma verdadeira e uma falsa igreja. Isto é
da maior importância, pois a tendência ao erro é sempre forte, e as
consequências do erro são perigosas ao extremo. Nenhuma igreja que se vanglorie
mais alto em algum nome do que no nome de Cristo, e que ainda carregam um
título falso e vazio, se dizendo cristãs, mas de cristãs apenas o nome, como
pode ser visto em nossos dias, podem ser consideradas igreja de Cristo.
Para nos
protegermos contra o erro, a marca de uma igreja verdadeira é apontada. A fundação,
ou o fundamento, nesta passagem, sem dúvida, significa doutrina, a doutrina de
Cristo, o próprio Cristo Jesus a Pedra Angular; pois nenhuma menção é feita de
patriarcas ou reis piedosos, mas somente aqueles que detinham o cargo de
professores, mestres, e que Deus havia designado para supervisionar a
edificação de sua igreja. É previsto por Paulo, que a fé da igreja deve ser
fundada sobre esta doutrina. Então, devemos fazer da forma daqueles que
descansam inteiramente nas invenções dos homens, e ainda acusam a nós de sermos
antiquados porque nós abraçamos a pura doutrina de Deus?
Mas, a maneira em
que se baseia o apóstolo merece investigação, pois, no sentido estrito do
termo, Cristo é o único fundamento.
Só Ele suporta toda a igreja. Ele sozinho é a regra e norma de fé. Mas, Cristo
é realmente a base sobre a qual a igreja é edificada pela pregação da doutrina
e, por conta disso, os profetas e apóstolos são chamados de construtores. 1 Corinthians 3:10
Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente
construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica.
Nada mais, Paulo
nos diz, nunca foi pretendido pelos profetas e apóstolos, a não ser fundar uma
igreja de Cristo. Veremos que isso é verdade, se começarmos com Moisés, pois "Cristo é o
fim da lei ", ( Romanos 10:04), e a soma do evangelho.
Vamos, devem-se
lembrar, considerem-se advertidos de que se quisermos ser contados entre os
crentes, nós devemos colocar nossa confiança em nenhum outro: se queremos ter
certeza de progresso no conhecimento das Escrituras, para Ele (Cristo) toda a
nossa atenção deve ser dirigida.
A mesma lição é
ensinada, quando consultar a palavra de Deus como contida nos escritos dos
profetas e apóstolos. Para nos mostrar como devemos combiná-los, sua harmonia é
apontada, pois eles têm uma base comum, e do trabalho em conjunto na construção
do templo de Deus.
Embora os
Apóstolos tornaram-se nossos professores, a instrução do profetas não foi
supérflua, mas um e o mesmo objeto é promovido por ambos.
Uma observação a
fazer do comportamento dos Marcionitas em tempos antigos, que expurgado a
palavra profetas para esta passagem, e por que de certos fanáticos nos dias de
hoje, que, seguindo seus passos, exclamam em voz alta que não temos nada a ver
com a lei e os profetas, porque o evangelho pôs fim à sua autoridade.
O Espírito
Santo em todos os lugares declara que
ele nos falou pela boca dos profetas, e havendo demandas que então devemos
ouvi-los em seus escritos. Isto é de pequena conseqüência para garantir a
autoridade de nossa fé. Todos os servos de Deus, do primeiro ao último, são tão
perfeitamente acordados, unidos, que sua harmonia é, em si, uma demonstração
clara de que é um Deus que fala em e por meio de todos eles, fossem os
apóstolos no Novo Testamento, fossem os profetas no Antigo Testamento, a
harmonia é vista em toda a Escritura.
O início de nossa
religião deve ser percebido que foi lá na criação do mundo. Em vão papistas,
maometanos, e outras seitas, gabam-se de sua antiguidade, enquanto eles são
meras falsificações da verdadeira, e pura religião. Jesus Cristo mesmo aponta o
início de nossa fé no próprio jardim do Éden quando afirmou respondendo aos
fariseus Matthew
19:4 Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os
fez homem e mulher. A referência que Cristo faz do Criador, do Deus
Triúno, bem como a referência como ponto de fé acerca da doutrina do matrimônio
ter como ponto de partida o primeiro casal antes de sua queda.
Da mesma forma,
Cristo o próprio é a principal Pedra Angular dessa única religião verdadeira.
Aqueles que transferirem essa honra a Pedro, e sustentam que sobre ele a igreja
é fundada, são tão faltos de vergonha, quanto é a sua tentativa de justificar o
seu erro ao citar esta passagem. Eles sustentam que Cristo é chamado a
principal Pedra Angular, em comparação com outros, e que há muitas pedras sobre
as quais a Igreja se funda. Mas esta dificuldade é facilmente resolvida. Várias
metáforas são empregados pelos apóstolos de acordo com a diversidade de
circunstâncias, mas ainda com o mesmo significado.
Ao escrever aos
coríntios, Paulo estabelece uma proposição incontestável, que "nenhum outro
fundamento pode ser colocado." ( 1Corintios 03:11). Isso não
significa, portanto, que Cristo é apenas um canto, ou uma parte da fundação,
para, em seguida, ele contradizer a si mesmo. E depois? Ele quer dizer que os
judeus e gentios eram duas paredes separadas, mas são formados em um único
edifício espiritual. Cristo é colocado no meio do canto com a finalidade de
unir os dois, e esta é a força da metáfora. O que é imediatamente adicionado e
de forma suficientemente que este texto está muito longe de limitar Cristo para
qualquer parte do edifício.
21. o
qual todo o edifício, bem ajustado. Se isso for verdade, o que será de Pedro? Quando
Paulo, escrevendo aos Coríntios, fala de Cristo como sendo Ele uma "Fundação",
ele não quer dizer que a igreja é iniciada por ele e completadas por terceiros,
mas faz uma distinção decorrente de uma comparação de seu próprio trabalho com
os de outros homens. Tinha sido seu dever fundar a igreja em Corinto, e deixar
aos seus sucessores a conclusão do edifício. "1 Corinthians 3:10 Segundo a graça de Deus que
me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica
sobre ele. Porém cada um veja como edifica.”
No que diz
respeito à presente passagem, ele transmite a instrução, que todos que estão
bem ajustados em Cristo são o templo do Senhor. Primeiramente exige uma
montagem em conjunto, para que os crentes possam abraçar e acomodar-se uns aos
outros através de relações mútuas, caso contrário não haveria um edifício, mas
uma massa confusa. A parte principal da simetria (harmonia da construção)
consiste na unidade da fé. Em seguida vem o progresso, ou aumento.
Aqueles que não
estão unidos na fé e no amor, de modo a crescer no Senhor, pertencem a um
edifício profano, que não tem nada em comum com o templo do Senhor.
O edifício cresce
apenas para os santos crentes, que se tornam o templo espiritual. Individualmente
são outras vezes chamados "templos do Espírito Santo," (1 Coríntios 6:19 ,
não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo;
2 Coríntios 6:16 Que ligação há entre o santuário de Deus e os
ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente,), mas aqui tudo
é dito que constituem um templo. Em ambos casos, a metáfora é justa e
apropriada. Quando Deus habita em cada um de nós, é a sua vontade de que
devemos abraçar a todos na unidade santa, e que, portanto, Ele deve formar um
templo a partir de muitos. Cada pessoa, quando vista separadamente, é um
templo, mas, quando se junta aos outros, torna-se uma pedra de um templo, e
essa visão é dada por uma questão de mostrar a necessidade de que haja uma
unidade da e na igreja.
Efésios
2:22 22 no qual também vós juntamente estais sendo edificados para
habitação de Deus no Espírito.. A terminação do verbo grego, indica que é, uma
exortação aos Efésios para crescerem mais e mais na fé de Cristo, após terem
sido fundados Nele, e, assim, a fazer parte desse novo templo de Deus, o
edifício de que por meio do evangelho estava então em curso em todas as partes
do mundo por meio do Espírito.
Essa expressão é
novamente repetida por duas razões: primeiro, para lembrar a eles de que todos
os esforços humanos são inúteis sem a operação do Espírito, e em segundo lugar,
de salientar a superioridade do edifício espiritual a todos os serviços
judaicos e exteriores.
Conclusão:
Cristo é o Senhor da Igreja, a Pedra de fundação da
Igreja e não há outro Senhor na igreja, ou da Igreja. Não há qualquer outro
fundamento ao lado de Cristo, apenas o próprio Cristo. Nós somos parte dessa construção, somos
tijolos que à parte da igreja não somos nada. Se não é o fundamento que é
Cristo que nos une, se é Pedro, ou outra figura que nos torna um, então não
somos um corpo em Cristo. Somos um amontoado de barro que só restará para ser
pisado.
Cristo
quando nos chama pelo evangelho, é o momento em que saímos do amontoado de
barro, e somos moldados em um tijolo que passa a fazer parte dessa construção
do Senhor chamada igreja. É para isso que o Senhor nos chamou, quando assim
somos transformados em tijolos dessa construção, nós mesmos compartilhamos de
um mesmo Espírito que passa a habitar em nossos corações.
Há
outros ainda nessa cidade que precisam ser chamados para fazerem parte dessa
construção. O Senhor já os elegeu antes da fundação do mundo como Paulo diz no
início de sua carta aos Efésios. Eles, agora, apenas precisam ouvir a mensagem
do verdadeiro evangelho e é aí que nós entramos, é aí que começa nosso
trabalho.
Todo crente, na
sua individualidade, é por força do seu chamado, um missionário. Por isso o
crente precisa além de pregar o evangelho aos seus vizinhos, aos seus colegas
de trabalho, aos seus colegas de escola, ser o sal da terra. Seu testemunho de
vida é apercebido por todos ao seu derredor.
Caminhar na vida
dentro da igreja, mas com Cristo fora do coração é caminho que conduz apenas ao
sofrimento eterno, conduz à condenação eterna.
Não sejamos
omissos para com nosso dever enquanto crentes no Senhor Jesus, nem deixando de
pregar o evangelho, nem deixando de viver o evangelho.
Que Deus tenha
misericórdia de sua igreja, povo de Deus.
Décimo
Primeiro Sermão: Efésios 3.1 – 2
Por esta
causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós, gentios, 2
se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim
confiada para vós outros;
- Narrativa
- Igreja de Éfeso x igreja Presbiteriana em Mojú
- Torre de luz x mundo tenebroso Judeus e gentios– veja que Paulo
escreve a carta aos efésios com a nítida consciência de que a igreja está
em uma guerra. Os cristãos, cada um na sua individualidade, é um soldado
de Cristo e está vivendo uma guerra, como ele mesmo apresenta em ; Efésios 6.12 porque a nossa luta
não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças
espirituais do mal, nas regiões celestes.
- Para travar esta guerra os crentes devem lutar
com as armas de Deus, com a armadura de Deus tendo uma única finalidade:
é o que ele continua a dizer no versículo 13: . Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis
- Ou seja, travar a guerra, vencer a guerra,
permanecer inabalável é estar de pé diante do mundo após as batalhas que
enfrentamos.
- É mesmo diante das provações, diante das lutas,
a igreja, os cristãos devem continuar a cumprir o seu papel de levar a
luz a este mundo, a mensagem do evangelho. É não nos deixarmos intimidar
mesmo que as condições estejam nos oprimindo, mesmo que as condições e as
pessoas estejam querendo nos intimidar, é o papel de todo soldado, de
todo cristão não se calar; apontar ao mundo os falsos profetas, é fazer
calar os hereges, é pregar o evangelho mesmo que isso custe as nossas
vidas.
- Veja que Paulo continua o texto levando todas
estas ideias que aqui já expomos em consideração:
- 1.Por esta razão, por esta causa: conecta a todo o texto anterior. Pelo que
frequentemente isso acontece nas cartas, nenhum versículo pode ser visto
fora de todo o contexto da carta. Absolutamente nenhuma doutrina pode ser
formulada a partir de um único versículo somente, tudo está interligado.
Veja alguns exemplos de conexão dos versículos com o que está sendo dito
antes:
- Ver
1.15 – 15 Por isso, também eu, tendo ouvido a
fé que há entre vós no Senhor Jesus e o amor para com todos os santos, -por
isso.... ou seja, por causa daquelas coisas que ele acabou de dizer, ele
vai dar algumas razões.
- Vers. 2.4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por
causa do grande amor com que nos amou, - quando ele começa com
mas.... ele vai colocar
um contraponto ao que ele havia acabado de escrever...
- Vers. 2.8 . 8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto
não vem de vós; é dom de Deus; quando começa com porque.... ele vai explicar o
motivo daquilo que acabou de escrever
- 2.11, 11 Portanto,
lembrai- vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados
incircuncisão por aqueles que se intitulam circuncisos, na carne, por
mãos humanas,quando ele diz: portanto:, ele está tirando uma
conclusão com o que acabou de explicar.
- 3.1. Por esta causa: tudo o que estava
anteriormente dito é a causa daquilo que ele está por dizer:
- ...eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vós,
gentios,: por
causa do que, ou de quais coisas Paulo estava preso? Nesse tempo ele
estava prisioneiro em Roma, em prisão domiciliar. A Paulo não foi negado
que recebesse visitas, nem mesmo foi negado a ele continuar a se
corresponder com as pessoas. Tanto é que temos a carta aos Efésios em
nossas mãos. Mas quais os motivos que levaram Paulo a ser preso?
- Por causa do seu chamado apostólico tendo sido
feito por Deus, cap. 1.1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus,
- Paulo tinha a absoluta certeza de que sua
prisão não fugia ao controle de Deus, pois tinha a clareza em sua mente
de que seu chamado ao apostolado não havia sido por vontade própria, ou
por vontade da igreja, mas ele havia sido chamado pelo próprio Deus.
- Por causa de ele crer no plano de Deus para
salvação dos seus eleitos cap.
1.5 nos
predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo,
segundo o beneplácito de sua vontade,
- Apesar de estar preso e correndo risco de
morte, isso não lhe causava temor, pois a predestinação à vida eterna
lhe dava uma esperança maior que o medo.
- Por causa do chamado e da salvação efetuada
entre os gentios - 1.18-19- 18 iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes
qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua
herança nos santos 19 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os
que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
- Por causa da esperança de vida eterna, a
convicção de salvação lhe transbordava acima de qualquer temor acerca da
morte. Paulo sabia que a morte seria apenas sua porta de entrada para
vida eterna com Cristo.
- Por causa da unificação do povo de Deus sob a
cruz de Cristo e do Seu Sangue derramado na cruz 2.13-16; 12 naquele tempo, estáveis sem
Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da
promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. 13 Mas,
agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados
pelo sangue de Cristo. 14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez
um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade,
15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças,
para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, 16
e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz,
destruindo por ela a inimizade. Tendo sido este o mistério
guardado em tempos eternos e revelados aos profetas como também a Paulo e
a outros. O que ele menciona em 1.9-,...desvendando- nos o mistério da sua vontade, segundo o
seu beneplácito que propusera em Cristo
- A mudança gerada pelo evangelho no coração de
Saulo, perseguidor da igreja, para Paulo apóstolo de Cristo e pregador
da mensagem eterna, que podemos ver a ansiedade de Paulo em continuar a
pregar a verdade, custe o que custasse. Ele havia visto Cristo
ressurreto com os próprios olhos. Ele foi doutrinado de forma correta
pelo próprio Cristo Glorificado. E isso gerou uma certeza de salvação e
uma mudança tão grande na vida do apóstolo que nada mais importava, nem
mesmo sua própria vida importava, sua prisão se tornou para ele uma glória,
pois havia sido preso por causa do nome de Cristo a quem ele servia e
serviu com a própria vida.
- Ephesians 3:1 por amor de vós
Por que Paulo foi chamado para pregar aos gentios, ele se tornou
prisioneiro em (em e não de)
Cristo por amor aos gentios.
- Aquele que antes vivia, respirava, comia, bebia
do mais profundo da seita dos fariseus, que não suportava sequer um
judeu misturado com outra raça, como eram os samaritanos, agora, amava e
pregava aos gentios devido ao seu amor e dedicação a Cristo ao ponto
dele estar preso e não se importar com sua falta de liberdade, ou mesmo
sua propensa condenação à morte.
- Paulo de fato estava preso, como ele menciona
várias vezes no NT.
4.1
Rogo- vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da
vocação a que fostes chamados,
Veja que Paulo
quando escreve a Timóteo, ele o faz enquanto Timóteo estava em Efeso e em sua
segunda carta, Paulo menciona sua prisão:
2 Tm 1.8. - Não te envergonhes, portanto, do testemunho
de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa
comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus,
A prisão de Paulo
era, para ele, algo muito honrável... preso por causa Daquele que se deixou ser
pendurado em uma cruz e ser traspassados por nossos pecados, e possibilitar a
salvação a todo aquele que Nele crer. Ele estava preso por causa do interesse
da igreja, por causa do interesse do Reino de Deus.
- Fazer menção de sua prisão não lhe causava
desonra, pelo contrário, para Paulo era uma autenticação de seu chamado
pessoal e de seu chamado apostólico. Veja que, quando ele escreve sua
segunda carta aos coríntios, ele dá várias razões pelas quais ele
justificava seu apostolado como um chamado divino. Por que em Corinto
haviam homens que não eram apóstolos, e Paulo estabelece uma comparação
entre eles: cf. II Co 11. 23-28 São ministros de Cristo? (Falo como
fora de mim.) Eu ainda mais:em trabalhos, muito mais; muito mais em
prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. 24 Cinco
vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; 25 fui três
vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes;
uma noite e um dia passei na voragem do mar; 26 em jornadas, muitas
vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre
patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no
deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; 27 em
trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em
jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. 28 Além das coisas exteriores, há
o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas.
- Observe que sua prisão ocorre como relatado por
Lucas em Atos
21.27; 32-33; .....27 Quando já estavam por findar os sete dias, os
judeus vindos da Ásia, tendo visto Paulo no templo, alvoroçaram todo o
povo e o agarraram, ....32 Então, este, levando logo soldados e
centuriões, correu para o meio do povo. Ao verem chegar o comandante e os
soldados, cessaram de espancar Paulo. 33 Aproximando- se o comandante,
apoderou- se de Paulo e ordenou que fosse acorrentado com duas cadeias,
perguntando quem era e o que havia feito. 22.25 Quando o estavam
amarrando com correias, disse Paulo ao centurião presente: Ser- vos- á,
porventura, lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado?;
e a partir dali, todo o ministério de Paulo se deu entre cadeias. Ele foi
enviado a Félix, a Herodes, e por fim Paulo apelou para Cesar e foi
conduzido à Roma para ali ser julgado. Provavelmente Paulo ainda foi
solto mais uma vez, mas por pouco tempo até ser preso novamente e então
condenado à morte.
- E estando Paulo ainda perante o Rei Agripa e
Festo, ele ainda dá testemunho do que Deus havia revelado aos seus santos
profetas e que agora Paulo estava incumbido de anunciar ao mundo, bem
como os apóstolos:
- Atos 26.22. Mas, alcançando socorro de Deus, permaneço até ao dia
de hoje, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, nada
dizendo, senão o que os profetas e Moisés disseram haver de
acontecer, 23. isto é, que o
Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos,
anunciaria a luz ao povo (judeu) e aos gentios.
Paulo não se estranhava ao estar preso, pelo
contrário, ele considerava tal fato uma honraria. E mais que isso, como ele
inicia o versículo, ele afirma que é por estas coisas que ele está preso.
Só existe um ponto mais sublime para Paulo para que o
levasse a pensar desta maneira. De volta ao capítulo 1 da carta de Paulo aos
Efésios, nos versículos 3 a 7 ele diz:
3
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com
toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, 4 assim como
nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis perante ele; e em amor 5 nos predestinou para ele, para a
adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua
vontade, 6 para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu
gratuitamente no Amado, 7 no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão
dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,
Paulo aqui fala do
plano eterno de Deus para salvação de seus eleitos. O maior problema de muitos
crentes em aceitar a predestinação não é a falta de versículos bíblicos, ou
mesmo argumentos bíblicos como este que Paulo apresenta: é que esta doutrina
ataca diretamente a soberba humana em querer ser dona do seu próprio destino. O
problema é emocional e pecaminoso.
Contudo, não é
esse o ponto principal de Paulo para o qual ele se gloriava em sua prisão, mas
é o que ele apresenta como parte de seu argumento sobre a predestinação no
versículo 6: para louvor da glória de sua graça,
que ele nos concedeu gratuitamente no Amado,...
Em outras palavras, a predestinação de todas as coisas é para a glória de Deus,
não é para salvação do ser humano em si... mas tudo concorre para a glória de
Deus. Sua prisão, tinha ele a plena certeza, de que ela servia aos propósitos
de Deus, bem como propósito supremo que era para glória de Deus.
E da mesma
maneira, tudo concorre para a glória de Cristo, como vemos no versículo, 10 de fazer
convergir nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto
as do céu, como as da terra;
de fazer convergir... ponto de conversão:: foco Nele vindo de todas as
direções possíveis, todas as coisas apontam para Ele...
E de
igual forma quando lemos os versículos 13 e 14 do capítulo 1 de Efésios: ; 13
em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da
vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da
promessa; 14 o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua
propriedade, em louvor da sua glória...
vemos novamente aqui, que de fato de o Espírito Santo
é o responsável por nossa conversão, como disse Jesus a respeito Dele: “Joaõ 16.8 - Quando
ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo...”
obviamente não o mundo inteiro, mas aqui uma figura de linguagem chamada
metonímia que representa a parte pelo todo, ou seja, pessoas de todo o mundo
serão convencidas pelo Espírito Santo... por isso, Paulo encerra o versículo 13
e afirmando que o Selo colocado pelo Espírito Santo, é motivo de Ele ser
glorificado fostes
selados com o Santo Espírito da promessa; 14 o qual é o penhor da nossa
herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória.
Ou seja, o que vemos no capítulo 1 de Efésios, é que
todas as coisas pelas quais Paulo se considera um prisioneiro é em primeiro
lugar e acima de tudo, para a glória de Deus Pai, para a glória de Deus o
Filho, para a glória de Deus o Espírito Santo; em fim: para a glória do único
Deus, o Deus Triúno: Pai, Filho, Espírito Santo.
v. 2. se é que tendes ouvido a respeito da
dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros;
- Se
é que tendes ouvido... –
- seria contraditório o SE como dúvida, pois Paulo
mesmo passou boa parte de seu ministério em Éfeso conforme podemos ler em
Atos
18.19... 19 Chegados a Éfeso, deixou-
os ali; ele, porém, entrando na sinagoga, pregava aos judeus.
- E o apóstolo retornou para lá após algum tempo: Atos 19.1;10
- Atos 19.1 Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo
passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns
discípulos,
10 Durou isto por espaço de dois anos, dando
ensejo a que todos os habitantes da Ásia ouvissem a palavra do Senhor,
tanto judeus como gregos.
- Se de fato
Paulo duvidava que os efésios tinham recebido a Palavra, então esta carta
não poderia ter sido escrito por Paulo endereçada à igreja de Éfeso, mas
à outra igreja.
- “Se” – essa pequena palavra, para nós, em
relação à língua original do Novo Testamento, ela pode nos confundir um
pouco. Existem três palavras que são escritas de modo diferente na língua
grega, mas que quando foram traduzidas para o português, todas elas, que
inicialmente com escritas diferentes e significados diferentes, todas as
foram traduzidas por SE. Ean: condição da
dúvida, eis, OU ειγε:
apontam para uma condição do fato.
- Eigue - Já que tendes ouvido...desta
forma a condição do fato, ou seja a tradução feita desta forma a carta
aqui que temos em mãos, foi de fato escrita por Paulo direcionada à
igreja de Éfeso. Palo não tinha dúvidas que os efésios ouviram a mensagem
do evangelho, pois foi ele mesmo quem pregou e ensinou a eles.
- ...a respeito da dispensação da graça de Deus a mim
confiada para vós outros;
- Dispensação
da graça: um depósito da graça...
- Falar do
conceito de vasos de misericórdia em Romanos
9.23-24, 23 a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua
glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão, 24
os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas
também dentre os gentios?
- Falar que esse tipo de depósito não é para
ficar absorto, mofando... é para ser usado como fonte de bênção a jorrar
de forma abundante: João 7.38 38 Quem crer em mim, como diz a Escritura,
do seu interior fluirão rios de água viva..
- Paulo
não negou a pregação do evangelho a quem quer que fosse... muito menos
para a igreja em Éfeso e lemos isso em
Atos
19.10 Durou
isto por espaço de dois anos, dando ensejo a que todos os habitantes da Ásia
ouvissem a palavra do Senhor,tanto judeus como gregos.
I Co
1.24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como
gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
Aqui é uma aplicação prática da grande comissão de
Cristo: Indo por
todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura...
Da mesma maneira, Jesus após sua morte e ressurreição,
ele aparece aos discípulos e pouco antes de ascender aos céus, ele afirma em Atos 1.8 mas
recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra. Veja que o poder do Espírito que viria sobre os
discípulos tinha um motivo: ser testemunhas de Cristo.
A vinda do Espírito Santo tinha o nítido motivo de fazer com que os
crentes pregassem o evangelho e nada mais.
- Aplicação.
Quem aqui creu no evangelho, creu no Senhor Jesus
Cristo>>>>> quem o prega? Se os rios de água viva não fluem
de você... de fato você ainda não creu em Jesus Cristo.
A vida de Paulo
assim como a minha, assim como a sua vida todas possuem um propósito. E não se
trata aqui de um propósito mesquinho; não se trata de um propósito que somente
nos faz olhar para nossos umbigos e choramingar pelas dificuldades da vida; ou
olhar para nossos desejos e fazer com que dirijamos nossas vidas por causa de
interesses particulares de sobrevivência, de status, de ambição ou qualquer
outra coisa.
Precisamos
ter nós a mesma convicção que havia em Paulo acerca desse propósito: Romans 11:33-36
33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do
conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão
inescrutáveis, os seus caminhos! 34 Quem, pois, conheceu a mente do
Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? 35 Ou quem primeiro deu a ele
para que lhe venha a ser restituído? 36 Porque dele, e por meio
dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Os irmãos devem
ter estranhado no começo do culto, durante o louvor que cantamos um hino que
não está no hinário, nem está no saltério. Mas vejam que ele está na Bíblia.
Cantamos a palavra de Deus que nos diz exatamente a razão do nosso viver:
Vivemos para Ele, e todas as coisas existem para Ele: A ele, pois, a glória eternamente. Amém!
Décimo Segundo Sermão: Efésios
3:3-6
3 ...pois,
segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há
pouco, resumidamente; 4 pelo que, quando ledes, podeis compreender o
meu discernimento do mistério de Cristo, 5 o qual, em outras
gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi
revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito, 6 a
saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
Nos dois primeiros
versículos deste capítulo, Paulo mostra que tudo o que ele vai passar a dizer a
partir de agora, tem conexão com tudo o que ele havia dito antes. E vimos na
última pregação em Efésios que esta conexão está no fato da salvação dos
eleitos de Deus, não importando sua nacionalidade, mas considerada apenas pela
eleição eterna com o propósito de glorificar ao Deus Triúno: Pai, Filho,
Espírito Santo.
E percebemos
também que Paulo afirma do conhecimento dos Efésios quanto a esse ensino, pois
ele mesmo foi pastor ali em Éfeso, ensinando e pregando o evangelho do Reino de
Deus. Paulo, então, relembra aos seus primeiros leitores acerca do ensino que
ele mesmo havia levado até eles, a igreja de Éfeso. Tal ensino acerca da
dispensação da graça de Deus e que, por esse motivo, Paulo havia sido preso.
Paulo conscientiza
aos seus leitores que sua prisão por causa do evangelho não tinha outro motivo
a não ser o amor pela causa de Cristo e foi por causa do mesmo ele teve como
motivação. Então o apóstolo segue com sua
explanação do conteúdo do que ele havia ensinado àquela igreja:
E a partir do
versículo 3, Paulo vai direcionar como essa verdade atravessou o tempo,
atravessou a história até chegar ao tempo em que ele escrevia a carta àquela
igreja.
3...pois,
segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há
pouco, resumidamente...
A
graça de conhecer o evangelho foi trazida a Paulo, graça a qual ele menciona no
inicio desse capítulo, e no capítulo anterior várias vezes. Paulo afirma a
origem de seu conhecimento acerca do assunto que ele escrevia aos Efésios, ao
qual ele chamou de “mistério”.
Paulo não está mencionando aqui alguma outra carta que, talvez, tenha
sido perdida e não chegou ao conhecimento da igreja. Paulo está mencionando
exatamente todo o conteúdo com o qual ele vem abordando desde o início da
carta. Entretanto, ele não deixa claro aqui qual é de fato esse ponto
misterioso, até que pouco mais adiante ele o esclarece.
O
mistério é algo que Deus não deixou claro para os homens do passado.
·
Deus não se revelou aos gentios no passado em
voz, ou visão, ou sonhos...
·
Mas Deus se revelou no
passado por meio da nação de Israel, o que era a expressão da igreja naquele
tempo.
No passado distante de Paulo, Deus havia se revelado
de várias formas, nas palavras do autor de Hebreus, “... de muitas maneiras aos
pais, pelos profetas...”. Tais variadas formas podem ser vistas quando Deus
fala a Mirian e Arão naquele momento em que os dois haviam se rebelado contra a
autoridade de Moisés: Numbers 12:6-8 Então, disse: Ouvi, agora, as minhas palavras;
se entre vós há profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele, me faço conhecer ou falo
com ele em sonhos. 7 Não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel
em toda a minha casa. 8 Boca a boca falo com ele, claramente e não
por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR; como, pois, não temestes falar
contra o meu servo, contra Moisés?
A
questão que impressiona nesse texto é perceber uma mudança radical no
nacionalismo de Paulo e no seu radicalismo farisaico. Mesmos nos dias de Paulo,
ainda haviam revelações e podemos distinguir dois tipos de revelação: Revelação
direta e revelação indireta
·
Direta:
Atos 16.9
·
Indireta At 9.15.
Após sua
conversão, sempre houve insistência de Paulo na origem das revelações que ele
recebia; ele sempre afirmou de que nenhuma das revelações que ele recebeu era
de origem humana. Sobre a mudança do comportamento de Paulo, como fariseu,
radical, dedicado à sua seita nacionalista, aceitaria de bom grado a entrada
dos gentios no Reino de Deus? E mais ainda:
Reconhecer a graça sendo infundida nos gentios?
·
Pedro que não era
fariseu, para ele já foi difícil despir-se desse conceito nacionalista judaico,
imagine Paulo!
·
Os apóstolos só
concordaram em aceitar a difusão do evangelho aos gentios somente depois que a
mesma graça fora concedida a Paulo Galatians 2:9
9 e, quando conheceram a graça que me foi dada, Tiago, Cefas e João,
que eram reputados colunas, me estenderam, a mim e a Barnabé, a destra de
comunhão, a fim de que nós fôssemos para os gentios, e eles, para a
circuncisão;
·
Pedro só aceitou depois
da visão do lençol Atos 10.9-16 Acts 10:9-16
9 No dia seguinte, indo eles de caminho e estando já perto da
cidade, subiu Pedro ao eirado, por volta da hora sexta, a fim de orar. 10
Estando com fome, quis comer; mas, enquanto lhe preparavam a comida,
sobreveio-lhe um êxtase; 11 então, viu o céu aberto e descendo um
objeto como se fosse um grande lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro
pontas, 12 contendo toda sorte de quadrúpedes, répteis da terra e
aves do céu. 13 E ouviu-se uma voz que se dirigia a ele: Levanta-te,
Pedro! Mata e come. 14 Mas Pedro replicou: De modo nenhum, Senhor!
Porque jamais comi coisa alguma comum e imunda. 15 Segunda vez, a
voz lhe falou: Ao que Deus purificou não consideres comum. 16
Sucedeu isto por três vezes, e, logo, aquele objeto foi recolhido ao céu. E
foi apenas depois dessa visão que Pedro foi ter com um gentio, Cornélio, e ao
se deparar com a conversão genuína de Cornélio é que ele o batizou.
O mistério do qual
Paulo fala nesse versículo já havia sido mencionado por Paulo em 1.9 x 2.11-22, e esse mistério era o evangelho de nosso
Senhor Jesus Cristo. Entretanto, quanto ao mistério houve um discernimento dado
a Paulo ao qual os homens de Deus do passado não receberam. No versículo 4 ele
diz: 4 pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu
discernimento do mistério de Cristo,...
Paulo está dizendo
que quando a igreja de Éfeso e outras igrejas recebessem a carta em questão,
elas seriam capazes de discernir qual era esse mistério diferentemente dos
falsos mestres que tentavam ensinar coisas às igrejas e através desse ensino
oferecido apenas pelo apóstolo, a igreja poderia diferenciar Paulo dos demais
que se autodenominavam apóstolos e mestres. 1 Timothy 1:3-7 Quando eu estava de viagem,
rumo da Macedônia, te roguei permanecesses ainda em Éfeso para admoestares a
certas pessoas, a fim de que não ensinem outra doutrina, 4 nem se
ocupem com fábulas e genealogias sem fim, que, antes, promovem discussões do
que o serviço de Deus, na fé. 5 Ora, o intuito da presente
admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e
de fé sem hipocrisia. 6 Desviando-se algumas pessoas destas coisas,
perderam-se em loquacidade frívola, 7 pretendendo passar por mestres
da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os
quais fazem ousadas asseverações.
O Mistério não era
o chamado dos gentios, pois isso já havia sido revelado há muito tempo. Na
páscoa, na circuncisão, na promessa a Abraão, etc. também não era o mistério da
vinda do Messias, que esse já havia sido profetizado desde a queda no jardim do
Éden. Mas o mistério é que Cristo é tanto a fonte, quanto a substância; o
próprio mistério é Cristo, Cristo em todas as suas gloriosas riquezas, por meio
do Espírito Santo, habitando nos corações e mentes, tanto dos judeus como dos
gentios unidos em um só corpo, a igreja. Entretanto, o verdadeiro conteúdo do
mistério aqui em Efésios só é apresentado no versículo 6, mas leiamos a partir
do versículo 5.
5 o qual,
em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora,
foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito,6 a
saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
Nos versículos 3 e 4 não há descrição do conteúdo do
mistério, somente no versículo 6 em conexão com o 5 nós podemos entender.
Em eras passadas
ninguém havia conhecido...a vinda do Messias, não; a entrada dos gentios, não;
mas agora foi revelado, foi tirado o véu: 1 Corinthians 12:12-13
12 Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a
Cristo. 13 Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um
corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi
dado beber de um só Espírito. E, observando os versículos anteriores
desse trecho da primeira carta aos coríntios, podemos ver que o Espírito Santo
concede dons aos seus santos apóstolos e profetas. Os antigos profetas sabiam
da vinda do Messias e da benção dos gentios, as profecias eram muitas, como a
exemplo da profecia de Genesis com respeitos aos gentios:
Genesis 12:3 Abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias
da terra.;
Ou ainda como
exemplo uma das profecias de Isaías com respeito a Cristo
Isaiah 53:1-5 Quem creu em nossa pregação? E a quem foi
revelado o braço do SENHOR? 2 Porque foi subindo como renovo perante
ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura;
olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. 3 Era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que
é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e
dele não fizemos caso. 4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito,
ferido de Deus e oprimido. 5 Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.22.18; 26.4...Isaías
11.10; 54.1-3
Entretanto, o que
nenhum dos profetas deixou escrito foi a conexão entre a vinda do Messias o
derramamento do Espírito Santo e a entrada dos gentios por meio da ação do
Espírito. Mas, agora tendo sido todo o mistério revelado, a conexão entre essas
três coisas: 1. A vinda de Cristo; 2. O
derramamento do Espírito Santo e; 3. A entrada dos gentios por meio da ação do
Espírito é expresso por Pedro de forma simples e clara: 1 Peter 1:10-12 Foi a respeito desta salvação
que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a
vós outros destinada, 11 investigando, atentamente, qual a ocasião
ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo Espírito de Cristo, que
neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a
Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. 12 A eles foi revelado
que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora,
vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos
pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.
Iluminados pelo
Espírito, perceberam a nova ordem das coisas fazendo a conexão entre as
profecias do Antigo Testamento com o momento da história em que eles estavam
vivendo e passando. Percebendo, assim, eles que eles mesmos seriam os
instrumentos de cumprimento das profecias com respeito aos gentios: Isaiah 49:6 Sim, diz ele: Pouco é o seres meu servo, para restaurares as
tribos de Jacó e tornares a trazer os remanescentes de Israel; também te dei
como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da
terra.
Acts 13:44-49 No sábado seguinte,
afluiu quase toda a cidade para ouvir a palavra de Deus. 45 Mas os
judeus, vendo as multidões, tomaram-se de inveja e, blasfemando, contradiziam o
que Paulo falava. 46 Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente,
disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra
de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida
eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. 47 Porque o Senhor
assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que
sejas para salvação até aos confins da terra. 48 Os gentios, ouvindo
isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que
haviam sido destinados para a vida eterna. 49 E divulgava-se a
palavra do Senhor por toda aquela região. Na casa de Deus
não há inquilinos, há filhos. Não há um governo teocrático... não é um
ajuntamento de Judeus e Gentios, não há distinção. São co-participantes da
graça: Galatians
3:28-29 Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem
homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. 29 E, se
sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a
promessa.Membros do mesmo corpo; coparticipantes da promessa:
Ephesians 3:3 pois,
segundo uma revelação. Alguns podem imaginar que, ao tentar
desempenhar o cargo de apóstolo, ele agiu de forma precipitada, e agora pagava
a pena de sua imprudência. Foi isso que o tornou tão sério em implorar a
autoridade Divina por todas as suas falas. A presente ideia, acerca dos
gentios, por causa de sua novidade, tinha poucos apoiadores; e, portanto, ele a
chama de mistério. Por este nome ele se esforça para remover o preconceito o
desagrado geral causado pelo impacto da informação. Seu próprio interesse pessoal
no assunto era menos importante que o interesse dos Efésios, que estavam
profundamente preocupados com a informação, que, através do propósito
estabelecido de Deus, eles haviam sido chamados pelo ministério de Paulo.
Para que não seja duvidoso o que é pouco
conhecido deve tornar-se imediatamente objeto de suspeição, a palavra mistério
coloca-o em oposição aos julgamentos e opiniões perversas que prevaleceram no
mundo. Ephesians
3:3 pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério.
Paulo desenha a linha de distinção entre ele e aqueles fanáticos, que atribuem
a Deus e ao Espírito Santo seus próprios sonhos distantes do real propósito
divino. Os falsos apóstolos se vangloriam das revelações, mas era um falso
alarde. Paulo estava persuadido de que sua revelação era verdadeira, e poderia
provar isso para os outros, e fala disso como um fato que sem dúvida poderia
ser entrelaçado.
Ephesians 3: conforme escrevi há pouco,
resumidamente; . Isso se refere a um rápido olhar sobre o mesmo
assunto no segundo capítulo, ou que parece ser a opinião geral para outra carta
de Paulo que nós não temos em mãos nos nossos dias? Se adotarmos a visão que é
quase universalmente aceita, que o apóstolo escreveu anteriormente aos Efésios,
esta não seria a única epístola que perdemos. E, no entanto, não há espaço para
os zombadores ímpios, como se as
Escrituras tivessem sido mutiladas, ou em qualquer parte se tornaram
imperfeitas. Se considerarmos devidamente quanto ao fervor de Paulo, - a sua
vigilância e cuidado, - o seu zelo e fervor, - a bondade e a prontidão em
ajudar os irmãos -, seremos levados a considerá-lo altamente provável que ele
tivesse escrito muitas epístolas, tanto cartas públicas, quanto cartas de
natureza privada, em vários lugares e momentos distintos.
Contudo, aquelas
cartas que o Senhor julgou necessárias para a sua igreja foram selecionadas por
sua providência para a recordação eterna. Tenham certeza de que o que temos em
mãos é suficiente para nós, e que a pequenez do número restante não é o resultado
de um acidente; mas que o corpo da Escritura, que está em nossa posse, foi
ajustado pelo maravilhoso conselho de Deus.
Ephesians 3:4 pelo que, quando ledes, podeis
compreender o meu discernimento do mistério de Cristo,. A menção
freqüente deste ponto mostra a necessidade de que o chamado dos ministros seja
firmemente acreditado tanto por eles como por seu povo, pela igreja. Mas, Paulo
olha mais para os outros do que para si mesmo. Ele havia cometido uma grande
ofensa ao pregar o evangelho indiscriminadamente aos judeus e aos gentios, mas
sua solicitude não era principalmente por sua própria conta. Não havia poucos
que, dominados pelas calúnias de homens perversos, começaram a duvidar de seu
apostolado e cuja fé, por conseguinte, foi abalada. Foi isso que o induziu tão
freqüentemente a lembrar aos Efésios que ele conhecia a vontade e o comando de
Deus que o chamou para o ministério - No mistério de Cristo,
5. Ephesians 3:5 o qual, em outras gerações, não foi dado a
conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos
apóstolos e profetas, no Espírito.
Ele simplesmente o chamou de um mistério, mas agora o
chama de mistério de Cristo, porque era necessário que ele permanecesse
escondido, até que ele mesmo fosse revelado por sua vinda; Assim como a
denominação de "profecias
de Cristo" pode serem dadas àqueles que se relacionam com seu
reino. Devemos primeiro explicar a palavra mistério, e depois perguntar por que
é dito que permaneceu desconhecido em outras gerações. O mistério era: "Ephesians 3:6
que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo
e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;"
Quando este nome é dado ao evangelho, existem outros
significados da passagem, que não se aplicam ao presente,. O chamado dos
gentios, então, era um "mistério de Cristo", isto é, deveria ser
cumprido sob o reinado de Cristo.
Mas por que ele
afirma que não se sabia, quando tinha sido objeto de tantas profecias feitas no
passado? Os profetas em todos os lugares declararam que as pessoas viriam de
todas as nações do mundo, para adorar a Deus; que um altar será erguido tanto
na Assíria como no Egito, e que todos pareçam falar a língua de Canaã. Isaías 19:18.)
É intimado por estas palavras, que a adoração do Deus verdadeiro e a mesma
profissão de fé serão difundidas em todos os lugares. Do Messias é previsto,
que ele tenha domínio de um lado a outro e que todas as nações o sirvam. Salmo 72: 8,11.)
Vemos também que muitas passagens com este propósito são citadas pelos
apóstolos, não apenas dos profetas posteriores, mas também profecias feitas por
Moisés. Como isso poderia estar escondido, se havia sido afirmado por tantos
profetas? Por que todos, sem exceção, se pronunciaram em ignorância? Devemos
dizer que os profetas falaram o que não entendiam e emitiram sons sem sentido?
As palavras de
Paulo não devem ser entendidas como que significando que não havia nenhum
conhecimento sobre esses assuntos. Sempre houve uma parte da nação judaica que
reconheceu que, no advento do Messias, a graça de Deus seria proclamada em todo
o mundo e que aguardava a renovação da raça humana. Os próprios profetas,
embora falassem com a certeza da revelação, deixaram o tempo e a maneira
indeterminados. Eles sabiam que alguma comunicação da graça de Deus seria feita
aos gentios, mas a que horas, de que maneira e por que meios deveriam ser
cumpridas, eles não tinham nenhuma informação. Esta ignorância foi
exemplificada de maneira notável pelos apóstolos. Eles não só foram instruídos
pelas predições dos profetas, mas também tinham ouvido a distinta declaração de
seu Mestre: John
10:16 Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém
conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.
Marcos
16:15 "Ide em todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura"
e,
Atos 1:
8"Vós me sereis o testemunhas de mim em Jerusalém, e em toda a Judéia, e
em Samaria, e até os confins da terra" (440108,)
Os apóstolos temiam e recuaram com respeito ao chamado
dos gentios como uma proposta absurda, porque a maneira que seria realizada
ainda era desconhecida. Antes do evento real chegar, eles tinham apreensões
obscuras e confusas das palavras do nosso Salvador; isso acontecia por que
havia um véu sobre o rosto, que eles não poderiam olhar firmemente para o fim
daquilo que estava abolido, as cerimônias que impediam a entrada dos gentios
precisavam ser quebradas. 2 Corinthians
3:13-16 E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos
de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. 14 Mas
os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura
da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em
Cristo, é removido. 15 Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu
está posto sobre o coração deles. 16 Quando, porém, algum deles se
converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.
Com propriedade
inquestionável, portanto, Paulo chama isso de mistério e diz: que tinha sido
escondido; para a revogação da lei cerimonial, que os admitiu dentro do véu,
não foi entendida.
Ephesians 3:5 ...como, agora, foi revelado
aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito, Para reivindicar
informações que nenhum dos patriarcas, profetas ou reis santos possuíam, os
falsos mestres poderiam usar o aspecto da arrogância na fala de Paulo. Para
evitar esta acusação, Paulo lembra-lhes, em primeiro lugar, que, a este
respeito, ele não estava sozinho, mas compartilhou a revelação com os mais
eminentes professores da igreja; e, em segundo lugar, que foi o dom do Espírito
Santo, que tem o direito de conferir a quem ele quiser; pois não há outro
limite de nosso conhecimento, mas o que ele nos atribui é limitado por Ele
mesmo.
Estas poucas palavras, como agora é revelado, fazem um
esclarecimento a mais sobre a admissão dos gentios para serem filhos de Deus. É
na condição de que eles sejam colocados ao mesmo nível dos judeus e formem um
só corpo. Para que a novidade não seja ofensiva, ele afirma que isso deve ser
cumprido pelo evangelho. Efésios 3: 6: ...que os gentios são co-herdeiros, membros do
mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do
evangelho. Agora, o evangelho era em si mesmo uma novidade; Pois
nunca se tinha ouvido falar tal coisa, e ainda assim foi reconhecido por todos
os piedosos que tal novidade teria vindo do céu. Onde, então, era a maravilha,
se, ao renovar o mundo, Deus deveria seguir um método inusitado?
Inusitado não para
Deus, mas inusitado pelo modo Dele mesmo ajuntar o seu povo ter sido feito de
forma premeditada e planejada sim, desde a eternidade, mas de forma diferente
do que o próprio povo de Deus estava acostumado. Antes um chamado por
nascimento, um chamado pela genealogia sanguínea, agora um chamado pela
genealogia da fé. Não é sem razão que podemos apontar que quando a Escritura
diz que o justo viverá por fé também aponta para esse princípio do chamado para
ser parte do povo de Deus.
Um apelo ao
raciocínio de nossa parte eu preciso fazer. Já imaginaram se o chamado para
fazer parte do povo de Deus ainda dependesse de quem foram seus pais?
Dependesse de qual nacionalidade você pertence? Percebam o quão distante muitos
de nós estaríamos da verdade divina; o quão distante muitos de nós estaríamos
distantes da salvação?
Nós brasileiros
temos muito o que glorificar a Deus pela difusão do evangelho em nosso país.
Contudo, por outro lado temos muito que lutar contra a cultura que está
emprenhada em nossa carne. A cultura brasileira é imersa em uma imensa
banalização dos pecados que têm sido minimizados no decorrer de nossa história.
A nossa cultura é fundamentada em um cristianismo católico que por sua vez
abandonou o cerne da Escritura há séculos. Muitos de nós quando questionados
acerca de temas religiosos, até mesmo no meio do povo evangélico, a resposta
que temos não são respostas fundamentadas na Escritura, mas são respostas
baseadas na tradição católica enraizada no brasileiro.
Como os
reformadores já afirmaram há mais de quatrocentos anos: a igreja católica há
muito já havia deixado de ser igreja de Cristo para se tornar sinagoga de
Satanás. A Escritura deixou de ser a fonte de referência em meio a tantas
outras fontes paralelas das quais a principal delas é a tradição dos concílios
da igreja e a tradição de práticas pagãs revestidas de aparente cristianismo
para ganhar as massas ignorantes do conhecimento bíblico. E quantos de nós
desprezamos a Escritura para valorizarmos essas tradições?
Quantos de nós
ainda tentamos sustentar que chegaremos ao paraíso por meio da própria bondade
imaginada em nossas ditas boas obras?
Quantos de nós
ainda não nos decidimos acerca do compromisso com o evangelho e com o Deus do
evangelho imaginando que teremos outra chance de concertar as coisas após a
morte? Não há segunda chance, não
existe tal lugar chamado de purgatório.
As nossas ações,
palavras, pensamentos, omissões jamais terão perdão após a morte. A salvação
ocorre antes nós mesmos vejamos com os
nossos olhos espirituais a glória de Cristo, pois depois que se vê não se trata
de fé. Por isso se afirma na escritura que o JUSTO VIVERÁ POR FÉ. E da mesma
forma foi por esse motivo que Cristo afirmou a Tomé que havia duvidado de sua
ressurreição: John
20:29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste,
creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.
Que Deus nos
abençoe e que estejamos entre esses que não vimos a Glória de Cristo, mas ainda
assim cremos antes de nossa morte, ou antes da volta iminente de Cristo.
Décimo Terceiro Sermão: Efésios 3:7-13
7 do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de
Deus a mim concedida segundo a força operante do seu poder. 8 A mim,
o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o
evangelho das insondáveis riquezas de Cristo 9 e manifestar qual
seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou
todas as coisas, 10 para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de
Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais, 11 segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo
Jesus, nosso Senhor, 12 pelo qual temos ousadia e acesso com
confiança, mediante a fé nele. 13 Portanto, vos peço que não
desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois nisso está a vossa glória.
Após Paulo expor de forma explícita sobre a
predestinação realizada por Deus na eternidade no capítulo 1, o apóstolo
demonstra o propósito de Deus com respeito à salvação não apenas dos judeus,
mas de todo e qualquer homem, ou mulher, predestinado por Deus de qualquer
nação; ou seja: apontando o eterno propósito de Deus para salvação não apenas
dos judeus, mas também dos gentios. Assim ele determina o conjunto da Igreja em
qualquer tempo ou era, como sendo o grupo daqueles escolhidos, daqueles
predestinados à salvação pela única maneira possível: SOMENTE PELA GRAÇA.
Para
tanto, após Paulo reconhecer que seu farisaísmo estava distante desse propósito
eterno de Deus, bem como pelo fato dele ter inicialmente negado a Cristo,
perseguindo e matando aos cristãos, Deus faz um chamado especialíssimo ao
apóstolo:
7 do qual
fui constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida
segundo a força operante do seu poder.
Após
a declaração de Paulo de que o evangelho é o instrumento de Deus para salvação,
sem quaisquer outros paralelos, ou mecanismos, ele faz uma ponte entre esse
único instrumento de Deus para salvar o pecador, que é o evangelho, consigo
mesmo.
Deus o chama para ser ministro, um servo, um pregador
do evangelho de Cristo. A palavra ministro aqui tem outro significado bem
diferente daquele ao qual estamos acostumados. A palavra ministro também
carrega o sentido de ser um escravo, um simples servo de outro bem maior do que
ele.
Além
desse reconhecimento do próprio chamado, Paulo admite que está preso por causa
de sua nova postura em relação aos gentios, em relação à igreja, em relação a
Cristo. Mas, de forma alguma, o apóstolo enxerga isso como um peso em sua vida,
pelo contrário, ele aponta em várias situações sua satisfação em estar
cumprindo para com o seu papel.
Ainda
assim o apóstolo humildemente afirma que seu chamado não tinha nenhuma relação
com o seu conhecimento bíblico, nenhuma relação com sua formação de fariseu,
mas de forma sincera atribui seu chamado à graça divina que foi ainda mais
graciosa em sua vida.
Paulo
aplicou ao próprio coração aquilo que em certa ocasião Jesus ensinou por meio
de uma parábola:
Lucas
7:41-43 41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia
quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. 42 Não tendo nenhum dos
dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? 43
Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe:
Julgaste bem.
Apesar de Paulo
não ter estado presente a esse momento em que Jesus conta a parábola,
percebemos a gratidão imensurável do apóstolo a Deus pelo que muito Ele o havia
perdoado.
E continuamos ver
essa ideia de Paulo ter continuidade no início do versículo seguinte:
8 A mim,
o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o
evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
Esta
mesma forma de se expressar Paulo a usou em sua primeira carta aos Coríntios.
1 Coríntios 4:9-13 9 Porque a mim
me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos
condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos,
como a homens. 10 Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós,
sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis.
11 Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos
esbofeteados, e não temos morada certa, 12 e nos afadigamos,
trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos;
quando perseguidos, suportamos; 13 quando caluniados, procuramos
conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória
de todos.
Aqui
percebemos que Paulo, após sua conversão, não buscava a glória para si mesmo, e
nem aceitava qualquer tipo de enaltecimento da parte de qualquer pessoa a si
mesmo. Vemos narrado em Atos quando Paulo e Barnabé estavam em Listra, após a
cura de um homem aleijado, o povo daquela cidade quiseram lhes oferecer
sacrifícios, e de forma veemente Paulo os censurou por isso: Atos 14:14-15 14
Porém, ouvindo isto, os apóstolos Barnabé e Paulo, rasgando as suas vestes,
saltaram para o meio da multidão, clamando: 15 Senhores, por que
fazeis isto? Nós também somos homens como vós, sujeitos aos mesmos sentimentos,
e vos anunciamos o evangelho para que destas coisas vãs vos convertais ao Deus
vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles;
E é com a mesma
direção que o apóstolo retira o foco dos homens de si mesmo e o coloca sobre
Deus. No nosso texto de hoje Paulo afirma que o fato dele ter-se tornado um
pregador do evangelho foi devido a um exclusivo fator: 8...me foi dada esta graça de pregar aos
gentios o evangelho
A graça é a única
coisa que nos separa da condenação eterna. A graça é a única coisa que nos faz
diferente do pior ser humano na face da terra, que aguarda a sua execução no
corredor da morte por crimes hediondos. E Paulo vem nos mostrar o quão
desprezíveis nós somos se não fosse a graça de Cristo.
8...de
pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
Após
o apóstolo enaltecer a graça em detrimento de si próprio, ele espera, ao dizer
estas palavras, que os efésios se lançassem de coração ao Reino de Deus.
Paulo aguardava uma valorização da parte dos efésios
tal qual o salmista se propôs em vários momentos, em vários de seus Salmos a
valorizar os preceitos divinos, como ele o faz em Salmos 19:9-10 ...os juízos do SENHOR são verdadeiros
e todos igualmente, justos. 10 São mais desejáveis do que ouro, mais
do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos
favos. E muito mais agora, os
efésios teriam razão para se comportarem dessa maneira, quando Paulo já tinha
mostrado que a revelação também era para outros povos além do povo de Israel
como nação. Esse é o sentimento que Deus aguarda de seu povo chamado Igreja.
A esperança do
apóstolo era de que eles reconhecessem o quão valioso era para eles abraçarem intensamente
o evangelho de Cristo.
9 e
manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas, a palavra “manifestar” é fazer brilhar, acender a
luz, colocar em evidência, em destaque o mistério da revelação de Deus.
Um fato relevante
que precisamos considerar aqui é com respeito à palavra dispensação. Na língua
portuguesa ele carrega um significado um pouco diferente daquele da língua
original.
Em português,
dispensação vem de dispensar que é o ato de colocar para fora, mostrar, mas em
grego a palavra é comunhão. É associar-se, é estar junto. A ideia é a de que os
homens, a sua igreja, deveria estar sendo participante do seu propósito eterno.
E o mistério que antes não era conhecido, mas que, já naquele tempo os homens, já
tendo esse conhecimento, deveriam levar adiante a outros para que Deus seja
reconhecido e glorificado como Deus.
10 para que, pela igreja, a multiforme sabedoria
de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais,
A
igreja é o instrumento de Deus pelo qual ele leva seu evangelho. A igreja não
existe para si mesma, não existe para ser interna, a igreja é, como o próprio
termo grego afirma: o grupo dos chamados para fora. E tem o papel de honrar e
glorificar a Deus em qualquer parte do mundo, essa é a razão de sua existência.
Honrar e
glorificar a Deus é a razão da existência inclusive entre os anjos. Principados
e potestades intrinsecamente não existem diferenças entre uns e outros.
Aqui, neste texto,
não pode ser estabelecida uma diferença entre anjos maus e bons. Não é essa a
intenção do texto aqui. Gabriel é anjo e Satanás também é anjo e ambos são
criação de Deus. Usar as palavras “principados e potestades” para fazer
diferença entre anjos caídos, ou anjos que permaneceram conforme sua criação,
não faz sentido. O que vai determinar se um principado ou potestade é anjo bom
ou anjo mau é o próprio contexto.
Veja que esse ouvir
o evangelho é um desejo angelical: 1 Pedro 1:12 12 A eles foi revelado que, não para
si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram
anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o
evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar. E no mesmo
ensejo, veja que aqui não há discordância entre os crentes e esses “principados
e potestades”; não se faz menção de conflito aqui entre esses anjos e os
crentes como é feito em 6.12 onde Paulo diz que nossa luta não é contra carne e
sangue, mas contra principados e potestades; essa luta não é
mencionada na carta aos efésios.
E o que esses
principados e potestades conseguem ver é a multiforme graça de Deus, a
reconciliação daquilo que antes era irreconciliável, o ímpio sendo acolhido por
Deus como filho, o que é plenamente rejeitado por Satanás e seus anjos que
passarão a eternidade vendo a vitória de Deus e do Seu evangelho bem como a
glória dos filhos de Deus como sendo, para Satanás e seus anjos, o seu castigo
eterno.
A igreja é a torre
de luz, a luz que não se põe debaixo do alqueire, mas, em cima presa ao telhado
da casa, no velador, para iluminar a todos os que se abrigam nela. E por fim vimos que não há igreja de Cristo
que se defina entre portas e janelas, concílios ou denominações; a igreja de
Cristo se define na comunhão de pessoas que creem em um Único Senhor e Cabeça
dessa igreja; creem Nele como único Mediador entre Deus e os homens, a saber:
Jesus Cristo, homem. O congregar em uma instituição é uma consequência da
organização dessa igreja sem paredes, portas ou janelas.
A soberania e
poder de Deus é algo que vai muito além de nossos pobres intelectos, nossos
pobres raciocínios. Paulo foi um homem muito acima da média em sua época, e sem
qualquer pretensão de louvar a si mesmo ele disse: Gálatas 1:14 14 E, na minha nação,
quanto ao judaísmo, avantajava-me a muitos da minha idade, sendo extremamente
zeloso das tradições de meus pais. Certamente isso o ajudou bastante
na compreensão da grandeza de Deus e também facilitou para que ele pudesse
transmitir o que ele pôde absorver do conhecimento de Deus às outras pessoas.
Ele era o que hoje podemos considerar um gênio. Alguém com intelecto brilhante.
Entretanto, esse
intelecto brilhante não foi absolutamente nada diante de Deus, diante da vinda
de Cristo, até que o Espírito Santo promovesse a conversão de seu coração.
Paulo reconhecia
que ele mesmo estava muito limitado antes de sua conversão, e só compreendeu o
evangelho pela revelação que lhe fora dada, como ele menciona nos versículos 3,4 e 5.
E
Paulo compreendeu, iluminado pelo Espírito Santo, e inspirado para deixar
escrito esse mistério de Deus guardado em tempos passados e revelado pelos
santos apóstolos e profetas. E muito mais do que isso, Paulo percebeu a
grandeza e poder de Deus no que diz respeito ao propósito que Ele tinha para
sua Igreja e para o restante do mundo. E, percebeu também, quando foi que Deus
estabeleceu esse propósito. E a resposta que Paulo nos dá quanto ao tempo em
que Deus estabeleceu esse propósito é: SEMPRE HOUVE ESSE PROPÓSITO.
O
propósito é eterno, disse Paulo. Assim como Deus é eterno, o seu propósito
também o é. Tudo quanto a Palavra de Deus nos diz com expressões parecidas com:
“foi antes da
fundação do mundo”; “tempos eternos”; “na eternidade”; “antes da criação”;
todas elas nos apontam que tais coisas estão estabelecidas no coração de Deus
desde sempre, e sempre serão.
Deus
manifesta seu caráter através dos seus propósitos, manifesta seu poder, sua
soberania, sua grandeza, sua santidade. Deus nunca foi pego de surpresa em
absolutamente nada exatamente por que todas as coisas foram estabelecidas por
Deus com eventos, locais, hora, minutos, segundos, pessoas, coisas,
absolutamente tudo debaixo da ordem soberana de Deus estabelecida desde sempre,
sem qualquer mudança, ou mesmo variação no que ele estabeleceu, ou mesmo a
menor interferência de quem quer que seja.
Quando
dizemos possibilidades com respeito a nós, é justamente porque não temos como
saber se de fato podemos, ou temos condições para fazer as coisas, ou seja: é
duvidoso que consigamos. Mas quando falamos em possibilidade no Ser de Deus,
nós não estamos dizer que é algo duvidoso. A possibilidade para Deus é uma
certeza em qualquer aspecto, porque Ele mesmo escreveu a história, a conduz, e
transforma cada um dos seus planos em realidade.
E o
que Paulo nos mostra aqui acerca desse plano eterno é com respeito à pessoa de
Cristo Jesus. Aqui no texto de Efésios, esse mistério, como já vimos, não foi
somente a entrada dos gentios pelo evangelho, mas de que haveria uma conexão
dessa entrada dos gentios, as portas do evangelho seriam escancaradas para homens
de todas as nações, para nós, quando o Espírito Santo viesse. Jesus mesmo já
havia dito isso, e o momento em que precedeu a vinda do Espírito Jesus mostrou
a eles este propósito eterno: Atos 1:8 8 mas recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.
A declaração de
Cristo é bem nítida: o propósito da vinda do Espírito Santo é para
testemunharem acerca de Cristo em todas as nações.
Mas
fazia parte também desse plano eterno, a própria morte de Cristo. A cruz não
foi o plano B de Deus quando Adão caiu no paraíso. A queda do homens já estava
escrita e a morte de Cristo era um propósito eterno de Deus como está claro no
próprio contexto da carta aos Efésios: Efésios 1:4 4 assim como nos escolheu nele antes
da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; Como também está claro no escrito
de outros apóstolos: 1 Pedro 1:19-20 19 mas pelo precioso sangue, como
de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, 20
conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos
tempos, por amor de vós...
Deus
Pai, Filho e Espírito Santo, o Deus Trino é soberano, mas não apenas soberano,
é Eternamente Soberano sobre tudo e todos seja na história, ou na
eternidade.
12 pelo
qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele.
Quando
Paulo declara a soberania e majestade de Deus não importa quais são as
condições em que ele se encontrava. Preso, prestes a ser morto, isso não o
deixava nem um pouco abalado. Por saber quem é Deus e como Ele conduz a história
de modo soberano, é que Paulo se via completamente tranquilo em relação a tudo
isso.
Nem
mesmo a iminência de sua execução o deixava abalado. Veja que, nas palavras
dele, é transmitida sua total segurança em Deus. Se tudo está dentro dos
propósitos eternos de Deus, por que haveria de desesperar-se? Assim devemos
olhar sua confiança em Deus e tomarmos como exemplo.
Paulo
quando fala acerca de nossa insegurança quanto ao porvir, ele afirma da
seguinte maneira: Filipenses 4:6-7 6 Não andeis ansiosos de coisa
alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições,
pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7 E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em
Cristo Jesus.
Veja
que as palavras de Paulo são um eco das palavras de Cristo. Certamente Paulo
esteve em contato com uma testemunha auricular das palavras de Jesus quando Ele
falou acerca da ansiedade:
Mateus
6:31-34 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que
beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? 32 Porque os gentios é que
procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas; 33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto,
não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados;
basta ao dia o seu próprio mal
Cristo,
quando falou acerca dessa segurança que devemos ter, Ele toca no ponto central
de nossa fragilidade enquanto seres humanos limitados: nós não somos
oniscientes quanto ao dia de amanhã, por isso Ele fecha a questão: basta ao dia o seu
próprio mal.
Precisamos
aprender a descansar em Deus quanto ao dia de amanhã. E isso não nos dá
permissão para vivermos de modo desregrado e sem planejamentos. Devemos ser
cautelosos quando planejarmos as coisas e não agirmos de modo irresponsável
dizendo: “Deus
proverá”.
Quando Abraão usou
tais palavras ele não estava sendo irresponsável, ele estava tendo uma atitude
de fé obedecendo a ordem direta de Deus em ir, levar seu único filho e
sacrificá-lo em lugar determinado. E quando seu filho questiona: cadê o
cordeiro do sacrifício, as palavras de Abraão são palavras de quem confiava na
providência de Deus, por que o próprio Deus lhe havia dado a ordem; por isso
ele responde ao filho: “Deus proverá”.
13
Portanto, vos peço que não desfaleçais nas minhas tribulações por vós, pois
nisso está a vossa glória.
É
desta forma que Paulo, então, descreve a soberania de Deus sobre a história e
queria que a igreja de Éfeso mantivesse a mesma confiança em Deus. Paulo mostra
que tudo o que estava acontecendo com ele, estava nos propósitos divinos. Ele
tinha segurança disso e queria que a igreja também tivesse, mesmo em face de
sua prisão e morte certa.
Paulo
não queria que o estandarte ou o alicerce da igreja de Éfeso fosse ele mesmo,
longe disso. Ele pretendia que a igreja olhasse para o sofrimento de Paulo como
sendo algo benéfico para o progresso do evangelho. Foi assim que ele afirmou à
igreja de Filipos: Filipenses 1:12-14 12 Quero ainda, irmãos,
cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído
para o progresso do evangelho; 13 de maneira que as minhas cadeias,
em Cristo, se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os
demais; 14 e a maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas
algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus.
O
fato de Paulo estar sendo julgado não era motivo algum para que a igreja viesse
a esfriar, desesperar, muito mais ainda perder a fé, ou desistir pelo caminho.
Para os crentes que eram conhecidos de Paulo, seu julgamento, sua prisão foram
motivos incentivadores para muitos irmãos.
Eles
estavam compreendendo as palavras de Cristo: Mateus 5:10-12 Bem-aventurados os perseguidos
por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11
Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. 12
Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim
perseguiram aos profetas que viveram antes de vós. Entretanto, antes
de, de fato, compreenderem o evangelho não foi bem assim o comportamento dos
próprios apóstolos. Quando Cristo foi preso, Pedro o seguiu de longe e o negou
quando disseram que ele era discípulo de Cristo; os outros sumiram. Após sua
crucificação e morte, ficavam em casa com as portas e janelas trancadas.
Mas
após a compreensão do evangelho e da necessidade da morte de Cristo, uma
mudança radical na atitude dos apóstolos:
Atos
5:25-29 25 Nesse ínterim, alguém chegou e lhes comunicou: Eis que os
homens que recolhestes no cárcere, estão no templo ensinando o povo. 26
Nisto, indo o capitão e os guardas, os trouxeram sem violência, porque temiam
ser apedrejados pelo povo. 27 Trouxeram-nos, apresentando-os ao
Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os, 28 dizendo:
Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes
Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. 29
Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do
que aos homens... e depois o parecer de Gamaliel, o mesmo que foi
mestre fariseu de Paulo disse a eles: Atos 5:40-42 40 Chamando os apóstolos,
açoitaram-nos e, ordenando-lhes que não falassem em o nome de Jesus, os
soltaram. 41 E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por
terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome. 42
E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de
pregar Jesus, o Cristo.
Aqueles
que antes tinham medo e se escondiam, agora enfrentavam sem nenhum temor
aqueles que poderiam lhes tirar a vida. Mas o temor no coração dos apóstolos
teve a direção mudada. Antes seus temores eram com relação aos homens, mas
agora, seus temores eram com relação a Deus. Perceberam sua grandeza e
soberania sobre a história, sobre a vida, sobre tudo. Compreenderam e aceitaram
a Palavra de Jesus quando lhes disse: Mateus 10:28 28 Não temais os que matam o corpo e
não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno
tanto a alma como o corpo.
Esse
temor a Deus foi certo até o fim de suas vidas. Foram presos e mortos por causa
do evangelho que creram. Nunca teriam se permitido a isso, caso o evangelho, ou
Cristo fossem uma fraude, uma mentira. Eles perceberam e vivenciaram a
realidade eterna determinada por Deus. E o mesmo aconteceu com Paulo, percebeu
essa grandeza de Deus e queria que seu próprio sofrimento e morte servissem de
estímulo à igreja de Éfeso, de modo que ele terminou esse texto dizendo que se
assim se comportassem, isso seria a glória daquela igreja, a glória de sofrer
por Cristo; o mesmo tendo dito Paulo à igreja de Filipos: Filipenses 1:29-30 29 Porque vos foi concedida a
graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele, 30
pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e, ainda agora, ouvis que é o meu.
Paulo
diz, se vocês agora também sofrem por Cristo, exultai-vos nisso, pois é uma
glória para o Cristão sofrer pelo nome do Cabeça e Salvador da Igreja.
·
Aplicações:
o O papel da igreja – comunhão, chamados para fora,
levar o evangelho
o Confiança nas tribulações
o Deus é soberano.
Décimo Quarto Sermão; Efésios 3:14-1 - 5
14 Por
esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, 15 de quem toma o
nome toda família, tanto no céu como sobre a terra,
Efésios
3:14-21 14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,
Paulo inicia esta oração da mesma forma que ele
iniciou o capítulo 3: POR ESTA CAUSA. Entretanto, as causas aqui não são as
mesmas. Lembremos que anteriormente, Paulo afirmou que estava preso por amor
aos gentios, por causa da defesa que ele fazia do evangelho de Cristo que ele
vinha divulgando entre eles.
Por esta causa, agora, ele se refere a algo que ele
tinha dito no parágrafo anterior e a razão pela qual ele se punha de joelhos
nos remete aos versículos Efésios 3:8-9 8 A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis
riquezas de Cristo 9 e manifestar qual seja a dispensação do
mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas,
·
Os demônios sabiam quem
Cristo era: Marcos
5:1-6 1 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos
gerasenos. 2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu
encontro, um homem possesso de espírito imundo, 3 o qual vivia nos
sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; 4 porque,
tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram
quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. 5
Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos
montes, ferindo-se com pedras. 6 Quando, de longe,
viu Jesus, correu e o adorou,
·
Mas o que é adoração? O
que isso tem a ver com ato de colocar-se de Joelhos?
Em muitas igrejas contemporâneas, existe um caos na
adoração. A tragédia é tão grande que poucos crentes examinam as Escrituras
para encontrar seus preceitos sobre este assunto. Alguns dizem: “Isto parece
adoração”; ou: “Isto não é
adoração”; ou: “Posso adorar a
Deus com esta forma de culto”.Entretanto, tais
pessoas estão fazendo um julgamento comletamente subjetivo quanto à maneira
apropriada de adorarmos a Deus. Mesmo aqueles que examinam as Escrituras freqüentemente já decidiram que tipo de
adoração acham adequada e buscam as Escrituras apenas para encontrar textos que
apoiam seu ponto de vista. Nesse artigo, consideraremos o que realmente é
adoração e como devemos adorar a Deus de uma maneira que O agrade.
O QUE É ADORAÇÃO?
A primeira coisa a determinar é o significado da
palavra “adoração. Muitos
têm sua própria idéia a respeito do que ela denota; mas precisamos deixar a
Bíblia definir o conceito deste vocábulo. Ela o faz de maneira bem específica.
À medida que examinamos as Escrituras, ficamos surpresos com a maneira como
elas empregam a palavra adoração. A
Bíblia está cheia de versículos que vinculam a idéia de adorar à de prostrar-se
ou ajoelhar-se diante de Deus.
A palavra hebraica Hitawa significa prostrar-se ou
curvar-se. Quando examinamos a Bíblia, descobrimos muitos exemplos; “E, imediatamente, curvando-se Moisés para a
terra, o adorou” (Êx 34.8); “Vinde,
adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou” (Sl
95.6); “Todos os filhos de Israel, vendo descer o
fogo e a glória do SENHOR sobre a casa, se encurvaram com o rosto em terra
sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre”(2 Cr 7.3); “Os vinte
e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no
trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas
coroas diante do trono” (Ap 4.10).
As expressões encurvaram com o rosto em terra” ou “curvar-se para a
terra” está
freqüentemente associada à adoração a Deus. Isto não significa que devemos
encurvar-nos com o rosto em terra cada vez que adoramos a Deus ou mesmo que
isto sempre acontecia em todos atos de adoração mencionados na Bíblia. Essa é
uma atitude simbólica; por esta razão, é importante indagarmos o que significa e
qual seu propósito.
Essa atitude expressa mais do que uma demonstração de
amor por alguém. Se você ama seu esposo ou sua esposa, não se prostra diante
dele (a) ou curva-se com o rosto em terra. Ora, a atitude de prostrar-se
significa mais do que respeito. Entretanto, por mais que respeite seus
superiores no trabalho, você não se lança ao chão diante deles. Prostrar-se
diante de alguém significa reconhecê-lo como seu senhor. Você é servo dele, e
ele é seu senhor. Ele dá as ordens, e você tem de obedecê-las.
SERVIÇO
Isto nos leva ao segundo aspecto de adoração
encontrado na Bíblia uma associação entre adorar e servir. Tudo que somos e
possuímos pertence a Deus; por conseguinte, somos servos dEle.
Um exemplo deste conceito acha-se em Mateus 4.10,
que relata a ocasião em que Jesus foi tentado: Então, disse-lhe Jesus: Vai-te,
Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás” (ARC). Parece, então, que adorar a Deus de maneira
bíblica implica em que reconhecemos ser Ele o nosso Senhor e que temos de
servi-Lo em nossas vidas. Em resumo, adoração bíblica envolve tanto as palavras
quanto a vida. Se quiséssemos uma breve definição de adorar poderíamos dizer: “Adorar a Deus é
reconhecê-Lo como nosso Senhor, tanto nas palavras quanto nos atos.
SENHOR DE NOSSA
VIDA
Isto suscita um interessante detalhe. Existem aqueles
que gostariam de fazer da adoração algo puramente intelectual. Mas adoração
envolve mais do que palavras e pensamentos; envolve todo o nosso ser, nossas
atitudes. Por exemplo, fazer uma oferta financeira é um ato de adoração, embora
nenhuma palavra seja pronunciada por aquele que contribuiu. Ao invés de
utilizar palavras, ele está fazendo uma declaração por meio de seus atos. Está
dizendo: “Deus é o Senhor do
meu bolso, bem como de outros aspectos de minha vida. Ele é o Senhor do meu
dinheiro e dos meus bens .
Outro exemplo das
Escrituras encontra-se em Apocalipse 4.10, citado anteriormente: “Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão
diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos
séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
Tu és digno, Senhor e Deus nosso. O que significa a atitude dos anciãos depositarem
suas coroas diante do trono? O fato de que eles tinham coroas indica que
possuíam alguma autoridade pessoal. Mas o depositarem suas coroas diante do
Senhor declara simbolicamente:
Tu és o Rei dos Reis; toda a nossa
autoridade submetemos a Ti, pois Tua autoridade é superior. Portanto, a adoração deles, nesta ocasião, pelo
menos envolvia uma ação que transmitia um significado específico. Um exemplo
ainda mais significativo encontramos em Maria, a que ungiu os pés de Cristo com
precioso bálsamo, enxugando-os com seus cabelos.
Ela não pronunciou
qualquer palavra, mas sem dúvida aquele foi um ato de adoração.
PALAVRAS SÃO INSUFICIENTES
De fato, a adoração que consiste apenas de palavras é
algo abominável a Deus. Em Isaías 29.13,
Ele afirma: “Este povo se aproxima de mim e com a sua
boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o
seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens”. Nossa adoração
for-mal aos domingos é uma mentira, se Deus não é verdadeiramente o nosso
Senhor durante o restante da semana.
Em resumo, a Bíblia sempre utiliza o vocábulo adoração” no contexto de
prostrar-se diante de Deus, quer literal, quer simbolicamente. A adoração
bíblica não é apresentada como algo apenas intelectual ou verbal, mas como uma
atitude de todo o nosso ser. Pode não envolver palavras, mas sempre tem o
significado de exaltar a Deus como Senhor.
LOUVOR: OUTRO LADO DA MOEDA
Hoje costumamos utilizar a palavra adoração para
abranger tudo que ocorre nos cultos públicos. Conforme já vimos, a Bíblia a
emprega de maneira bem mais específica, porém ela também utiliza outros
vocábulos, dentre estes o mais comum é louvor”. Se adoração
transmite a ideia de nos prostrarmos ou nos curvarmos diante de Deus, louvor
fala de nos levantarmos perante Ele. Quando louvamos, erguemos nossas cabeças e
cantamos ou damos graças a Deus por aquilo que Ele é e tem feito.
Podemos encontrar essas duas idéias unidas no mesmo
versículo: “E todo o povo respondeu: Amém! Amém! E,
levantando as mãos, inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra” (Ne
8.6). Observe que eles louvaram erguendo suas mãos e
proclamando o amém; e adoraram inclinando-se com o rosto em terra. Em 2 Crônicas 7.3, essas
duas idéias estão apresentadas na ordem inversa: “Os filhos de Israel... se encurvaram com o
rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é
bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.
MÚSICA E CÂNTICOS
Em nossos dias, o
louvor está associado à música e aos cânticos. Às vezes, nas Escrituras o
louvor é algo barulhento, envolvendo freqüentemente o uso de instrumentos como
uma parte importante. 1 Crônicas 23.5 declara: Quatro mil porteiros e quatro mil
para louvarem o SENHOR com os instrumentos que Davi fez para esse mister.
Também lemos em 2 Crônicas 30.21: “Os
levitas e os sacerdotes louvaram ao SENHOR de dia em dia, com instrumentos que
tocaram fortemente em honra ao SENHOR.
A idéia de louvar a Deus erguendo a voz e utilizando
instrumentos para chamar atenção ao que Ele havia realizado era uma parte
central da adoração do Antigo Testamento.
Embora não haja menção de instrumentos musicais na
adoração do Novo Testamento, podemos encontrar ali a mesma ideia de vozes sendo
erguidas em louvor e oração a Deus. Por exemplo, em Atos 4.24, os crentes reunidos,“unânimes,
levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a
terra, o mar e tudo o que neles há. E o apóstolo Paulo instruiu os crentes de Colossos a
ensinarem e aconselharem uns aos outros com salmos, e hinos, e cânticos
espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).
Portanto, adoração, de acordo com as Escrituras,
significa prostrarmo-nos e reconhecermos o senhorio de Deus, enquanto louvor
transmite a idéia de levantar nossas cabeças a Deus, proclamando alegremente
quem Ele é e o que tem feito por nós.
·
Ao colocar-se de joelhos
Paulo reconhece a soberania de Deus sobre pessoas, coisas e eventos.
15 de quem
toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra,
·
tanto no céu como sobre a terra, é a igreja
invisível, é a igreja de todos os santos, de todos os tempos, os que nasceram e
já morreram, os que nasceram e ainda não morreram, e também aqueles que nem
nasceram.
o
·
de quem toma o nome toda família Duas possibilidades.
o
Deus conhece todos os santos
§ Onisciência
o
A família de Deus se
chama pelo Seu nome
§ Cristãos
·
Deus conhece todos os santos
·
Onisciência
o João
10:14 14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me
conhecem a mim,
·
Na carta de Apocalipse
às sete igrejas da Asia, Cristo demonstra seu conhecimento da igreja. De um
modo específico, ele afirma esse conhecimento acerca de cada uma delas:
o Apocalipse
2:2-3 2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua
perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os
que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3
e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te
deixaste esmorecer.
o Apocalipse
2:9 9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a
blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes,
sinagoga de Satanás.
o E do mesmo modo que Cristo afirmou seu conhecimento
sobre estas igrejas, ele também o faz com as outras igrejas mencionadas Aqui
nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Esse é apenas um exemplo de como Cristo
demonstra um profundo conhecimento de toda a sua igreja,
o Salmos
147:4-5 4 Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu
nome. 5 Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento
não se pode medir.
Estima-se que a
nossa galáxia, a Via Láctea, possui de 200 a 400 bilhões de estrelas. As
galáxias possuem em média centenas de bilhões de estrelas. E as estimativas
também apontam para centenas de bilhões de galáxias no Universo. Isto
resultaria na existência de mais de 10 sextilhões de estrelas. Para comparação,
o número de estrelas no Universo pode ser maior do que o número de grãos de
areia na Terra, ou da ordem do total de células existentes em todos os seres
humanos do nosso planeta.
- A
família de Deus se chama pelo Seu nome:
São Cristãos
§ 2
Crônicas 7:14 14 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
Aplicação:
Adoração
– serviço, reconhecendo o senhorio e majestade
A
igreja que se chama pelo Seu nome – se somos cristãos vivamos como cristãos.
Deus
conhece sua igreja – o conhecimento de Deus é imensurável, não podemos medir.
·
Acaso há coisa demasiadamente difícil a Deus?
·
Nossos problemas são tão grandes que não possam ser
vencidos?
·
Mateus 6:13 13 e não nos deixes
cair em tentação; mas livra-nos do mal Nossas tentações são de fato maiores do que nós,
maiores que o Deus que buscamos? ou não vencemos as tentações por que de fato
queremos permanecer nas nossas cobiças?
Que Deus abençoe a
sua igreja e tenha misericórdia de nossas vidas.
Décimo Quinto Sermão: - Efésios
3:14-21
14 Por
esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, 15 de quem toma o
nome toda família, tanto no céu como sobre a terra,
Efésios
3:14-21 14 Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai,
Paulo inicia esta oração da mesma forma que ele
iniciou o capítulo 3: POR ESTA CAUSA. Entretanto, as causas aqui não são as
mesmas. Lembremos que anteriormente, Paulo afirmou que estava preso por amor aos
gentios, por causa da defesa que ele fazia do evangelho de Cristo que ele vinha
divulgando entre eles.
Por esta causa, agora, ele se refere a algo que ele
tinha dito no parágrafo anterior e a razão pela qual ele se punha de joelhos
nos remete aos versículos Efésios 3:8-9 8 A mim, o menor de todos os santos,
me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis
riquezas de Cristo 9 e manifestar qual seja a dispensação do
mistério, desde os séculos, oculto em Deus, que criou todas as coisas,
·
Os demônios sabiam quem
Cristo era: Marcos
5:1-6 1 Entrementes, chegaram à outra margem do mar, à terra dos
gerasenos. 2 Ao desembarcar, logo veio dos sepulcros, ao seu
encontro, um homem possesso de espírito imundo, 3 o qual vivia nos
sepulcros, e nem mesmo com cadeias alguém podia prendê-lo; 4 porque,
tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram
quebradas por ele, e os grilhões, despedaçados. E ninguém podia subjugá-lo. 5
Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os sepulcros e pelos
montes, ferindo-se com pedras. 6 Quando, de longe,
viu Jesus, correu e o adorou,
·
Mas o que é adoração? O
que isso tem a ver com ato de colocar-se de Joelhos?
Em muitas igrejas
contemporâneas, existe um caos na adoração. A tragédia é tão grande que poucos
crentes examinam as Escrituras para encontrar seus preceitos sobre este
assunto. Alguns dizem: “Isto parece adoração”; ou: “Isto não é
adoração”; ou: “Posso adorar a Deus
com esta forma de culto”.Entretanto, tais
pessoas estão fazendo um julgamento comletamente subjetivo quanto à maneira
apropriada de adorarmos a Deus. Mesmo aqueles que examinam as Escrituras freqüentemente já decidiram que tipo de
adoração acham adequada e buscam as Escrituras apenas para encontrar textos que
apoiam seu ponto de vista. Nesse artigo, consideraremos o que realmente é
adoração e como devemos adorar a Deus de uma maneira que O agrade.
O
QUE É ADORAÇÃO?
A primeira coisa a
determinar é o significado da palavra “adoração. Muitos têm sua própria idéia a respeito do
que ela denota; mas precisamos deixar a Bíblia definir o conceito deste
vocábulo. Ela o faz de maneira bem específica. À medida que examinamos as
Escrituras, ficamos surpresos com a maneira como elas empregam a palavra adoração. A Bíblia está cheia de versículos que
vinculam a idéia de adorar à de prostrar-se ou ajoelhar-se diante de Deus.
A palavra hebraica
Hitawa significa prostrar-se ou curvar-se. Quando examinamos a Bíblia,
descobrimos muitos exemplos; “E, imediatamente, curvando-se Moisés para a
terra, o adorou” (Êx 34.8); “Vinde, adoremos
e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou” (Sl
95.6); “Todos os filhos de Israel, vendo descer o
fogo e a glória do SENHOR sobre a casa, se encurvaram com o rosto em terra
sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é bom, porque a sua
misericórdia dura para sempre”(2 Cr 7.3); “Os vinte
e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no
trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas
coroas diante do trono” (Ap 4.10).
As expressões encurvaram
com o rosto em terra” ou “curvar-se para a
terra” está
freqüentemente associada à adoração a Deus. Isto não significa que devemos
encurvar-nos com o rosto em terra cada vez que adoramos a Deus ou mesmo que
isto sempre acontecia em todos atos de adoração mencionados na Bíblia. Essa é
uma atitude simbólica; por esta razão, é importante indagarmos o que significa
e qual seu propósito.
Essa atitude
expressa mais do que uma demonstração de amor por alguém. Se você ama seu
esposo ou sua esposa, não se prostra diante dele (a) ou curva-se com o rosto em
terra. Ora, a atitude de prostrar-se significa mais do que respeito.
Entretanto, por mais que respeite seus superiores no trabalho, você não se
lança ao chão diante deles. Prostrar-se diante de alguém significa reconhecê-lo
como seu senhor. Você é servo dele, e ele é seu senhor. Ele dá as ordens, e
você tem de obedecê-las.
SERVIÇO
Isto nos leva ao
segundo aspecto de adoração encontrado na Bíblia uma associação entre adorar e
servir. Tudo que somos e possuímos pertence a Deus; por conseguinte, somos
servos dEle.
Um exemplo deste
conceito acha-se em Mateus 4.10, que relata a ocasião em que Jesus foi
tentado: Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
Deus, adorarás e só a ele servirás” (ARC). Parece, então, que adorar a Deus de maneira
bíblica implica em que reconhecemos ser Ele o nosso Senhor e que temos de
servi-Lo em nossas vidas. Em resumo, adoração bíblica envolve tanto as palavras
quanto a vida. Se quiséssemos uma breve definição de adorar poderíamos dizer: “Adorar a Deus é
reconhecê-Lo como nosso Senhor, tanto nas palavras quanto nos atos.
SENHOR DE NOSSA VIDA
Isto suscita um
interessante detalhe. Existem aqueles que gostariam de fazer da adoração algo
puramente intelectual. Mas adoração envolve mais do que palavras e pensamentos;
envolve todo o nosso ser, nossas atitudes. Por exemplo, fazer uma oferta
financeira é um ato de adoração, embora nenhuma palavra seja pronunciada por
aquele que contribuiu. Ao invés de utilizar palavras, ele está fazendo uma
declaração por meio de seus atos. Está dizendo: “Deus é o Senhor do
meu bolso, bem como de outros aspectos de minha vida. Ele é o Senhor do meu
dinheiro e dos meus bens .
Outro exemplo das
Escrituras encontra-se em Apocalipse 4.10, citado anteriormente: “Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão
diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos
séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
Tu és digno, Senhor e Deus nosso. O que significa a atitude dos anciãos depositarem
suas coroas diante do trono? O fato de que eles tinham coroas indica que
possuíam alguma autoridade pessoal. Mas o depositarem suas coroas diante do
Senhor declara simbolicamente:
Tu és o Rei dos Reis; toda a nossa
autoridade submetemos a Ti, pois Tua autoridade é superior. Portanto, a adoração deles, nesta ocasião,
pelo menos envolvia uma ação que transmitia um significado específico. Um
exemplo ainda mais significativo encontramos em Maria, a que ungiu os pés de
Cristo com precioso bálsamo, enxugando-os com seus cabelos.
Ela não pronunciou qualquer palavra, mas sem dúvida
aquele foi um ato de adoração.
PALAVRAS
SÃO INSUFICIENTES
De fato, a
adoração que consiste apenas de palavras é algo abominável a Deus. Em Isaías 29.13, Ele afirma: “Este povo se aproxima de mim e com a sua
boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o
seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens”. Nossa adoração
for-mal aos domingos é uma mentira, se Deus não é verdadeiramente o nosso
Senhor durante o restante da semana.
Em resumo, a
Bíblia sempre utiliza o vocábulo adoração” no contexto de prostrar-se diante de Deus, quer
literal, quer simbolicamente. A adoração bíblica não é apresentada como algo
apenas intelectual ou verbal, mas como uma atitude de todo o nosso ser. Pode
não envolver palavras, mas sempre tem o significado de exaltar a Deus como
Senhor.
LOUVOR:
OUTRO LADO DA MOEDA
Hoje costumamos
utilizar a palavra adoração para abranger tudo que ocorre nos cultos públicos.
Conforme já vimos, a Bíblia a emprega de maneira bem mais específica, porém ela
também utiliza outros vocábulos, dentre estes o mais comum é louvor”. Se adoração
transmite a ideia de nos prostrarmos ou nos curvarmos diante de Deus, louvor
fala de nos levantarmos perante Ele. Quando louvamos, erguemos nossas cabeças e
cantamos ou damos graças a Deus por aquilo que Ele é e tem feito.
Podemos encontrar
essas duas idéias unidas no mesmo versículo: “E todo o povo respondeu: Amém! Amém! E,
levantando as mãos, inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra” (Ne
8.6). Observe que eles louvaram erguendo suas mãos e
proclamando o amém; e adoraram inclinando-se com o rosto em terra. Em 2 Crônicas 7.3, essas
duas idéias estão apresentadas na ordem inversa: “Os filhos de Israel... se encurvaram com o
rosto em terra sobre o pavimento, e adoraram, e louvaram o SENHOR, porque é
bom, porque a sua misericórdia dura para sempre.
MÚSICA E CÂNTICOS
Em nossos dias, o
louvor está associado à música e aos cânticos. Às vezes, nas Escrituras o louvor
é algo barulhento, envolvendo freqüentemente o uso de instrumentos como uma
parte importante. 1 Crônicas 23.5 declara: Quatro mil porteiros e quatro mil
para louvarem o SENHOR com os instrumentos que Davi fez para esse mister.
Também lemos em 2 Crônicas 30.21: “Os
levitas e os sacerdotes louvaram ao SENHOR de dia em dia, com instrumentos que
tocaram fortemente em honra ao SENHOR.
A idéia de louvar
a Deus erguendo a voz e utilizando instrumentos para chamar atenção ao que Ele
havia realizado era uma parte central da adoração do Antigo Testamento.
Embora não haja
menção de instrumentos musicais na adoração do Novo Testamento, podemos
encontrar ali a mesma ideia de vozes sendo erguidas em louvor e oração a Deus.
Por exemplo, em Atos
4.24, os crentes reunidos,“unânimes,
levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a
terra, o mar e tudo o que neles há. E o apóstolo Paulo instruiu os crentes de Colossos a
ensinarem e aconselharem uns aos outros com salmos, e hinos, e cânticos espirituais,
com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).
Portanto,
adoração, de acordo com as Escrituras, significa prostrarmo-nos e reconhecermos
o senhorio de Deus, enquanto louvor transmite a idéia de levantar nossas
cabeças a Deus, proclamando alegremente quem Ele é e o que tem feito por nós.
·
Ao colocar-se de
joelhos Paulo reconhece a soberania de Deus sobre pessoas, coisas e eventos.
15 de quem
toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra,
·
tanto no céu como sobre a terra, é a igreja
invisível, é a igreja de todos os santos, de todos os tempos, os que nasceram e
já morreram, os que nasceram e ainda não morreram, e também aqueles que nem
nasceram.
o
·
de quem toma o nome toda família Duas possibilidades.
o
Deus conhece todos os santos
§ Onisciência
o
A família de Deus se
chama pelo Seu nome
§ Cristãos
·
Deus conhece todos os santos
·
Onisciência
o João
10:14 14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me
conhecem a mim,
·
Na carta de Apocalipse
às sete igrejas da Asia, Cristo demonstra seu conhecimento da igreja. De um
modo específico, ele afirma esse conhecimento acerca de cada uma delas:
o Apocalipse
2:2-3 2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como a tua perseverança,
e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova os que a si mesmos
se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3 e tens
perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te deixaste
esmorecer.
o Apocalipse
2:9 9 Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a
blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes,
sinagoga de Satanás.
o E do mesmo modo que Cristo afirmou seu conhecimento
sobre estas igrejas, ele também o faz com as outras igrejas mencionadas Aqui
nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. Esse é apenas um exemplo de como Cristo
demonstra um profundo conhecimento de toda a sua igreja,
o Salmos
147:4-5 4 Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu
nome. 5 Grande é o Senhor nosso e mui poderoso; o seu entendimento
não se pode medir.
Estima-se que a
nossa galáxia, a Via Láctea, possui de 200 a 400 bilhões de estrelas. As
galáxias possuem em média centenas de bilhões de estrelas. E as estimativas
também apontam para centenas de bilhões de galáxias no Universo. Isto
resultaria na existência de mais de 10 sextilhões de estrelas. Para comparação,
o número de estrelas no Universo pode ser maior do que o número de grãos de
areia na Terra, ou da ordem do total de células existentes em todos os seres
humanos do nosso planeta.
- A
família de Deus se chama pelo Seu nome:
São Cristãos
§ 2
Crônicas 7:14 14 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se
humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.
Aplicação:
Adoração
– serviço, reconhecendo o senhorio e majestade
A
igreja que se chama pelo Seu nome – se somos cristãos vivamos como cristãos.
Deus
conhece sua igreja – o conhecimento de Deus é imensurável, não podemos medir.
·
Acaso há coisa demasiadamente difícil a Deus?
·
Nossos problemas são tão grandes que não possam ser
vencidos?
·
Mateus 6:13 13 e não nos deixes
cair em tentação; mas livra-nos do mal Nossas tentações são de fato maiores do que nós,
maiores que o Deus que buscamos? ou não vencemos as tentações por que de fato
queremos permanecer nas nossas cobiças?
Décimo Sexto Sermão: Efésios
3:14-21
14 Por esta causa, me ponho de
joelhos diante do Pai, 15 de quem toma o nome toda família, tanto no
céu como sobre a terra, 16 para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que
sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; 17
e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e
alicerçados em amor, 18 a fim de poderdes compreender, com todos os
santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade 19
e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais
tomados de toda a plenitude de Deus. 20 Ora, àquele que é poderoso
para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme
o seu poder que opera em nós, 21 a ele seja a glória, na igreja e em
Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!
Na semana passada
vimos que Paulo dá uma pausa no seu direcionamento à Igreja de Éfeso e inicia
uma oração. E quando ele afirma que se põe de joelhos, percebemos que o
apóstolo está reconhecendo a majestade e soberania de Deus. É uma atitude de
adoração que tem uma postura diferente do louvor. Sendo que, o louvor é quando
nos colocamos de pé para anunciar as grandezas de Deus.
De modo que quando
adoramos, nos prostramos perante Deus e quando louvamos, nos colocamos de pé
perante o mundo.
O fato de vermos o louvor ser aquele momento, aquela
palavra, aquele hino ou salmo que cantamos a Deus. E de fato precisa ser assim.
Ao contrário disso, quando anunciamos e louvamos na igreja, no momento de
culto, todo o louvor deve seguir essa direção IGREJA DEUS.
Desta maneira, se
cantamos algo no momento de culto que não obedece essa direção, o que estamos
fazendo é distorcendo o louvor, estamos distorcendo a quem louvar.
Como por exemplo:
aquele cântico COMO É PRECIOSO IRMÃO, ESTAR BEM JUNTO A TI. De fato é precioso
estarmos com os irmãos na igreja, mas este hino não segue a direção correta do
louvor, mas segue uma direção oposta. Nem tudo o que é verdadeiro, pode ser
usado como forma de culto a Deus. Se é para cultuar a Deus, então a direção
precisa apontar para ele, e definitivamente não é o que esse cântico faz.
Esse cântico está
direcionado ao irmão que está do meu lado, ao invés de estar direcionado a
Deus; é como Paulo alerta em Romanos: “...adorando a criatura em lugar do Criador”. É louvar a noiva ao invés do Noivo; É
exaltar a igreja ao invés de Cristo; e isso simplesmente é o que a Bíblia
condena, não passando de uma idolatria evangélica vulgar.
Desta maneira, se
cultuarmos a Deus, assim como o apóstolo de forma e direção correta, tanto do
louvor, quanto da adoração, teremos como resultado o que ele preceitua no
primeiro versículo de nosso texto de hoje.
Efésios 3:16 16 para que, segundo
a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder,
mediante o seu Espírito no homem interior;
É
importante observarmos que Paulo iniciou sua oração se colocando de forma
humilde diante do Pai; Entretanto, todo o contexto de sua oração ele a faz de
forma direta, ou indiretamente também ao Espírito e a Cristo.
Seu desejo, nessa oração, é que a
igreja fosse fortalecida pelo Espírito Santo, mediante o reconhecimento da
soberania de Deus e da verdadeira conversão mediante o conhecimento pessoal de
cada um acerca de Cristo.
Quando
nós agimos, via de regra nós somos seletivos quanto ao sentimento que
expressamos, ou ação que tomamos em certo momento. Quando estamos irados, é
comum agirmos apenas com base na ira; quando estamos alegres, é comum agirmos
sendo afáveis para com todos. Nós não conseguimos associar ações que, a
princípio julgamos que sejam opostas entre si mesmas; até mesmo por causa de
nossa limitação. É comum não conseguirmos, por exemplo, agirmos com amor,
enquanto aplicamos justiça.
Da mesma maneira,
temos características que sobressaem mais do que outras. E isso diz respeito ao
caráter e a personalidade de cada um. Uns são mais condescendentes do que
outros; outros mais pacíficos e menos belicosos; outros mais irados e menos
pacientes, outros o completo inverso desses exemplos que citei; mas com Deus
isso nunca acontece.
E
Paulo demonstra isso de tal maneira que ele se apoia no Ser de Deus, no Deus
Trino onde quaisquer ações provenientes da parte de Deus para salvação: seja
misericórdia, seja graça, seja amor, seja ação portentosa, nada do que Ele
venha a fazer exclui quaisquer de suas características em qualquer momento que
seja.
De
modo que Deus quando usa sua graça, Ele não interrompe sua justiça, ou seu
poder; quando faz uso do poder, não esconde sua mão de misericórdia, ou
sabedoria. É exatamente isso a riqueza da glória de Deus da qual Paulo apontou
no início do versículo. Quando o salmista teve esse vislumbre acerca de Deus
ele exclamou: “...tal
conhecimento é maravilhoso demais para mim, não o posso atingir...”
E Deus é perfeito
e completamente equilibrado em todo o Seu Ser, e modo de agir. É COMPLETAMENTE
PERFEITO, SANTO. Daí a afirmação do apóstolo acerca da riqueza da glória de Deus sejamos fortalecidos
na fé, por meio do Espírito que em nós habita.
E é com essa
perfeição divina que a igreja pode contar, pode se apoiar para continuar
crescendo no conhecimento e na graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Pedro ao falar
sobre como deve ser o modo de viver das mulheres faz uso da mesma expressão. 1 Pedro 3:1-4 1
Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se
ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do
procedimento de sua esposa, 2 ao observar o vosso honesto
comportamento cheio de temor. 3 Não seja o adorno da esposa o que é
exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; 4
seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo
de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.
Perceba que ao
falar das mulheres, ele também usa a mesma expressão, HOMEM INTERIOR. Isso não
tem nada a ver com ideologia de gênero, mas é uma convenção da língua. A língua
portuguesa tem origem no latim. E no latim há três gêneros: masculino, feminino
e neutro. Quando se deu essa origem da língua portuguesa, o gênero neutro ficou
de fora, permanecendo apenas o masculino e o feminino. E para usar o gênero
neutro, para se referir a coisas que pertenciam a essa classe do neutro,
convencionou-se que seria utilizado o gênero masculino para isso. Então, quando
vemos alguém dizer: Bom dia a todos e a todas, isso, perante a língua
portuguesa culta, está completamente errado, pior ainda inventaram o “todes”,
pois quando se diz: Bom dia a todos, isso também inclui as mulheres e também
inclui mesmo a aqueles que não estão satisfeitos com o modo que Deus os criou.
Esse é um caso
similar aqui de Pedro fazer uso de homem interior para se referir às mulheres.
Pois essa expressão homem interior diz respeito ao espírito humano,
está se falando da alma. E como alma não tem sexo, é neutra nessa questão,
usa-se o masculino para se referir a ela. Da mesma forma quando queremos nos
referir à humanidade decaída, ou mesmo Paulo quando afirma: “Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus” ele não está falando
apenas dos homens por que usou a palavra todos, mas ele se refere a toda a humanidade.
Então se Paulo
fala acerca do espírito humano, da alma, quando diz seja fortalecido o homem
interior, Paulo fala da santificação da igreja, fala da santificação do indivíduo,
que é fortalecido por meio do Espírito Santo que em nós habita, nos aplicando
sempre, a cada dia, toda a riqueza da glória de Cristo.
Então eu posso
fortalecer meu espírito e continuar vivendo na carne, continuar a pecar que
minha alma será salva? De modo algum, esse é um pensamento de uma seita
gnóstica com raízes no antigo Egito.
Não há como
fortalecer apenas a alma, mas fala acerca do homem por inteiro. Não há como
desassociarmos a alma do corpo, exceto quando morrermos. E quanto ao processo
de santificação é exatamente o processo onde os desejos da carne são combatidos
dia após dia com o fortalecimento da alma. Por outro lado, e de igual modo, a
alma se mantem em crescente santificação quando mortificamos o pecado, o desejo
da carne, a fim de sobressair a imagem de Cristo que se forma em nós dia após
dia.
17
e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé,
estando vós arraigados e alicerçados em amor, uma vez que
Cristo tem toda autoridade no céu e na terra, em quem também está enraizado e
Dele flui todos os dons para que o Espírito aplique na igreja aos seus amados,
a esses não lhes faltará nada.
É disso que o
salmista afirma quando diz: Salmos 34:9-10 9 Temei o SENHOR, vós os seus
santos, pois nada falta aos que o temem. 10 Os leõezinhos sofrem
necessidade e passam fome, porém aos que buscam o SENHOR bem nenhum lhes
faltará.
Entretanto, não
diz respeito a qualquer pessoa, mas somente a aqueles que, assim como nós, pela
fé, recebem a Cristo. Quanto à verdadeira igreja, podemos ter a plena certeza,
de que Cristo de fato habita em nossos corações.
Verificamos se, de
fato amamos a Deus, se ajustamos nossas vidas de acordo com a santa Palavra de
Deus. Se mudamos de atitude quando somos confrontados por seus ensinamentos,
isso demonstra que tememos a Deus e aos seus mandamentos. Por isso, de
imediato, mudamos de atitude, mudamos de rumo, mudamos de pensamento, mudamos
nossa maneira de falar.
De contínuo somos
instados a perseverar nessas mudanças diariamente, de contínuo nos
entristecemos e, por vezes, ficamos até chateados, ou até mesmo expressamos uma
santa ira por causa de nossa indolência em agir de conformidade com a santa Lei
de Deus. Esses que assim vivem, estão em pleno processo de santificação, estão
em plena guerra espiritual contra a própria carne. Mas ao final, a vitória será
de Cristo e de sua igreja, a santa Jerusalém descendo do céu ataviada como
noiva.
Mas outros são como
diz o salmista no capítulo 1, é como a palha que o vento dispersa. Ou é como na
parábola do semeador que semeou e sementes caíram pelo caminho, vieram os
pássaros e comeram; ou como aquelas que caíram entre os espinhos e quando
brotaram foram sufocadas; ou como aquelas que caíram em solo rochoso e sendo
rasa sua cova, brotaram veio o sol e logo queimaram por não terem raízes
profundas. Assim é o ímpio que ouve a palavra, pode até sentir um incômodo, ficar
emocionado, prometer mudanças, mas tudo isso não passa de teatro, de fogo de
palha que acende rápido, mas também apaga rápido. Não passa de um homem, uma
mulher que não quer de fato compromisso com a Palavra, não quer se entregar de
fato ao Deus da Palavra.
Mas, a noiva, a
igreja, tem uma forte conexão com Cristo, seu noivo. Ela está completamente
enraizada, alicerçada no amor de Cristo. Todas as suas ações são uma resposta
ao pronto amor com que Cristo nos amou, amou a sua igreja, para purificá-la para
si mesmo, mesmo sendo nós ainda pecadores. Assim o mesmo apóstolo expressa esse
seu pensamento na carta aos Romanos 5:8 8 Mas Deus prova o seu próprio amor
para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Aí vemos que o
amor nunca é direcionado aos ímpios. O amor de Deus não é desperdiçado com
aqueles a quem não predestinou, com aqueles a quem não elegeu desde a
eternidade. A predestinação é um ato de amor perfeito para com a igreja. É o
povo a quem Deus escolheu de antemão. Por esse motivo João diz: 1 João 4:19 “19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” A nossa
raiz, o nosso alicerce de toda ação, pensamento, ou palavra é, e deve ser, o
amor de Deus por nós.
Mesmo sabendo que,
enquanto noiva de Cristo, ela está alicerçada no amor de Deus, ainda assim, não
é tão evidente a todos qual a dimensão desse amor. Por isso Paulo diz: Efésios 3:18-19 18
a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade 19 e conhecer o amor de
Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a
plenitude de Deus.
Paulo parece
trazer um enigma para nós ao dizer tais palavras. Como é que poderemos conhecer,
compreender, a dimensão do amor de Cristo, se esse amor excede todo
entendimento? Parece, a princípio, contraditório essa afirmação.
Tal contradição é
pleiteada pelos ímpios, por aqueles que não possuem a graça da salvação, da mesma
forma quando perguntam: Qual o pai em plena saúde mental, entregaria seu filho
para morrer em lugar de outros? Ainda mais em lugar de outros que ofendem, a
princípio, a esse mesmo pai? Como é que Deus pode entregar seu filho para
morrer em lugar de pecadores?
A resposta a essa
pergunta nos faz voltar ao versículo anterior onde a base da santificação da
igreja, deve ser o amor de Cristo. Quando o crente:
·
percebe o tamanho de
seu pecado;
·
percebe o tamanho de
sua miséria;
·
quando o homem enxerga o
quanto é desmerecedor de algum favor da parte de Deus;
·
quando ele percebe que
a única coisa da qual ele é merecedor é o inferno por causa de seus pecados
e, esse homem, sendo predestinado, ele recebe a
notícia de que Cristo, o Deus encarnado, morreu para que ele pudesse ser salvo,
aí se tem um vislumbre do tamanho do amor dispensado por Cristo pelos seus, a
igreja.
E o escolhido só
percebe o tamanho de sua miséria e pecado quando ele é confrontado com o poder,
a majestade, soberania, poder e santidade de Deus. Foi assim com Isaías que, ao
ver a glória de Deus caiu em desespero
dizendo: “... ai de mim, por que sou homem de lábios impuros, habito no meio de um
povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos!”
A contrição é a
primeira e imediata resposta do pecador que é trabalhado pelo poder do Espírito
para lhe mostrar sua real condição diante de Deus. E não existe outra resposta
que se possa ter quando se percebe a santidade de Deus. Qualquer outra resposta
diferente dessa apenas demonstra orgulho e coração endurecido, encharcado pelo
pecado do qual o próprio homem não quer se ver livre, pelo contrário, quer
permanecer neles.
O homem inepto
permanecerá sem entender o que significa esse amor de Deus pelos seus,
continuará buscando saciar seus prazeres. O ímpio continuará em seu caminho de
morte buscando racionalizar seu pecado, buscando justificar-se com suas
próprias obras, continuará rechaçar a necessidade de mudança de vida se
desculpando e colocando a culpa no diabo, ou na fraqueza da própria carne. E
ele continuará crendo que, ao final, Deus vai ser compreensivo e complacente
com seus pecados e que, Deus não o condenará. É deles que Salomão afirmou: Provérbios 1:32 32
Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar
os leva à perdição.
Então, Paulo continua orando dizendo:
19...para
que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. Quando então a
santificação, o estado de exultação dos crentes está alicerçado no amor de
Cristo, o apóstolo afirma que seremos tomados de toda plenitude de Deus. Ser
tomado de toda plenitude de Deus de forma alguma está se dizendo que nos
tornaremos no próprio Deus.
Mas,
se estamos em Cristo, se Ele é nossa Rocha, se é Nele que somos santificados,
então é a imagem de Cristo que Deus vê quando nos olha. É a pessoa de Cristo
que está entre nós e Deus de modo que Deus não vê nossos pecados, Cristo é,
então, verdadeiramente, nosso Mediador. Pois somente assim é que seremos
salvos: Quando Deus olhar para nós e conseguir contemplar apenas a Cristo, por
isso se diz que estar em Cristo é ser nova criatura, pois é assim que somos
tomados de toda plenitude de Deus.
Efésios
3:20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,
Muitos
enxergam aqui nesse versículo, ou mesmo em outros de mesmo rumo, como se isso
fosse uma porta aberta para que os homens pudessem, ainda hoje, realizar
milagres ou algo do tipo; como por exemplo o texto de João 14:12 12 Em verdade, em verdade
vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras
maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.
Primeiramente
aqui no texto de João veja que de uma forma clara, Jesus está dizendo que
aquele que crê Nele fará as mesmas obras que ele faz e ainda outras maiores.
Percebam que ele afirma fará OBRAS. A palavra obras aqui nesse texto tem
significado bem restrito. Diz respeito apenas a serviço... um tipo de serviço.
O texto nunca afirmou aqui em se fazer milagres, ou sinais e maravilhas, já que
as palavras são outras.
Aqueles
que pretendem usar a palavra serviço, no caso traduzido aqui por obras, como
que tendo o significado de milagres ou algo do tipo, esses também devem
procurar fazer com que a mangueira ao invés de manga dê abacaxi. Serviço é
serviço, milagre é milagre, sinais são sinais e não misturem as coisas.
Quanto ao texto de Efésios vejamos que ele afirma 20 Ora, àquele que
é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos,
conforme o seu poder que opera em nós. De fato é um texto
absolutamente claro que expõe toda a magnitude e onipotência divina.
Entretanto, mesmo sendo Deus poderoso para fazer infinitamente mais do que
podemos imaginar, não quer dizer que Ele fará. E muitas pessoas tomam isso como
se fosse uma regra, como se Deus tivesse a obrigação de fazer mais do que Ele
já tem feito.
Efésios
3.21 21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas
as gerações, para todo o sempre. Amém!
Um dos pilares da reforma protestante, um dos Cinco
Solas. A reforma protestante desenvolveu-se tendo Cinco pilares Bíblicos, que
são básicos, de onde todas as outras doutrinas foram expostas com clareza nas
Escrituras. Os cinco pilares, foram originalmente concebidos em latim. Sola é
Somente.
1. Solus Christus -
somente Cristo é o Senhor da Igreja – explicar
2. Sola Gratia -
Somente a graça salva x obras
3. Sola Fide -
somente a fé é o instrumento de salvação - indulgencias não.
4. Sola Scriputra – Somente a Escritura é regra de fé e
prática x tradição
5. Soli Deo Gloriae – Glórias somente a Deus. X idolatria
Nada em nossa vida deve receber a glória em lugar de Deus.
Em tudo o que fazemos, Deus deve ser glorificado. O homem que, mesmo não crendo
em Deus, não glorificar a Deus, ele será condenado por isso. Ainda mais aqueles
que conhecem a verdade, mas se negam a viver a vida de acordo com a verdade que
já ouviram e conhecem. O homem que não glorifica a Deus com toda a sua vida não
passa de um pecador idólatra.
E
essa adoração a Deus, esse reconhecimento pessoal de que Deus tem de ser
glorificado em nossas vidas e através de nossas vidas não se limitará apenas a esta
vida. Este será um ato que perdurará pela eternidade.
APLICAÇAO:
Para você que já é um verdadeiro cristão:
·
Olhe para sua vida
pregressa; olhe para sua vida passada e perceba seu caminhar na vida cristã.
Tente observar o quanto vc já caminhou. O que fazia antes da conversão, e o que
hoje não faz mais. Quais os pecados vc deixou para trás? Mas perceba que ainda
há pecados a serem tratados. Ainda existem pendências a serem resolvidas.
Cristo já pagou pelos seus pecados, você precisa apenas se arrepender,
confessá-los, e deixar junto com seu passado esse pecado que te atrapalha em
sua jornada peregrina nessa terra.
Para vc que ainda não é cristão.
·
A vida não é um parque
de diversões onde você precisa aproveitar ao máximo por que o tempo é curto e
você não quer perder nenhum minuto dela. Digo a você que viver sem Cristo não é
aproveitar a vida, é perder toda ela. Deixo um versículo para vc meditar nele: Mateus 16:26 26
Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou
que dará o homem em troca da sua alma?
Agora uma palavrinha para as crianças.
·
Vocês precisam adorar a
Deus, sabe como?
o
Obedecendo ao papai,
obedecendo a mamãe, não falando mentira, não brigando com o coleguinha.
Chamando ao papai e a mamãe para vir a igreja domingo de manha e domingo de
noite, vindo com eles, ficando quietinho na hora do culto, cantando, orando e
ouvindo a mensagem que o pastor fala.
Para
a igreja
·
O caminho em comunidade
nessa terra não é fácil. Se como cristãos pecamos, imagina quando se ajunta uma
turma de pecadores. Mas precisamos ter a consciência de que pecadores nós somos
sim, mas isso não nos dá licença para vivermos como néscios. A igreja precisa
olhar para o passado e ver onde estava. A igreja precisa olhar para o
presente e ver onde está, e assim
planejar o futuro onde quer chegar e caminhar nessa direção. Planejar deve
fazer parte da vida da igreja, do cristão e o ponto final é a glória na
eternidade, contudo, nessa terra, temos tarefas a desempenhar. Temos coisas
práticas da vida da igreja a pensar e ver as possiblidades de como chegar a
colocar esse plano em prática.
Décimo Sétimo Sermão: Efésios 4:1-6
1
Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da
vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com
longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 esforçando-vos diligentemente
por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; 4 há somente um corpo e
um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5
há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual
é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.
Os três primeiros
capítulos, Paulo demonstra que a Igreja é formada por judeus e gentios.
Esforça-se para mostrar que todos são um mesmo corpo, descendentes de Abraão
pela fé, e que esse foi o plano de Deus desde a eternidade para a igreja.
Nos três últimos
capítulos Paulo, agora, aponta que a igreja precisa se dar conta de que a moral
deve ser guiada pelos preceitos divinos, que deve haver uma harmonia no corpo
de Cristo e como a igreja idealizada pelo Senhor deve ser governada aqui na
terra.
1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no
Senhor
·
O homem não era a autoridade final do motivo
da prisão do apóstolo, era vontade de Deus – comentar.
·
Momentos bons e maus
·
Salmo 23.1 – “...nada me faltará”
·
Paulo Filipenses 4.13 “...tudo posso
naquele que me fortalece...”
·
Jó 2:8-10 8 Jó, sentado em cinza, tomou um caco
para com ele raspar-se. 9 Então, sua mulher lhe disse: Ainda
conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre. 10 Mas ele
lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não
receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
·
A soberania de Deus
sobre todas as coisas.
·
Por qual motivo Deus se
manteria soberano sobre os males, sendo que nos afetam diretamente? Deus é sádico? Gosta do
sofrimento humano?
·
Tiago 1:2-4 2 Meus irmãos, tende
por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, 3
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. 4
Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e
íntegros, em nada deficientes.
·
Deus enquanto
determinou que passássemos por dificuldades e aflições olhou nossa fé e a
promoção de nossa dependência Dele em tudo. Por isso Cristo afirmou: João 16:32-33 32
Eis que vem a hora e já é chegada, em que sereis dispersos, cada um para sua
casa, e me deixareis só; contudo, não estou só, porque o Pai está comigo. 33
Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por
aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.
·
Por isso o apóstolo
reconhece que, apesar de parecer indigno de um servo do Senhor estar preso e
ser menosprezado pela sociedade, Deus está acima de todas as coisas promovendo
seu reino, e mais, também a santificação na vida de Paulo.
1...que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados,
·
Paulo havia dito acerca
da predestinação dos crentes desde a eternidade e sua vocação. A vocação não se
trata daquele sentido de ter uma aptidão para fazer alguma coisa. A vocação
aqui tem o sentido de ter sido chamado. Depois da predestinação a vida cristã
passa a fazer diferença na vida dessas pessoas, a partir do momento em que eles
são chamados a fazerem parte do corpo de Cristo.
·
Desta maneira, após
terem sido chamados, deveriam reconhecer a imensidão da graça que os alcançou e
deveriam deixar de serem rebeldes contra Deus. A rebeldia repousa no fato de
não se deixarem advertir pelos princípios morais de Deus e não acatá-los para
por em prática na vida, tornando-se desta maneira, indignos da graça recebida.
·
Vc que é pai, vc que é
mãe, sabe que buscamos sempre o melhor para nossos filhos. Já imaginou que você
sabendo da necessidade de um de seus filhos e vc se empenharia em extremo para
dar aquilo que de fato seu filho necessita, gasta muito com isso, gasta tempo,
dinheiro, esforço, e quando vc consegue suprir a carência de seu filho ele vira
para vc e diz, não quero isso, não preciso disso. Já imaginou o tamanho da
decepção, da tristeza? Esse é o sentido da indignidade que os crentes podem ter
para com Deus da qual Paulo afirma aqui. Essa
indignidade soa como ingratidão pela graça recebida.
2 com
toda a humildade e mansidão, com longanimidade,
·
O cristão precisa se
desfazer da arrogância, da soberba, da belicosidade. Belicosidade vem de
bélico, que tem a ver com guerra, tem a ver com arma, com ser guerreiro, nesse
sentido aplicado aqui é a mania de ser brigão por tudo e por nada. Tais pessoas
têm por modo de vida ver intrigas em todas as coisas. Tudo é motivo delas
brigarem, procurarem discussões sem sentido. Quando digo sem sentido afirmo que
são aquelas discussões que poderiam ser evitadas, discussões que nem mesmo
precisavam ter começadas.
·
Mas este comportamento
também é visto não apenas na vida de muitos cristãos para com os irmãos e
familiares, são vistos também na vida desses irmãos para com o próprio Senhor.
·
Tiago 1:20-22 20 Porque a ira do homem não produz
a justiça de Deus. 21 Portanto, despojando-vos de toda impureza e
acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual
é poderosa para salvar a vossa alma. 22 Tornai-vos, pois,
praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
·
É dessa rebeldia, é
dessa belicosidade que Paulo instrui que seja deixada para trás na vida do
cristão. Deve ser rejeitada e deve ser tratada dia após dia na vida dos
crentes.
·
Mas quando observamos a
origem dessa mania de querer brigar por tudo e por anda, a belicosidade deles
no meio em que vivem, é tão somente um reflexo da belicosidade deles para com
Deus. Em outras palavras: Pecam do primeiro ao décimo mandamento pois: não amam
a Deus acima de todas as coisas e como resultado disso não amam ao próximo como
a eles mesmos.
2...suportando-vos
uns aos outros em amor,
Há dois sentidos que podemos tomar aqui quando Paulo
afirma que devemos suportar uns aos outros. O primeiro deles é no sentido de
servir de suporte, de apoiar. O outro sentido é daquele que afirmei
anteriormente quando disse que é possível ao crente não ter, não entrar em discussões
que poderiam ser evitadas, discussões que nem mesmo precisavam ter começadas
usando para isso a paciência. É ter o comportamento inverso daquele que quando
dizemos: Não suporto aquele irmãozinho,
aquele irmãzinha; e isso em amor.
·
É disso que se diz
quando Paulo usa o termo longanimidade: é ter longo ânimo.
·
O inverso de ser
longânimo é justamente o que Tiago
aponta como modo de viver pecaminoso
·
Tiago 1:5-8 5 Se, porém, algum de
vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. 6 Peça-a, porém, com fé, em
nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e
agitada pelo vento. 7 Não suponha esse homem que alcançará do Senhor
alguma coisa; 8 homem de ânimo dobre, inconstante em todos os seus
caminhos.
·
Comentar
animo dobre, inconstante
·
Para que isso possa
acontecer, para que sejamos longânimo para com o próximo... é necessário
domesticar a mente...
·
Cristo afirmou: Tomar a
sua cruz e seguir (morte ao velho homem)
·
É disso que Paulo fala
em Romanos 6:6 6
sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo
do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
Morte ao modo de ser e viver ímpio.
3
esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da
paz;
·
Unidade do Espírito – nos
capacita
·
Um só corpo – igreja
(membros querendo ser independentes)
·
1 Coríntios 12:13 13 Pois, em um
só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito.
·
ou rebeldes para
com a soberania do Espírito na distribuição dos dons
·
1 Coríntios 12:11 11 Mas um só e
o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a
cada um, individualmente.
·
A inveja é o fator
motivador de alguém querer mais do
que lhe concedeu o espírito, e isso se torna em rebeldia. Comentar
4 há somente um corpo e um Espírito, como também fostes
chamados numa só esperança da vossa vocação;
·
Quando há rebeldia,
quando não há mansidão, quando o que prevalece é a belicosidade e insatisfação
com o que o Espírito nos concedeu, volta-se não apenas contra a igreja, ou
contra os irmãos, mas encontram-se em luta direta contra Deus.
·
Assim aconteceu em
outros momentos na história:
Números 12:2 2 E disseram:
Porventura, tem falado o SENHOR somente por Moisés? Não tem falado também por
nós? O SENHOR o ouviu... 3 Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens
que havia sobre a terra. 4 Logo o SENHOR disse a Moisés, e a Arão, e
a Miriã: Vós três, saí à tenda da congregação. E saíram eles três. 5
Então, o SENHOR desceu na coluna de nuvem e se pôs à porta da tenda; depois,
chamou a Arão e a Miriã, e eles se apresentaram. 6 Então, disse:
Ouvi, agora, as minhas palavras; se entre vós há profeta, eu, o SENHOR, em
visão a ele, me faço conhecer ou falo com ele em sonhos. 7 Não é
assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. 8
Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do
SENHOR; como, pois, não temestes falar contra o meu servo, contra Moisés? 9
E a ira do SENHOR contra eles se acendeu; e retirou-se. 10 A nuvem
afastou-se de sobre a tenda; e eis que Miriã achou-se leprosa, branca como
neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que estava leprosa.
·
A rebeldia contra as
autoridades em suma, não são contra os homens, mas contra Deus que os colocou
ali. E é nesse rumo que Paulo caminha para demonstrar logo mais adiante no
capítulo 4, a questão das autoridades constituídas na igreja para governarem a
igreja em nome do Senhor Jesus Cristo.
5 há um
só Senhor, uma só fé, um só batismo;
·
Não existe mais de um Senhor,
·
a rebeldia contra a
autoridade divina se demonstra mais intensa quando procuram-se outros senhores,
ou senhoras para lhes satisfazer os desejos do coração. Não que essas outras
divindades possam realizar os desejos, mas que tão somente esses rebeldes acreditam
que sim.
·
Jeremias 7:18 18 Os filhos
apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para
se fazerem bolos à Rainha dos Céus; e oferecem libações a outros deuses, para
me provocarem à ira.
·
Também daquilo que fala
6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos
e está em todos.
Um só Deus - 2 Timóteo 4:3-4 3 Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as
suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; 4 e se
recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. A rebeldia
faz procurar ou produzir na mente um deus para si
Todos quem?
·
Donde procedem a fé, o batismo, a conversão o governo?
Então a divisão expressa rebeldia direta a Deus.
Aplicação:
·
Soberania de Deus sobre a igreja para governo, para o
mal, para o bem, tudo e todos debaixo de sua autoridade. Unidade
da igreja
·
Buscar um senhor qualquer para lhe servir os
propósitos
·
Crianças – não terás outros deuses diante de mim
Décimo Oitavo Sermão: Efésios
4:7-16
7 e a
graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. 8
Por isso, diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu
dons aos homens. 9 Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia
descido até às regiões inferiores da terra? 10 Aquele que desceu é
também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas. 11
E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação
do corpo de Cristo, 13 Até que todos cheguemos à unidade da fé e do
pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura da plenitude de Cristo, 14 para que não mais sejamos como
meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de
doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. 15
Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça,
Cristo, 16 de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo
auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio
aumento para a edificação de si mesmo em amor.
Paulo após ter chamado à responsabilidade de um viver
cristão, a toda a igreja composta de judeus e gentios, de ter demonstrado que
essencialmente não existia diferenças entre pessoas de nações diferentes na
igreja, uma vez que todas elas só são salvas única e exclusivamente pela graça,
o apóstolo vai demonstrar, a partir desse ponto como deve ser esse viver
cristão tanto na igreja, quanto na vida particular.
e a graça foi
concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
Veja o
quanto é comum vermos as pessoas cometendo um pecado sem que essas tenham a
menor preocupação com aquilo que estão fazendo. Mesmo crentes, ainda assim
possuem uma cultura pecaminosa enraizada na alma. Como cristãos, existe a
profunda necessidade de nos vermos livres dessas raízes pecaminosas.
Um
exemplo é vermos o quão comum as pessoas quebrarem o terceiro mandamento,
tomando o nome de Deus em vão em quaisquer situações. Qualquer que seja o fato,
a fofoca, a brincadeira, a piada, o nome de Deus é violado sem o menor
constrangimento.
Agora,
imagine com outras palavras, com outros nomes aos quais a Bíblias, que apesar
de não condenar seu uso em outras situações, ainda assim podem ser usadas para
distorcer uma verdade.
Falo
aqui da graça de Deus. É com essa palavra que Paulo inicia o versículo: e a graça foi
concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
O
apóstolo mostra aqui que a graça não é algo comum. Aliás, ele já demonstrou
isso no capítulo 2 onde afirmou que a salvação só acontece pela graça, jamais
pelas obras. E é o que ele demonstrou em todos os seus textos. A graça nunca é
algo comum.
Percebam
que muitos já ensinaram que Deus concede a graça especial de salvação aos
eleitos e quanto aos ímpios ele concede um segundo tipo de graça, chamando-a de
graça comum.
Frequentemente
os defensores da graça comum fazem uso do texto de Mateus 5:45 45 para que vos torneis
filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons
e vir chuvas sobre justos e injustos. A ideia que tiram daqui é que
Deus dá algo de bom aos ímpios, mas sem que esse algo de bom venha a lhes
proporcionar a salvação. Trata-se de uma graça menor.
O
problema inicial que vemos com respeito à graça comum é que ver Deus concedendo
um certo nível de graça aos ímpios, e isso é completamente contrário à várias
doutrinas defendidas na Reforma Protestante. E com mais e mais frequência temos
visto pastores pertencentes às igrejas reformadas defendendo a doutrina da
graça comum.
Desta
maneira, a doutrina da graça comum não pode ser aceita pacificamente por
aqueles que defendem uma confessionalidade baseada na Reforma Protestante.
Para
isso, vejamos os pontos principais daqueles que defendem a graça comum.
1.
Graça
comum não significa que quem a recebe será salvo.
2.
Devemos
ser cuidadosos em não rejeitar as coisas boas que os descrentes fazem,
considerando-as totalmente más.
3.
A
doutrina da graça comum deveria estimular nosso coração à gratidão muito maior
a Deus.
Tais princípios
acerca da doutrina da graça comum, possuem como fundamento muito mais um
sentimento de empatia para com o ímpio, do que de fato extraído de textos
bíblicos que comprovem essa doutrina. Vejamos o motivo.
1. Todas as vezes em que a palavra graça é mencionada na
Escritura ela é encontrada em duas formas usuais básicas:
a. A primeira
dessas formas é com respeito a um trabalho, ou ao preço de algo. Alguém que
trabalhou de graça, ou algo que deveria ser comprado e não foi, saiu de graça.
Gênesis
29:15 15 Depois, disse Labão a Jacó: Acaso, por seres meu parente,
irás servir-me de graça? Dize-me, qual será o teu salário?
Números
11:5 5 Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; dos
pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos.
2. A outra forma usual que encontramos a palavra graça na
Escritura, nunca foi em relação a alguém que não tivesse sido eleito e não
tivesse sido salvo. O uso dessa palavra sempre foi direcionado aos crentes no
sentido de obtenção de um favor da parte de Deus.
O fato de que Deus
dá sol e chuva tanto aos bons quanto aos maus significa que Deus AGRACIOU em
certa medida o ímpio? Ou será que para abençoar a sua igreja, Deus faz uso
indiscriminado de sua majestade e poder sem que isso signifique uma graça em
qualquer nível que seja atingindo assim ao ímpio?
Perceba que a
doutrina da Reforma Protestante, aquela que fala da DEPRAVAÇAO TOTAL DA RAÇA
HUMANA diz que: os homens que não são
nascidos de novo estão mortos em pecado, incapazes de fazer qualquer bem, e
inclinados para todo mal. A ênfase aqui deve ser esta: eles estão
espiritualmente mortos. A causa desta morte espiritual é a queda de nossos
primeiros pais no Paraíso e sua subseqüente punição por Deus com morte: física
e espiritual. O homem natural é incapaz de fazer qualquer bem.
Veja que existem
muitos textos apontando para essa depravação total da raça humana, a começar em
Em Gênesis
2:16-17 o Senhor diz a Adão e Eva, “No dia em que dela
comeres, certamente morrerás”. E vimos Paulo fazendo uso dessa
consequência de morte espiritual na própria carta aos Efésios 2:1 e
versículos seguintes: “estando vós mortos em delitos e pecados...Mas Deus, que é
rico em misericórdia....nos vivificou juntamente com Cristo...” .
Mas a consequência
da morte espiritual não é apenas com respeito à salvação, mas também é com
respeito ao modo de viver do ímpio, ele é ativamente mal. Romanos 8:6-8 6 Porque o pendor da
carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. 7 Por
isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de
Deus, nem mesmo pode estar. 8 Portanto, os que estão na carne não
podem agradar a Deus.
O ímpio é escravo
do pecado pois toda a sua inclinação é para o mal.
Desta maneira,
quando aqueles que defendem a graça comum afirmam que Devemos ser
cuidadosos em não rejeitar as coisas boas que os descrentes fazem,
considerando-as totalmente más. Sendo isso fruto da graça comum, percebam que essa
doutrina se opõe à doutrina da depravação total, onde aponta que o homem é
completamente inclinado em sua natureza a fazer o mal.
O fato de o ímpio ser moralista em muitas
coisas, inclusive de ser um obediente civil, não faz dele uma boa pessoa, nem
que seus atos civis são uma reposta direta à uma pretensa benevolência da parte
de Deus para com sua vida.
Com respeito ao terceiro ponto defendido por
aqueles adeptos da graça comum, quando dizem: A doutrina da graça comum
deveria estimular nosso coração à gratidão muito maior a Deus. A
pergunta que eu faço é: por qual motivo essa doutrina deveria nos estimular a
uma gratidão muito maior a Deus?
Veja que no princípio eu afirmei que essa
doutrina da graça comum está mais ligada à uma questão de empatia para com o
ímpio do que propriamente fundamentada na própria escritura.
Não há nenhum texto na Escritura que me apoie
a ter tal sentimento com respeito aos fatos que de uma forma ou de outra poupam
ao ímpio de uma morte terrível e
imediata.
Pelo contrário, o que vemos é que, de forma constante,
o ímpio está debaixo da ira divina. Não é sem razão que vemos com frequência
que os mesmos defensores da graça comum, são também os defensores daquelas
frases inócuas sem qualquer fundamento
bíblico, como aquela: JESUS TE AMA, DEUS TEM UM PLANO PARA SUA VIDA.
DEUS PRECISA DE VOCÊ. Frases e crenças espúrias à sã doutrina da Escritura.
O ímpio só não é de todo consumido por causa
de uma única coisa: a paciência, a longanimidade de Deus. Romanos 9:22 22 Que diremos, pois, se Deus,
querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita
longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,
Por isso vemos no texto que expomos nessa
noite que o apóstolo Paulo direciona a graça exatamente para onde ela deveria
ir, e ser aplicada: Efésios 4:7 7 e a
graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.
A graça tem uma única medida: o dom de Cristo. É dali que a graça vem e de onde
pode ser aplicada. O dom de Cristo é sua obra consumada na cruz do Calvário.
Por isso em Romanos
5.17 Paulo diz: Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito
mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida
por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
E a obra do Calvário é de onde a graça é
concedida, e o Espírito Santo a aplica apenas à vida dos que foram eleitos,
predestinados, e a ninguém mais em qualquer outra medida que seja. A medida da
graça é exata, nem mais nem menos, é tão somente a medida exata para
proporcionar a salvação ao povo escolhido de Deus.
Efésios 4:8 8 Por isso, diz: Quando ele
subiu às alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens
Aqui é do que falamos anteriormente com
respeito não apenas ao passado do crente, mas também da realidade do ímpio. Em
qualquer medida, o ímpio não produz nada de bom, todas as suas ações estão
controladas pelo pecado.
Por que
o ímpio muitas vezes é considerado pela sociedade como sendo um bom pai, um bom
filho, uma boa filha, boa esposa, ou marido, seja o que for considerado bom
pela sociedade isso não implica em que Deus lhe tenha concedido alguma medida
de graça, não há graça nisso! Ser bom cidadão está ligado ao plano de Deus na
vida de cada ser humano. Deus derramar sol e chuva sobre ímpio e sobre crente
diz respeito ao atributo da Providência divina para manutenção da vida.
O
pecado é o que mantém o homem ímpio sob seu domínio... Romanos 6:6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso
velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado
como escravos;...
Desta maneira e por esse motivo é que o
apóstolo afirmou Efésios 4:8 ...levou cativo o
cativeiro e concedeu dons (presentes) aos homens, pois aqui ele fala
a crentes e não aos ímpios.
O crente tem algo diferente do ímpio: ele tem
a possibilidade de não pecar: lembrar de Agostinho.
Antes da queda: É POSSÍVEL PECAR
Depois da queda: IMPOSSÍVEL NÃO PECAR
Depois da conversão: É POSSÍVEL NÃO PECAR
Depois da volta de Cristo: IMPOSSÍVEL PECAR
Já
que temos a possibilidade de não pecar, por que o crente ainda peca? Nossa luta
contra o pecado deve ser ferrenha: Hebreus 12:4 Ora,
na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue
O que nos leva ao pecado é aquele ranço,
aquele resquício do velho homem tentando se levantar no nosso coração. Mas o
crente tem armas com as quais ele pode fazer uso e lutar contra o pecado
diariamente. Basta se dispor para fazer uso delas.
Efésios 4:9 9 Ora, que quer dizer subiu,
senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra
Falamos ainda
ontem no discipulado acerca da pessoa e obra de Cristo. Como Deus, Cristo tomou
uma atitude que a nenhum de nós pareça uma atitude racional. Ele, Cristo, por
amor aos eleitos de Deus, por amor à igreja, assumiu o estado mais humilhante que Ele poderia assumir
para o próprio Criador: foi o estado de se tornar semelhante à sua própria
criatura. Cristo desceu de sua glória, viveu como uma de suas criaturas e
morreu à semelhança das próprias criaturas, como se fosse um homem pecador
qualquer.
Fp 2.5 Tende em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele, subsistindo em forma de Deus, não
julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7 antes, a si mesmo se esvaziou,
assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido
em figura humana, 8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e
morte de cruz.
Há quem diga que
esse texto aponta para uma descida de Cristo ao inferno como se o inferno fosse
um reino distinto, à parte de seu Senhorio. Não existe um só lugar em todo o
universo onde Cristo não possa colocar o dedo e dizer: Isso me pertence.
Como eu disse hoje
pela manhã: Satanás não é dono de nada, não é criador de nada, nem mesmo o
inferno lhe pertence.
Efésios 4:10 10 Aquele que desceu
é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas as coisas.
Essa é a mesma
ideia que Paulo trás no texto de Filipenses que lemos anteriormente, no
versículo seguinte Paulo diz:
Fp 2.9 Pelo que também Deus o exaltou
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, 10 para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, 11 e toda
língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.
E quanto ao que
ele afirma dizendo que subiu acima de todos os céus aqui não diz respeito
a um local entre as estrelas no universo. Isso está além do mundo criado. É
algo reservado apenas ao Filho de Deus ressuscitado de entre os mortos e de
onde Ele virá para o grande Dia do Juízo.
E mesmo assim, mesmo sendo algo até mesmo,
em certa medida um conceito inconcebível a muitos de nós, Cristo não está longe
fisicamente de cada um de nós. Pois foi Ele mesmo quem afirmou: “Eis que estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”, Ele afirmou e
Ele mantém sua Palavra.
Efésios 4:10 ...para encher todas as coisas. Encher aqui trás
o sentido de aperfeiçoar. Tornar algo mais perfeito, ou mais próximo da
perfeição. E quando lemos o versículo seguinte é que podemos, então do que
Paulo trata sobre fazer algo mais próximo da perfeição:
Efésios 4:11-12 11 E ele mesmo
concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e
outros para pastores e mestres, 12 com vistas ao aperfeiçoamento dos
santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, veja que o
versículo 12 aponta para o aperfeiçoamento da igreja, é daqui que o apóstolo
fala sobre o encher todas as coisas, ele fala do aperfeiçoamento do corpo de
Cristo, para o caminhar da vida cristã tanto individual, como de toda a igreja.
E no versículo
anterior, no versículo 11, Paulo demonstra os instrumentos dos quais Deus
deixou; para que a igreja fosse sendo aperfeiçoada dia após dia: homens com um
chamado para além da conversão, um chamado especial para servir à igreja do
Senhor Jesus Cristo.
É daqui de onde tiramos
a autoridade de Cristo delegada a esses escolhidos para direcionar a vida da
igreja lhes proporcionando a purificação por meio do ensino, da exortação, da
disciplina. Sem a referência da autoridade de Cristo por meio de seus servos, a
igreja definha, não cresce, se torna infiel, desobediente e desafeiçoada da
verdade promovendo a anarquia dentro da igreja como diz 2 Pedro 2:10 10 especialmente aqueles que,
seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo.
Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores,
Tal comportamento
dissoluto só vai trazer destruição a aqueles que o alimentam:
2 Pedro 3:15-18 15 e tende por
salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão
Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, 16 ao
falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas
epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e
instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria
destruição deles. 17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de
antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses
insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; 18 antes,
crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Para tanto, o
crescimento na graça e no conhecimento dos quais Pedro aponta aqui só acontecem
pelo modo apontado por Paulo no nosso texto de hoje, por meio dos servos
instituídos para o aperfeiçoamento da igreja.
Efésios 4:13 13 Até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo,
A unidade da fé...
folheto: todos os caminhos levam ao inferno... um só é o caminho... não existem
Cristos, mas um só é o Cristo.
Não existe
Possibilidade de salvação na minha ideia que eu tenho de Cristo... não existe
Cristo segundo o que eu entendo..
Nossas ideias e
pensamentos devem ser conformados ao que a Bíblia ensina. Não é a Bíblia que deve
se adaptar ao que eu penso, ou ao que vc pensa. Mas nós devemos nos adaptar ao
que está de fato revelado na Escritura.
13...plenitude de Cristo...
Cristo deve ser a medida de todas as coisas. Ainda que tenhamos muito
conhecimento e anos de vida cristã a igreja, na individualidade de cada crente,
deve prosseguir para o alvo final que é comum a todos os crentes. Na sua
individualidade cada cristão foi chamado para se tornar dia após dia a imagem
de Cristo.
Aquela imagem de
Deus decaída por causa do pecado lá no Jardim do Éden, só tem uma maneira de
ser restaurada em nós: através da nossa conformação à imagem de Cristo. Romanos 8:29 29
Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre
muitos irmãos.
Esse caminhar
cristão tem como alvo comum nos tornarmos à imagem de Cristo. E à medida em que
caminhamos na direção dessa conformação à imagem de Cristo é que vamos
atingindo aquele preceito apontado pelo apóstolo no versículo em questão: Efésios 4:13
...cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à
perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, Cristo
é a medida de todas as coisas.
Efésios 4:14 14 para que não mais
sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro.
Daqui começamos a
atingir a estatura espiritual, não para que sejamos néscios e abandonar o contínuo
aprendizado, mas para que tenhamos dia após dia o discernimento das coisas
espirituais, como crentes maduros. De sorte que não venhamos a ser como
crianças que são induzidas ao erro com qualquer pensamento raso.
Os homens de nosso
tempo são tão vulneráveis, fracos biblicamente falando, tão arrogantes e cheios
de si mesmos crendo que conhecem muito da Bíblia, mas não passam de crianças
necessitadas do básico do conhecimento bíblico.
Muitos crentes
estão prestando um desserviço ao evangelho se comportando dessa maneira, como
crianças. Deixam de se aprofundar no conhecimento da Escritura para darem
ouvidos a homens e mulheres que se dizem pastores e até mesmo pastoras,
invenção da soberba. Vivem correndo atrás das promessas que lhes são feitas
como se, de fato, Deus estivesse ao dispor dos desejos dos corações humanos.
Outro dia assisti
a um vídeo com um filósofo brasileiro, famoso até, Leandro Karnal. Seu nome já
diz tudo, carnal. Os homens de nosso tempo são como ele, conhecem alguns
versículos de cor, fazem uso de alguns textos da bíblia, mas quando não são
usados fora do contexto da Escritura, foram manipulados por doutrinas humanas
que agridem a Escritura. Como disse Paulo, são crianças necessitadas de leite.
Efésios 4:15-16 15 Mas, seguindo
a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, 16
de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta,
segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a
edificação de si mesmo em amor.
15 Mas, seguindo a verdade... seguir a
verdade, correr atrás dela, buscar onde ela estiver sendo dita. Uma vez fui
questionado por uma jovem que se dizia cristã, que havia sido ensinada por mim
durante pouco tempo. Ela se mostrou entusiasmada com a doutrina reformada.
Mas ao mudar de
cidade a jovem me perguntou onde teria uma igreja próxima da casa dela para
frequentar. Respondi prontamente com uma frase que eu havia lido certa vez, não
me lembro a origem dessa frase. Mas a frase e que eu adaptei dizendo o seguinte:
NÃO PROCURE UMA IGREJA PRÓXIMA DE SUA CASA POR SIMPLES CONVENIÊNCIA, MAS
PROCURE UMA IGREJA MAIS PRÓXIMA DA BÍBLIA.
Seguir a verdade,
é justamente o ponto chave da vida cristã em busca do verdadeiro crescimento
espiritual... assim vimos o papel dos vários chamados diferentes de dentro da igreja para servir a igreja: pastores, mestres,
evangelistas.. Esses têm o dever de promover o crescimento
espiritual na vida dos crentes expondo e ensinando a verdade que os crentes
devem buscar. E a verdade nada mais é do que a própria Bíblia, a própria
Escritura, a Palavra de Deus. É assim que Cristo afirmou que a santificação na
vida dos crentes aconteceria. Ele afirmou em sua oração em Joao 17:17: Pai, santifica-os na verdade, a tua
palavra é a verdade.
A criancice, a
meninice no conhecimento da Escritura promove o erro na vida dos crentes. A
devoção e o fervor podem se mostrar grandes e sinceros até, não duvido disso,
mas são agitados de um lado para o outro por todo e qualquer vento de doutrina
por que não conhecem de fato a verdade, não foram instruídos de fato na
verdade.
15...cresçamos
em tudo naquele que é a cabeça, Cristo,
Cristo
é o Senhor da igreja, é o cabeça da igreja. Nenhum homem tem o direito de
reclamar para si mesmo esse lugar que, de fato e de direito, pertence a Cristo.
Nisso vemos que quando Paulo escreve sua 2 Tessalonicenses 2:3-4 e diz: 3 Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não
acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniqüidade, o filho da perdição, 4 o qual se opõe e se levanta
contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no
santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus. Esse
homem da apostasia é alguém que reclama esse lugar de Cristo com respeito à
igreja.
E,
nisso, vemos que o tempo da volta de Cristo está próximo, pois a igreja
católica atribui ao papa o status de Vigário de Cristo.
A
Palavra vigário tem o significado de estar
em lugar de... é aquele que substitui... e usar isso para dizer que o papa é o
substituto de Cristo na terra é, hora, simplesmente a heresia apontada por
Paulo acerca do homem da iniquidade que ostenta como sendo o próprio Deus na
terra.
Ninguém
pode ostentar para si ser substituto de Cristo em qualquer lugar que seja, pois
Cristo mesmo afirmou: Mateus 28:18 A Grande Comissão
18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me
foi dada no céu e na terra. Nenhum homem tem, ou pode querer para si
mesmo tal autoridade.
Esse
foi um dos motivos pelos quais na Confissão de fé de Westminster no capítulo 25
fala acerca da igreja, na sua seção 5 ela afirma o seguinte: “As igrejas mais puras debaixo do céu estão
sujeitas à mistura e ao erro; algumas tem se degenerado tanto ao ponto de não
mais serem igrejas de Cristo, e, sim, sinagogas de satanás.” É desta
maneira que devemos enxergar qualquer igreja que tenha por cabeça um homem, ao
invés de Cristo.
Assim,
o papel das lideranças da igreja não são o de assumirem para si o lugar de
Cristo, mas é um papel servil, no qual a igreja vem sendo edificada pelos seus próprios
membros para glória de Deus. Como afirma Isaías 43:7 a todos os que são chamados pelo meu nome, e os
que criei para minha glória, e que formei, e fiz.
Não façamos menção da graça na vida de um ímpio, a
menos que desejemos que Deus dê a esse ímpio, de fato, a graça de Salvação.
Desejar a graça para vida do ímpio, é além de expressar verbalmente que você
deseja isso, expressar também a verdade do evangelho de que pelo fato dele
estar vivo, ou dele ter uma boa vida, ou dele ter uma boa família e de ele ser
um bom homem, mulher, cidadão que seja, isso não vai assegurar para ele um
lugar no céu, pelo contrário, se a graça de Cristo não o alcançar, com todas
essas qualidades exaltadas pela sociedade, ainda assim ele estará condenado ao
mais profundo do inferno.
LIDERANÇA DA IGREJA
MATURIDADE
CABEÇA CRISTO
Décimo Novo Sermão: Efésios 4:17-24
17 Isto,
portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os
gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, 18 obscurecidos
de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem,
pela dureza do seu coração, 19 os quais, tendo-se tornado
insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte
de impureza. 20 Mas não foi assim que aprendestes a Cristo, 21
se é que, de fato, o tendes ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a
verdade em Jesus, 22 no sentido de que, quanto ao trato passado, vos
despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano,
23 e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e
vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão
procedentes da verdade.
Os três primeiros
capítulos, vimos que o apóstolo Paulo demonstra a Igreja sendo formada por judeus
e gentios. Esforça-se para mostrar que a igreja é única, que todos formam um
mesmo corpo, todos são descendentes de Abraão pela fé, e que esse foi o plano
de Deus desde a eternidade para a igreja.
Nos três últimos
capítulos Paulo, agora, aponta que a igreja precisa se dar conta de que a moral
deve ser guiada pelos preceitos divinos, que deve haver uma harmonia no corpo de
Cristo e como a igreja idealizada pelo Senhor deve ser governada aqui na terra.
Então, após Paulo
ter chamado à responsabilidade de um viver cristão, a toda a igreja composta de
judeus e gentios, de ter demonstrado que essencialmente não existia diferenças de
privilégios entre pessoas de nações diferentes na igreja, uma vez que todas
elas só são salvas única e exclusivamente pela graça. E, desde o começo do
capítulo 4, Paulo vem demonstrando como deve ser esse viver cristão tanto na
igreja, quanto na vida particular.
Efésios
4:17 Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também
andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos,
O que
é que nos faz, no nosso caminhar diário, fazer as coisas do modo como fazemos,
e como fazemos nossas escolhas acerca do que fazer? O que está por detrás de
nossas decisões, o que nos faz gostar mais do verde do que do vermelho? Existe
algo em todo ser humano que vai determinar aquilo que fazemos como fazemos.
Isso não é um fator determinante, no sentido de que é uma força maior do que
nossa vontade. Mas é algo que todo ser humano possui e sim, é o que direciona
nossas escolhas, pensamentos, formas de agir e falar.
Essa
coisa que existe em nós não é algo físico, trata-se de um depósito em nossa
mente. É o que chamamos de cosmovisão. A palavra cosmovisão é uma palavra
composta de duas palavras, COSMO + VISÃO.
Cosmo aqui assume
o sentido de tudo o que existe; cosmo é tudo aquilo que nós temos conhecido e
vivenciado durante toda a nossa vida, mesmo aquilo que vivenciamos no útero de
nossa mãe, ainda que não tenhamos acesso ou lembrança disso.
E a palavra visão
é visão mesmo, é o olhar. Sendo assim, cosmovisão é a maneira como nós
enxergamos o mundo e através desse depósito de memórias e vivências é que
tiramos nossa maneira de viver, de pensar, de tomar atitudes. É daí que tiramos
nossa maneira de agir e pensar, de preferências, etc.
Mas se a
cosmovisão é o nosso depósito de memórias e vivências, e eu tomo atitudes,
palavras e pensamentos com base nisso, então eu não tenho escolha de ser o que
sou nem de agir ou falar do modo como ajo e falo. Não, isso é mentira. Nós não
podemos mudar o nosso passado, nem aquilo que está depositado no baú de nossa
história, mas mudar a forma de agir e pensar não somente é possível, como
também é algo que deve ser trabalhado de forma pessoal a todo cristão.
Cada um deve
observar como faz e por que motivo faz cada coisa na vida. E se há algo que
necessita ser mudado essa é uma questão de escolha e responsabilidade de cada
um. Por isso o apóstolo quando está afirmando aqui no texto dizendo que não mais andeis
como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos Paulo
está dizendo exatamente isso.
O nosso
conhecimento, a nossa visão de mundo, aquilo que fez parte da nossa história e
nos marcou pelo resto da vida, jamais devem ser determinantes para o nosso modo
de viver, nem mesmo no que diz respeito às coisas ruins que nos aconteceram e
deixaram marcas profundas.
O que Jesus
afirmou sobre cada um tomar a sua própria cruz e segui-lo não diz respeito
apenas aos desejos e vontades, diz respeito também ao modo displicente de viver
arrumando desculpa para cada pecado que se comete, arrumando desculpas para não
abandonar as práticas e desejos pecaminosos.
Sabe qual o pior
dessa situação? Paulo fala de não se viver como os gentios na vaidade dos seus
próprios pensamentos. É viver pensando da mesma maneira que o ímpio, vive,
pensa, fala; e esse modo dele ser e viver tem como base a absurda ideia de que
nenhuma de suas ações terão consequências eternas.
Na sua soberba o
ímpio imagina que, no final, tudo vai dar certo. Não vai. Foi para isso que
Cristo morreu pela igreja, pelos seus escolhidos, para que eles, como vivos
espirituais, tivessem como escolher não mais viver dessa forma, na vaidade de
seus pensamentos.
E Paulo, então vai
tecer detalhes sobre como é a vida dos ímpios:
18 obscurecidos de entendimento,
alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu
coração, 19 os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à
dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza.
Obscurecidos de
entendimento. Paulo não está afirmando que os ímpios não são
inteligentes, de que eles não podem ter uma formação acadêmica, tão pouco que
eles não conseguem dizer algo que seja verdadeiro sobre Deus. Paulo está
falando da verdade do evangelho a qual o modo que vivem, lhes tornam cegos à
necessidade de mudança.
Eis
aqui uma verdadeira diferença entre o ímpio e o crente. O ímpio é um pecador
que não enxerga a necessidade de mudar do modo de pensar, não enxerga a
necessidade de mudar o modo de ser ou de viver. O ímpio, muitas vezes, até pode
conceber a ideia de pecado, mas ele acha que isso é normal. O que leva o ímpio
a continuar vivendo sem perceber, ou sem achar que seja necessária uma mudança,
e isso é exatamente por que ele é um morto espiritual.
A
dureza do coração demonstra sua insensibilidade com respeito às coisas
espirituais. Muitas vezes quando a própria consciência o incomoda com respeito
ao modo como ele mesmo vive, tentando amenizar o peso, o ímpio, de alguma
forma, o ímpio então começa a buscar soluções não para seu pecado, mas soluções
para aliviar o peso do pecado. Ele busca um mecanismo do qual ele faz uso tentando
aliviar esse peso de alguma forma.
A
psicologia faz isso muito bem. Ao invés de chamar de pecado, ela começou a
tratar o pecado como doença. Então o ladrão deixa de ser ladrão e passa a ser
cleptomaníaco. O cleptomaníaco é aquele que tem uma mania compulsiva de roubar,
não, a bíblia diz que é pecado. Os homossexuais e os adúlteros não são mais
homossexuais e adúlteros, mas passaram a ser, na visão da psicologia,
ninfomaníacos; não são pecadores!
Na
teologia espírita a concepção de pecado também foi abandonada. O pecado deixou
de ser algo do qual será pedido prestação de contas e passou a ser uma fase na
vida do individuo na qual ele precisa passar para poder crescer
espiritualmente. Daqui vem a ideia de aprender com os próprios erros. E isso
para o crente é um absurdo, pois ele tem a palavra de Deus para lhe ensinar,
ele não precisa pecar para aprender.
Na
concepção do candomblé, Deus o único Criador, soberano e santo não existe,
assim como também á ideia de pecado é inexistente. O que existe é a obediência
que você deve ter para com a vontade de seu orixá. Não importa o que ele te
peça, o que ele te pedir você terá de fazer, mesmo que isso seja considerado
pecado por Deus.
Não estou levando
em consideração aqui essas teologias como sendo passíveis de comparação com o
cristianismo, não se trata disso. O que estou mostrando é como o ímpio tem
fugido da concepção de pecado e como ele também foge da certeza do juízo final.
Quando alguém
sofre um corte na pele, e sendo esse corte de considerável tamanho, e precisa
levar pontos para fechar o local, aquilo que tornava a sensibilidade possível
nesse local de corte na pele deixa de existir, os nervos são danificados e a
pele ali se torna insensível. Desta
maneira, se depois da cicatrização do corte e da retirada dos pontos, alguém
chegar e beliscar o local da cicatriz, o dono da cicatriz não irá sentir nada
além de certa pressão no local.
Por que estou
usando essa ilustração? Dentro desse grupo considerado como ímpio pelo apóstolo
Paulo, o pior deles é o que ele descreve no versículo 19 dizendo: 19 os quais, tendo-se
tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem
toda sorte de impureza. Dentro desse grupo não existem apenas
ímpios. Precisamos considerar que muitos que se dizem crentes vivem dessa
maneira.
O pecado foi tão
praticado e tão forçadamente abafado o seu pesar pelo ato, que chega a um
momento da vida desse ímpio que o pecado para ele é algo comum e inevitável. O
pecado se torna doce ao seu paladar.
O pior é pensar
que nas igrejas se assentam crentes constantemente com essa forma de viver. A
tristeza pelo pecado, a consciência do juízo final deixam de existir; isso por
que a prática constante do pecado sufocou de tal maneira a verdade do evangelho
que mesmo estando eles na igreja todos os domingos lhes faz alguma diferença,
continuam a viver uma vida de promiscuidade. Tornaram-se insensíveis às exortações
e ao apelo de mudança de vida que o evangelho faz constantemente.
Exatamente por
causa desse grupo dentro da igreja o apelo do apóstolo no versículo seguinte
dizendo:
20 Mas não
foi assim que aprendestes a Cristo, 21 se é que, de fato, o tendes
ouvido e nele fostes instruídos, segundo é a verdade em Jesus,
Percebam
que se o verdadeiro ensino com respeito a Cristo for deturpado, se o ensino
sobre Cristo vier acobertado pelo pecado de modo a produzir falsas ideias sobre
o evangelho e sobre Cristo, certamente o que teremos como resultado disso é
ímpios travestidos de cristãos.
E não
podemos deixar de exortar quanto ao modo de vida pecaminoso assim como Paulo
apontou em 1
Coríntios 6:9-10 9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o
reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem
efeminados, nem sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem
bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.
Infelizmente os
púlpitos têm sido frequentados por lobos vorazes. E quando falamos de lobos
vorazes não estou dizendo respeito apenas com aqueles que só se interessam pelo
seu dízimo, pela arrecadação da igreja. Os lobos vorazes também são aqueles
que, de uma forma ou de outra, não se importam com o bem estar futuro na
eternidade daqueles que estão lhe ouvindo.
Não é
à toa que escândalos, vezes por outras nos chegam aos ouvidos. Ao invés de o
líder espiritual exortar ao homossexual, exortar à mulher que vem passando por
crises no seu casamento, ao invés de exortar ao político a não ser corrupto, e
passarem a ter uma vida de intensa comunhão com Deus, e contrição pelos pecados
eles, muitas vezes as acobertam, ou pior, dão um jeito de se envolver com suas
práticas libertinas de pecado.
Daí a
exortação de Paulo no versículo 22 apontando para a necessidade de mudança, de
abandono da vida de pecado quando ele afirma:
22 no sentido de que,
quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo
as concupiscências do engano,
Nem
sempre acontece na vida dos membros da igreja como Paulo descreve aqui, de que
eles não tinham o conhecimento do evangelho até certo momento da vida e um dia
passando a ter, acabam por terem, assim, uma marca histórica distintiva do
antes e depois de ser crente.
Mas,
precisamos enxergar melhor essa situação uma vez que, muitos de nós já nascemos
em um lar evangélico. E essa ideia de antes e depois da conversão não é uma
ideia de divisão histórica tão clara na vida de alguns crentes, antes e depois
da conversão não possuem uma vida tão distinta uma da outra.
O
fato de alguém nascer em um lar evangélico, ser batizado quando criança,
crescer indo à igreja todos os dias, jamais tem o poder de descartar a
necessidade de mudança e muito menos descartar a necessidade de conversão. A
conversão é algo real e necessário à qualquer pessoa, se esta tem a pretensão
de um dia viver no paraíso com Deus. Sem uma verdadeira conversão a eternidade
é o inferno.
Daí o
apóstolo dizer que quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem,
por que sendo crente, esse novo homem, esse homem vivo espiritualmente falando,
ele tem condições de dizer não à sua cosmovisão que foi construída por toda a
sua vida, por que agora o evangelho está ditando as regras de como ele deve
viver a vida, e o próprio evangelho passa a integrar de modo profundo esse baú
de onde o homem tira seu modo de viver, pensar e agir.
O
homem convertido precisa pegar seu baú de cosmovisão, vasculhar, jogar fora o
que não presta, jogar fora aquilo que afronta a palavra de Deus e substituir
pelo que Paulo afirmou a Timóteo: 2 Timóteo 3:14-17 4 Tu, porém, permanece naquilo
que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15
e que, desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para
a salvação pela fé em Cristo Jesus. 16 Toda a Escritura é inspirada
por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a
educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente habilitado para toda boa obra.
Mas
aquilo que antes nos dominava, precisa ser tirado fora, precisa se fazer uma
limpeza nesse baú, precisa pegar o monte de quinquilharias que nos davam a
direção para vida e colocar no seu lugar a Palavra de Deus. O velho homem vai
continuar ditando as regras para vida do crente até o momento em que o crente
pegar esse seu velho modo de viver e pensar e jogá-los no lixo.
A
mudança que ocorre na vida daqueles que nasceram em um lar evangélico pode até
não ser uma mudança muito evidente. Sempre foi um bom filho, uma boa filha,
sempre ia à igreja e teve gosto para isso, sempre respeitou o pai e a mãe,
sempre teve uma vida devocional.
Mas, até que, de
fato ocorra uma conversão verdadeira, essas pessoas não passam de ser meramente
crentes que herdaram uma tradição. Eles, assim como qualquer outro homem,
precisam herdar não uma tradição religiosa, mas precisam herdar a vida eterna.
A diferença na vida desses que nasceram num lar evangélico comparando antes e
depois da conversão pode até não ser uma diferença muito visível, aparentemente
não; mas de fato ela existe uma diferença enorme, uma diferença eterna.
23 e vos
renoveis no espírito do vosso entendimento, 24 e vos revistais do
novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Aqui
o apóstolo aponta para o modo, ou do que o novo homem deve seguir como sendo
seu arcabouço, como sendo o seu novo modo de enxergar o mundo.
O
velho homem precisa ser jogado fora, agora outro homem interior deve assumir
esse lugar. 23 e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento, a maneira de pensar antiga e pecaminosa deve ser
substituída por outra onde Deus é o responsável pelo nascimento desse novo
homem: criado
segundo Deus. Sim, o crente não nasce da vontade própria.
Quando
Nicodemus foi ter com Jesus é desse novo homem, criado segundo Deus, que Cristo lhe
falou. Mas eu quero destacar algo aqui nesse texto do qual lembramos.
João
3:1-8 1 Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um
dos principais dos judeus. 2 Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe
disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode
fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. 3 A
isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer
de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre
materno e nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade, em
verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino
de Deus. 6 O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do
Espírito é espírito. 7 Não te admires de eu te dizer: importa-vos
nascer de novo. 8 O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não
sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito.
·
Falar da religiosidade de Nicodemos – considerado um
crente da época, aliás, um pastor.
·
Nascer
de novo
·
Nascer da água e do Espírito (conversão e batismo)
·
A autoridade do Espírito no novo nascimento, v. 8.
E já vimos o mesmo
Paulo falando aos efésios acerca da predestinação: Efésios
1:5 5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de
Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
Também pelo mesmo motivo que ao final de seu texto que
lemos agora a pouco, no texto de Paulo aos coríntios onde lemos, 1 Coríntios 6:9-11
9 Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não
vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem
sodomitas, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem
maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Ele termina
justificando a real possibilidade e necessidade de mudança dando aos coríntios
a razão : 11
Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas
fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso
Deus.
A mudança é
possível e só é possível aos crentes por que fomos batizados com o Espírito
Santo, estamos revestidos com esse poder real de mudar não apenas aparentemente,
mas mudar de fato ao mais profundo da consciência; melhor que isso, mudar no
mais profundo da alma. Ter toda nossa vida, todo nosso ser impulsionado e
dirigido pela Palavra de Deus, pois a conversão na vida do escolhido de Deus
tem justamente essa finalidade: de mudar.
Conclusão:
·
Tradição histórica -
Falar daqueles que se apoiam em uma Tradição secular... pertenço a essa igreja
por que é a mais antiga.... portanto
é a verdadeira.. .mentira de satanás.
·
Nasci num lar
evangélico - A tradição precisa estar arraigada na Escritura, sem ter esse
fundamento, a tradição é meramente humana e não salva ninguém.
·
Sair desse
entorpecimento... o insensível à palavra de Deus é como o drogado, ou o
alcoólatra, que quer usar drogas e
bebidas para fugir da realidade, assim o que tem por costume o viver pecaminoso
não se deixa convencer da necessidade de mudança
·
É também sair do
entorpecimento do pecado fugindo de todos os pecados sexuais, da
homossexualidade, do adultério, da fornicação seja qualquer que for o motivo,
até mesmo aquele que vc usa como
desculpa para um abuso que vc sofreu quando na criança, ou adolescência.
·
Apagar o passado não é
possível, mas viver o presente e o futuro com base no ensino da Escritura, não
é apenas possível, mas também o dever de todo crente.
Vigésimo Sermão: Efésios 4:25-32
25 Por
isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque
somos membros uns dos outros. 26 Irai-vos e não pequeis; não se
ponha o sol sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo. 28
Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias
mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado. 29
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa
para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que
ouvem. 30 E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes
selados para o dia da redenção. 31 Longe de vós, toda amargura, e
cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. 32
Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
No último
sermão da carta aos Efésios, vimos que Paulo exortava aqueles irmãos para
colocar em prática o evangelho que eles receberam. Que apesar de antes os gentios
não terem tido o mesmo privilégio que os judeus por terem recebido eles as
revelações da parte de Deus, que agora, após a morte de Cristo, o povo de Deus
se tornou um, que não há mais uma separação como havia antes. E que, tanto
judeus quanto gentios convertidos a Cristo, precisavam viver de acordo com a
novidade do evangelho.
Assim
sendo, Paulo vai, no texto que acabamos de ler, nomear de forma genérica alguns
pecados que deveriam ser deixados para trás. Não que essa lista deixada aqui
seja a lista essencial, pelo contrário; Paulo nunca teve a intenção de limitar
os pecados que deveriam ser abandonados, ele apenas teve a intenção de mostrar
a necessidade de mudança de vida.
25 Por isso, deixando a
mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos
outros.
A
partir do momento que os efésios entenderam a dimensão da obra de Cristo, o que
ele fez pela sua igreja, o que é de fato o pecado, eles não teriam nenhuma
desculpa a mais para continuar praticando o pecado, tendo a mesma vida de
desejos e pecados como tinham antes.
Aqui
Paulo mostra de forma bem prática o que deveriam fazer e ele começa
exemplificando com respeito a mentira. Há uma outra tradução desse versículo
dizendo assim: Por isso, deixando de lado a falsidade.
Essa tradução aponta mais para o que de fato Paulo está dizendo.
Quando lemos que
não devemos mentir, o entendimento normal de se ter é daquele pecado pontual
onde a pessoa diz uma mentira. Mas quando lemos que se deve deixar de lado a
falsidade, percebe-se que a dimensão do que o apóstolo está dizendo é bem maior
do que um ato ou outro de mentira.
A falsidade é um
modo de vida. É quando para algumas pessoas, ou para uma pessoa específica,
você quer mostrar algo, é deixar transparecer aquilo que você não é. E isso é
muito maior do que um único ato de mentira. Isso é viver a mentira. E quando se
age, se vive desta maneira, a mentira pontual, a mentira casual ela se torna
algo irrisório, se torna algo comum e simples. E o desdobramento mais
pernicioso para esse tipo de gente é que ele passa a acreditar nas próprias
mentiras, ele já perdeu a noção do que é verdadeiro e do que é falso em sua
vida, é algo automático.
Mas o apóstolo é
bem enfático ao dizer: deixando de lado a falsidade.
Paulo está alertando para o abismo que é a mentira e se precisa reconhecer
isso.
Jesus quando,
certa vez, enfrentou os judeus ele afirmou o seguinte: João 8:44 44 Vós sois do diabo, que é vosso pai, e
quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais
se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira,
fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.
Aqui está a
dimensão do alerta de Paulo com respeito à falsidade. Jesus afirma que o falso,
o mentiroso, aquele que acredita nas próprias mentiras é filho do diabo. Você
pode carregar o título de cristão, pode ir a igreja, pode parecer crente para
alguns, mas sua falsidade escancara de que você não é crente, mas um filho do
próprio Diabo.
Essa declaração de
Cristo também mostra que o falso cristão, o mentiroso, via de regra, faz uso da
mentira, do modo falso de viver, se mostrando algo que não é, para continuar a
satisfazer os desejos. E entenda que mentem para satisfazer os próprios
desejos, que também são os mesmos desejos de satanás, pois quem mente é filho
do diabo, os desejos de um são os mesmos desejos do outro; pois quem mente é
escravo, pior que isso, é filho do diabo.
Por esse motivo
não faz qualquer sentido se dizer um cristão, mas viver falsamente. Deixe a
mentira, a falsidade de lado. Isso pode até fazer parte do seu passado, mas não
do seu presente, ou do seu futuro como cristão que deseja alcançar a salvação
eterna.
26 Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol
sobre a vossa ira, 27 nem deis lugar ao diabo.
Ao que parece,
Paulo ao escrever esses versículos ele tinha em mente o Salmo 4.
Salmos
4:2-4 2 Ó homens, até quando tornareis a minha glória em vexame, e
amareis a vaidade, e buscareis a mentira? 3 Sabei, porém, que o
SENHOR distingue para si o piedoso; o SENHOR me ouve quando eu clamo por ele. 4
Irai-vos e não pequeis; consultai no travesseiro o coração e sossegai.
Percebam que os
três versículos falam na mesma ordem dos dois assuntos que Paulo aborda aqui.
Primeiramente o salmista trata da mentira alertando que o Senhor toma para si o
piedoso apenas, aquele que fala a verdade, necessariamente rejeitando para
longe de si o mentiroso. E logo a seguir ele trata da ira, assim como o
apóstolo seguiu esses dois assuntos em seu texto.
Seja como for, a
ira por si só não é pecado, pois até mesmo Deus demonstra e ainda demonstrará a
sua ira. Há dezenas de textos na Escritura demonstrando que Deus, em vários
momentos na história, demonstrou a sua ira, uma ira santa. E mais que isso, no
juízo final, é a sua ira que irá consumar todo o mal: Apocalipse 19:15 15 Sai da sua boca uma espada
afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro
e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.
Contudo, quando nós
nos iramos, podemos cair em alguns erros, e a nossa ira se tornar pecaminosa.
1.
É quando nos iramos por
questões fúteis, questões que não deveriam ser levadas tão a sério. Ou mesmo
nos iramos por coisas sem sentido, nos iramos por coisas que não deveriam ser
levadas em conta, como ofensas pessoais.
2.
A segunda é quando
levamos ao extremo a expressão de nossas emoções. Um exemplo disso é assistir
ao jogo de futebol do seu time favorito, ver ele tomar uma surra do time
adversário. E por isso vc se enche de ira e dá uma surra no torcedor do time
vencedor por que ele curtiu com vc pelo que seu time havia perdido. Ou como
aconteceu no jardim do Éden com a ira de Caim, pelo que Deus aceitou a oferta
de Abel e rejeitou a sua oferta.
3.
A terceira forma de
cairmos no pecado da ira é quando a revolta que direcionamos a ira para outra
pessoa, quando ela deveria ser contra nós mesmos. É aquele famoso ato quando
somos pegos no erro e revoltados com isso, jogamos a culpa em outro.
28 Aquele
que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que
é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado.
A
preguiça é a desculpa do ladrão. Sua preferência é aproveitar da facilidade que
é tomar para si mesmo algo que não lhe pertence, por que aquilo pode suprir uma
necessidade sua; uma vez que procurar um trabalho honesto para com ele se
sustentar e sustentar aos seus.
O
princípio básico daquilo que Paulo trás aqui é a origem do sustento. O sustento
pessoal e o sustento do pai de uma família precisa ter uma origem lícita. Trazer
sustento para dentro de casa através de uma fonte que não seja algo legal é uma
aberração para o cristão. Assim a fonte de um sustento nunca pode ser
proveniente do furto, do roubo, do latrocínio, ou da fraude.
Certa
vez me pediram para falar acerca do dízimo na igreja de Baião. E uma pergunta
que me fizeram foi a seguinte: nós devemos dar o dízimo de que? Então respondi.
A primeira coisa que se precisa ver quando se vai dar o dízimo é de que a
origem do dinheiro deve ser uma origem lícita.
Um
exemplo disso é que aqui há uma zona de pescadores instalada na cidade. E há
centenas de pessoas cadastradas ali como sendo pescadores profissionais. Por
que esses pescadores profissionais todos os anos durante o período da piracema,
eles estão proibidos de pescar, e para suprir sua necessidade o governo paga o
salário nesse período.
Pois bem, desses
que estão aí cadastrados para receber o seguro defeso, muitos deles sequer
saber jogar uma tarrafa, sequer sabem o que é uma malha 30, ou malha 40; e ainda mais... muitos deles
sequer chegam na beira do rio com uma vara de bambú para pescar. Mas recebem o
seguro defeso como se fossem pescador. Esse dinheiro recebido é por meio de uma
fraude, é furto do dinheiro público. Não tragam dízimo disso para a igreja.
E percebam que a
razão dita pelo apóstolo pelo qual cada um deve trabalhar com as próprias mãos
para ter o seu sustento, não tem em vista apenas ele próprio, ou seus
familiares, ele também aponta para o necessitado. O necessitado aqui é aquele
que, de fato, não tem condições de trabalhar. É alguém que carece de ajuda por
estar doente, ou ele tem que estar constantemente auxiliando um doente em sua
casa e por isso não pode trabalhar.
29 Não
saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para
edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.
Todo
tipo de palavra que promova o pecado não deve ser dita. A palavra torpe, torpe
significa algo podre, algo que não tem serventia para nada, algo que cheira
mal, algo de má qualidade.
O uso desmedido de
palavrões que promovem a erotização está mais no centro daquilo que o apóstolo
está dizendo aqui. São palavras que direcionam o pensamento à perversão sexual,
ao que corrompe a natureza do sexo criado por Deus para o homem.
Nisso está
inserido a perversidade que é o ensino da ideologia de gênero nas escolas. A
promoção dessa ideologia não apenas corrompe a mente das crianças e jovens
quanto à prática pecaminosa, mas também banaliza o ato sexual como sendo algo
meramente humano e carnal que não traz más consequências de todo tipo para a
vida daqueles que sofrem esse tipo de influência.
Mais adiante um
pouco, no capítulo seguinte, Paulo vai aprofundar um pouco mais nessa questão
dizendo assim: Efésios 5:3 3 Mas a
impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre
vós, como convém a santos; nem mesmo nas conversas do dia a dia,
esse tipo de perversão, esse tipo de pecado deve fazer parte do nosso
vocabulário comum, daquilo que temos costume de conversar. O cristão deve fazer
uma imensa objeção quando esse tipo de assunto surgir em suas conversas no
trabalho, no lar, na escola.
Mas nossa
canalização de palavras em nossas conversas sempre devem pender para o lado da
edificação, tanto para a própria santificação quanto também para a do próximo.
30 E não entristeçais o
Espírito de Deus
E há
quem diga que o Espírito Santo não é Deus, mas que Ele é apenas uma FORÇA
ATIVA, algo similar a um cabo de energia elétrica que apenas canaliza o poder
de Deus. Isso está muito distante do que o apóstolo está afirmando nesse
versículo, demonstrando a pessoalidade do Espírito, quando Ele pode se
entristecer dependendo do que fazemos, falamos ou pensamos.
O
Espírito Santo reside em nós e isso em cada parte que seja da nossa alma ou do
nosso corpo. E se entregamos nosso corpo ao pecado, se entregamos nossa mente à
perversão, se praticamos o pecado com a língua, certamente estamos fugindo do
que se espera do verdadeiro cristão: a santificação, a mortificação do pecado
em nós.
É disso que o
mesmo apóstolo advertiu à igreja em Corinto quando escreveu: 1 Coríntios 6:16-20 16 Ou não sabeis que o homem
que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão
os dois uma só carne. 17 Mas aquele que se une ao Senhor é um
espírito com ele. 18 Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma
pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca
contra o próprio corpo. 19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é
santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e
que não sois de vós mesmos? 20 Porque fostes comprados por preço.
Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.
Quando pecamos é como se estivéssemos a gritar ao
Espírito Santo para sair de nossas vidas. A prática do pecado é como se fosse
um exorcismo, mas ao contrário do que se esperava, de que fosse um exorcismo do
pecado, estamos exorcizando o Espírito Santo.
Obviamente o
verdadeiro crente, jamais o Espírito o abandonará, pois é o que ele afirma logo
a seguir dizendo ainda no versículo 30... , no qual
fostes selados para o dia da redenção. Paulo está dizendo que o
Espírito é a nossa garantia para o Dia do Juízo, é Ele quem nos conduzirá até o
Dia de Cristo, para o dia em que seremos definitivamente livres do pecado. É
como Paulo escreveu também aos Filipenses 1:6 6
Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Contudo, a prática do
pecado, seja qual for, não deixará de entristecer ao Espírito.
31 Longe
de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim
toda malícia.
Nesse momento aqui
Paulo está se voltando mais uma vez à questão dita por ele anteriormente com
respeito a ira. Aqui está uma relação de questões que podem vir juntamente com
a ira: amargura, cólera, gritaria,
blasfêmias e malícias. Da mesma maneira que ele condenou a ira anteriormente,
aqui ele condena tudo o que pode vir juntamente com ela.
Aqui ele
acrescenta um mal que não mencionei antes, mas que pode vir juntamente com a
ira: a malícia. Paulo está falando acerca da malignidade do pensamento. É agir
com malícia, é imaginar o mal contra aquele, ou aquela contra quem se acendeu
nossa ira. É imaginar, desejar a morte, desejar que a pessoa se vá, se
distancie, é ter a mente depravada ao ponto de se opor ao bem estar do próximo.
Tal tipo de pensamento deve estar longe da vida do cristão.
32 Antes,
sede uns para com os outros benignos, compassivos,
Perceba que nos versículos anteriores Paulo faz uma
lista de comportamentos não requeridos para a vida do crente. Ele estabelece um
contraste entre o que não deve fazer parte da vida do cristão, com aquilo que
se espera do verdadeiro cristão.
De um lado está a
perversidade e amargura como comportamentos ímpios que o crente deve fugir de
tê-los como algo comum em sua vida, para então agora demonstrar que a natureza
do crente deve transparecer a imagem de Cristo, a benignidade. E isso se refere
no semblante, nas palavras, nos pensamentos, na maneira de agir.
O apóstolo aqui
não faz qualquer distinção sobre quem deve ter razão em agir assim ou assado em
resposta a ação de outro. Falo daquela promoção da infantilidade que todos
costumamos fazer para justificar os nossos pecados. Eu fiz assim por que você
fez ou disse assado. Não interessa quem começou o que, não interessa quem disse
o que, não interessa quem deixou de fazer ou falar o que; o que interessa aqui
para nós cristãos é qual comportamento,
palavras ou pensamentos teremos diante de quaisquer situações que se
apresentarem diante de nós.
perdoando-vos uns aos outros,
Talvez a questão
mais difícil para colocar em prática em nossas vidas esteja nesse versículo. Isso
é assim por que normalmente alguns estão predispostos a benevolência, mas
quando sofrem algum tipo de injúria, de injustiça, o perdão não é algo
automático. Temos dificuldades em aceitar a injustiça e assim maior facilidade
em retermos o perdão.
Contudo, o Senhor
Jesus nos ensina que a prática do perdão não é apenas essencial na vida do
cristão, ela é muito mais do que essencial. Quando os discípulos pedem a Jesus
lhes ensinar a orar, o Senhor afirmou no seu exemplo de oração algo que
precisamos destacar com respeito ao perdão. Ele trás o ensino sobre o perdão
nos versículos 12, 14 e 15.
Mateus
6:12-15 12 e perdoa-nos as nossas
dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; ...14 Porque,
se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos
perdoará; 15 se, porém, não
perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as
vossas ofensas.
Jesus está
ensinando que se não perdoamos aqueles que nos ofendem, aqueles que praticam a
injustiça contra nós, aqueles que nos injuriam, nossos pecados permanecerão
dispostos diante de Deus. Dizendo de forma simples: Não haverá perdão para quem
não sabe perdoar.
É por isso que
Paulo ao falar desse assunto no texto em que temos visto hoje, ele o termina
dizendo como também Deus, em Cristo, vos perdoou.
Esse é um apelo máximo que se pode fazer com respeito ao perdão.
Perceba que se nós
já nascemos em pecado, se nós já nascemos em dívida eterna para com Deus, se
todos nós já nascemos com uma predisposição ao inferno, ainda assim Deus olhou
para nós com misericórdia, apesar de nossa culpa, apesar de nossos pecados, Ele
nos perdoou. Não existe ofensa maior que se possa cometer na vida do que
qualquer ofensa que se faça a Deus; ainda assim, em Cristo nós fomos perdoados.
Foi pela obra de
Cristo na cruz que Deus nos perdoou, a todos nós que confessamos a Cristo como
Senhor de nossas vidas. Que motivos temos para não perdoar quem quer que seja,
de qualquer mal que tenha nos tenha feito? A falta do perdão trás maior
destruição aquele que não perdoou, ou não sabe perdoar. Isso por que ele não
tem a mínima noção do próprio seu pecado diante de Deus.
Conclusão:
O cristão não tem
duas naturezas diferentes. Ele tem apenas uma natureza: a natureza que ele
recebeu de Cristo quando ele foi convertido ao evangelho. O velho homem precisa
ser silenciado, enterrado, o velho homem precisa ser desfeito dia após dia, com
a mortificação do pecado.
O mal do pecado
naquele que é nascido de novo, não é como antes de sua conversão. Antes de sua
conversão o pecado era algo intrínseco ao coração daquele homem, era sua
essência, e vez por outra manifestava externamente algo da imagem de Deus.
Quando esse homem
nasce de novo, as coisas se invertem. A imagem de Cristo é inserida no coração,
na alma desse homem, e vez por outra a imagem do velho homem transparece.
O crente como
homem transformado, tendo a alma lavada, ainda não é um ser perfeito. Ele
precisa dia após dia ser trabalhado, ser confrontado com sua sujeira, e ser
constantemente santificado se permitindo exortar pela palavra, pela disciplina
cristã. O pecado reside nele, mas o pecado não é aquilo que o domina.
É um novo homem,
lavado pelo sangue de Cristo, e que caminha para perfeição na glória.
Então perceba em
qual categoria você se encaixa. Você é dominado pelo pecado, ou você é aquele
que tem lutado contra o pecado? Eis aqui a diferença entre ser cristão e ser
joio, entre estar vivo, e ser um morto espiritual. Se você acha que não
consegue lutar contra o pecado em sua vida, mas você quer fazer isso, peça
ajuda. O pastor está aqui para isso, para caminhar juntamente com você até que
possamos estar na glória com Cristo.
O vinho novo se
põe em odre novo, da mesma forma que não se pode colocar remendo novo em pano
velho. O novo homem não pode consentir com o pecado em sua vida. Ele nasceu de
novo e precisa ser revestido com a imagem de Cristo dia após dia.
Vigésimo Primeiro Sermão: Efésios
5:1-2
1
Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em
amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta
e sacrifício a Deus, em aroma suave
O
apóstolo Paulo vem educando a igreja de Éfeso no que diz respeito à vida
cristã. Ele segue uma lógica bem clara, assim como ele o faz em todas as suas
cartas.
Em
primeiro lugar, o apóstolo demonstrou quando foi que Deus planejou toda a
história, e ele demonstra que esta foi planejada antes mesmo que qualquer coisa
tivesse sido criada, antes da fundação do mundo. E nesse planejamento da
história, Deus já havia determinado quem seriam os que fariam parte de sua
instituição sobrenatural chamada e conhecida como sendo igreja.
Esta
igreja, nos planos eternos de Deus, ele chamou pessoas de todas as partes do
mundo, de todas as nações que passariam a existir e formarem-se, o que
aconteceu quando houve a divisão pela confusão da linguagem ocorrida em Babel.
Contudo,
Deus também já havia escolhido uma única nação pela qual Ele passaria a
revelar-se, a nação de Israel, e essa nação deveria executar um papel de
missionária diante das outras nações. O que não fez sendo esse seu pecado.
Conforme
o planejado, Deus retira essa premissa de nação evangelizadora de sobre Israel,
de modo que as grandezas de Deus seriam difundidas dentre todas as nações. Esta
penalização sobre Israel, foi o cumprimento de uma maldição prevista séculos
antes de Cristo vir ao mundo. Entretanto, ela se cumpre apenas durante o evento
de Pentecostes que aconteceu cinquenta dias após a morte e ascensão de Cristo,
na cidade de Jerusalém.
Ali,
os povos começaram a ouvir as grandezas de Deus, cada qual, em sua própria
língua materna. Os planos de Deus para a igreja, passo a passo estavam se
tornando em realidade. E Paulo trás esse conhecimento para Éfeso demonstrando
que, depois desse evento, a igreja se tornou uma dentre todas nações da terra.
Os
efésios eram originários de uma terra pagã, cheia de doutrinas estranhas e de
vertentes demoníacas onde eles afrontavam a Deus com sua luxúria, sua
prostituição, sua homossexualidade e sua idolatria. Para um recém convertido ao
evangelho, a mudança necessária no comportamento deveria vir de encontro ao
velho homem que insistisse em permanecer vivo na vida dos cristãos.
Veja
que Paulo inicia o texto de hoje, como sendo uma conclusão de tudo o que ele
havia dito anteriormente. E ele vinha falando exatamente dessa necessidade de
se apagar o velho homem e mudar de vida. E, aqui nessa conclusão, ele inicia dizendo:
Sede, pois, imitadores de Deus.
Podemos
ter um exemplo genérico de como deve ser um cristão? Alguém pode citar um
exemplo dizendo assim:
1. O fulano se declarou cristão há muitos anos e o que ele
diz parece ser verdade, e sua participação na igreja vem de longa data.
Entretanto, é também verdade que esse homem teve ao longo de sua vida cristã
vários momentos em que ele cometeu pecados.
2. Outra pessoa vem e diz o mesmo desse homem o seguinte.
Todos nós lutamos contra vários pecados e os atos desse homem compõem parte de
uma lista de pecados muito evidentes que somente nos círculos cristãos eles são
desaprovados.
A pergunta
relevante que precisamos fazer é: Vocês acham que alguém pode ser considerado
cristão, dizer que é filho de Deus, dizer que é crente, e mesmo assim continuar
a pecar gravemente contra Deus? Isso é possível?
É claro que não,
não é possível. Pois o processo de santificação na vida de todo e qualquer
cristão serve exatamente para que esse homem não sirva ao pecado como antes;
deve haver mudança de vida para melhor, para longe do pecado, e permanecer do
mesmo modo pecaminoso em sua vida não diz respeito a alguém, de fato, que é
salvo.
Por isso Paulo
falou que somos novas criaturas, que as velhas coisas ficaram para trás. Que a
forma do crente viver deve ser contrastada com a forma que o mundo vive. Ali em
Éfeso, uma cidade dominada pela imoralidade, uma cidade onde as trevas eram o modo
de vida diário de seus cidadãos, era onde esses primeiros leitores de Paulo
moravam e trabalhavam.
Todos os dias
havia uma convivência dos crentes com aqueles que eram dominados por toda sorte
de imoralidade, decadência e incredulidade. E essa convivência não poderia ser
dada como desculpa como influência na vida dos crentes, e tão pouco a queda em
pecado da parte dos que se diziam crentes poderia ser direcionada à essa
convivência diária com os ímpios.
Por esse motivo,
Paulo advertiu nos versículos do capítulo anterior dizendo: Efésios 4:22-24
22 no
sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe segundo as concupiscências do engano, 23 e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento, 24 e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em
justiça e retidão procedentes da verdade.
Aqui está o ponto
de referência usado por Paulo ao dizer
as palavras do início do texto que vemos hoje: Efésios
5:1
Sede,
pois, imitadores de Deus, como filhos amados; a presente
exortação conclamando aos crentes a se tornarem imitadores de Deus. E como
crente, cada membro ali havia sido confrontado com a realidade de que o mundo
jaz no maligno, que o mundo está envolto em trevas. Trevas é ausência de luz,
mas quando a luz chega, as trevas não têm condições de suportar, é necessário ela
se dissipar.
Aquilo que é mau
perante os olhos do Senhor frequentemente é chamado na Escritura de trevas, e
as trevas possuem um comando que o próprio Senhor Jesus afirmou quando os
soldados o foram prender para crucificarem-no: Lucas
22:53
53
Diariamente, estando eu convosco no templo, não pusestes as mãos sobre mim.
Esta, porém, é a vossa hora e o poder das trevas.
Contrariamente a
isso, recebemos de Deus o poder de tirar as trevas para longe de nossas vidas,
recebemos a arma necessária para combater esse poder das trevas. Mas essa arma
só tem validade para aqueles que de fato o Senhor tirou do domínio das trevas
como Paulo afirmou à igreja em Roma dizendo: Romanos
13:12
12 Vai
alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos
das armas da luz. E isso porque, todo cristão já tem consigo o básico
necessário para abandonar as obras das trevas, não fosse assim o mesmo apóstolo
não teria dito em Colossenses 1:13
13 Ele
nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do
seu amor, então, de posse da Escritura, havendo o Espírito
Santo nos convertido a Cristo, temos as armas das milícias celestiais em nossas
mãos a fim de combater o poder das trevas que procura nos enlaçar todos os
dias, e esta arma está ao alcance de cada irmão presente aqui hoje: Salmo 119.105 “...lâmpada para meus pés é a tua palavra e luz
para o meu caminho...”
O apelo da
Escritura é feito, o que é pecado a Bíblia demonstra e define de forma clara.
Sendo assim, Paulo conclama a todos os crentes que sejam imitadores de Deus.
Imitar é simular,
copiar algumas características de outra pessoa. O próprio exemplo de Cristo é
também o exemplo do Pai, uma vez que Cristo veio com esse papel pois um e outro
exemplo são exatamente a mesma coisa. Por isso quando Felipe pediu para que
Jesus mostrasse ao Pai, veja o que sucedeu: João
14:8-9
8
Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. 9 Disse-lhe
Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me
vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
O cristão não tem
a opção de imitar ao mundo, o cristão não tem opção de ser cúmplice das obras
das trevas, o cristão jamais poderá dizer que o pecado o dominou ou que ele não
sabia. Se o que ele imita é o mundo, se o que ele faz às escuras é afronta a Deus
assim como fazem os ímpios, a sua eternidade será juntamente com os ímpios, não
será com a igreja.
Os passos do
crente devem seguir os passos de Cristo. Já imaginou Cristo se unindo à uma
prostituta? Já imaginou Cristo sendo homossexual? Já imaginou Cristo roubando?
Já imaginou Cristo sendo infiel?
A lista de pecados
pode até ser grande, contudo na vida dos crentes não deve haver espaço para se
dividir entre dois mundos completamente opostos. Ou você está com a luz, ou
você está com as trevas. Não existe um meio do caminho, não existe uma posição
intermediária, por isso Jesus afirmou: “Mateus 12:30
30 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta
espalha.”.
É nessa geração
que se encontra a ideia de que eles, os jovens, devem encontrar o seu espaço.
Em outras palavras, eles querem traduzir com essa ideia de que a forma de vida
que eles querem ter, a forma de vida que eles querem levar, deve ser aceita em
qualquer ambiente que eles estejam, inclusive na igreja. Eu tenho uma péssima
notícia para esse grupo que pensa assim. Na igreja de Cristo não há espaço para
manter seu modo de vida fútil, leviano e carregado de paixões mundanas que por
si mesmas procuram a aceitação de todos tentando contaminar tudo ao redor.
Todo aquele que se
diz cristão, antes de imitar a Deus, deve conhece-Lo antes, o que se diz
cristão deve ser confrontado com a santidade de Deus e ter a certeza de que não
haverá misericórdia para aqueles que insistem em continuar em sua vida de
promiscuidade, mentiras, adultério, falácias, idolatrias, seja qual pecado for.
Isaías, sendo ele
filho da alta corte de Israel, tendo sido criado e educado com o melhor que
havia em Israel em sua época, sofreu um choque de realidade quando Deus o
chamou.
Isaías
6:1-5
1 No ano
da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono,
e as abas de suas vestes enchiam o templo. 2 Serafins estavam por cima dele;
cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e
com duas voava. 3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é
o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. 4 As bases do
limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. 5 Então,
disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito
no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos
Exércitos!
Ao se deparar com
a santidade de Deus, Isaías entra em completo desespero. É desse temor que
podemos dizer aos crentes que nasce o desejo de se imitar a Deus. Sem conhecer
a Deus, não há como imitá-lo.
Efésios
5:2 - e andai em amor... aqui está o que deve ser a essência da vida do
cristão. Tudo o que pensamos, falamos, ou fazemos deve ter como característica
o amor. Mas quero que tenhamos bem claro em nossa mente o que a própria Bíblia
nos define como sendo o amor. E antes de me direcionar para o que a Bíblia
aponta, vou demonstrar o que não é o amor segundo a Escritura.
Amor não é paixão,
amor não é sentimento. Se vc pensa que amor é um sentimento, até hoje vc está
enganado e aquilo que você chama de amor não passa de mera paixão. A paixão sim
é sentimento. O amor tem a ver com atitude, amor tem a ver com ação, tem a ver
com obediência.
Um ato de amor,
muitas vezes, pode ser confundido com um ato de agressão para alguns. O mundo
que desconhece o perigo do pecado, o mundo que se desfaz da vontade e dos
princípios morais e eternos de Deus, quando é confrontado com a Escritura ele
logo se arrepia e grita contra o ensino divino.
Um grande exemplo disso
é quando você aponta a idolatria na vida de uma pessoa e diz que ela é condenável
diante de Deus; Ou quando você afirma que Deus abomina o homossexualismo e
tanto um quanto o outro te respondem de forma idêntica: respeite a minha
religião, ou respeite meu modo de vida.
O pecador
insensível à santidade de Deus não concebe esse confronto com seu pecado como
sendo ato de amor, para eles isso é uma agressão, quando na verdade você está
procurando lhe mostrar a verdade, e mostrar a verdade nunca é um ato de
agressão, mas é um ato de amor.
Cristo sempre
confrontou os pecadores, de uma forma ou de outra. Aos soberbos ele rejeitou,
mas aqueles que reconheceram Nele a sua divindade, a esses ele abraçou e
transformou-lhes a vida assim como fez com Maria Madalena dizendo a ela: “Vá e não peques
mais...”.
Efésios
5:2
e andai
em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como
oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave
Esse temor, que é
devido, diante da santidade de Deus nos impulsiona a querermos não mais viver
como antes, ao invés de cedermos dia após dia as tentações que nos sobrevêm,
pois somos como filhos diante de um Pai amoroso que confessam e deixam seus
pecados.
Assim vemos como
exemplo maior de amor ao próprio Senhor Jesus Cristo. Com o seu exemplo de ter
negado a si mesmo como disse Paulo ao escrever Filipenses
2:5-8
5 Tende
em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; 7
antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, 8 a si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
Cristo tomou para
si o papel de se encarnar, deixar o seu trono de glória, viver como homem e
morrer em uma cruz sem nunca ter feito absolutamente nada para merecer a morte,
ele o fez por amor à igreja, fez por amor aos eleitos de seu Pai. E isso Cristo
o fez de forma voluntária, ele mesmo se propôs a isso. João 10:11
11 Eu
sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. E ele completa
no versículo 15 assim como o Pai me conhece a mim, e
eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
E tal foi esse
sacrifício de Cristo na cruz, que Deus o Pai o recebeu como o perfeito
sacrifício aguardado desde os tempos antigos. Deus o recebeu tal qual havia
sido planejado antes que houvesse mundo.
Aqueles
sacrifícios do AT eram transitórios aguardando o perfeito sacrifício. Contudo,
eles nos mostram como Deus os recebia Êxodo 29:18
18
Assim, queimarás todo o carneiro sobre o altar; é holocausto para o SENHOR, de
aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR.
Isaías também
afirma sobre a forma como Deus receberia esse sacrifício de Cristo ainda num
futuro distante de sua época.
Isaías
53:10
10
Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua
alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias;
e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos.
Sim, o sacrifício
de Cristo na cruz foi agradável a Deus Pai. E quando dizemos que Deus o Pai se
agradou de seu sacrifício, isso não aponta para um comportamento sádico. O que
precisa ser entendido aqui é que o sacrifício de Cristo na cruz foi sacrifício
definitivo, foi o perfeito sacrifício. O Deus Filho encarnado, sem nenhuma
sombra de pecado, se ofereceu de forma voluntária em lugar dos eleitos de Deus.
É disso que o
autor de Hebreus nos fala em Hebreus 7:20-28
20 E,
visto que não é sem prestar juramento (porque aqueles, sem juramento, são
feitos sacerdotes, 21 mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O
Senhor jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre); 22 por isso
mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança. 23 Ora, aqueles são
feitos sacerdotes em maior número, porque são impedidos pela morte de
continuar; 24 este, no entanto, porque continua para sempre, tem o seu
sacerdócio imutável. 25 Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele
se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles. 26 Com efeito, nos
convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado
dos pecadores e feito mais alto do que os céus, 27 que não tem necessidade,
como os sumos sacerdotes, de oferecer todos os dias sacrifícios, primeiro, por
seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque fez isto uma vez por
todas, quando a si mesmo se ofereceu. 28 Porque a lei constitui sumos
sacerdotes a homens sujeitos à fraqueza, mas a palavra do juramento, que foi
posterior à lei, constitui o Filho, perfeito para sempre.
Quando lemos em
Isaías que Deus agradou moê-lo, fazendo-o enfermar, ele falou desse sacrifício
de Cristo que foi sua obra magna em
favor da igreja, mas que Cristo cumpriu de forma perfeita e completa toda a
justiça de Deus. Com esse ato, Cristo não apenas pode se tornar o único
Mediador entre Deus e os homens, como também Cristo proporcionou a salvação a
todo aquele que Nele crê verdadeiramente.
Por isso o sacrifício
de Cristo foi recebido por Deus Pai como aroma suave, como sacrifício aceito,
como sacrifício perpétuo e imaculado. Assim Cristo não se tornou sacerdote para
sempre de seu povo, mas também se tornou o eterno sacrifício que satisfez à
justiça de Deus requerida por Ele desde quando Adão pecou no jardim do Éden.
A dívida os
eleitos de Deus, para com o próprio Deus, foi paga mediante o sacrifício de
Cristo na cruz. A dívida que havia contra a igreja de Cristo, foi cancelada.
Conclusão
Voltando à pergunta
que fizemos no início se era possível a um cristão verdadeiro ter constantes
quedas em pecados absurdos diante de Deus. Naquele momento do sermão já
respondemos à essa pergunta dizendo que não é possível a um cristão verdadeiro
viver dessa forma.
Temos sempre adiante de nós dois caminhos.
Morte e vida. Como Paulo alertou aos Coríntios em sua segunda carta ele disse: 2 Coríntios 2:15-16
15
Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são
salvos como nos que se perdem. 16 Para com estes, cheiro de morte para morte;
para com aqueles, aroma de vida para vida.
Aqui, para o
verdadeiro cristão o aroma suave do sacrifício de Cristo na cruz é o que Deus
Pai aspira, o bom perfume de Cristo, como o perfeito holocausto oferecido pelo
perfeito sacerdote. Mas o caminho da morte também existe e está bem aí.
E, aqui, é
necessário acrescentar de que esse tipo falso de cristão, esse tipo de falso
crente ele tem, de forma constante, quando não enxerga a necessidade de viver
em novidade de vida, de viver procurando imitar a Cristo, o que ele tem feito?
De fato ele tem cuspido na face de Cristo. E ele estará juntamente com aqueles
que esbofetearam a Cristo, ele estará juntamente com aqueles que escarneceram
de Cristo, estará juntamente com aqueles que gritaram: crucifica-O.
Esses crentes serão como aquele que não foi convidado para as bodas do
Cordeiro. No
dia do juízo ele será inquirido: Mateus 22:12-13
12 e
perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. 13
Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para
fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.
Que Deus tenha
misericórdia de seu povo, de sua igreja.
Vigésimo
Segundo Sermão: Efésios 5:3-10
3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se
nomeiem entre vós, como convém a santos; 4 nem conversação torpe, nem palavras
vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações
de graças. 5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento,
que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. 6 Ninguém vos engane
com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos
da desobediência. 7 Portanto, não sejais participantes com eles. 8 Pois,
outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da
luz 9 (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade),
10 provando sempre o que é agradável ao Senhor.
Percebam que em todo momento na
Escritura, vemos sempre uma advertência com respeito ao modo de se viver. Em
todo o tempo que expomos a carta de Paulo aos Coríntios, em nenhum dos textos
bíblicos que tratamos em cada uma daquelas pregações, vimos o apóstolo Paulo
deixar de mencionar, ou pelo menos inferir a questão de vivermos uma vida
santa, sempre em busca do alvo que nos tornarmos à imagem de Cristo.
E desde quando iniciamos a exposição
da carta aos Efésios, podemos perceber de que Paulo continua com a mesma
intensidade e força a tratar constantemente acerca do pecado.
Mas, qual o motivo disso? Precisa
sempre falar disso?
Quero
que, antes de mais nada, antes de tratarmos do texto de Efésios, que os irmãos
entendam um princípio que precisamos estar bem firmes quanto a ele, e vou dizer
o porquê. Aliás, o próprio princípio dito no versículo que leremos fala por si
só.
Hebreus 12:14
14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor, em outras palavras, sem processo de santificação na
vida do crente não haverá salvação. Eis aqui o motivo de se falar tanto em
pecado e em santidade na Escritura. Fala-se acerca do pecado para que nós
conheçamos o que são os pecados que podemos cometer; da mesma forma fala-se da
santificação, que é uma luta constante na vida do crente verdadeiro para que
ele vença suas batalhas nas tentações que lhe sobrevêm todos os dias.
É por esse motivo que temos que batalhar
diligentemente pela fé que recebemos, pela fé que herdamos. Temos nas mãos
todos os desígnios do nosso Criador para que possamos lutar por eles em nossas
vidas.
Daí vemos a incansável labuta do
apóstolo em alertar igreja por igreja, pecado por pecado. E aqui ele continua
nessa luta.
3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se
nomeiem entre vós, como convém a santos;
Na seção anterior, vimos Paulo
tratar de como devemos andar em amor. Contudo, aqui o apóstolo vai em direção
oposta. Aqui ele já aponta para a perversão do amor. E como antes ele falava de
como devemos imitar a Cristo, isto é, um auto sacrifício de nossa parte para
que vivamos em santidade, nesse ponto Paulo já aponta para uma condescendência
para com o pecado em nossas vidas.
Paulo já pressupõe haver entre seus
leitores aqueles que se permitem a uma vida dissoluta, sem verdadeira
preocupação em buscar uma vida de santidade, servindo eles mesmos de juízes que
perdoam a si mesmos.
A lista de pecados é um espelho de
outras listas que vemos Paulo tratar em outras epístolas. Algumas poucas
variações e palavras, sem contudo retirar o cerne da questão apontada pelo
apóstolo em todas elas.
Aqui em Efésios podemos destacar um
versículo chave para toda a extensão do capítulo 4.17 até o 6.19 que trata do
viver cristão e de sua luta diária contra o pecado. E o versículo é o versículo
8 que afirma: Efésios 5:8
8 Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai
como filhos da luz, se você é filho de Deus deve andar na luz, mas se
você diz ser filho de Deus mas pratica o pecado você além de mentiroso é filho
das trevas filho do Diabo.
A prática desses pecados mencionados
pelo apóstolo aqui, sem qualquer timidez, quando ele inicia no versículo 3
dizendo: 3 Mas a impudicícia e toda sorte de
impurezas ou cobiça...; aponta para todo e qualquer tipo de
perversão sexual. Lembrem de que devemos considerar como perversão sexual toda
e qualquer relação sexual fora do casamento lícito entre um homem e uma mulher.
Tanto no passado, assim como ainda é
hoje, a perversão sexual aponta exatamente para o tipo de espiritualidade que
de fato você crê. E todas estas formas de perversão e libertinagens sexuais
sempre estão ligadas à alguma forma de paganismo e, como afirma Paulo em
Romanos 1, tem estreita relação com alguma forma de idolatria.
Romanos 1:23-25
23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de
homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso, Deus
entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração,
para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em
mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito
eternamente. Amém!
Percebam
um pouco mais adiante, ainda no versículo 3 de nosso texto de que essas
perversões do trato sexual não deveriam nem mesmo fazer parte do nosso
vocabulário. O apóstolo continua afirmando: nem
sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos... aqui a santidade é convocada a fazer parte de
nosso conteúdo de nossas conversas.
A presente exortação é para que faça
uso de um filtro existente entre o cérebro e a língua, que se chama nariz. Esse
filtro, serve dentre outras coisas, para você quando imaginar em dizer algo,
parar, respirar fundo, morder a própria língua e engolir as suas palavras antes
que elas saiam de sua boca; ao invés de você querer fazer uso delas até mesmo
com a intenção de arrancar risadas por alguma piada desse assunto que você
queira contar.
A extensão dessa mesma exortação
chega ao próximo versículo onde ele diz: 4 nem
conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas
inconvenientes;
O
palavreado indecente, a falta de pudor e obscenidades devem ser banidas da vida
do cristão por mais que ele não veja nada demais em contar uma piadinha aqui,
acolá, ou simplesmente pela vontade de querer ser engraçado na presença de
outros fazendo uso de palavreado impróprio para um crente.
A nítida noção de que Deus está a todo
instante conosco, por meio de seu Espírito nos santificando, por si só esse
conhecimento deveria servir de motivo vergonhoso para os crentes que se
comportam, ou fazem uso de um dicionário inadequado para a santificação.
Nesse momento, vemos também que o
uso de textos e palavras em um contexto que possa gerar dupla interpretação;
aquelas palavras que possam vir carregadas de duplo sentido sendo um deles um
sentido de perversão sexual dependendo do contexto em que elas são colocadas, não
devem ser de forma alguma aproveitadas.
Tal
maneira negativa reprovada aqui pelo apóstolo, dizendo ser elas chamadas por
ele de coisas essas inconvenientes; são
inconvenientes por que não são próprias de alguém que tenha sido chamado por
Deus, como ele afirmou no primeiro versículo do capítulo 4 quando disse: Efésios 4:1
que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados...
então,
após apontar o uso indevido da imoralidade no falar, Paulo faz o desfecho no
versículo 4 apontando para o lado oposto: Efésios 5:4
antes, pelo contrário, ações de graças. Aqui está o que
apontamos no começo do sermão... sem santificação não há salvação. A
imoralidade e a salvação não são compatíveis uma com a outra, elas são ideias
radicalmente opostas entre si mesmas. Seja em atos, seja em palavras, o crente
deve buscar viver digno da vocação, digno do chamado que ele recebeu de Cristo.
Efésios
5:5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é
idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Quero trazer uma outra tradução para esse
versículo para mostrar uma ênfase demonstrada pelo apóstolo e que na nossa tradução
não ficou bem clara.
Porque disto podeis
estar bem seguros, que nenhuma pessoa imoral nem impura, ou indivíduo avarento
que é o mesmo que idolatria-, tem qualquer herança no reino de Cristo e de Deus.
A ênfase está no início do versículo
onde Paulo trás enfaticamente a certeza da incompatibilidade entre imoralidade
e salvação, ou entre idolatria e salvação. Aqui, novamente não se trata de uma
lista definitiva de práticas pecaminosas que levam o indivíduo que as tem por
conduta pessoal ao inferno. Óbvio que esta não é uma lista completa, apenas
aponta para o cerne da questão que é: SE LEVA UMA VIDA DE PECADO NÃO TERÁ
HERANÇA NO PARAÍSO.
Ainda aqui, Paulo faz uma afirmação
que aponta para um fato ocorrido com Jesus Cristo e às vezes não fica muito claro
o motivo pelo qual o Senhor Jesus proferiu aquelas palavras ao jovem rico.
Paulo diz aqui que também não terá parte no paraíso o: indivíduo avarento que é o mesmo que idolatria. A
afirmação de que a avareza, o amor ao dinheiro é a mesma coisa que idolatria
esclarece bem.
O registro do acontecido com Jesus
está bem resumido, o que pode ocasionar falhas na interpretação. O texto está
em Mateus 19:21-22 Disse-lhe Jesus: Se queres ser
perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu;
depois, vem e segue-me. 22 Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra,
retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades. E logo a
seguir Jesus também afirma Mateus 19:23 Em verdade
vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. Jesus
afirmou estas palavras não por que o dinheiro em si mesmo é algo ruim, mas por
que é comum encontrarmos o rico se apoiando e se vangloriando daquilo que ele
possui, como se aquilo fosse o seu ancoradouro, como se aquilo fosse o que lhe
pode dirigir a vida e se firmar.
Daqui no texto da carta aos Efésios
percebemos que o problema do amor ao dinheiro é que ele se torna senhor daquele
que o possui. Assim como está bem claro a questão da avareza como sendo a
idolatria dita em Lucas 16:13 Ninguém pode servir a
dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro ou se
devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Muito embora nós consigamos olhar de
que essa, talvez, não fosse uma realidade vivida na igreja de Éfeso, da qual
mesmo o apóstolo elogiou no início da carta e os chamou de santos vocacionados
por Deus para serem adotados como filhos, ainda assim existia a possibilidade
de que o gnosticismo presente àquela época pudesse enredar adeptos dentre os
primeiro leitores de Paulo, dessa carta.
A presente exortação, então, poderia estar servindo, a
princípio como alerta para que se preparassem com a possibilidade de que esse
tipo de comportamento pudesse começar a fazer parte da vida de algum membro
daquela igreja.
Podemos ver essa mesma preocupação como apóstolo João
ao escrever para crentes daquela mesma região de Éfeso. 1 João 3:7-10 Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém;
aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. 8 Aquele que
pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o
princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do
diabo. 9 Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois
o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando,
porque é nascido de Deus. 10 Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos
do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele
que não ama a seu irmão.
Como pastor, Paulo não se cansava de trabalhar e lutar
pela santificação da igreja do Senhor Jesus Cristo, assim como também vemos os
demais apóstolos. Essa preocupação e essa vertente insistente contra a vida de
pecado tem como principal motor a esperança de vida eterna. É uma preocupação
comum entre todos os escritores bíblicos. E Paulo aqui no nosso texto afirma
com clareza que ninguém que vive dessa maneira reprovável 5... tem qualquer
herança no reino de Cristo e de Deus.
Joao ao escrever Apocalipse também menciona o Reino de
Cristo e de Deus e ele faz coro com o apóstolo Paulo dizendo:
Apocalipse 21:27 Nela, nunca jamais
penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas
somente os inscritos no Livro da Vida do Cordeiro.
O reino de Deus é imaculado. Jamais um pecador que não
tenha sido lavado no sangue de Cristo entrará no reino de Deus. Jamais um
praticante das obras das trevas viverá num reino de luz.
Efésios 5:6 Ninguém vos engane com palavras
vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência. Ao contrário de
entrar no reino de Deus, Paulo demonstra o fim daqueles que praticam o mal,
praticam a imoralidade e a expõe com palavras que não deveriam sair da mesma
boca que diz ter confessado a Cristo.
Outro dia assisti a um filme que a crítica falou muito
mal dele, TOP GUN, a crítica falou mal por que no filme ele passa a mensagem
que o homem tem que ser homem. Bem, mas não é esse o ponto que quero trazer
para ilustrar o que o texto está afirmando.
No filme uma esquadrilha de aviões de combate eles
entram em formação de ataque. Nessa formação de ataque cada grupo de pilotos
tem uma função. Um deles é colocar uma marcação com mira a laser no alvo, para
que o avião que irá bombardear tenha a clareza de onde jogar sua bomba.
Aqui no texto, Paulo afirmou o seguinte: por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da
desobediência. Quem pratica tais coisas, está simplesmente marcando
sua própria vida com uma mira a laser que servirá de alvo para a ira de Deus.
Não importa se vier alguém querendo amenizar os
efeitos do pecado, não importa se há pastores, digo, falsos pastores que fazem
discursos afastados da Escritura que antes promovem a queda nesses pecados do
que a própria e devida santificação. Não se engane, tais pecados só servirão
para que você seja atingido em cheio pela ira de Deus.
Ah.. eu consigo suportar a ira de Deus... não seja
ignóbil, por acaso você sabe o poder da ira divina, sabe sua extensão, sua
profundidade? O homem tem apenas uma noção do que venha a ser essa ira de Deus
e olhe o que o profeta Naum afirmou acerca dela: Naum
1:4-6
4 Ele repreende o mar, e o faz secar, e
míngua todos os rios; desfalecem Basã e o Carmelo, e a flor do Líbano se
murcha. 5 Os montes tremem perante ele, e os outeiros se derretem; e a terra se
levanta diante dele, sim, o mundo e todos os que nele habitam. 6 Quem pode
suportar a sua indignação? E quem subsistirá diante do furor da sua ira? A sua
cólera se derrama como fogo, e as rochas são por ele demolidas. Acha que poderá suportar?
Paulo sabia muito bem que ninguém pode suportar tal
coisa. A presente exortação veio acompanhada de um alívio através da graça.
Paulo continuou a escrever dizendo: Efésios 5:7-8
Portanto, não sejais participantes com eles. 8 Pois, outrora, éreis trevas,
porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz Paulo
aponta para a saída. Quer ter um futuro tenebroso ou um futuro de paz? A saída
está na suas mãos, a responsabilidade será sua e você não poderá alegar falta
de oportunidade, do seu sangue estou livre. Paulo está dizendo, livre-se do
pecado, livre-se das trevas por que o paraíso está às portas, mas nenhum impuro
entrará nele. A saída que você tem é andar na luz, pois vocês nasceram de novo.
Deixem o passado para trás, deixe as obras das trevas
que praticavam antes para trás. Não façam como a porca lavada que voltou a
revolver-se no lamaçal. As trevas aqui é justamente aquilo que deturpa e impede
que vejamos perfeitamente para onde estamos indo. As trevas dos pecados é
justamente a que conduz o indivíduo ao precipício eterno.
Mas já que nasceram de novo, e ao invés de filhos das
trevas, agora são filhos da luz, e já que a Escritura é luz para seu caminho,
então as trevas do pecado podem ser dissipadas pelo poder da luz em sua vida.
Efésios 5:9-10
9 (porque o fruto da luz consiste em toda
bondade, e justiça, e verdade), 10 provando sempre o que é agradável ao Senhor. Novamente podemos fazer aqui a pergunta. Como
saberemos se nascemos de novo? Paulo usa aqui uma figura para mostrar a
realidade na vida do crente ele fala do fruto. Jesus usou a mesma figura em
Mateus 7:15-18 Acautelai-vos dos falsos
profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são
lobos roubadores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura,
uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz
bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa
produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons.
Acaso pode se colher morangos em um pé de jaca? É
nesse sentido que os frutos são uma prova do que realmente é aquela árvore. As
ações e modo de vida que você leva demonstram o que você é.
Assim é com a questão do joio. Sabemos que ele parece
com o trigo, mas não é trigo, na aparência é trigo, mas por dentro é vazio.
Jesus usou esta ilustração para falar dos falsos crentes dentro da igreja. E
que não poderíamos arrancar o joio sem prejuízos arrancando juntamente com ele
o trigo.
Contudo, isso não é impedimento para que se faça a
disciplina mediante a prática do pecado, pelo contrário, ela é necessária para
manter a igreja pura e isenta de confrontação com o mundo que precisa ver a
pureza na noiva de Cristo.
E se houver repetidamente, ou insistentemente a
continuidade da prática do pecado, o recurso não pode ser outro senão a
exclusão da igreja. O caminho não é fácil, é difícil, é apertado, mas
precisamos agir de forma diligente para com o reino de Deus. Não podemos ser
cumplices das obras das trevas.
Conclusão
O fato de Paulo rechaçar palavreado imoral, isso não
quer dizer que não possamos ser bem humorados, que não possamos contar piadas e
casos engraçados; claro que podemos, mas isso
desde que nosso palavreado seja ponderado e próprio de um cristão.
Eu disse no sermão que O reino de Deus é imaculado e
que jamais um pecador que não tenha sido lavado no sangue de Cristo entrará no
reino de Deus. Talvez você possa se ter feito a seguinte pergunta: mas será
então que eu sou salvo? Será que eu entrarei no reino de Deus, pois eu pratico
todas estas coisas: faço uso de palavrões imorais, faço uso de piadas
indecentes, tenho relacionamentos sexuais que Deus de forma alguma aprova, o que
será de mim?
Eu posso te afirmar com certeza que enquanto essa sua
preocupação permanecer apenas como preocupação e não ser convertida em mudança
de vida, com toda a certeza você ainda permanece em direção à condenação
eterna. Mude de preocupação para ação. Viva de acordo com o chamado que você
tem recebido graciosamente da parte de Deus semana após semana.
Certamente o crente nessa guerra da vida, pode perder
uma ou outra batalha, mas a guerra será vencida. Diferentemente da vida do joio
que continuamente perde suas batalhas e certamente também perderá a guerra.
Que Deus tenha misericórdia de nossas vidas.
Vigésimo
Terceiro Sermão: Efésios 5:11-20
11 E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes,
porém, reprovai-as. 12 Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é
vergonha. 13 Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam
manifestas; porque tudo que se manifesta é luz. 14 Pelo que diz: Desperta, ó tu
que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará. 15 Portanto,
vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, 16 remindo
o tempo, porque os dias são maus. 17 Por esta razão, não vos torneis
insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor. 18 E não vos
embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 19
falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais, 20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e
Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
Na pregação anterior da carta aos Efésios, nós vimos
que há todo momento na Escritura, temos sempre uma advertência com respeito ao
modo de se viver. Lembramos ainda que em todo o tempo que expomos a carta de
Paulo aos Coríntios, em nenhum dos textos bíblicos que tratamos em cada uma daquelas
pregações, vimos o apóstolo Paulo deixar de mencionar, ou pelo menos inferir a
questão de vivermos uma vida santa, sempre em busca do alvo que nos tornarmos à
imagem de Cristo.
E desde quando iniciamos a exposição
da carta aos Efésios, podemos perceber de que Paulo continua com a mesma
intensidade e força a tratar constantemente acerca do pecado. Também
ressaltamos a importância dessa constante advertência com respeito a um viver
santo, de haver presente em nossas vidas o processo de santificação, e ainda
lembramos a o que a esse respeito está escrito na carta aos Hebreus:
Hebreus
12:14
14 Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor, em outras palavras, sem processo de santificação na
vida do crente não haverá salvação. Eis aqui o motivo de se falar tanto em
pecado e em santidade na Escritura. Fala-se acerca do pecado para que nós
conheçamos o que são os pecados que podemos cometer; da mesma forma fala-se da
santificação, que é uma luta constante na vida do crente verdadeiro para que
ele vença suas batalhas nas tentações que lhe sobrevêm todos os dias.
É por esse motivo que temos que batalhar
diligentemente pela fé que recebemos, pela fé que herdamos. Temos nas mãos
todos os desígnios do nosso Criador para que possamos lutar por eles em nossas
vidas.
Daí vemos a incansável labuta do
apóstolo em alertar igreja por igreja, pecado por pecado. E no contexto
anterior que pregamos no domingo ulterior, onde ele exemplificou alguns
pecados, algumas possíveis práticas pecaminosas que ele enumerou. Mas, aqui, no
nosso texto de hoje, o apóstolo vai mais além do que a luta do crente contra a
prática do pecado em sua própria vida.
11 E não
sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as.
Ao cristão, além de não ser próprio
que ele viva pecaminosamente, sem arrependimento, sem estar de fato convicto de
que suas ações, palavras e pensamentos sempre devem ser revisados à luz da
Escritura, ele não pode se calar diante do pecado.
Veja o que o salmista alerta no
primeiro capítulo: Salmos 1:1 Bem-aventurado o homem
que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores. A reprovação do salmista não
está no fato de haver convivência com os ímpios, mas está no fato de você, por
qualquer motivo que seja, comece a imitar os pecados deles, nem mesmo ainda,
consentir com o pecado.
Da mesma forma que o salmista
continua dizendo que o prazer do santo deve estar na lei de Deus, Paulo afirma
que ao invés de consentir, ou imitar as obras pecaminosas dos ímpios, ele deve
reprova-las, tendo sido, algumas delas, citadas por Paulo nos versículos 3 e 4
como a: imoralidade, obscenidades, impurezas, avareza, conversação torpe; ou
como aquelas ainda mencionadas no capítulo anterior, dos versículos 25 ao 32
como: a mentira, o rancor, o furto, a cólera, blasfêmias, gritarias, bem como
toda forma de malícia.
De forma alguma vimos aqui Paulo
orientando aos Efésios que eles se tornassem refugiados em alguma colônia distante,
ou morando em cavernas para não haver contato com o mundo. De forma alguma. O
apóstolo está orientando que eles denunciassem o pecado. As trevas não
permanecem onde a luz chega. Não há como ímpios serem convertidos a Cristo se
os seus pecados não forem denunciados. É como já disse em outra ocasião: o
pecado denunciado, ou vai aproximar o ímpio para Cristo, ou irá afastá-lo de
vez do evangelho.
Contudo, de qualquer maneira a palavra de Deus nunca volta vazia. E aqui
quero desfazer um erro. Quando lemos que a Palavra de Deus não volta vazia, mas
cumpre-lhe o que lhe apraz, isso não significa que todos que ouvirem a Palavra
de Deus irão se converter, isso é uma falsa afirmação. O que significa dizer
que a Palavra de Deus não volta vazia, mas cumpre-lhe o que lhe apraz é que a
Palavra de Deus possui um duplo propósito, é como a faca de dois gumes, uma
faca que corta dos dois lados da lâmina. Ou ela corta, ou ela separa para
salvação, ou ela corta/separa para condenação.
Infelizmente sempre haverá aqueles que não ouvirão a
Palavra, que a negarão, a esses a condenação virá. Mas ao que ouvir a Palavra e
nela se apegar, terá prosperidade em santidade, e verá a glória eterna se
cumprir em sua própria vida.
O ato de reprovar as obras das trevas é um ato de amor
para com o ímpio... é gritar para ele que tem um câncer e que este câncer o
levará ao inferno. Se ninguém avisá-lo dessa doença, ele morrerá no seu pecado.
12 Porque o que eles fazem em oculto, o só
referir é vergonha.
Existem pecados que temos a liberdade de mencioná-los
e quando tais pecados são mencionados, são falados por alguém que os está
reprovando à luz da Palavra de Deus, isso não é vergonha para quem reprova, mas
é vergonha para quem pratica tal pecado, e a palavra terá sido usada como deve,
como alerta. Esse é o papel do crente. O crente deve servir de atalaia.
EXPLICAR O PAPEL DE ATALAIA A LUZ DE
Ezequiel 3:17-19 Filho do homem, eu te dei
por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os
avisarás da minha parte. 18 Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás,
e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para
lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da
tua mão o requererei. 19 Mas, se avisares o perverso, e ele não se converter da
sua maldade e do seu caminho perverso, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu
salvaste a tua alma.
Entretanto, existem obscenidades tão detestáveis que
segundo a ideia de alguns comentaristas nem mesmo devem ser mencionadas, nem
mesmo quando se trata de um alerta sobre o tal pecado. Como então reprovar tais
pecados sem dizer nada? Dizem eles que a conduta santa da vida do crente em
contraste com a marcante obscenidade da vida do ímpio devem ser o que deve
servir de alerta.
Entretanto, eu não compartilho dessa ideia. O povo
Éfeso, tinha por costumes pagãos, obscenidades que praticavam à vista de todos.
Assim como acontecia na antiga Babilônia, as práticas de orgias eram feitas à
vista de quem quer que entrasse em um de seus templos pagãos, outros faziam
mesmo em qualquer lugar que estivessem, até mesmo na rua, à vista de todos. E,
o próprio apóstolo Paulo certa vez alertou: 1
Timóteo 5:20 Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos,
para que também os demais temam.
A vergonha não é para o crente que confronta o
pecador, a vergonha é para o praticante do pecado.
13 Mas todas as coisas, quando reprovadas
pela luz, se tornam manifestas; porque tudo que se manifesta é luz.
Aqui, nesse contexto, compreendemos que mesmo aqueles
pecados conhecidos, mas que são feitos na calada da noite, em contraste com o
ensino da Escritura que é lâmpada para nossos pés, tais pecados se evidenciam
no coração do próprio ímpio. O ímpio se vê confrontado nas suas práticas, pela
própria palavra de Deus. Ele não tem saída. Ou ele se rende e abandona a
prática, ou ele se contorce, renega o ensino e continua na sua jornada ao
inferno.
Da mesma forma, quando lemos a carta de Tiago, no
capítulo 1, a Escritura confronta o pecador na sua forma de ser.
Tiago 1:23-24 Porque, se alguém é ouvinte da
palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o
seu rosto natural; 24 pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se
esquece de como era a sua aparência.
O ímpio se enxerga, mesmo que por um instante, como
ele é devedor de Deus, como ele é pecador, quando é confrontado à luz da
Escritura. Mas, se não é salvo, se não está no processo de santificação, sua
perplexidade por causa do confronto de seus atos com a justa Palavra de Deus
logo passa. E, o ímpio, então, retorna ao seu estado anterior de cegueira
espiritual, onde para ele esse negócio de ser crente, de ser santo é bobagem e
que isso é coisa de extremistas, e que mesmo continuando em seu pecado, Deus
não vai colocá-lo num lugar chamado de inferno.
14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes,
levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará.
Paulo está como que citando os ministros de Cristo
pregando o seu evangelho. Mostrando o caminho da luz em contraste com o caminho
das trevas, mostrando o reino de Cristo que é sobre tudo e sobre todos;
mostrando que as trevas foram vencidas na cruz, e que a história tem sido
conduzida por Deus para que, enfim, essa vitória seja compartilhada por todos
aqueles eleitos na eternidade.
A pregação do evangelho trás consigo mesma, mas digo
com respeito a pregação do verdadeiro evangelho, aquele que mostra, evidencia o
pecado na vida do homem e mostra a solução somente em Cristo Jesus; é essa
pregação que trás consigo mesma o propósito de levantar os mortos de espírito,
para que se tornem vivos espirituais, para que eles sejam ressuscitados de
entre os mortos todos os que foram destinados para a vida eterna.
Quando iluminados por Cristo, através de sua palavra,
através da pregação do evangelho de Cristo, os mortos, os ímpios escolhidos se
levantam de seus túmulos espirituais.
15 Portanto, vede prudentemente como andais,
não como néscios, e sim como sábios,
Existe aqui uma óbvia diferença entre ser néscio e
sábio. Contudo, não podemos confundir sabedoria com inteligência ou mesmo
genialidade. A genialidade, que é uma inteligência além do normal, está
relacionada à questões de lógica, matemática, técnica, manipulação de
informações, etc.
A sabedoria não está diretamente ligada a estas
questões cotidianas da vida de qualquer pessoa, seja ela crente, ou seja ela um
ímpio. A sabedoria está ligada tão somente ao verdadeiro cristão, e mostro o
motivo.
Provérbios 1:7 O temor do SENHOR é o
princípio do saber, mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino. A sabedoria parte do homem, e tão somente do homem
que tem o temor de Deus. O temor de Deus no coração do homem faz com que ele se
avalie segundo os preceitos divinos. Esse homem entende que a Escritura é a
revelação de Deus e por isso sua vida precisa ser pautada, precisa ser
direcionada, reavaliada segundo a própria Escritura.
É por esse motivo que podemos ver uma pessoa, que não
tenha tanta instrução acadêmica, não tenha uma genialidade para as coisas
práticas do cotidiano, mas é uma pessoa extremamente sábia, pois é como dita
como pelo salmista Salmos 19:7 A lei do SENHOR é
perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos
símplices. Essa sabedoria é tal que ela promove na vida do fiel um
verdadeiro sentimento de revolta contra o próprio pecado, e contra o pecado
daqueles que estão à sua volta. É uma sabedoria tal qual dita ainda por Salomão
em Provérbios 2:10
Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será
agradável à tua alma. É o conhecimento que trará alegria para a
alma, trará a verdadeira felicidade, pois não há verdadeira felicidade na vida
do ímpio. E essa sabedoria ela promove muito mais do que um viver de santidade
aqui nessa terra, é ela quem de fato nos convence a cada dia sobre a
necessidade de nos conformarmos à imagem de Cristo para que, por fim, o alvo
seja atingido, o objetivo supremo seja alcançado na vida desse homem que teme
ao Senhor. Aquele objetivo final dito por Paulo a Timóteo: 2 Timóteo 3:14-15 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste
e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste 15 e que, desde a
infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a
salvação pela fé em Cristo Jesus. O objetivo final, alcançar a
salvação pela fé em Cristo Jesus, essa é a sabedoria suprema que o homem
precisa ardentemente desejar todos os dias de sua vida, ao invés de copiar as
obras das trevas, nem mesmo ser conivente com elas.
16 remindo o tempo, porque os dias são maus.
O mundo está cheio de escândalos, de corrupção de
todos os tipos e níveis e isso de tal maneira que é sofrível para um cristão
andar em meio a tanta perversidade que o cerca de todos os lados.
A referência do apóstolo ao tempo, demonstra que os
próprios crentes tem sido oprimidos de todos os lados de modo que eles não
dediquem mais o seu tempo a Deus, nem mesmo e principalmente no Dia de
Descanso, no Dia do Senhor. As nossas necessidades imediatas não podem servir
de desculpas para que o nosso tempo não seja cuidado de tal maneira que
possamos ter parte de nossas vidas dedicadas a Deus de forma exclusiva, sem que
as pressões do relógio, ou das nossas vontades sejam superiores ao nosso desejo
de conhecer a Deus.
17 Por esta razão, não vos torneis
insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.
Não haverá nenhuma dificuldade, para aqueles que
exercitam no conhecimento de Deus, quando os momentos ruins da vida nos
sobrevierem. Certamente somos colocados todos os dias perante situações que
podem nos fazer tropeçar e cair. E, percebam, que as pedras que nos fazem cair
não são as grandes pedras, as grandes nós damos a volta, as pequenas passam
desapercebidas, pisamos nelas e são elas que nos derrubam.
Pequenas coisas, todos os dias, podem nos fazer pecar,
e pecado após pecado, nossos olhos vão sendo obscurecidos quanto ao
conhecimento da vontade de Deus e obscurecidos quanto ao conhecimento do
próprio Deus.
Uma vez que fomos iluminados pelo santo caminho, uma
vez que tivemos participação e conhecimento da vontade de Deus, não podemos nos
permitir que, aos poucos nos tornemos cegos ao ponto de volvermos para a vida
decaída em pecado do passado.
Não podemos ser como aqueles exemplificados por Pedro
em 2 Pedro 2:22 Com eles aconteceu o que diz certo
adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou
a revolver-se no lamaçal.
Tendo conhecido o caminho da vida, tendo experimentado
a verdadeira sabedoria temendo a Deus, a constante prática da Palavra é que nos
diferirá dos ímpios, do comportamento deles; mostrará a verdadeira diferença
entre um santo e um condenado à ira divina.
18 E não vos embriagueis com vinho, no qual
há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,
Alguns crentes querem associar o uso de bebidas
alcoólicas, mesmo que de forma moderada e na guarnição de sua casas a algo
impróprio para um cristão. Mas não é isso que vemos ensinado na Escritura.
De uma forma clara, Paulo não proíbe aos crentes de
beber bebida alcoólica. Aqui ele diz de forma clara que o que não se pode ver
na vida do cristão é a embriaguez. A embriaguez é beber sem qualquer moderação,
é não exercer o seu domínio próprio de saber qual é o seu limite para que não
se embriague.
Da mesma sorte vemos o mesmo apóstolo repreender aos
crentes da igreja de Corinto por que se embriagavam na hora da ceia. Mas
percebam o seguinte. 1 Coríntios 11:21-22 Porque, ao
comerdes, cada um toma, antecipadamente, a sua própria ceia; e há quem tenha
fome, ao passo que há também quem se embriague. 22 Não tendes, porventura,
casas onde comer e beber? Paulo não condenou o fato de que os
crentes de corinto haviam bebido vinho com teor alcoólico, o que era justamente
o que serviram na ceia, mas condenou ao fato de eles terem se embriagado. E
ainda assim não ordenou que não mais bebessem, mas ordenou que bebessem em suas
casas.
Os ímpios querem beber, mas não querem beber com
moderação, eles querem de fato se embriagar, querem perder o controle de suas
ações, querem se entregar à falta de limites, querem se tornar engraçados, ou
querem beber para se sentirem alegres e é exatamente esse o contexto condenável
do uso de bebidas alcoólicas. Por que eles querem ter momentos de desenfreadas
ações indecorosas e pecaminosas, sem que naquele momento tenham suas
consciências acusando-os de seu pecado.
Ao contrário disso é o que Paulo aponta para a vida do
cristão, ao invés de buscar momentos de licenciosidade para o pecado passando
da medida com o uso inescrupuloso de bebida alcoólica, o apóstolo diz: enchei-vos do Espírito,
Aqui o crente é incitado a buscar a motivação de sua
alegria, buscar a motivação de sua felicidade quando ele busca um viver santo
diante de Deus. E quando os homens estão cheios do Espírito Santo, logo eles
são conduzidos à um caminho oposto ao caminho da dissolução e oposto ao caminho
da depravação, o que Paulo aponta no versículo 19
falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais, São conduzidos a cultuarem ao Senhor,
de louvarem ao seu Santo Nome; são conduzidos de tal maneira que eles se
deleitam na palavra e no ensino do Senhor, e isso tendo sido motivados
profundamente em suas almas.
20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus
e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,
Essa prática não pode ser vinda de algo mecânico, algo
que aprendemos e faz parte de nossa cultura, ou de uma tradição. Essa gratidão
a Deus precisa ser algo perceptível, real na vida do crente. Algo que ele mesmo
pode tirar do fundo da alma agradecendo a Deus por todas as coisas.
Veja que, esse texto, nos aponta como tantos outros,
que o crente deve reconhecer que tudo o que ele tem e tudo o que ele passa na
vida vem da parte de Deus, independente se tal coisa se trata de algo bom ou
ruim. Fazendo coro com outros textos lembremos de alguns:
O Senhor é meu pastor e nada me faltará (nada é nada,
nada faltará, coisas boas e ruins)
Tudo posso naquele que me fortalece, disse Paulo. E
ele mesmo teceu uma lista de coisas que fez parte de sua vida, coisas boas e
ruins, ou seja, tudo ele podia suportar, desde que Deus fosse a sua torre
forte.
E aqui também lemos, dando
graças a Deus por tudo. Todas as coisas precisamos reconhecer que
elas vem de Deus. Aprender com Jó o significado de submissão à vontade divina é
algo extremamente prazeroso e reconfortador para nosso coração. Jó 2:8-10 Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele
raspar-se. 9 Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade?
Amaldiçoa a Deus e morre. 10 Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida;
temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não
pecou Jó com os seus lábios.
Rejeitar as dificuldades da vida como se elas fossem
um ato de Satanás independente da vontade de Deus é colocar a Deus dentro de
uma caixinha e dizer que satanás está fora de seu controle. Não creia nesse
deus medíocre pregado em muitas igrejas ditas evangélicas, por que esse não é o
Deus que eu creio, não é o verdadeiro Deus revelado na Escritura. Portanto,
seja grato a Deus por todas as coisas, boas ou ruins.
Concluir.
Igreja – há uma indicação clara quanto ao vinho que
era utilizado naquela época. Não se tratava simplesmente de suco de uva. Era
vinho mesmo, com certo teor alcoólico, e esse mesmo era utilizado na ceia.
Contudo, o fruto da videira vem sendo usado em muitas igrejas em decorrência de
haver pessoas com histórico de falta de controle para com o uso da bebida.
Particularmente eu sou a favor do uso do vinho, ao invés do suco, e a favor de
que o crente com histórico de alcoolismo aprenda a ter seu controle, fazer uso
do domínio próprio que é fruto do Espírito Santo.
E quanto ao uso de bebidas alcoólicas, da mesma forma
a palavra de Deus não nos proíbe, mas restringe o seu uso com respeito à
quantidade, quanto ao limite pessoal de cada um para que não se torne motivo de
escândalo.
Quanto às práticas pecaminosas, o crente deve olhar
para frente, olhar para o futuro, olhar para a vida eterna, olhar para o juízo
final quando serão separadas as ovelhas dos cabritos. O temor do Senhor deve
ser algo crescente na vida de cada um de nós, de forma a termos uma vida santa
diante de Deus e por meio de Cristo, sermos considerados justos aos olhos do
Supremo Juiz.
Por fim, quero perguntar se você que votou no último
domingo e seu candidato perdeu as eleições, mesmo que tenham sido eleições
fraudadas, o que particularmente eu não duvido, eu quero te perguntar: você já
agradeceu a Deus pelo que aconteceu? Você já reconheceu pessoalmente no seu
coração que os senhores da história não são o Tribunal Superior Eleitoral, ou o
Supremo Tribunal Federal, nem mesmo o atual presidente da república, ou o
exército? Agradeça a Deus por tudo o que aconteceu e ainda acontecerá, pois
Deus é o Senhor da história, e não os homens e como Senhor da história
precisamos também reconhecer o que Paulo escreveu aos Romanos
8:28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Todas as coisas
cooperam, boas e ruins, para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados segundo o seu propósito.
Que Deus nos abençoe, abençoe sua igreja em todo o
mundo.
Vigésimo
Quarto Sermão: Efésios 5:22-33
22 As mulheres sejam submissas ao seu
próprio marido, como ao Senhor. 23 porque o marido é o cabeça da mulher, como
também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24
Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em
tudo submissas ao seu marido. 25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo
amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, 26 para que a santificasse,
tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, 27 para a
apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito. 28 Assim também os maridos devem amar a
sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. 29
Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida,
como também Cristo o faz com a igreja; 30 porque somos membros do seu corpo. 31
Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne. 32 Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja. 33 Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria
esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
Podemos ver no início desta seção da
carta aos Efésios, onde até o momento que a antecede, que Paulo vinha falando
de como Deus, em sua Soberania, Majestade e Eternidade já havia designado como
é que seria a sua igreja. Uma igreja composta de pessoas de todo o mundo, seu
povo, o Israel espiritual que iniciou no passado com a nação de Israel, os
descendentes de sangue de Jacó; mas que, no momento exato da história, com a
vinda de Cristo e o posterior derramamento do Espírito Santo, possibilitou
oficialmente a entrada de gentios nessa nação.
E nessa nação, nesse Israel espiritual chamado de
Igreja, não existem privilégios entre pessoas de nações diferentes, não existem
privilégios de quadros sociais diferentes, não existem privilégios de sexos
diferentes, o que existe nessa igreja são papéis diferentes. Não há distinção,
pois todos pecaram e todos estão carentes da glória de Deus e quaisquer pessoas
que tenham sido eleitas, de qualquer nação, serão salvas por um único e mesmo
modo: A salvação pela graça por meio da fé em Cristo Jesus.
Após essa caminhada percorrida na
carta pelo apóstolo, ele deu início no capítulo 5 falando acerca do modo de
viver da igreja e começou então, a tratar grupos que compunham a igreja daquele
tempo, e que também são os mesmos grupos que hoje existem na igreja.
Assim, Paulo iniciou falando acerca
do menor grupo existente, o núcleo básico da igreja que também é o núcleo
básico da sociedade: o casal, marido e mulher, macho e fêmea. E, podemos ver,
que ele começou falando especificamente acerca do modo como a mulher deve se
comportar no relacionamento conjugal, falando ele acerca da total submissão da
esposa ao seu marido, e fez uso do casamento entre um homem e uma mulher como
figura para falar da realidade de Cristo, como sendo o noivo, e sua Igreja como
sendo a noiva.
Desta maneira começamos a perceber o quanto a
instituição do casamento é algo considerado santíssimo a Deus, justamente pela comparação que o apóstolo faz da relação de
Cristo e igreja para com a relação entre marido e mulher.
Então, chegamos na parte onde, agora, Paulo se volta
para o segundo participante do menor grupo da igreja, o marido.
O livro que nos foi dado como base para estas
palestras não encerra essa questão da masculinidade bíblica aqui na carta aos
Efésios. Mas, devido à brevidade do tempo, escolhi não me estender além desse
texto Bíblico, uma vez que meu propósito aqui será, tão somente, expor o que o
próprio texto que o autor usou como base para mostrar qual é a base da
masculinidade Bíblica no casamento.
Depois de tratar sobre a natureza da igreja e sobre
como nela não há privilégios de raça, classe ou sexo, mas apenas diferentes
papéis estabelecidos por Deus, Paulo começa a aplicar essa verdade à esfera
mais básica da vida cristã: o casamento. É aqui, no núcleo da família, que a
ordem criada por Deus se manifesta de forma mais clara. E o apóstolo inicia
essa aplicação falando primeiro às esposas, determinando-lhes a postura que
devem ter diante de seus maridos.
22 As mulheres sejam submissas ao seu
próprio marido, como ao Senhor.
Aqui, Paulo inicia a seção que será desenvolvida até o
final do capítulo, estabelecendo de forma direta o papel da mulher no
casamento: submissão ao marido. Este princípio não nasce da cultura, nem de
convenções humanas, mas é ordem divina fundamentada na criação. A mulher deve
se submeter “ao seu próprio marido”; não
a todo e qualquer homem, mas àquele com quem contraiu aliança diante de Deus. E
essa submissão não é absoluta em si mesma, mas “como
ao Senhor”, ou seja, em reverência a Cristo, de quem procede toda
autoridade.
Essa ordem não é isolada. O mesmo apóstolo reforça em 1 Coríntios 11.3:
“Quero, entretanto, que
saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher; e
Deus, o cabeça de Cristo”.
Assim como há ordem e distinção de papéis na Trindade,
sem diminuição de dignidade ou essência, há também ordem no lar e na igreja. O
homem é cabeça, a mulher se submete, mas ambos são igualmente portadores da imagem
de Deus. A rebelião contra isso, como propõe o feminismo moderno, não é apenas
rejeição ao marido, mas, em última instância, rejeição ao próprio Senhor que
estabeleceu essa ordem.
Paulo também mostra que essa submissão se expressa em
sinais visíveis. Em 1 Coríntios 11.10, ele ensina que a mulher deve trazer “sobre
a cabeça sinal de autoridade, por causa dos anjos”. O uso do véu naquela
cultura era expressão externa da realidade espiritual: o reconhecimento da
ordem criada por Deus. Não se tratava de opressão, mas de honra e testemunho
diante do Senhor.
Além disso, o mesmo apóstolo afirma de forma
categórica em 1 Coríntios 14.34-35:
“Conservem-se as mulheres caladas nas
igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas, como também
a lei o determina. Se, porém, querem aprender alguma coisa, interroguem em casa
a seu próprio marido; porque para a mulher é vergonhoso falar na igreja”.
Essa proibição não significa que a mulher não pode
orar, cantar ou servir, mas que ela não deve exercer autoridade de ensino
público sobre os homens na congregação, papel que pertence ao presbítero e
pregador da Palavra. É coerência da mesma ordem estabelecida em Efésios 5.22:
submissão no lar e submissão na igreja.
Portanto, longe de ser algo cultural ou ultrapassado,
a submissão da esposa ao marido é expressão da fidelidade da igreja a Cristo. É
sinal de piedade, de honra ao Criador e de obediência ao Redentor. A mulher que
se submete ao seu marido “como ao Senhor” dá testemunho visível do evangelho;
porque a igreja só é igreja enquanto submissa ao seu Cabeça, que é Cristo.
Estabelecida a ordem de submissão da esposa ao marido
como expressão de sua sujeição a Cristo, Paulo agora avança para explicar o
fundamento dessa ordem. Não se trata de imposição arbitrária, mas de um reflexo
da própria relação entre Cristo e a igreja. O marido é colocado como cabeça da
mulher, assim como Cristo é o cabeça da igreja. Dessa forma, a submissão da
esposa ganha seu sentido mais profundo: ela aponta para a realidade espiritual
do evangelho.
23 porque o marido é o cabeça da mulher,
como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. 24
Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em
tudo submissas ao seu marido.
Aqui, no versículo 23 Paulo está reiterando a primazia
do marido sobre a mulher, mas apontando agora para as virtudes aguardadas do
marido em relação àquela que lhe é submissa, a esposa.
A perspectiva de Deus em relação ao matrimônio diz
respeito à natureza tanto do homem como também da mulher. Tanto um, quanto
outro, são posicionalmente e pessoalmente iguais. Ambos foram criados à imagem
e semelhança de Deus, ambos possuem as mesmas necessidades espirituais, ambos
com a mesma responsabilidade e capacidade de conhecerem e glorificarem a Deus.
Em perspectiva divina, homem e mulher são iguais em
essência e posição, contudo possuem papéis distintos atribuídos a cada um na
própria criação.
Entretanto, o movimento feminista tem feito uso de um
texto bíblico para afirmarem a igualdade em todas as coisas entre homem e
mulher, inclusive no tocante aos papéis a serem desempenhados na igreja.
Na interpretação que fazem desse assunto na Escritura,
o movimento feminista escolheu um texto chave para defesa de sua ideologia de
gênero, e afirma que todos os outros textos que tratam do relacionamento entre
marido e mulher devem ser interpretados à luz desse texto. Eu me refiro ao
texto de Gálatas 3:28
28 Dessarte, não pode haver judeu nem grego;
nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus.
O problema de se fazer uso desse texto como crux
interpretum, é que, via de regra, o crux interpretum é um texto usado fora
de seu contexto para forçar uma doutrina supostamente bíblica.
E quando olhamos para o contexto desse versículo de
gálatas, veremos o seguinte: Gálatas 3:23-28
23 Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob
a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de
revelar-se. 24 De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a
Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé. 25 Mas, tendo vindo a fé, já
não permanecemos subordinados ao aio. 26 Pois todos vós sois filhos de Deus
mediante a fé em Cristo Jesus; 27 porque todos quantos fostes batizados em
Cristo de Cristo vos revestistes. 28 Dessarte, não pode haver judeu nem grego;
nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em
Cristo Jesus.
Percebam que o contexto desse versículo usado como crux
interpretum pelo movimento feminista não está direcionado à uma igualdade
de papéis dentro da igreja, ou igualdade de papéis no lar, o texto está falando
de justificação, de salvação em Cristo. Marido e mulher tão somente são
diferentes na autoridade.
Voltando então ao texto de Paulo aos Efésios, a
comparação do homem com Cristo mostra que, além da primazia sobre a mulher,
assim como Cristo tem sobre a igreja é feita aqui para demonstrar que a maior
responsabilidade no casamento está sobre os ombros do marido. Aqui ele é posto
como o salvador de sua esposa.
E no que diz respeito à submissão da mulher e da
autoridade do marido, Deus ordena que sua esposa seja submissa ao seu marido.
Certamente poderão acontecer momentos em que a sugestão da esposa deverá ser
acatada pelo marido, se esse assim entender que o melhor a ser feito é seguir a
sugestão dada por ela.
O que vemos aqui em Efésios é de que o Marido, em seu
papel biblicamente másculo, reside em liderar o seu lar e tomar as
decisões.
A direção espiritual do casal reside sobre o marido; é
ele quem deve orientar sua esposa em todos os aspectos da vida. E esta
orientação deve seguir uma direção: é para salvar o corpo; isto é, o marido
deve buscar de forma solícita proporcionar o melhor bem possível para sua
esposa.
Nós vemos em Gênesis a omissão de Adão, lá no jardim
do Éden, ao presenciar sua mulher ser tentada por satanás e simplesmente não
fazer nada, não a protegendo, não assumindo sua posição ordenada por Deus de
guardar esse Jardim que era sua casa. E o resultado dessa omissão foi a literal
desgraça para toda humanidade e, resultando também na maldição para toda a
criação de Deus.
A comparação entre Cristo e o marido
como sendo Cristo o Salvador do corpo, isso não torna o marido o salvador dos
pecados da esposa, pois um pecador não pode salvar a outro pecador. Mas tal comparação exige que o marido tenha
virtudes no relacionamento conjugal, assim como as virtudes de Cristo em
relação à igreja.
A esposa, submetendo-se ao marido,
obviamente esse sendo um crente em Cristo Jesus, terá condições de conduzir o
seu casamento a bom termo. E aqui nos aponta à manter o casamento firme,
seguindo adiante, rumo à salvação eterna.
Justamente nesse texto surgiu uma
heresia, da parte dos mórmons – que são da IGREJA DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS.
Naquela seita, havia uma doutrina herética, onde diziam que a mulher somente
seria salva por meio de seu marido, com base nesse texto. E que, por isso, como
sempre, em qualquer lugar, há mais mulheres do que homens, eles, então, pregavam
que a poligamia seria algo aceitável diante de Deus para que as mulheres
pudessem ser salvas. E com esse discurso, as mulheres membros daquela seita,
aceitavam que o marido tivesse quantas esposas eles pudessem sustentar.
A Igreja católica também possui sua
heresia no tocante ao casamento. Em sua interpretação acerca da salvação dos homens,
a igreja católica afirma que uma das formas de ser salvo é ter praticado todos
os sacramentos, que para eles não se trata apenas de batismo e ceia, mas, para
eles, ao todo são sete sacramentos dos quais o casamento é um. Assim, nessa
heresia, o casamento entre um homem e uma mulher os conduziria à salvação.
Ao invés disso, o que a Escritura
nos mostra e é o que já mostramos anteriormente: que a salvação é somente pela
graça, por meio da fé em Cristo Jesus.
25 Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela,
Paulo agora, deixa de lado o papel
da esposa em relação ao marido e se volta para demonstrar o outro lado da moeda
do casamento. O papel do marido em relação à esposa.
E a primeira ordem com relação ao
marido é que ele ame sua esposa da mesma maneira que Cristo amou a igreja.
Percebam que não existe nenhuma condição imposta à mulher para que o marido
tenha que amar a sua esposa. O amor é aqui demonstrado como algo tão sublime
quanto o amor de Cristo pela igreja.
Outro dia mesmo falei com um irmão
acerca do que é a igreja. Eu disse a ele: a igreja é lugar de pecadores
arrependidos, e é exatamente isso que demonstra o tamanho do amor de Cristo por
sua igreja. Mesmo a igreja sendo composta de homens e mulheres pecadoras, ainda
assim, Cristo amou tanto a sua igreja que Ele deixou a sua glória, se tornou em
semelhança de sua própria criatura, passou fome, frio, calor, tristeza, dor e
por fim uma morte violenta na cruz; um amor sacrificial, mesmo nós ainda sendo
pecadores. Isso é a graça de Cristo sobre sua igreja.
E é justamente com essa comparação
que Paulo faz do amor de Cristo para com a igreja, que assim também deve ser o
amor do marido por sua esposa. É buscando todos os dias, continuar tratando,
protegendo, sustentando mesmo que ela seja uma pessoa cheia de defeitos e que
você conhece cada um deles.
26 para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de
água pela palavra, a igreja santificada
por Cristo é a igreja chamada, separada do mundo, para Ele mesmo; para que a
igreja pudesse, dia após dia, depois de ter seus pecados perdoados, após ter
ouvido a mensagem do evangelho e se arrependido, tomando a direção contrária a
que seguia no mundo; crescendo no conhecimento e na graça do Senhor Jesus
Cristo por meio da Escritura Sagrada.
E a lavagem de água é uma clara
referência ao batismo. É o que se segue como sacramento apontado por Cristo e
continuado pelos apóstolos como vemos em Atos
2.37-39. Mas, é tão certo que o casamento não salva, assim também é
tão certo que o batismo por si mesmo não salva. O símbolo externo da salvação
não garante que o indivíduo, de fato, seja salvo.
Sendo o batismo a forma de expressar
exteriormente a aliança com Deus, tendo sido colocado no lugar da circuncisão,
o mesmo que era possível acontecer a alguns homens circuncidados, também é
possível acontecer a alguns cristãos batizados. E do que estou falando? Falo de
poderem carregar em si mesmos o símbolo externo da salvação, sem que, de fato
tenham sido salvos. É assim na igreja o joio no meio do trigo, assim como
acontecia a alguns no meio de Israel.
Deuteronômio
10:15-16 Tão-somente o SENHOR se afeiçoou a teus pais para os amar; a vós
outros, descendentes deles, escolheu de todos os povos, como hoje se vê. 16
Circuncidai, pois, o vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.
Deus, por meio de Moisés, anunciou à nação israelita
que a circuncisão que de fato importava, não era a circuncisão da carne do
prepúcio, mas era a circuncisão do coração, ou seja, a verdadeira conversão. Então,
da mesma forma que a circuncisão não assegurava verdadeira conversão, do mesmo
modo o batismo não lava a alma de seus pecados, é necessária da mesma forma a
conversão do coração.
E tal conversão não é uma ação do próprio
sinal da aliança, que hoje é o batismo. Não existe no batismo qualquer poder
inerente a ele mesmo. Pois, a conversão é obra exclusiva do Espírito Santo,
como havia dito Cristo que convenceria pessoas de todo o mundo acerca do
pecado, da justiça e do juízo.
E, o próprio Espírito é que faz uso do sinal externo do batismo assegurando tão somente ao
verdadeiro cristão obras resultantes de Suas ações em comunicar-lhes os
benefícios da obra de Cristo.
26...por meio da
palavra
Este
final do versículo não aponta para algo que seria dispensável, pelo contrário. A
palavra de Deus não poderia ficar de fora desse versículo, uma vez que é
justamente ela que nos aponta quais são os sacramentos e também é ela que irá
nos direcionar para longe de superstições acerca da santificação.
É justamente aí a diferença entre
aqueles que possuem de fato a Escritura como regra de fé e prática daqueles que
colocam outras coisas ao lado da Palavra, ou ainda pior: acima da Palavra como,
por exemplo, as tradições religiosas que não têm qualquer proveito para
santificação.
E, muitas delas, não são apenas inaproveitáveis, mas
também são tradições pagãs que demonstram uma religiosidade vil e distante do
propósito de Deus para salvação do crente. Como afirmou Calvino: A única diferença
entre os santos e as invenções dos ímpios está na Palavra.
27 para a apresentar a si mesmo igreja
gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem
defeito.
A palavra em si mesma, também não tem qualquer
proveito se não for aplicada por Cristo, através do Espírito Santo na vida dos
crentes. A condução da santificação pelo Espírito na vida do crente, mostrando
a ele onde precisa caminhar, e onde não pode caminhar, em sua jornada nessa
terra, até que ele alcance a coroa da vitória. Cristo santifica sua igreja, por
meio do Espírito para que ela seja apresentada e Ele mesmo. Ele santifica a
igreja para Ele.
O que vemos no catolicismo e até mesmo em algumas
igreja ditas evangélicas é que o sacramento se avulta acima da Palavra como se
nele residisse algum tipo de encantamento, ou poder peculiar. A força do sacramento,
não está no sacramento, mas está na Palavra que testifica a veracidade do
sacramento, e isso tão somente na vida dos eleitos.
Cristo nos lava, e nos aponta que sejamos marcados
externamente com o batismo, para que tenhamos vida santa, e não para voltarmos
atrás, como antes, assim como a porca lavada volta a revolver-se no lamaçal.
A igreja vem sendo lavada, purificada, assim como a
esposa se ornamenta para seu esposo. Mas aqui, o próprio Cristo, purifica para
si mesmo sua igreja.
28
Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama
a esposa a si mesmo se ama. 29 Porque ninguém jamais odiou a própria carne;
antes, a alimenta e dela cuida,
·
Falar do amor próprio,
do cuidado de si mesmo, – da mesma forma amar a esposa
·
Deus criou o casamento
para que os dois se tornassem uma só carne... quem ama a esposa a si mesmo se
ama..
·
A falta de amor para
com a esposa demonstra a falta de amor próprio
·
Criou o casamento, para
que ambos se tornassem santos, e ali na sociedade ser o menor grupo da igreja e
o menor grupo da própria sociedade.
·
Veja que há no homem um
princípio a ser cultivado perante a sociedade, que é justamente o amor ao
próximo do qual Jesus afirmou: Isaías 58:6-7
Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da
impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e
despedaces todo jugo? 7 Porventura, não é também que repartas o teu pão com o
faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras,
e não te escondas do teu semelhante?
·
Igualmente, e em maior
profundidade, o marido deve amar sua esposa, como a seu próximo, como a ele
mesmo.
·
Quando Jesus aponta
para os dois grandes mandamentos ele diz: Mateus
22:37-39 ... Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de todo o teu entendimento". 38 Este é o grande e primeiro
mandamento. 39 O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti
mesmo
·
Percebam que numa
sociedade, o próximo mais próximo de nós mesmos são as esposas. Está aqui o
mesmo princípio de amor ao próximo como a si mesmo no casamento, quem ama a
esposa, ama a si mesmo.
29...como também Cristo o faz com a igreja;
de forma clara e sublime, mais uma vez o marido deve
seguir a exemplo de Cristo o seu amor sacrificial por ela, cuidando, dando-lhe
o necessário, adornando, velando por ela.
30 porque somos membros do seu corpo. 31 Eis
por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne.
Não há nenhum exagero em dizer que somos carne e ossos
de Cristo. A comparação parte de onde a mulher fora tomada de Adão: Gênesis 2:23 E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos
e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.
Da mesma forma que a mulher foi tomada de Adão para se
tornar parte de seu corpo, assim também nos tornamos membros de Cristo,
nascemos dele. O novo nascimento provém da graça de Cristo e por isso nos
tornamos parte de seu corpo.
E ademais, o vínculo matrimonial não faz com que o
crente se torne dispensado de outras leis divinas como, por exemplo, o honrar
pai e mãe, nesse caso, é vital para perpetuidade da própria santificação.
Deixar pai e mãe para constituir família, não exime ao homem de honrar a ambos,
pelo contrário, é com sua ação que ele se torna exemplo para os próprios
filhos. E seu exemplo tão pouco o libera da obrigação de encaminhar os filhos
no mesmo ensino, no mesmo ensejo de santificação
32 Grande é este mistério, mas eu me refiro
a Cristo e à igreja.
Paulo exclama a grandiosidade desse mistério de como
se dá essa união mística entre Cristo e a igreja. Diante de nós, talvez, nos
seja proporcionado na eternidade, entendermos um pouco mais do que agora
sabemos acerca dessa união com Cristo que infunde na igreja sua própria vida e
poder, mas como se dá essa questão, é o que ficará para sabermos na glória, se
assim Deus quiser.
33 Não obstante, vós, cada um de per si
também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.
uma
submissão voluntária da parte das esposas, sempre virá uma devida reverência do
marido.
·
Marido omisso x tomada
de decisões.
·
Papel do marido como
esposo, lidera sua esposa sendo sustentador,
cuidador, provisor
·
Nós somos os
responsáveis pela condução de nosso lar, nossas esposas e nossos filhos.
Vigésimo
Quinto Sermão: Efésios 6:1-4
1 Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. 2 Honra a
teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa, 3 para que te vá
bem, e sejas de longa vida sobre a terra. 4 E vós, pais, não provoqueis vossos
filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
Nossa caminhada na carta aos Efésios
tem nos mostrado o papel da igreja no mundo. Esse foi o ponto principal acerca
da exposição do apóstolo Paulo quando ele iniciou a falar acerca da soberania
de Deus em todas as circunstâncias da vida e, principalmente, acerca da
salvação, desde a eleição e predestinação na eternidade.
O chamado dos gentios já tendo sido
planejado desde antes da fundação do mundo, e tendo sido o único critério a
escolha soberana de Deus, Paulo mostrou que esse papel da igreja no mundo começa
dentro de casa, não importando a qual nacionalidade o membro da igreja pertença.
Na ordem da criação, Deus ao fazer
primeiramente o homem, deu a ele o status de gerente de sua criação e
posteriormente lhe entrega a mulher como sendo sua companheira. A esse
princípio, Paulo mostra que o casamento é algo tão sublime que figura a relação
mística entre Cristo e a Igreja.
Da relação entre marido e mulher, e
como sendo o casal a menor célula tanto da sociedade, quanto da igreja,
naturalmente há de se ter filhos, constituindo assim a extensão mais próxima
desse núcleo da sociedade e da igreja. E como sendo essa extensão algo que está
debaixo da relação entre marido e mulher, os filhos tem por dever natural
aprender ali acerca das autoridades que os cercam.
1 Filhos,
obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo.
Percebam
que Paulo inicia esse ponto voltando-se para os filhos, como se eles estivessem
presentes à leitura dessa carta que deveria ser lida na igreja à presença de
todos. As crianças estavam presentes às reuniões da igreja para que também
pudessem aprender o legado divino.
As crianças fazem parte do povo de Deus, elas devem
estar incluídas na igreja e nos momentos de culto. Assim vemos ao Senhor
rejeitar tanto a ausência das crianças no momento de culto como também
privá-las daquilo que o Senhor tem ordenado a toda a igreja.
Por isso mesmo o Senhor chamou a atenção dos
discípulos quando eles tentaram evitar que as crianças se aproximassem Dele.
Marcos 10:13-14
13 Então, lhe trouxeram algumas crianças
para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. 14 Jesus, porém, vendo
isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os
embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus.
O reino de Deus é uma expressão claramente usada por
Cristo, nessa e em outras ocasiões para se referir à igreja. As crianças filhas
de crentes, fazem parte da igreja; e se fazem parte da igreja, são filhos da
aliança, são filhos da promessa e como tais devem também receber a marca dessa
promessa, dessa aliança. Foi exatamente isso que o apóstolo Pedro afirmou com respeito
ao batismo em Atos 2.37
Atos 2:37-39
37 Ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que
faremos, irmãos? 38 Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis
o dom do Espírito Santo. 39 Pois para vós outros é a promessa, para vossos
filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor,
nosso Deus, chamar.
As crianças também devem receber o selo da promessa
que é o batismo. Isso não significa dizer que serão salvas, mas significa tao
somente que elas devem receber esse selo.
Além disso, a presença das crianças é exigida no culto
a Deus, em conjunto com a igreja e seus pais. É a família que pertence essa
aliança, não apenas aos pais. Por isso Jesus rejeitou a ideia de os discípulos
quererem afastar as crianças naquele momento em que Cristo ensinava ao povo.
Da mesma forma quando vemos o profeta falar da
convocação pública para o culto a Deus, notem o que ele diz acercas crianças.
Joel 2:15-16
15 Tocai a trombeta em Sião, promulgai um
santo jejum, proclamai uma assembléia solene. 16 Congregai o povo, santificai a
congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos e os que mamam; saia o
noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu aposento.
O princípio de honrar pai e mãe são cultivados desde
cedo, quando as crianças crescem sabendo que cultuar e temer ao Senhor é algo
que lhe é devido; e, por extensão aprender a honrar pai e mãe que lhe conduzem
no caminho de santidade.
Dizer que os filhos devem obedecer aos pais parece um
tanto óbvio. Por outro lado, a injustiça tem imperado na raça humana levando-a
sempre para longe, para o lado oposto aos princípios bíblicos. De modo que está
impregnado na mente da coletividade de que não há razão, além da tradição
meramente humana, que diga ser imperativo a honra e o respeito aos pais.
É desta forma que a cultura tem se sobreposto ao
mandamento fazendo com que esse respeito e honra sejam, tão somente, princípios
culturais; e sendo princípios culturais eles podem ser mudados, superados, ou
mesmo suprimidos.
Por isso o apóstolo direciona os filhos ao princípio
de honra e respeito a toda e qualquer autoridade que é o quinto mandamento.
2 Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa,
Por extensão, vemos em toda a Escritura que o quinto
mandamento de honrar pai e mãe se estendem às autoridades constituídas não
apenas na família, por uma questão de idade ou requerido por parentesco como de
um tio, avô, avó; se estende à igreja por uma questão de autoridade imposta
como aos presbíteros, diáconos e pastores; se estende às autoridades civis:
magistrados e políticos que estão no governo. Contudo, o tratamento desse texto
de Paulo está relacionado ao núcleo familiar, é da relação específica entre
pais e filhos.
A todo instante na Escritura, sempre vemos duas ideias
sendo expostas lado a lado. Uma sempre voltada ao homem, ao seu entendimento
das coisas, ao seu próprio ego, a outra se volta para o princípio divino que
deve reger todas as áreas da vida. Quem pensa haver mais de uma vertente de
pensamento sobre a vida, está redondamente enganado.
Há quem possa dizer que para tudo existe um meio
termo, ou se ter uma moderação em todas as áreas da vida. Contudo, esse jamais
foi o princípio Bíblico. Do ponto de vista bíblico, qualquer coisa que tente
fazer parte de dois mundos opostos, não há como se dizer que se pertença aos
dois. Pois, o princípio bíblico nos mostra claramente que em qualquer área da
vida em que não se está totalmente do lado de Deus, se está contra Deus.
·
Na educação, ou se está
do lado de Deus, ou do mundo
·
Na filosofia, ou se
está no modo de pensar de Deus, ou se está do lado do modo de pensar mundano,
·
Na política, ou se está
guardando os princípios divinos, ou se está do lado humano
·
Na ciência, ou se está
no modo revelado da Escritura, ou se está no modo especulado da academia.
Não é à toa essa dupla exposição vista em toda a
Escritura e isso desde a queda do homem no Éden. Caim e Abel demonstraram com
suas vidas esses dois modos opostos de agir e pensar. Enquanto Abel procurou
agradar a Deus, Caim procurou ficar livre de uma dívida fazendo a oferta a seu
próprio modo. E a morte de Abel pelas mãos de Caim apenas reforçam a visão de
que a cultura, a sociedade não está disposta a agradar a Deus, apesar de Deus
demonstrar toda sua grandeza e santidade na própria criação.
Os descendentes de Caim também demonstraram seguir o
mesmo caminho de seu pai quando lemos ao final do capítulo 4 de Gênesis quando
seu neto além de matar duas pessoas por nada, ainda debochou da maldição que
Deus havia posto em Caim.
Logo após, ao final do capítulo 4, vemos outra
descendência sendo mostrada paralelamente à descendência de Caim, a
descendência de Adão. E nessa descendência encontramos exatamente o oposto ao
que aconteceu descrito no capítulo 4. Aqui, na descendência de Adão encontramos
Enos, que buscou adorar a Deus conforme Ele requeria.
Deste modelo, vimos os fariseus sendo exortados por
nosso Senhor Jesus Cristo que, usavam de uma tradição religiosa, algo cultural,
para desonrarem seus pais.
Ao verem os discípulos de Jesus comerem sem terem
lavado as mãos, os fariseus perguntaram a Jesus por que os discípulos dele não
seguiam a tradição (humana) dos anciãos em lavar as mãos antes de comerem.
Sem saber, os fariseus criaram uma oportunidade de
ouro para serem confrontados pelos seus pecados. Ao que Jesus lhes respondeu: Marcos 7:8 Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a
tradição dos homens. Nisso, Jesus aponta diretamente a um pecado
praticado pelos judeus e que eles, com seu pensamento mundano, com sua cultura
religiosa impura, quebravam o quinto mandamento.
Marcos 7:9-13
9 E disse-lhes ainda: Jeitosamente
rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição. 10
Pois Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe"; e: Quem maldisser a seu
pai ou a sua mãe seja punido de morte". 11 Vós, porém, dizeis: Se um homem
disser a seu pai ou a sua mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã,
isto é, oferta para o Senhor, 12 então, o dispensais de fazer qualquer coisa em
favor de seu pai ou de sua mãe, 13 invalidando a palavra de Deus pela vossa
própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas
semelhantes.
Jesus afirma claramente que os judeus haviam arranjado
uma maneira de não honrarem a seu pai e a sua mãe usando um argumento
religioso, um argumento cultural tão somente.
Tal modo de agir do homem parte apenas daquela divisão
vista lá em Gênesis após a queda. Enquanto uma parte da humanidade se volta
para o próprio homem, a outra parte se volta para Deus. Esses que se voltam
para Deus buscam um único princípio para todas as coisas na vida e não fazem
uma tentativa de mesclar cultura e vontade divina. Ou se busca uma coisa, ou a
outra, as duas não dá.
A justiça em se honrar pai e mãe não está no
merecimento do pai ou da mãe. A justiça em se honrar pai e mãe está tão somente
em obedecer à ordem que Deus estipulou no quinto mandamento. Se Deus ordenou,
então é porque tal maneira de agir e pensar é a maneira justa e correta. E
Paulo acentuou esse modo justo de agir citando o mandamento.
Muitos filhos obedecem aos pais não por amor, ou
prazer, mas simplesmente por algo imposto, algo que lhes é um peso, e quando o
fazem, o fazem para cumprir uma obrigação, ou por temerem um castigo. Mas
percebam filhos que, a ordem de honrar pai e mãe está muito além de simplesmente
obedecer a uma ordem.
A honra se trata de uma atitude interna do coração, do
pensamento. Honrar pai e mãe está ligado a uma atitude do coração em
agradecimento pela vida, pelo sustento, pelo teto, por tudo aquilo que Deus
provê por meio dos seus próprios pais. E mesmo que seus pais não sejam aqueles
tão sonhados pais de novela, ou dos filmes de Hollywood, ainda assim, somente o
fato de ser um mandamento do Senhor já seria por si só suficiente razão em
amá-los, respeitá-los e honrá-los, independentemente de quem eles sejam, independentemente
de como eles te tratam; independentemente se eles são crentes ou não.
É o primeiro mandamento com promessa, diz Paulo. Anteriormente nenhum dos mandamentos
havia uma promessa feita. Nenhum dos outros mandamentos possuíam promessa de
benção específica, mas esse aqui é o primeiro.
E junto ao mandamento ele também cita qual foi a
promessa anexa à ele: 3 para que te vá bem, e sejas
de longa vida sobre a terra. A especificidade da promessa está na
forma com a qual Deus abençoaria a quem honrasse aos seus pais. A desobediência
a pais piedosos só demonstra uma vida infrutífera e desajustada do filho.
Certamente, isso lhe será um fator de muito peso à promessa que é anexa ao
mandamento tanto de ir bem na vida, quanto de ter uma longevidade sobre a
terra.
Podem até surgir objeções quanto a isso dizendo que um
filho impiedoso que não atende às exortações e ensinos de pais piedosos ainda
assim ele pode viver muito mais do que outro que tenha sido filho obediente e
que honrava seus pais em tudo. Contudo, a diferença estará no fato de que,
mesmo que o filho que honra e obedeça aos seus pais tenha poucos anos de vida,
a vantagem dele é que ele irá bem, ao contrário daquele que desonrou aos pais
indo ele de mal a pior.
No
contexto da carta aos Efésios, Paulo havia dado um direcionamento geral à
igreja. Efésios 5:21 sujeitando-vos uns aos outros
no temor de Cristo. Daqui também se depreende que os filhos devem
estar submissos aos pais, e, aos pais, aqui enquadrando tanto pai quanto a
mãe. A vontade de aprender o correto
deve estar em seus corações partindo de um coração manso, de um coração não
rebelde.
A rebeldia de filhos aos pais no Antigo
Testamento tinha um tratamento específico. Deuteronômio
21:18-21
18 Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de
seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, 19 seu pai e
sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, 20 e lhes
dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é
dissoluto e beberrão. 21 Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão até
que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá.
Aqui, por extensão, podemos ver que
aqueles que não honravam pai e mae tinham um curto período de vida sobre a
terra.
4 E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira,
Apesar de sabermos que, muitas vezes, a palavra pais é
usada no sentido de incluir tanto os pais, quanto as mães, o texto aqui é
dirigido aos homens que são pais. E isso por que eles são o cabeça do lar, eles
estão à frente da família.
Existem algumas formas dos pais
conduzirem os filhos a uma exaustão de forma a que os filhos se voltem contra
os pais? Sim. A primeira delas seria usando de superproteção. Muitos são os
pais que, por excesso de cuidado, privam seus filhos de muitas coisas com as
quais eles precisam crescer e saber lhe dar com a vida.
Seria como você dizer ao filho para
não entrar na água sem que ele tenha aprendido a nadar. Isso seria ilógico mas,
de fato, existem situações bem reais em que os pais cercam os filhos de tanto
cuidado, que eles possam se cansar daquela superproteção de modo que eles venha
a se perder no cumprimento do dever dado no Quinto mandamento.
A outra forma de levar o filho a
quebrar o Quinto Mandamento seria dando favoritismo a um filho, ou filha em
detrimento de outro. Na própria história de Esaú e Jacó vimos Isaque preferindo
a Esaú, e Rebeca preferindo a Jacó. O resultado disso é que por pouco um irmão
não mata ao outro. Jacó teve de fugir para terra de Labão, seu tio, para não
ser morto por Esaú.
Ainda outra maneira de provocar os
filhos à ira seria desestimular, por exemplo, quanto às manifestações que eles
apresentam como preferencias de vida quanto à profissão. O filho chega ao seu
pai e diz: Pai, quero ser advogado. O pai responde: meu filho, só tem ladrão e vagabundo
nessa profissão. Por generalizar, o pai acaba perdendo o respeito do próprio
filho.
A negligência quanto à educação dos filhos é outra
porta aberta para provoca-los à ira. O
desprezo dos pais em relação à educação dos filhos certamente os conduzirá à um
pensamento negativo com respeito aos próprios pais.
A contínua forma pesada de falar e de castigar
fisicamente de forma drástica aos filhos não para correção, mas para demonstra
superioridade física e moral, é um comportamento inadequado que também conduz o
filho à ira.
Mas o apóstolo aponta o caminho correto para educação
e até mesmo a disciplina dos filhos.
4...mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.
Os parâmetros para disciplina e
admoestações devem ser os parâmetros explícitos na Escritura. Percebam que cada
uma das maneiras que os pais podem errar em relação aos filhos, os filhos
erram, por consequência, não honrando aos pais. E se eles terminam por não
honrar aos pais, eles se tornam responsáveis diante de Deus por causa da quebra
do Quinto Mandamento. Os pais terão sua parcela de culpa sim, mas os pais
responderão por si mesmos, da mesma forma que os filhos responderão por si
mesmos.
E quando são responsáveis por seus
pecados, os filhos se tornam alvo da ira de Deus. Eles serão responsabilizados
por Deus por causa de seu pecado, caso não se arrependam e se voltem para
Cristo. E a própria maneira de se voltarem para Cristo está na orientação de
Paulo que ele faz ao final do versículo direcionando aos pais. Tanto a
disciplina, quanto a admoestação precisam estar fundamentadas no caráter de
Deus exposto na Escritura.
Deixar de ensinar, exortar e
disciplinar os filhos, no Senhor, é submetê-los à ira de Deus que cobrará deles
não apenas a quebra do Quinto Mandamento, mas de todos os pecados que vierem a
cometer. Ao contrário disso, quando o filho é ensinado nos caminhos de Deus,
suas chances de serem agraciados com a salvação é bem mais próxima do que sendo
criados longe dos princípios divinos.
É dever dos pais, como vimos na última
pregação em Efésios, educar os filhos na disciplina e na admoestação do Senhor.
É o que vimos em Deuteronômio 6:5-8
5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma e de toda a tua força. 6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no
teu coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. 8 Também as
atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
Criando aos filhos na disciplina e na admoestação do
Senhor também aponta que os pais não devem exceder em brandura na criação dos
filhos. É aquele momento em que você se vira para a esposa e diz: Pare de
passar a mão na cabeça do menino, não tente justificar o que ele tem feito de
errado. Esse é um problema visto nos relacionamentos.
Enquanto um quer disciplinar o filho, ou a filha, o
outro tenta proteger. Certamente esse tipo de proteção excessiva também
conduzirá o filho a se tornar alvo da ira de Deus, por havendo dentre o casal
quem o proteja das devidas correções e admoestações no Senhor, o filho se
tornará irresponsável, pois quanto algum dos pais o chama para
responsabilidade, o outro o desvia desse foco.
Daí, a importância de nesse texto, a direção familiar
na criação dos filhos, deve vir do homem piedoso que é o cabeça da mulher e o
cabeça de seu lar. A ele não pode exceder em punição dos erros dos filhos mas
também não poderá deixar de corrigir, não sendo omisso.
Quanto aos filhos, a submissão aos pais é algo que
Deus não deixará passar em branco. Deus cobrará de cada um de vocês tanto o
respeito quanto à honra devida a eles.
Que Deus tenha misericórdia de sua igreja,
misericórdia de nossas vidas e famílias.
Vigésimo
Sexto Sermão: Efésios 6:5-10
5 Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne
com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo, 6 não
servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo,
fazendo, de coração, a vontade de Deus; 7 servindo de boa vontade, como ao
Senhor e não como a homens, 8 certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa,
receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre. 9 E vós,
senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as ameaças, sabendo
que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com ele não há
acepção de pessoas. 0 Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do
seu poder.
O evangelho não tem, por natureza, a
intenção de mudanças sociais. O aspecto social da vida é algo que vem seguindo
a história de nossos antepassados, nossos familiares que nos antecederam. Tais
histórias seguem o curso conforme Deus determinou para cada homem, mulher,
jovem, criança ou idoso.
O salmista se rendeu à majestade e
poder de Deus quando reconheceu que o curso de sua vida, e de todos os outros
seres humanos ao escrever o Salmos 139:16
16 Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro
foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando
nem um deles havia ainda.
Ainda assim, temos diante de nós, o
futuro que não conhecemos, o futuro que não está descoberto aos nossos olhos.
Cada segundo de vida é uma nova descoberta. E dentro dessa mesma visão, Paulo
ao falar de novos convertidos, ele falou também com respeito àqueles que,
naquele tempo, eram os servos, também chamados de escravos.
A diferença entre os servos de hoje,
e os escravos daquele tempo, basicamente eram duas diferenças. A primeira é que
os escravos eram comercializados, eram tidos como propriedade de quem os
comprava. A segunda, é que eles não possuíam salário, mas recebiam abrigo e
alimentação.
Então, vejamos o que Paulo fala aos novos convertidos
e que por ocasião de sua conversão eram escravos, servos. 1 Coríntios 7:20-24
20 Cada um permaneça na vocação em que foi
chamado. 21 Foste chamado, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se
ainda podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade. 22 Porque o que foi
chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto do Senhor; semelhantemente, o que
foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo. 23 Por preço fostes comprados;
não vos torneis escravos de homens. 24 Irmãos, cada um permaneça diante de Deus
naquilo em que foi chamado.
Veja que o versículo 20 não dá autonomia ao escravo
para se rebelar contra o seu senhor. Contudo, quando lemos o versículo 21
encontramos também a verdade de que se houvesse a oportunidade de se tornar um
homem livre, que aproveitasse. E se tornar livre não era algo simples. Ele
teria de pagar sua dívida com quem fosse seu senhor, pois o endividamento
naquele tempo, poderia fazer com que você se tornasse escravo de quem lhe emprestou
dinheiro; ou a outra opção seria seu dono lhe quisesse libertar de bom grado
lhe dando carta de alforria.
O fato de alguém ter se convertido ao evangelho e se
tornado livre de seus pecados, não lhe dava o direito de se rebelar contra seu
Senhor. O servo deveria permanecer como servo. Mas se, por algum motivo justo e
honesto, ele pudesse se tornar livre, ele poderia aproveitar a oportunidade.
E quando Paulo trata desse relacionamento entre servos
e senhores, ele se dirige a servos e senhores que tanto um quanto o outro
fossem cristãos. Não necessariamente que o referido senhor no texto fosse
também o mesmo senhor do escravo mencionado. Poderiam até ser, mas Paulo fala
de duas classes diferentes de pessoas que formavam um grupo de relacionamento
dentro da igreja.
Assim, o apóstolo começa falando diretamente aqueles
que eram escravos.
5 Quanto a vós outros, servos, obedecei a vosso senhor segundo a carne
com temor e tremor, na sinceridade do vosso coração, como a Cristo,
A relação entre trabalhadores e senhores sempre teve
dificuldades. Ou por culpa dos trabalhadores, ou por culpa dos senhores, ou por
culpa dos dois.
Percebam que a Escritura nos fornece
orientações práticas para todas as áreas de nossa vida: Social, financeira,
política, emocional espiritual, todas elas possuem direcionamentos sólidos e
eficazes se levados em conta e postos em prática.
Mas, o homem quando não procura ser
orientado, ou não aceita a orientação da Escritura o pecado, naturalmente, vai
direcionar esse homem a buscar orientação em outro lugar, em outra fonte que
não seja a Bíblia. Ou ele vai buscar um guru espiritual, ou vai buscar na
psicologia, ou vai buscar em si mesmo, fazendo de si mesmo a fonte de
orientação tanto para si, quanto para outros.
Esse movimento filosófico do século
XVIII, chamado de Iluminismo prometeu ao mundo tirar as amarras da religião
cristã e instigou a humanidade a depositar a fé em si mesmos, na busca do
próprio conhecimento das coisas, iluminando assim, pensavam eles, as mentes que
antes eram obscurecidas de entendimento.
Navegando nessa onda surgiu um
filósofo, Karl Marx e seu companheiro de loucura, Engels. Estes homens
escreveram o que vem influenciando negativamente o mundo desde aquele tempo, o
Manifesto Comunista. Esse manifesto promovia basicamente de uma revolta da
classe de trabalhadores contra aqueles que eram seus empregadores.
Nesse ninho de rato escrito por Max,
ele defendia que a classe de trabalhadores deveria se posicionar de tal
maneira, a não aceitar que seu trabalho fosse pago por um salário, mas que o
lucro que seu patrão tinha com seu trabalho, ele também tivesse participação.
Essa é uma verdadeira novela de
ficção. Dezenas de países pelo mundo afora já fizeram a implementação do
comunismo em seu países que, em nenhum lugar do mundo ele obteve sucesso. Mas
existem algumas coisas que foram comuns em todos eles. A multiplicação da fome,
da miséria, da multiplicação em milhões de pessoas que ficaram sem trabalho por
que deixaram de existir os empregadores, a pior consequência desse regime foram
milhões e milhões de mortos ou de fome, ou da ditadura decorrente desse regime.
A Escritura sempre mostrou que o
fato de existirem pobres, de existirem servos. O próprio Senhor Jesus apontou
que sempre haveriam pobres no mundo: Mateus 26:11
11 Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me
tendes;
A Escritura sempre tratou aos pobres
e aos assalariados mostrando como é que eles deveriam se comportar como
cristãos, como aqueles que pertenciam ao povo de Deus. E aqui, nesse texto de
hoje, Paulo afirma que os empregados, os assalariados, os servos deveriam tratar
seu empregador como se seu empregador fosse o próprio Cristo.
E ele começa advertindo que esse
modo de tratar a seu empregador deve ser um modo respeitoso, independente de
como ele te trata. Veja que não existem condições impostas para que a devida
honra ao empregador seja deferida.
Esse modo de tratamento do
funcionário ao seu empregador nada mais é do que uma aplicação prática do
próprio Quinto Mandamento, que é o mandamento que dirige a honra a todos
aqueles que são autoridades sobre nós. Seja uma autoridade natural ou mesmo que
seja uma autoridade imposta.
5... senhores segundo a carne
Aqui o apóstolo estabelece uma
medida limite. Os homens poderiam ser escravos de outros homens, mas no tocante
à vida espiritual, nenhum cristão estaria submetido à escravidão.
E tendo o espelho do Senhor como
fonte de autoridade máxima sobre suas vidas, nada que fosse ordenado pelos
senhores, ou mesmo hoje, nada do que for solicitado a fazer que vá ofender a
Deus, ou que vá contra a Lei de Deus, deve ser obedecido.
Pedro e os demais apóstolos que com
ele estavam, quando foram presos pelas autoridades do povo judeu em Jerusalém,
eles lhes ordenaram que não mais pregassem, ou falassem em o nome de Jesus
Cristo. Contudo, aqui na resposta de Pedro está o limite de obediência e honra
que se deve ter com qualquer autoridade, inclusive de pai e mãe: Atos 5:29
29 Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer
a Deus do que aos homens.
Nenhuma ordem dada por homens que
faz com que desobedeçamos a Deus deve ser cumprida pelos crentes, mas com todo
respeito, eles também devem afirmar o motivo pelo qual eles não irão obedecer.
6 não
servindo à vista, como para agradar a homens, mas como servos de Cristo,
Existem funcionários e funcionários.
Desde aquele tempo haviam os enganadores. Tem funcionário que só trabalha na
hora que o patrão está por perto; e quando o patrão dá uma saída, ele logo
deixa de fazer o que é de sua obrigação.
Gostam sempre de arrumar uma desculpa para dar uma
saída, vai no banheiro trinta vezes, vai lanchar de novo. O fato é que a
preguiça é o que rege a vida dessas pessoas. Certamente, esse tipo de
funcionário não dura muito nos serviços, são logo demitidos e ainda saem
falando mal do patrão tentando se justificar de alguma forma o seu mal
comportamento.
O comportamento do funcionário, do empregado, não
depende do comportamento do seu patrão, depende dele mesmo, pois essa é uma
questão de caráter pessoal. E o crente é instado a proceder de tal forma para
com seu patrão como se ele estivesse trabalhando diretamente para o próprio
Senhor. Não com a cara amarrada, resmungando, mas Paulo afirma que deve fazer 6... de coração, a vontade de Deus; 7 servindo de boa
vontade, como ao Senhor e não como a homens,
O trabalhador deve realizar seu trabalho com a plena
convicção de que é ao Senhor Jesus Cristo a quem ele, primeiramente está
obedecendo.
E, ao fazer o seu trabalho de forma entusiasmada,
sincera com cuidado e não de qualquer jeito o funcionário acabará sendo
recompensado de uma ou outra forma. Caso não venha a ser recompensado pelo seu
patrão, certamente o Senhor mesmo o fará:
8 certos de que cada um, se fizer alguma
coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja servo, quer livre.
Se fizer alguma coisa boa... de fato todas as boas coisas serão
recompensadas. Contudo, precisamos ressaltar de que, no próprio contexto da
carta aos Efésios, Paulo afirma que todas as coisas boas que realizamos nessa
terra, Deus já as tinha escrito há muito, antes mesmo de haver mundo criado.
Efésios 2:10
10 Pois somos feitura dele, criados em
Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas. Nisso, sabemos que a glória é devida a
Deus. Jamais alguém será salvo pelas próprias obras, mesmo que essas obras
sejam o estrito cumprimento da Lei. Caso contrário, Deus não seria justo, pois
alguns seriam salvos pela graça, enquanto outros seriam salvos pelas obras. E
não é assim. Todos os que são salvos, e praticam boas obras, suas obras são
justificadas pela graça, são justificadas e lavadas no sangue de Cristo que foi
derramado na cruz sem que, mais, em tempo algum, haja alguma contribuição da
parte do homem eleito para sua própria salvação, muito menos para salvação de
outro.
Deus o recompensará não por que o funcionário, o
servo, obedeceu ao seu empregador, mas por que ele fez a vontade do próprio
Deus que era servir de coração e com boa vontade.
9 E vós, senhores, de igual modo procedei para com eles, deixando as
ameaças,
Os senhores de escravos daquele
tempo, ou mesmo os patrões dos dias de hoje, não deveriam usar de ameaças para
que o escravo, ou o funcionário fizesse o seu trabalho.
Marx fala acerca da visão dele do
empregador como o carrasco usurpador do trabalho alheio. Mas é justamente o
empregador que, de alguma forma, começou sua vida trabalhando, economizando,
investindo e até chegar ao ponto em que ele pode dividir do seu trabalho oferecendo
trabalho a outras pessoas; para que elas também tivessem a oportunidade de
percorrer o mesmo caminho que ele.
A relação entre patrão e empregado
quando chega ao nível de ameaças ela já não atende ao princípio cristão de
relacionamentos. O crente que é, de qualquer modo, seja patrão, seja empregado,
viver de acordo com os princípios da revelação divina.
Não conhece a bíblia quem afirma que
ela só tratou dos pobres a partir de Jesus Cristo e que por isso o cristianismo
se assemelha muito mais ao comunismo do que o judaísmo. A grosseira mentira tem
por intuito colocar os escritos de Karl Marx como sendo escritos com mesmo peso
de orientação para vida.
sabendo que o Senhor, tanto deles como vosso, está nos céus e que para com
ele não há acepção de pessoas.
Deus não trata ninguém, de nenhuma nação, em qualquer
tempo de modo injusto, ou de modo descompensado, por que a justiça de Deus é
simplesmente perfeita. E é exatamente por esse motivo que a opressão ao pobre é
condenada na Escritura desde muito cedo. Levítico
19:13
13 Não oprimirás o teu próximo, nem o roubarás; a paga do jornaleiro não
ficará contigo até pela manhã. O
jornaleiro era uma das profissões mais mal pagas naquele tempo. Eram pessoas
que precisavam receber seu salário todos os dias, eles dependiam disso para
viver. E aqui vemos que os pobres nunca foram esquecidos desde que a
descendência de Israel foi tirada do Egito e transformada em uma nação com
direitos e deveres dos cidadãos segundo o modelo político e econômico que era
teocêntrico.
E sendo o próprio Deus o legislador dessa nação,
jamais ele deixaria quem quer que fosse de fora dessa lei. Desta maneira, quem
afiram que os pobres só tiveram alguma relevância a partir do Novo Testamento,
não conhecem de fato a escritura.
Então, desde a Lei de Deus trazida
por Moisés, foram estabelecidos
princípios de como deveria ser a relação entre patrão e empregado, servos e
senhores.
Deuteronômio 15:18
Esta era a lei que mostrarei a vocês era com respeito
aos escravos hebreus que trabalhavam para seus senhores hebreus.
Deuteronômio 15:12-18
12 Quando um de teus irmãos, hebreu ou
hebréia, te for vendido, seis anos servir-te-á, mas, no sétimo, o despedirás
forro. 13 E, quando de ti o despedires forro, não o deixarás ir vazio. 14
Liberalmente, lhe fornecerás do teu rebanho, da tua eira e do teu lagar;
daquilo com que o SENHOR, teu Deus, te houver abençoado, lhe darás. 15
Lembrar-te-ás de que foste servo na terra do Egito e de que o SENHOR, teu Deus,
te remiu; pelo que, hoje, isso te ordeno. 16 Se, porém, ele te disser: Não
sairei de ti; porquanto te ama, a ti e a tua casa, por estar bem contigo, 17
então, tomarás uma sovela e lhe furarás a orelha, na porta, e será para sempre
teu servo; e também assim farás à tua serva. 18 Não pareça aos teus olhos duro
o despedi-lo forro; pois seis anos te serviu por metade do salário do
jornaleiro; assim, o SENHOR, teu Deus, te abençoará em tudo o que fizeres.
Aqui vemos também em Deuteronômio
24:14-15 o direito ao salário
Deuteronômio 24:14-15
14 Não oprimirás o jornaleiro pobre e
necessitado, seja ele teu irmão ou estrangeiro que está na tua terra e na tua
cidade. 15 No seu dia, lhe darás o seu salário, antes do pôr-do-sol, porquanto
é pobre, e disso depende a sua vida; para que não clame contra ti ao SENHOR, e
haja em ti pecado.
O senhor deve ao seu empregado aquilo pelo qual ele o
contratou. Ninguém é obrigado a contratar uma pessoa para o trabalho, ninguém é
obrigado a prometer salário mas, havendo tratado um valor de salário, pague o
que é devido; havendo tratado benefícios, cumpra o que prometeu.
A cooperação no trabalho e o bem fazer em um local
onde haja a presença de cristãos é fazer com que o nome de Cristo seja exaltado
em todas as coisas.
Tendo tratado da relação entre servos e senhores,
Paulo não encerra a epístola sem antes trazer uma exortação que se estende a
todos os crentes, independentemente de sua condição social. A vida cristã não
se resume às relações interpessoais, mas se desenrola em meio a um campo de
batalha espiritual, onde forças invisíveis se levantam contra o povo de Deus. É
por isso que, ao introduzir o versículo 10, o apóstolo abre uma nova seção,
chamando todos os irmãos à vigilância e à dependência constante do Senhor.
Aquele que aprendeu a obedecer como servo ou a governar como senhor deve, acima
de tudo, ser fortalecido em Cristo, pois sem a graça do Senhor, nenhuma
obediência ou liderança pode ser sustentada.
6:10 “Quanto ao mais, sede fortalecidos no
Senhor e na força do seu poder.”
Aqui Paulo conclui a parte prática de sua carta
mostrando a realidade espiritual em que todo crente está inserido. Ele já havia
orientado os efésios sobre suas responsabilidades pessoais, familiares e
sociais; agora, porém, amplia o horizonte para lembrar que, por trás de todas
essas relações, existe uma batalha invisível. O crente não pode viver sua vida
cristã confiando em suas próprias forças, mas precisa estar firmado e
fortalecido no Senhor. Essa expressão mostra que o poder não provém de nós
mesmos, mas da união que temos com Cristo. Como o próprio Jesus declarou: “sem
mim nada podeis fazer” (João 15:5). Assim, a vida cristã não é sustentada por
disciplina meramente humana, mas pela graça do Espírito que opera em nós.
Além disso, Paulo enfatiza não apenas a necessidade de
sermos fortalecidos, mas que esse fortalecimento se dá “na força do seu poder”.
Isso aponta para o mesmo poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos (Ef
1:19-20), o qual já está à disposição da igreja. A vitória não é garantida por
estratégias humanas, nem por resistência natural, mas pela confiança no poder
divino que nos reveste. Por isso, a Escritura constantemente nos lembra da
fonte da verdadeira fortaleza: “Esforçai-vos e tende bom ânimo; não temas, nem
te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo” (Js 1:9). Do mesmo modo, Davi
proclamou: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O
Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27:1). Assim, a
mensagem central desse versículo é que todo cristão, seja servo ou senhor,
homem ou mulher, jovem ou idoso, precisa viver consciente de que somente
revestido da força do Senhor pode permanecer firme diante das tentações e das
hostilidades deste mundo.
Conclusão:
Quanto ao empregado, aquele que não vem realizando
seus afazeres com destreza, empenho, dedicação, cuidado o que é necessário
mudar? A primeira coisa necessária à uma real mudança é a convicção de para
quem de fato ele está trabalhando.
Perceba na oração de Davi o que ele disse acerca de
tudo o que recebemos na vida, inclusive bens e o próprio salário.
1 Crônicas 29:10-14
10 Pelo que Davi louvou ao SENHOR perante a
congregação toda e disse: Bendito és tu, SENHOR, Deus de Israel, nosso pai, de
eternidade em eternidade. 11 Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a
vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu,
SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. 12 Riquezas e
glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo
está o engrandecer e a tudo dar força. 13 Agora, pois, ó nosso Deus, graças te
damos e louvamos o teu glorioso nome. 14 Porque quem sou eu, e quem é o meu
povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de
ti, e das tuas mãos to damos.
Davi mostrou com clareza de que não importa o meio
pelo qual recebemos alguma coisa. Se existem autoridades sobre nós e por meio
dela recebemos um salário que seja, veja que Davi direciona essa benção como
tendo vindo diretamente do próprio Deus, pois é justamente Deus quem determina
todas e quaisquer autoridades sobre nós. Então, se você não tem se esmerado em
seu trabalho, reclama de seu patrão, se ajunta com outros funcionários para
falar mal de quem te emprega, veja que em primeiro lugar você está indo contra
o próprio Senhor.
Se você age preguiçosamente em seu trabalho, deixando
para depois o que pode ou deve ser feito de imediato, você tem roubado do tempo
de seu trabalho que era devido pelo salário que recebe. Assim, perder o emprego
é a menor das consequências. Provérbios 21:25 O preguiçoso morre desejando, porque as suas
mãos recusam trabalhar.
Mas o trabalhador diligente, pode fazer com que seu
patrão, ou seu chefe querer conhecer e saber o motivo de você ser diferente, e
vir a querer abraçar a mesma fé que você caso ele não seja um cristão.
O mesmo pode acontecer com aqueles que são senhores,
aos que são administradores e possuem funcionários abaixo de si. Existe uma
maneira mais sábia de tratar ao funcionário, seja ele quem for. Sendo você um crente
no Senhor Jesus, pela sua sabedoria, você poderá atrair seus funcionários a
Cristo.
Quantos cultos, ou quantas devocionais você já
realizou em sua empresa. O funcionário, se é crente e o patrão não é, isso se
torna mais complicado mas, para aquele que é patrão, ele pode sim, e deve
conduzir sua empresa todos os dias debaixo das rédeas do evangelho,
parafraseando Paulo: considerando Cristo em todas as coisas.
Vigésimo
Sétimo Sermão: Efésios 6.11-18
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus,
para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; 12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
13 Portanto, tomai toda a armadura de
Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo,
permanecer inabaláveis. 14 Estai, pois,
firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça.
15 Calçai os pés com a preparação do
evangelho da paz; 16 embraçando sempre o
escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação e
a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; 18 com toda oração e súplica, orando em todo
tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por
todos os santos...
Antes de iniciar a exposição do texto, peço que
atentem para a forma como faço a aplicação do mesmo. As aplicações serão feitas
à medida que o texto vai sendo exposto de modo que, quando chegarmos ao final, não
haverá uma conclusão extensa, pois essa estará sendo feita concomitantemente em
cada parte da exposição do texto sagrado.
O trecho da carta que lemos é da autoria do apóstolo
Paulo como podemos observar logo em seu início no Ephesians 1.1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de
Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em Cristo Jesus,Também
neste versículo percebemos com clareza de que esta carta não é enviada a
qualquer pessoa. Seu conteúdo foi direcionado a um público específico, à igreja
de Cristo que estava na cidade de Éfeso, e como herdeiros dos ensinamentos
apostólicos, esta carta também se dirige à nossa igreja Presbiteriana Central aqui
em Belém.
Todo o ensino dirigido àquela igreja, do período
apostólico, tem como alvo não somente a igreja de Éfeso, apesar de que
reconhecemos aspectos históricos relevantes que impulsionaram o apóstolo a
escrever tal carta à referida igreja.
Ao final de sua segunda viagem missionária, Paulo
passou pela cidade de Éfeso, mas a igreja não se consolidou naquele momento. A
igreja de Éfeso foi fundada pelo mesmo apóstolo quando ele empreendeu em sua
terceira viagem missionária. Vemos que Lucas narra sua segunda chegada em Éfeso
e consequente fundação da igreja em Atos 19.2. perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito
Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos
que existe o Espírito Santo. E poucos versículos depois, v. 10, que permaneceu em Éfeso ensinando na escola de Tirano,
por um período de dois anos.
Também no texto de Atos, lemos que um judeu nascido em
uma terra pagã, ensinava o povo de Éfeso, seu nome era Apolo. Apolo também foi
pastor na igreja de Corinto. Diz-nos a Escritura que Apolo conhecia muito bem
quem era Jesus Cristo e ensinava com exatidão acerca dele, mas ele não conhecia
bem o ministério deixado por Cristo à igreja. Neste tempo, Priscila e Aquila
chamaram a Apolo de lado e lhe explicaram com mais exatidão acerca do Caminho
deixado por Jesus Cristo, à Igreja.
Se avançarmos para o livro de Apocalipse veremos que o
apóstolo João tinha um conhecimento bem como mantinha um relacionamento com a própria
igreja de Éfeso. E informações de pessoas ligadas ao apóstolo João relatam em
seus escritos que João após a morte de Dominiciano, imperador romano, sob a
anistia concedida pelo novo imperador Nerva, o apóstolo retorna à cidade de
Éfeso onde alguns anos mais tarde faleceu.
Outro jovem, nosso conhecido, também pastoreou a
Igreja de Éfeso, o jovem pastor Timóteo. Quando Paulo escreve suas duas cartas
a Timóteo nesse tempo ele era o pastor da igreja de Éfeso.
A igreja de Éfeso teve grandes mestres e pastores como
exemplo destes quatro: Paulo, Timóteo, Apolo e João. Mas, Paulo quando escreve
a carta a igreja de Éfeso, ele já era prisioneiro de Roma. Ele estava preso em
sua própria casa como é relatado no capítulo 28 do livro de Atos.
Éfeso era a capital do Império Romano na Ásia menor e
foi uma das cidades mais proeminentes na expansão do Cristianismo.
Na carta de aos Efésios, Deus é o tema central de toda
ela. Entretanto, esta carta mostra, dentre outras coisas, o papel da igreja no
mundo. E este papel, Paulo demomonstra que, é de única e extrema relevância
para destacar, separar a igreja do resto do mundo. Ou seja, o seu testemunho, o
testemunho da igreja perante os ímpios.
A igreja, aqui na carta aos Efésios, é mostrada como
uma torre de luz em meio a um mundo de escuridão e promiscuidade. Ao mesmo
tempo, esta igreja é mostrada como aquele organismo vivo que oferece guarida a
aqueles que querem ser iluminados por ela.
E como a igreja está imersa em um mundo hostil ao
evangelho, todas as forças das trevas irão fazer de tudo para encobrir a luz
irradiada pela igreja que, em seu centro está a vívida pregação da Palavra de
Deus, como diz o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra e luz para o meu
caminho”.
Quando a igreja se presta a esse serviço de levar a
Palavra como luz ao seu derredor, as forças inimigas fazem de tudo para encobrir
sua luz. E a força que as trevas fazem é exatamente para aplacar a força do
testemunho da igreja.
Desta maneira, Paulo levanta a advertência a todas as
classes de pessoas que possam existir dentro da igreja. Assim ele inicia o
nosso texto: 11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
Satanás e suas hostes fizeram e fazem de tudo para
manchar a reputação da igreja, manchar a pregação da Palavra produzindo maus
frutos no meio da igreja, o joio no meio do trigo; fazendo até mesmo os
próprios cristãos tropeçarem em pecado maculando o nome de Cristo e da sua
igreja.
Não queremos aqui tirar a responsabilidade de ninguém,
muito menos minimizar o pecado na vida de crentes, ou dos ímpios, estamos
apenas demonstrando a ação maligna da qual o apóstolo aponta de uma forma clara
no versículo que lemos, bem como no versículo seguinte. 12 porque a nossa luta
não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes.
É evidente que o texto que lemos trata-se de que Paulo
tinha em mente que a igreja está em guerra. Ele se refere a uma luta espiritual
no qual o agente do mal é o próprio diabo e seus anjos. Paulo também faz uso de
figuras em seu texto, e que devem fazer parte da vida do verdadeiro cristão
para estarem preparados para a luta; e são ferramentas que eram usadas,
literalmente, nas guerras daquele tempo: Couraça, espada, capacete, sandálias
apropriadas e o escudo.
Certamente naqueles tempos, não haviam tanques de
guerra, morteiros, armas de fogo, mísseis, bombas nucleares. A guerra era feita
homem a homem, cada batalha tinha em vista destruir homem por homem, não um
batalhão inteiro com um simples apertar de um botão. Daí a necessidade de cada
soldado estar vestido de forma adequada para a guerra.
O soldado, ele não só tinha de defender a própria
vida, mas também de atacar o seu inimigo como forma de defesa, pois quanto mais
inimigos sem condições de batalhar, maiores a sua própria chance de
sobrevivência. Isso nos mostra que as armas espirituais, a armaduda de Deus não
pode ser vista apenas como instrumentos para defesa, mas também são armas de
ataque.
Uma preocupação e era também uma das táticas possíveis
de batalha usadas naquele tempo, não era a de matar o inimigo, mas deixá-lo
vivo, contudo ferido e incapaz de batalhar.
Isso era assim, pois se um soldado morresse, ele era deixado para trás e
o batalhão seguia adiante. Mas, se o soldado fosse ferido e não morresse, outro
soldado deixaria de batalhar para ajudar o amigo ferido, e assim ao invés de
menos um soldado para lutar, seriam dois soldados a menos para lutar.
Esta é uma estratégia de Satanás. Quando ele ataca,
ele não quer eliminar de vez o crente, ele quer que este crente ferido leve
outros com ele para que o exército de Cristo seja enfraquecido de forma mais
rápida. E ao invés de a igreja contraatacar as hostes inimigas avançando em
terreno sombrio, ela se torna vencida, e, assim, ao invés de fornecer luz, a
igreja se torna apagada, sombria, sem vida.
Não é sem razão que o contexto
anterior ao texto que lemos hoje, o foco do cuidado de Paulo estão os
relacionamentos que acontecem e se firmam nas casas dos membros da igreja. Ele
fala no relacionamento entre servos e senhores Ephesians 6:5 Quanto a vós outros, servos,
obedecei a vosso senhor segundo a carne com temor e tremor, na sinceridade do
vosso coração, como a Cristo, fala também do relacionamento entre
pais e filhos Ephesians
6:1 Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. e
inicia esta questão sobre os relacionamentos falando do relacionamento entre
marido e mulher Ephesians
5:22 As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor;
Assim, Paulo aborda tais
relacionamentos e logo em seguida sobre a questão da batalha espiritual a que
estamos submetidos, pelo simples fato de que ele sabia que o foco dos ataques
de satanás onde surtem mais efeito está dentro dos lares dos crentes. Quando se
destrói os lares dos crentes, em qualquer das três esferas: seja no relacionamento
de servos e senhores, seja no relacionamento entre pais e filhos, seja no
relacionamento entre marido e mulher, o vitorioso daquela batalha é Satanás.
ENFASE DESTACANDO
AS TRÊS ESFERAS:
1. SERVOS E SENHORES;
2. PAIS E FILHOS;
3. MARIDO E MULHER.
É
por isso que Paulo inicia o seu texto apontando que a igreja existe, mas existe em meio de um
contexto de guerra.
O lar cristão é destruído e machucado quando este
cuidado não é levado em consideração por todos aqueles que moram em uma mesma
casa, e nas outras duas esferas que vimos, onde se possa carregar o nome de
cristão. A armadura de Deus é a única proteção efetiva que temos contra aqueles
momentos que Paulo chama de ciladas.
Estas ciladas não são, como muitos pensam, chamados
para a idolatria a outros deuses, ou quaisquer coisas aberrantes similares à
essa. A palavra ciladas em
seu original tem o sentido de artifícios, truque, arte, malandragem; ou seja, é
algo que, para nós, não aparenta ser muito mal aos olhos de Deus. É algo também
que possa passar desapercebido pelos nossos critérios.
Talvez, até maldosamente, possamos imaginar que Deus
não se importará com um pecado tão sutil, tão pequeno. Estas ciladas são
aquelas situações em que até mesmo muitos ministros do evangelho não vêem ser
muito mal; e apesar de serem momentos de provação são momentos que podem ser
ultrapassados e até mesmo dito como que vencidos pelos a próprios crentes; mas
que aos olhos de Deus são de fato coisas terríveis e que precisam ser vistas
como tais por todos nós.
Estas ciladas são aqueles pecados que sabemos ser
pecado, mas que não damos muita importância a eles preferindo assim o nosso bem
estar, do que carregarmos a nossa cruz e seguir a Cristo.
A armadura de Deus tem o propósito de nos colocar
firmes diante destes momentos de provação. A de se pensar que se falta algum item
desta armadura, é exatamente ali que será o foco do ataque de satanás.
Logo quando os assírios inventaram a armadura, os
exércitos inimigos tinham grande dificuldade em abater aqueles que faziam uso dela.
Pois os pontos vitais, como coração, cabeça e órgãos internos eram protegidos
contra qualquer golpe indireto.
Similarmente, de fato, os cristãos não podem ser
atacados de forma direta por Satanás, somente de forma indireta. Somente com a
permissão de Deus os seus filhos podem ser molestados por Satanás. Mas isso
precisa ser bem esclarecido:
1. Por que Deus permite que sejamos atacados, não quer
dizer que podemos jogar a culpa em Deus por causa de nossos pecados, por causa
de nossas quedas.
2. Por que Deus permite que sejamos atacados, não quer
dizer que podemos também colocar a culpa no diabo por que caímos no pecado;
3. Por que Deus permite que sejamos atacados não quer
dizer que devemos facilitar as coisas para o diabo e cair de vez no pecado,
justificando uma fraqueza de nossa parte em não suportar as tentações.
É para esse fim que a armadura de Deus está à nossa
disposição, para que fiquemos firmes nas horas destes ataques e não sejamos
crentes infantis ao ponto de desistir da batalha ou de jogar a culpa em outro.
Jogar a culpa no outro e desistir é muito fácil; aliás
este é o caminho que os fracos e covardes escolhem. Difícil é assumir as suas
responsabilidades e enfrentar todas as dificuldades que você julga ter para
carregar a sua cruz com o fim de honrar, de fato, o Nome do Senhor da Igreja;
mas é exatamente isso que o Senhor espera de todos nós. E se você não faz isso,
você é um fracasso de crente, ou talvez, nem seja um.
Ainda no versículo 12, vamos lembrá-lo mais uma vez:
12 porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Para o prejuízo do evangelho, muitos crentes imaginam
que o que passam são coisas corriqueiras da vida. Passam dias e dias, horas e
horas, pensando em seus problemas, em suas dificuldades, em suas angústias.
Estas mulheres e estes homens, que pensam dessa
maneira, são cegos espirituais que não enxergam que nós não somos simplesmente
seres de carne e osso com problemas meramente temporais e carnais. Somos seres
espirituais e também somos seres imortais espiritualmente falando, e seres com
problemas espirituais.
Deus não nos fez no jardim do Éden apenas com o corpo
constituído de carne, sangue e ossos. Nos diz o texto
Gênesis 2:7
Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. A palavra folego em hebraico é a mesma palavra
utilizada para espírito. Desta forma, uma possível tradução para este texto
poderia ser:
ENTÃO, FORMOU O SENHOR DEUS AO HOMEM DO PÓ DA TERRA E
LHE SOPROU NAS NARINAS O ESPÍRITO, E O HOMEM PASSSOU A SER ALMA VIVENTE.
A palavra espírito aqui, não diz respeito aqui ao
Espírito Santo, mas diz respeito à alma do homem, ao seu espírito, ou seja, aquilo
que poderíamos dizer que é a parte imaterial e que não poderia se separar da
parte material que é a carne. Somos seres espirituais, por que o espírito é
constituinte de nossa pessoa.
Tanto é verdade que o castigo que veio sobre a
humanidade, por causa do pecado, foi exatamente separar o que não poderia ser
separado, ou seja, a alma do corpo; é quando dizemos que alguém morreu.
Tal problema espiritual, a morte espiritual é que nos
proporcionou a morte do corpo. O pecado é o causador da morte tanto do espírito
quanto do corpo. Desta mesma forma, todos os nossos problemas, tudo aquilo que
vivenciamos de ruim, inclusive as doenças, sejam elas psíquicas, emocionais, ou
corporais são consequência da morte espiritual do homem desde o Éden.
Algumas pessoas tendem a jogar a culpa em outras por
causa de seus problemas, mas não conseguem enxergar que todos os problemas que
vivemos são problemas espirituais que atingem diretamente: nossa forma de ver o
mundo, nossa forma de ver o próximo, nossa forma de ver a Deus, e também atinge
até a nossa própria maneira de olhar para os problemas que nos sobrevêm.
Estas pessoas têm por hábito, pecaminoso, de julgar a
tudo e a todos segundo a sua própria ótica, segundo sua própria pecaminosidade
e acham que estão certas. Acham que estão certas por que estão cegas e não
conseguem nem mesmo se enxergar diante de um espelho. Julgam conforme aquilo
que está em seus corações. Mas, Jeremias nos faz lembrar de algo: Jeremias 17:9 Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?
Quando deixarmos de tentar ver as coisas com a nossa
própria maneira de ver as coisas e começarmos a buscar como Deus vê as coisas,
e isso está revelado na Escritura, estaremos caminhando para termos a visão
correta de absolutamente todos os nossos problemas.
Notem que afirmei que estaremos caminhando para termos
a visão correta dos problemas e eu não afirmei que teríamos a solução de todos
esses problemas. Paulo tinha essa concepção bem clara quanto aos problemas que
vivemos e sabia muito bem que eles são absolutamente em suas entranhas, todos
eles, problemas de origem espiritual.
E problemas espirituais, não são apenas com origem em
nosso próprio espírito, mas também são problemas causados por seres
espirituais, certamente com consequências em todos os aspectos de nossas vidas.
Veja que no contexto que estamos da carta de Efésios, Paulo expôs
antecipadamente todas as possíveis relações dos crentes sendo elas três possíveis esferas de ataque e todas três
diziam respeito aos relacionamentos: Servos e Senhores, Pais e filhos, Marido e
mulher. Agora Paulo está afirmando que os responsáveis por estes ataques ao
menor âmbito da igreja que é o contexto familiar, não são os próprios
familiares em si, ou os assaltantes que entram em nossas casas para nos roubar
e afligir, são os espíritos malignos, ou nas palavras de Paulo: as forças
espirituais do mal.
Contudo, certa vez, vimos que o Senhor Jesus em Mateus 10.36
nos aponta que os inimigos são os da sua própria casa; metaforicamente sim
nossos inimigos podem ser nossos próprios familiares; mas há casos em que eles,
de fato, são nossos inimigos, pois estão a serviço dessas forças espirituais do
mal; e talvez nem mesmo eles saibam que estão sendo usados como meros
instrumentos de satanás. Assim o perigo para nossas vidas é muito maior, pois o
nosso real inimigo de nossas almas é invisível.
Se tomarmos como exemplo a vida de Jó, veremos que a
autoridade máxima a quem Satanás teve de recorrer para afligir a Jó, foi ao
próprio Deus. Deus assim ordenou quanto ao que poderia ser feito por Satanás
contra Jó.
Mas, mesmo tendo passado por tantas provações e ainda
permanecer fiel a Deus, a mulher de Jó se volta contra ele, e contra o próprio
Senhor Deus, ela assim falou a Jó:
Jó
2:9 Então, sua mulher lhe disse: Ainda
conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre.
Quando lemos esta mínima participação da mulher de Jó
em seu sofrimento, ao invés de ela estar ao lado do marido, sendo sua
companheira idônea, incentivando, levantando sua moral como diz a geração de
hoje, ela se levanta contra Jó e também contra Deus.
A atitude que ela toma tinha a intenção de provocar Jó
a fazer exatamente aquilo que Satanás pretendia que Jó fizesse. Desde o
primeiro momento em que Satanás intentou contra a vida de Jó, foi para que ele
blasfemasse contra Deus por causa de seus problemas.
Na última vez que foi quando Jó foi ferido de tumores
em todo o corpo, Satanás antes disso falou a Deus: 2.5
Estende, porém, a mão, toca-lhe nos ossos e na carne e verás se não
blasfema contra ti na tua face. Claramente a mulher de Jó estava ali a serviço
de Satanás, pois foi ela que afirmou que Jó deveria amaldiçoar, blasfemar
contra Deus e morrer.
Mas, em última instância, apesar de a sua mulher não
estar isenta de sua responsabilidade, aumentou-se-lhe o peso, pois ela se torna
tão responsável pelo mal que afligia a Jó quanto o próprio Satanás, pois ela se
tornou instrumento dele para provocar Jó contra Deus.
Temos muitos inimigos, podem ter certeza disso, mas o
maior deles, é aquele que está por detrás de todos os que lhe servem, é o
próprio Satanás com os seus anjos.
E se nosso inimigo é espiritual, não adianta querermos
lutar contra ele com nossas próprias forças, devemos ter também armas
espirituais para lutar contra forças espirituais. Por isso Paulo insiste:
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer
inabaláveis.
Veja que o fato de se usar a armadura espiritual, ou
como Paulo disse: a armadura de Deus ele não nos dá uma possibilidade remota de
vencer uma parte da batalha, ou da guerra. Ele não nos dá uma incerteza quanto
à nossa vitória, pelo contrário, ele simplesmente afirma a nossa vitória. E
essa vitória é de tal maneira que a nossa fé permanecerá inabalável.
Dizendo de outra forma: passaremos por dificuldades,
provações, lutas, tentações, injustiças, desavenças, invejas, discordâncias,
separações, mas não arredaremos o pé de nossa fé. Permaneceremos firmes, sem
nos deixar abalar por maior que seja a batalha. Isso é assim por que a armadura
não é nossa, mas é a armadura de Deus.
É maravilhoso quando percebemos uma harmonia em toda a
Escritura Sagrada. Isso de fato conforta grandemente nosso coração a cada dia
mais nos fazendo perceber que este livro não é um livro qualquer, mas é
inteiramente inspirado por um Ser completamente santo, puro, irrepreensível e
infinito em poder.
Séculos antes de Paulo nascer, o profeta Jeremias
afirmava para o povo idólatra de Israel: Jeremias 17:5 Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia
no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!
O que Jeremias está dizendo é maldito o homem que confia em si mesmo, ou confia
em outro homem para sua salvação. E Jeremias conclama ao povo para que o seu
coração esteja firmado apenas em Deus: 7 Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o
SENHOR.
Da mesma forma Paulo está dizendo que a nossa
esperança, a nossa fé, não deve ser baseada na nossa própria força, no nosso
próprio entendimento, naquilo que pensamos ser o certo, mas apenas naquilo que
provém do próprio Deus. É desta forma que Paulo continua:
14 Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a
verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. 15 Calçai os pés com a preparação
do evangelho da paz; 16 embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do Maligno. 17 Tomai também o capacete da
salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;
Não devemos aqui tentar separar o que cada parte da armadura
tem haver com aquilo ao qual ela foi comparada. Por que não seria de fato o
cinturão da justiça, ao invés de couraça da justiça? Nós não temos nenhum outro
paralelo bíblico no qual possamos nos apoiar para afirmar o motivo de cada
comparação feita aqui. Nós podemos incorrer em um erro e até mesmo sermos um
tanto alegóricos se tentarmos fazer tentar explicar essas comparações.
A intenção de Paulo não é fazer comparações
específicas entre armas espirituais e as partes de uma armadura; mas sua finalidade
é a de mostrar a utilidade de se usar as armas de Deus ao invés das nossas. Expondo
dessa maneira nós podemos ter a segurança de haver uma maior exatidão da
exposição do texto. Assim, então, nós temos:
Verdade
– em um mundo que cada um tem a sua desculpa; cada um tem a sua maneira de
pensar segundo seu próprio entendimento das coisas do dia a dia, até mesmo tem
a sua maneira de pensar sobre as coisas de Deus, e sobre o próprio Deus, estas
pessoas se afastam cada vez mais da verdade. A verdade para elas é quando olham
para dentro de si mesmas buscando uma justificativa para seus atos e suas
atitudes.
Mas, isso não é verdade, isso se chama subjetividade,
ou seja: é a verdade a partir do sujeito, e a verdade não vem de dentro, não é
subjetiva, pois vem de fora do homem. Por isso afirmamos que a Verdade é objetiva,
e foi por isso que Jesus afirmou que a verdade não é algo que cada um pode ter
a sua; a verdade não é algo que cada um julga e usa do modo como quer, mas a
verdade é a Palavra de Deus, inspirada, inerrante e que aponta para o cerne de
nossa alma nos esquartejando e mostrando todas as nossas imundícias e pecados que
estão expostos diante de Deus e nos mostra como realmente somos. Essa é de fato A VERDADE!
Justiça – a justiça não se trata da nossa justiça. Não se
trata daquilo que julgamos ser justo ou injusto. A justiça é todo desígnio
deixado por Deus. Jesus quando foi ser batizado e João Batista inicialmente não
quis batizá-lo, Jesus então afirmou: Mt. 3.15 “Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém
cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu”.
Em outras palavras, Jesus convenceu a João de que seu batismo era necessário,
para que tudo aquilo que Deus havia prescrito para os seres humanos cumprirem,
era papel do Messias cumprir rigorosamente, sem falhas.
Evangelho
– sem o evangelho não há conhecimento para salvação.
Sem o evangelho nós mesmos não conseguimos enxergar que somos pecadores, muito
menos conseguimos enxergar a condição daqueles que estão à nossa volta. O
evangelho é o que nos nivela por baixo. A Cruz de Cristo nos nivela a todos
como pecadores, tanto aqueles que aceitaram a Cristo, como da mesma forma
aqueles que não o aceitaram. O efeito dessa aceitação ou não da mensagem do
evangelho aí vai depender da reação de cada um à essa mensagem.
Por isso, o evangelho também nos mostra que aqueles
pecadores que aceitaram a Cristo, Cristo se torna mediador deles para aplacar a
ira de Deus que tem como alvo todos aqueles que ainda não aceitaram a Jesus
Cristo como Senhor (Jo 3.36 e Mt 3.7). E
esta ira será manifesta no momento da morte deles, ou daqueles que ainda não
tiverem morrido, quando Cristo voltar.
Fé – é a ...certeza das coisas
que se esperam... Por mais que os problemas possam parecer grandes
em sua vida e que você se ache pequeno diante deles, sem esperança; saiba que
para Deus não há impossíveis. Tudo o que vivenciamos são fatos que, em última
instância, resultarão na glória de Deus. Mesmo que para nós a resposta não seja
a que queremos, certamente Deus está conosco em todos os momentos de nossas
vidas, tantos nos bons, e principalmente nos ruins.
A fé também tem uma origem objetiva, ela não se trata
de um produto humano e, tão pouco deve ser confundida com o que os místicos
modernos chamam de pensamento positivo. Paulo quando afirma aos Efésios no
capítulo 2.8 sobre a origem da fé, ele afirma que ela é um “presente (dom) de Deus”. E quando
comparamos esse texto de Paulo com o texto de Hebreus
12.2, o autor vai confirmar essa origem afirmando de que o crente
deve correr a sua carreira cristã “...olhando firmemente para o autor e consumador da fé,
Jesus...”. A fé, definitivamente, não é originada no
coração humano, mas é parte dessa armadura que Deus nos presentiou para que
fizéssemos uso dela em nossa luta diária.
Salvação
– Se você aceitou a Cristo como seu único Senhor,
tenha de fato a convicção de sua salvação, ponha-se de pé, comece a perceber
que você possui uma armadura e venha para a guerra. Algumas vezes podemos não
ter a certeza de nossa salvação e até mesmo duvidarmos de nossa eleição.
Estes momentos são momentos em que estamos sendo atacados,
são momentos em que estamos desatentos, momentos em que a nossa própria cobiça
nos enche o coração e até mesmo podemos vacilar, cair em pecado.
Mas, se o pecado não é algo persistente e comum em sua
vida, se você todos os dias luta contra o pecado, saiba que Jesus é o nosso
advogado junto ao Pai, que intercede dia e noite por nós. E que se nos
humilharmos diante dele, rogar seu perdão, Ele restaurará em nós a alegria da
salvação.
Espada – Palavra –
que, aliás, é o único ítem mencionado em toda a Bíblia em comparação de sua
utilidade. Esse é o único item da armadura que encontramos parelelos por toda a
Bíblia onde são estabelecidas comparações. E, certamente, fazendo uso das
próprias comparações que a Escritura faz de si mesma, não estaremos errando nem
muito menos sendo alegóricos.
a. Desta maneira, a primeira utilidade da Palavra é
exatamente para mostrar como nós somos. Tiago nos afirma que todo aquele que lê
a Palavra ele se vê como de fato ele é, pecador, ela é comparada a um
espelho. E se praticar a Palavra não se esquecerá jamais de que é um
pecador e assim não incorra no erro da soberba em afirmar que não tem pecado. Tg 1.23 Porque, se alguém é
ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num
espelho, o seu rosto natural;
b. A Palavra também é a própria verdade, como disse
Jesus em João
17.17, Pai, santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade.
Vimos que o primeiro item da armadura de Deus é a verdade. Ali, não se define
sua utilidade, mas se define o que é a verdade em contraste com o que o mundo
diz ser a verdade. Já aqui, a espada mostra a utilidade dessa verdade que
primeiramente é para mostrar como nós somos. E em segundo lugar ela é
instrumento de santificação para nossas vidas como o próprio Senhor Jesus
afirmou.
É com esse instrumento da verdade,
com a instrumentalidade da Palavra, que tomamos conhecimento daquilo que ofende
a santidade de Deus e é algo que não pode ser apenas teoria na vida do crente,
mas deve ser prática em nossas vidas.
É com essa verdade
que o crente deverá lutar contra as ciladas do diabo, bem como lutar contra o
próprio pecado, contra a própria cobiça, lutar contra todo o seu ego que vai fazer
de tudo para solapar a glória de Deus em sua própria vida.
Se compararmos a malignidade de satanás em comparação à
malignidade do nosso próprio pecado; a malignidade de satanás é ínfima em
relação àquela que está enraizada nas nossas almas: a malignidade do pecado.
Por isso, a verdade do evangelho de Cristo é aquele
único meio de nos tornarmos homens e mulheres livres dessa amarra: por isso o
Senhor afirmou: E
conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.
c. Em terceiro lugar, a Palavra serve para ataque e
defesa. Quando Jesus foi tentado pelo diabo, Ele não usou outra coisa para se
defender dos ataques, a não ser a própria Palavra de Deus. Da mesma forma o
salmista afirma: Guardo no coração a Tua Palavra para não pecar contra ti. Da
mesma sorte, Paulo quando escreve a Tito afirma que os insubordinados que
ensinavam fábulas judaicas deveriam ser calados e que a sã doutrina fosse
pregada e ensinada; ali a Palavra é arma
de ataque. Tt.
1.10 – 2.1 Titus 1:10-16
10 Porque existem muitos insubordinados, palradores frívolos e
enganadores, especialmente os da circuncisão. 11 É preciso fazê-los
calar, porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por
torpe ganância. 12 Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que
disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos. 13
Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam
sadios na fé 14 e não se ocupem com fábulas judaicas, nem com
mandamentos de homens desviados da verdade. 15 Todas as coisas são
puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque
tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. 16 No
tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por
isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra. 1
Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.
Em quarto lugar a Palavra serve para instruir as
pessoas em como devem proceder em suas vidas cristãs... Paulo ao escrever para Timóteo
em II Timóteo
3.16-17 afirma que a utilidade da
Palavra é para ensinar todos os tipos de crentes, sejam neófitos ou com
bastante vifência na igreja; a Palavra também é para corrigir os faltosos, é para
repreender aos vascilantes na fé; para que os homens sejam educados na justiça
de Deus, ou seja nos seus mandamentos.
Mas, toda esta instrução de Paulo sobre a guerra
espiritual, sobre toda a armadura de Deus não tem nenhuma validade se a vigília
não for constante:
18
...com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos...
Tal vigilância deve ter como alvo das orações, não
somente a si mesmo, mas a todos que estão à nossa volta. Todos os nossos
familiares, aos membros da igreja, aos faltosos, aqueles que têm se mostrado
insubordinados à Palavra de Deus.
É por este motivo que Jesus afirmou: Mateus 26:41 Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca.
Se permanecermos somente com a teologia, com o
conhecimento bíblico, isso vai ser a nossa ruína. Da mesma forma, se não
aprofundarmos cada vez mais na teologia e colocá-la em prática seremos tidos
como crentes carnais, como disse Paulo seremos ...como crianças em
Cristo, ainda necessitados de leite.
Temos que aprofundar cada vez mais em conhecimento
Biblico sim, não fazer com o texto bíblico igual quando se põe comida quente
para um cachorro, e ele na ansiedade de comer fica lambendo as beiradas, porque
por experiência anterior queimou a boca quando tentou ir ao fundo, e assim
seremos se também não aprofundarmos nos textos sagrados, ficaremos apenas nas
beiradas; devemos ir fundo, e nos apercebermos de nossa própria condição para
que de fato sejamos cauterizados com a tenaz em brasa, assim como foi na visão
de Isaías no capítulo 6 quando viu a santidade de Deus e confessou seu pecado e
do povo à sua volta, e ele ouviu do anjo o que aquilo significou: Isaías 6:6-7
6 Então, um dos serafins voou para mim,
trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; 7 com a
brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua
iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado.
Mas tem de haver um equilíbrio, temos de estar também
em constante oração para que não caiamos em tentação; e, também como disse
Paulo, rogando por todos os santos. Atente para o que o texto diz e a forma que
ele diz: suplicando
por todos os santos, e não está escrito, suplicando para todos os santos. Existe uma enorme diferença entre
uma coisa e outra. Se dissermos rogando para todos os santos, estamos afirmando
que existe mais de um mediador entre o homem e Deus e que eles podem rogar a
Deus por nós. Mas, não é isso que está escrito: A palavra está bem clara: ...suplicando por
todos os santos. Isso nos mostra que devemos nós mesmos rogar a Deus,
por meio de Cristo, em favor de todos os que são crentes.
Você tem usado a armadura de Deus? Sua armadura está
completa?
Veja que onde estiver faltando um pedaço da armadura, ou
uma parte da armadura meio enfraquecida, ali é onde você corre o grande risco
de ser ferido.
A ordem disposta no texto de Efésios nos mostra que
Paulo, ao escrever sobre a armadura de Deus, estava com a nítida preocupação com
o núcleo formador das possíveis relações pessoais dos membros da igreja: servos
e senhores, pais e filhos, marido e mulher.
A armadura de Deus são instrumentos espirituais
colocados à disposição dessas três fontes de membresia na igreja a fim de que a
igreja, como um todo, cumpra o seu papel na visão bíblica do propósito de
existência da igreja: o de ser uma Torre de Luz em meio a um, mundo obscuro e
tenebrosamente imerso no pecado.
Contudo, a igreja só opera mediante seus agentes
constituintes: pais, filhos, servos, senhores, marido e mulher.
É por meio desses agentes pessoais que a igreja
cumprirá seu papel no mundo. É mediante o uso de toda a armadura de Deus, por
esses agentes pessoais, que o mundo poderá vislumbrar o testemunho da igreja.
O pecado notório de qualquer um desses agentes
pessoais é que trás uma derrota para igreja, trás uma imagem queimada da igreja
perante a sociedade na qual ela está inserida.
Exatamente por esse motivo que a disciplina
eclesiástica, a disciplina bíblicamente correta e aplicada corretamente a
qualquer pessoa do contexto da igreja que é que vai mostar ao mundo o quão
diferente a igreja é do próprio mundo; uma vez que a igreja se preocupa com a
pureza pessoal de cada um de seus membros, cada um de seus oficiais, cada um de
seus concílios.
O pensamento e atitude de “deixar pra lá”, o
punir simplesmente por punir, ou punir como ato de vingança, e nem mesmo a
política da boa vizinhança nunca deverão fazer parte da vida da igreja de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Que Deus tenha misericórdia de nossas almas, tenha misericórdia
de sua igreja.
Vigésimo
Oitavo Sermão: Efésios 6:18-24
18 com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para
isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos
19 e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a
palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, 20 pelo
qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar,
como me cumpre fazê-lo.
21 E, para que saibais também a meu respeito e o que faço, de tudo vos
informará Tíquico, o irmão amado e fiel ministro do Senhor. 22 Foi para isso
que eu vo-lo enviei, para que saibais a nosso respeito, e ele console o vosso
coração.
23 Paz seja com os irmãos e amor com fé, da parte de Deus Pai e do
Senhor Jesus Cristo. 24 A graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso
Senhor Jesus Cristo.
Ao expor o plano eterno de Deus para os crentes, para
serem membros de uma igreja planejada por Deus na eternidade, crentes de todas
as nações do mundo, iniciando pela nação de Israel; mostrou que a igreja não
tem portões nacionais, ou temporais.
À essa igreja, Deus mostrou que ela é a sua porta-voz
do evangelho, um evangelho único que também é eterno e começou a
materializar-se, aqui na terra, quando Deus afirmou suas primeiras palavras
gravadas em Genesis: “Faça-se a luz”. Naquele momento, o plano eterno de
redenção de seu povo começa a se materializar, se tornar realidade histórica.
Esse é o papel da igreja no mundo. Ser aquele
organismo vivo que proclama a realidade do único Deus vivo. É importante também
observar que a primeira coisa a se tornar real na história da humanidade é a
luz, aquela que seria responsável por iluminar a humanidade. Ao mesmo tempo em
que a igreja também foi criada para ser torre de luz para levar a verdade do evangelho
e o fazer notório à toda humanidade.
Em sequência, Paulo mostra a unidade da igreja e seus
menores grupos que a compõe: Marido e mulher, pais e filhos, servos e senhores.
E mostrou a cada um desses grupos problemas práticos que deveriam ser resolvidos
a fim de não mancharem o nome da igreja e de nosso Senhor Jesus Cristo.
Por fim, Paulo apresenta que tais problemas vividos no
nosso dia a dia, no dia a dia desses três grupos Marido e mulher, pais e
filhos, servos e senhores, são problemas, em primeira instância, problemas de
uma guerra espiritual em que todos os crentes estão inseridos nela, mesmo que
não aceitem, ou percebam isso. E que esses problemas precisam ser resolvidos
com as armas espirituais que Deus deixou à igreja.
Assim, Paulo encerrou sua explicação acerca da guerra
espiritual falando de que todas aquelas armas espirituais: a verdade, a
justiça, a vivência e a pregação do evangelho puro e verdadeiro, a fé, a
salvação, a Palavra de Deus como arma de ataque e defesa.
A igreja, por meio de seus membros, foi assegurada a
completa vitória, sem deixar qualquer chance para o inimigo, caso seus membros
fizessem o uso adequado de cada uma dessas armas.
Entretanto, Paulo faz uma ressalva. A ressalva é um se,
é um mas, que sem que ele tenha sido levado a sério, nada do que
foi prometido antes se tornará realidade. E este se, este mas, é
a oração.
18
com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto
vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos...
Paulo
enfatizou aqui que o soldado não é um guerreiro isolado do exército, e tão
pouco alguém que não mantenha uma linha direta de contato com o seu general. Esse
relacionamento é vital para a vida, não apenas do próprio crente, mas também,
como podemos ver no texto, que tal vigilância deve ter como alvo das orações,
não somente a si mesmo, mas a todos que estão à nossa volta. Todos os nossos
familiares, aos membros da igreja.
E
percebam que quando o apóstolo afirma com toda oração e súplicas, ele não está generalizando
aquelas orações feitas na hora das refeições, ou com um único e simples
objetivo de ação de graças. A súplica é algo mais objetivo. Isso significa que
o crente deve orar por questões específicas que afligem a si mesmo, aos crentes
de seu conhecimento, bem como problemas específicos vividos pela igreja.
Orando em todo tempo
Não
existe dia, hora, ou locais pré-determinados para se orar. Podemos até planejar
isso, mas a oração pode ser feita a todo e qualquer momento, sendo oportuno, ou
não. É por este motivo que Jesus afirmou: Mateus 26:41 Vigiai e
orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca.
A
maneira sábia de ser do cristão, é que ele precisa estar alerta a todo e
qualquer instante. A vigília precisa ser constante. O recruta no quartel é
colocado nas guaritas de vigilância. E algumas vezes durante a noite, o
sargento de plantão faz uma ronda por todo o quartel.
Se
o recruta for pego dormindo na hora de seu turno, ele é condenado imediatamente
à cadeia. Dali mesmo ele é posto na cadeia do exército. Um soldado
arregimentado, um soldado em serviço, não pode dormir. Um crente muito menos.
O
inimigo de nossas almas não descansa, nem dia nem noite. Pedro ao falar dessa
prontidão ele afirma dizendo:
1 Pedro 5:8
8 Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar;
Atente
para o que o texto diz e a forma que ele diz: suplicando por todos os santos, e
não está escrito, suplicando para todos
os santos. Existe uma enorme diferença entre uma coisa e outra. Se
dissermos rogando para todos os santos, estamos afirmando que existe mais de um
mediador entre o homem e Deus e que eles podem rogar a Deus por nós.
Mas
não é isso que está escrito: A palavra está bem clara: suplicando por todos os santos. Isso
nos mostra que devemos nós mesmos rogar a Deus, por meio de Cristo, em favor de
todos os que são crentes.
Assim,
a súplica se faz de forma específica pelos crentes e por problemas que os
crentes possam estar passando, ou pelo que sabemos que irão passar: uma
cirurgia, uma doença, um desemprego, etc.
Ainda
assim o Senhor Jesus nos ensinou no seu modelo de oração acerca de uma questão
específica pelo qual se deve orar.
Mateus 6:13
13 e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. Aqui, vemos a
necessidade de cada cristão, no seu relacionamento com Deus, nas suas orações,
devem também pedir de modo específico com respeito às tentações que lhe
sobrevêm. Caso seja a tentação pelo dinheiro, suplique a Deus especificamente
por isso; se por adultério, ore especificamente por isso; se por cobiça, ore
por isso; se por ódio mortal, ore por isso.
Até
o momento na carta aos Efésios, Paulo não falou muito da sua própria condição,
exceto de que estava preso e isso ele o faz de modo breve em dois momentos:
Efésios 4:1
1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno
da vocação a que fostes chamados,
Efésios 3:1
1 Por esta causa eu, Paulo, sou o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor
de vós, gentios,
E
quando Paulo afirmou que se orasse POR TODOS OS
SANTOS, que ele também fosse lembrado nessas orações, que seu nome
também fosse incluído. Entretanto, ao invés de pedir que fosse liberto da
cadeia, ou algo nesse sentido, Paulo nobremente solicita:
Efésios 6:19
19 e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a
palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho,
Paulo
tinha a consciência de que seu ministério era de extrema importância para o
crescimento da igreja no mundo. E em seu pedido específico de oração onde ele
solicita que seja incluído na oração por todos os santos, ele pede em favor do
evangelho e não de si mesmo.
Assim
como em outras ocasiões, Paulo pede ajuda aos crentes que intercedam por ele. O
fardo de ser um líder proeminente do evangelho era algo pesado e ele, em várias
outras ocasiões, pediu o auxílio dos crentes.
Romanos 15:30-31
30 Rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo
amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor,
31 para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu
serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos;
2 Tessalonicenses 3:1
1 Finalmente, irmãos, orai por nós, para que a palavra do Senhor se
propague e seja glorificada, como também está acontecendo entre vós;
Perceba
que, de igual modo, ao pedir as orações por si mesmo, ele o faz para que o
evangelho fosse propagado por meio dele.
Efésios 6.20 pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo,
eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo.
Apesar
das circunstâncias não serem as mais favoráveis a Paulo, ainda assim, ele enxergava
que, mesmo em meio ao sofrimento de estar encarcerado, era uma oportunidade de
se pregar o evangelho a toda criatura.
Os
guardas que faziam a sua vigilância eram constantemente mudados, pois eles
trabalhavam por turnos. Os membros do tribunal de Paulo que o visitavam a fim
de esclarecer questões acerca de sua prisão, a todos eles havia uma chance de
se pregar o evangelho, que nas Palavras de Paulo se tratava dos Mistérios de Cristo, ou mistérios do evangelho,
como ele afirma em sua carta aos Colossenses em Colossenses
4:2-4
2 Perseverai na oração, vigiando com ações de graças. 3 Suplicai, ao
mesmo tempo, também por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de
falarmos do mistério de Cristo, pelo qual também estou algemado; 4 para que eu
o manifeste, como devo fazer.
Essa
prisão de Paulo, é citada em Atos 28.20 pela qual ele estava preso a um soldado
romano através de uma algema. Atos 28:20
20 Foi por isto que vos chamei para vos ver e falar; porque é pela
esperança de Israel que estou preso com esta cadeia.
E
mesmo estando preso a um soldado, ele vigorosamente pregava o evangelho em
qualquer momento que fosse.
Ele
não via sua prisão como sendo algo vergonhoso. Para ele era uma honra estar
preso por causa do evangelho, por causa do nome de Cristo. Pelo contrário,
Paulo afirmou que ele era embaixador em cadeias... Definitivamente
como embaixador de Cristo era um posto de honra e não de vergonha.
Mas
aqui também é algo, no mínimo, um paradoxo. Como ser um embaixador se ele
estava preso? Um embaixador só pode ser embaixador se estiver livre. As
palavras de Paulo não soam equivocadas se entendermos de quem Paulo era
embaixador. E é justamente quando
entendemos de quem ele era embaixador que vamos também entender o motivo de
Paulo falar nos versículos
19... intepridez e ... 20 ... seja ousado para falar, como me cumpre
fazê-lo. Intrepidez e ousadia...
Ele
era embaixador do Rei dos Reis. Ele estava acima de qualquer outro embaixador
político, pois era embaixador do Rei do Universo. Os pequenos reis poderiam
prender Paulo em cadeias, mas jamais poderiam lhe tirar a liberdade de sua alma
em crer e pregar o evangelho de Cristo, o Senhor dos senhores, a quem quer que
fosse, até mesmo pregar aos seus algozes, aos seus malfeitores.
21 E, para que saibais também a meu respeito e o que faço, de tudo vos
informará Tíquico, o irmão amado e fiel ministro do Senhor.
Paulo, estando preso e ainda
necessitando comunicar-se com a igreja em todos os lugares precisava de pessoas
ligadas à ele, homens fiéis a Deus que tinham compromisso com Deus e com sua
Palavra.
Tíquico já era companheiro de viagens e pastor fiel
que acompanhava ao apóstolo desde a sua terceira viagem missionária, como vemos
Lucas registrar no livro de Atos.
Atos 20:4
4 Acompanharam-no [até à Ásia] Sópatro, de
Beréia, filho de Pirro, Aristarco e Secundo, de Tessalônica, Gaio, de Derbe, e Timóteo,
bem como Tíquico e Trófimo, da Ásia;
Como acabamos de ler, Tíquico era natural de uma das
províncias da Ásia. E, desde o primeiro momento em que Tíquico passou a
acompanhar a Paulo, passados cerca de quatro anos, o apóstolo o encarrega de
levar as cartas às igrejas. Ele foi a pessoa de confiança de Paulo para levar a
Palavra de Deus inspirada aos seus filhos.
22 Foi para isso que eu vo-lo enviei, para
que saibais a nosso respeito, e ele console o vosso coração. Paulo lhe confiou a missão de levar não apenas a
Palavra de Deus, mas também lhe confiou a missão de informar à igreja tudo o
que se passava com o apóstolo. A carta aos colossenses também foi entregue na
mesma ocasião por Tíquico o que vemos em Colossenses
4:7
7 Quanto à minha situação, Tíquico, irmão
amado, e fiel ministro, e conservo no Senhor, de tudo vos informará. E seguindo na mesma viagem, estava Onésimo que
chegou até Filemon com a carta específica de Paulo àquela igreja.
Num exército ninguém vence uma batalha sozinho.
Naquele tempo não existiam e-mails, facebook, whatsapp. As correspondências
eram levadas a pé. Por vezes eram necessários meses de viagem para se chegar a
algum lugar.
E, se hoje temos a carta os Efésios, e outras cartas
em nossas mãos, foi por causa de homens que Deus levantou como Tíquico, a quem
Paulo o bem definiu como sendo ministro fiel de
Cristo. Assim precisamos de crentes fiéis para serem líderes na
igreja do Senhor.
23 Paz seja com os irmãos e amor com fé, da parte de Deus Pai e do
Senhor Jesus Cristo.
Paz,
amor e fé foram os termos mais escritos e lidos nessa carta.
A paz entre os irmãos da igreja,
inclusive a paz entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre servos e
senhores, aos grupos de relacionamento trazidos por Paulo no contexto de guerra
espiritual.
O amor entre os irmãos e que,
deveras, jamais será um verdadeiro amor se quiserem tê-lo à parte do amor de
Cristo, à parte do amor de Deus, à parte da comunhão do Espírito Santo.
Sem dúvidas, também a expressão do
amor entre pais e filhos, jamais deixando de educá-los sob a disciplina e temor
do Senhor. E, com certeza, há de se esperar entre os crentes o amor entre
marido e mulher, o que foi enfaticamente trazido por Paulo no contexto dessa
carta.
A fé que não pode ser encontrada em
lugar algum, exceto no coração dos fiéis que foram agraciados com esse presente
de Deus. Pois, sem fé, é impossível agradar a Deus. De forma que Deus sabendo
de nossa incapacidade em produzir sublime certeza, compartilha conosco daquilo
que lhe é próprio.
24 A
graça seja com todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo.
Antes, o amor mencionado, foi nas
relações pessoais dos membros da igreja. Mas agora, Paulo fala do amor a Cristo
trazido de forma específica nesse versículo e ele o relaciona com a graça. Mas
qual a relação entre a graça e o amor do crente à Cristo?
A graça de salvação é perpetuada na vida dos que são
salvos. A perpetuação da graça é eterna. Uma vez infundida na vida do eleito de
Deus, ela jamais o deixará. E assim os crentes se voltam em amor à Cristo
também de forma contínua e crescente. A graça e o amor na vida do crente se
tornam um ciclo eterno que apenas cresce, jamais diminui, ou se extingue, se
tornou indestrutível, imortal.
Por isso o apóstolo em outro lugar afirma: 2 Timóteo 1:10
10 e manifestada, agora, pelo aparecimento
de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à
luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho, pois o objetivo da graça é trazer a salvação eterna,
por isso ele também diz em 1 Coríntios 15:42
42 Pois assim também é a ressurreição dos
mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória.
Conclusão:
1. A oração é um modo de vida desprezado por muitos
crentes. Precisamos entender a natureza da oração, bem como sua finalidade.
Deixamos de orar muitas vezes por mentir para nós mesmos de que tudo está bom e
que não precisamos nos dirigir de modo específico em nossas orações. Como
vimos, o diabo anda rodeando e vai abocanhar o fraco que pensa estar de pé.
2. O evangelho deve ser um modo de vida, algo que
precisamos passar a enxerga-lo como algo natural, tão natural quanto viver,
respirar e comer todos os dias. Mateus 10:33 mas
aquele que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai,
que está nos céus. Deixar de falar do evangelho é o mesmo que negar
a Deus, negar a Cristo, e tal coisa não passará desapercebida de Cristo.
3. Fiel ministro –
precisamos de homens fiéis para lutar lado a lado com aqueles que estão à
frente nas igrejas. Homens a quem a Bíblia chamou de presbíteros, diáconos,
homens de boa índole, boa fé, fiéis ao Senhor e à sua Palavra.
Precisamos
caminhar em sabedoria, precisamos crescer em números vencendo o inimigo da
igreja em cada batalha, arrancando as almas cativadas por ele e trazê-las ao
rebanho do Senhor.
Precisamos
enxergar que uma batalha perdida, uma alma perdida, de nosso meio, é uma
derrota para a igreja, para o corpo de Cristo e não para o pastor, somos um
corpo e dependemos uns dos outros.
A paz de Deus, que excede todo o entendimento, o amor
que jamais acaba e fé que vence o mundo são presentes de Deus aos seus filhos. São
produtos da graça que é eterna e indestrutível.
Crer nessas verdades é essencial ao crente para viver,
lutar e vencer nesse mundo tenebroso. A igreja não sobrevive sem que tais
coisas sejam vivas, e impregnadas na vida de cada Cristão.
Essa mesma igreja de Éfeso foi alertada por João em
sua carta de Apocalipse: Apocalipse 2:2-5
2 Conheço as tuas obras, tanto o teu labor como
a tua perseverança, e que não podes suportar homens maus, e que puseste à prova
os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos; 3
e tens perseverança, e suportaste provas por causa do meu nome, e não te
deixaste esmorecer. 4 Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro
amor. 5 Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das
primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro,
caso não te arrependas. Veja que a igreja de Éfeso era fiel na
pregação da palavra, combatia os hereges, perseveraram diante de muitas lutas,
mas se esqueceram do vigor do amor com o qual nasceram. Esta mesma igreja
desapareceu anos mais tarde e hoje se tornou um lugar onde habita a idolatria,
o ateísmo, a incompreensão do evangelho, e mais que isso, perseguem e matam
aqueles que se dizem cristãos.
Estamos vivendo à sombra de um pretenso governo que
odeia o Senhor, odeia os crentes, odeia a Palavra de Deus. Se esse governo
assumir, e a perseguição vier, a igreja de Mojú irá perseverar? Os crentes que
aqui estão permanecerão firmes diante da opressão, diante da perseguição? Ou
farão como Cristo profetizou em Mateus 24:10
10 Nesse tempo, muitos hão de se
escandalizar, trair e odiar uns aos outros;
Caso não chegue agora essa perseguição, é certo que um
dia ela virá. E não há como permanecer neutro nesse mundo. Ou de devotará a
Cristo, ou se devotará ao diabo. Ou se tornará um morto por causa de Cristo o
use tornará um assassino da igreja ao lado de satanás.
Lemos no começo do culto em nossa leitura sequencial
duas pessoas distintas que faziam parte da igreja visível, ambos aparentavam
pertencer à igreja do Senhor Jesus. Pedro e Judas. Um foi o traidor. E, nesse
ínterim, a Palavra nos diz que certamente haverão muitos Judas dentro das
igrejas mundo afora.
Mas uma coisa é certa. A justiça divina acontecerá, o
juízo final virá, e todo opositor de Deus e da igreja de Cristo será condenado
juntamente com satanás e seus anjos. Quanto aos filhos de Deus, ressurretos,
viverão conforme lemos e cremos: sem dor, sem tristeza, nem morte ou lágrimas,
sem fome, ou sede. Estaremos para sempre como Senhor desfrutando do seu
glorioso e eterno paraíso.
QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE SEU POVO
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