Muitos crentes e
igrejas evangélicas não aceitam o batismo infantil, não por que não há
evidências bíblicas acerca dela, mas pelo fato de se assemelhar ao batismo de
infantes pela igreja católica (ICAR).
Sendo que essa rejeição é muito mais emocional do que teológica. Isso se
dá pela ignorância da ICAR em afirmar
que o batismo infantil é necessário a fim de que a criança, caso morra na
infância, não morra pagã, mas que ela tenha um lugar assegurado no paraíso.
Nisso todos nós concordamos que não existe fundamento bíblico, pois a salvação
depende exclusivamente da obra meritória de Cristo na cruz. Como nos lembra
Paulo em Efésios 2.8 “porque pela
graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós é dom de Deus, não de
obras para que ninguém se glorie.”
Decorrente desse
pensamento de rejeitar tudo o que se parece com o catolicismo, igrejas
evangélicas repudiam o ato do batismo infantil, mesmo antes de estudar à
exaustão para afirmarem com segurança de que o mesmo não é válido, e até mesmo
chegam a afirmar que o ato é uma abominação a Deus. Muitos argumentos são
utilizados para afirmarem que esse batismo não pode ser feito e traremos à luz,
nessa questão de forma enfaticamente bíblica.
1.
O primeiro argumento, e o mais comum, é
também o mais superficial deles, e parte do texto da grande comissão (Marcos
16.15-16) dada por Jesus aos apóstolos. Assim diz o texto: “15 E disse-lhes: Ide por
todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. 16 Quem crer e for batizado será salvo; quem,
porém, não crer será condenado....”
a.
O argumento que usam para não batizar uma
criança é de que segundo seu entendimento o texto diz que tem que primeiro crer para depois ser
batizado.
i. PRIMEIRO CONTRA ARGUMENTO: Aparentemente
o argumento pode parecer lógico, mas nem tudo que parece lógico é certo. Se
pudermos usar a lógica para determinar a validade desse argumento, também
podemos usá-la para invalidá-lo, torná-lo nulo. Para isso podemos usar a
matemática como exemplo, nada mais lógico do que a matemática, não é mesmo? Façamos
a seguinte conta: 3+2=5. Isso é lógico! Mas também é lógico que 2+3=5. Nesse
caso a ordem das parcelas não altera a soma. O argumento que usam sobre a
invalidade do batismo infantil nesse texto, fundamenta-se no “e” que aparece entre os atos de
“crer E ser batizado”, como
se esse “e” determinasse a
ordem em que as coisas deveriam acontecer, ou seja primeiro crer “e” depois ser
batizado. Da mesma forma que na língua portuguesa, no grego (a língua em que o
Novo Testamento foi escrito e inspirado), o e não tem característica de ordem de acontecimentos por si
só, mas implica em uma soma das coisas a serem feitas não importando a ordem
que venham a acontecer. Um exemplo disso na nossa língua poderia ser a frase:
“João, vá para mim na padaria “e”
no açougue.” A ordem em que João deveria fazer duas coisas não está explícita
no texto, mas está explícito que as duas coisas deveriam ser feitas. Se
houvesse uma ordem a ser seguida por João o texto deveria estar assim: “João, vá
primeiro na padaria, “e” depois vá no açougue”. Aqui a ordem em que as coisas
deveriam acontecer está expressa quando se usou as palavras primeiro “e” depois. A letra “e”
por si só não implica em ordem de acontecimentos.
ii. SEGUNDO CONTRA-ARGUMENTO:
podemos usar a questão da conversão pessoal e do próprio batismo. A Bíblia
claramente tem vários títulos para conversão pessoal: nascer de novo (João 3.3), ser selado com o
Santo Espírito da promessa (Efésios 1.13), o nascimento pelo Espírito, etc; são
todas elas formas de dizer que houve conversão, ou que há necessidade de
conversão na vida de um indivíduo. O batismo frequentemente e acertadamente é
interpretado como o nascer da água. Apesar de não concordar com o silogismo, os
próprios evangélicos dizem que ao batizar “nas águas” evidencia a morte para o
pecado e o nascimento para a vida eterna. Ou seja, o batismo é o nascer da
água. Quando Jesus fala da salvação a Nicodemus ele põe nos seguintes termos em
João 3.5-6 “Respondeu Jesus: Em
verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode
entrar no reino de Deus. O que é nascido
da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito.” Aqui
existe uma ênfase inversa à do texto de Marcos. Implicando primeiro em ser
batizado (nascer da água) e depois havendo uma necessidade de conversão (e do
Espírito). Se formos interpretar esse “E”
da mesma forma que no texto de Marcos o que seria totalmente justo, a
ênfase dada por Jesus teria a ordem cronológica de acontecimentos em que
primeiro se deveria batizar, e depois haver a conversão.
iii. O TERCEIRO CONTRA-ARGUMENTO: NO
TEXTO DE MARCOS 16.15-16 a ordem dada
por Jesus aos discípulos era para se começar a igreja, pregar o evangelho, é
lógico e evidente que se os discípulos pregassem a um bebê ele não iria
entender a mensagem do evangelho, nem mesmo propagá-la. Como começar uma igreja
pregando para bebês? Por isso a ênfase nesse texto em pregar, crer e ser
batizado, o que não implica em descartar o batismo infantil.
iv. O QUARTO CONTRA-ARGUMENTO: Páscoa
– ceia
Circuncisão – batismo
É fato que somente pode participar da ceia quem é batizado?
Também é fato que a ceia é a substituição da páscoa? Também é fato que o Novo
Testamento é o cumprimento do Velho? Sendo assim se o batismo não é a
substituição da circuncisão, então a ceia não pode ser a substituição da
páscoa, uma vez que foi ordenado a Moisés:
Êxodo 12.43-49
43 Disse mais o
SENHOR a Moisés e a Arão: Esta é a ordenança da Páscoa: nenhum estrangeiro
comerá dela. 44 Porém todo escravo
comprado por dinheiro, depois de o teres circuncidado, comerá dela. 45 O estrangeiro e o assalariado não comerão
dela.
46 O cordeiro há de ser comido numa só casa; da
sua carne não levareis fora da casa, nem lhe quebrareis osso nenhum. 47 Toda a congregação de Israel o fará. 48 Porém, se algum estrangeiro se hospedar
contigo e quiser celebrar a Páscoa do SENHOR, seja-lhe circuncidado todo macho;
e, então, se chegará, e a observará, e será como o natural da terra; mas nenhum
incircunciso comerá dela. 49 A mesma lei
haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós.
Somente poderia comer da páscoa
quem fosse circuncidado, da mesma forma que só participa da ceia quem é
batizado. Desta mesma sorte, vemos em Atos 2.38 e seguintes que a promessa de
Deus, referindo-se Pedro ao Batismo, caberia aos que cressem na pregação do
evangelho e se arrependessem, e também caberia aos seus filhos, por que para
eles também era a promessa. Assim como vimos que haveria uma total restrição em
participar da páscoa exigindo-se a circuncisão, da mesma sorte só se participa
da ceia quem é batizado. E se a circuncisão era feita aos oito dias de idade,
também o batismo deve ser ministrado aos menores.
Aqui vemos que o batismo não é um
sinal da conversão espiritual, mas é um sinal da aliança feita com Deus, por
ser uma substituição da circuncisão que a mesma é um sinal da aliança.
Alguém poderia afirmar. Se então
os menores devem ser batizados e o batismo é uma condição para se participar da
ceia, então os menores batizados também devem participar da ceia. A argumentação não é válida, uma vez que
Paulo ao instruir sobre a ceia advertiu: “quem come e bebe sem discernir
o corpo, come e bebe juízo para si”. A advertência de Paulo não faz restrições
quanto à idade de discernimento. Tanto vale ela para um menor que não discerne
coisa alguma, como também para o adulto que não sabe o que está fazendo.
Assim sendo a lógica do argumento
diz que todo aquele que pode participar da Ceia, é somente aqueles que foram
batizados. Mas isso não significa que todos os batizados devem tomar da ceia.
v. O QUINTO CONTRA-ARGUMENTO
Surge outro argumento a partir da relação entre o tipo e o
que ele apontava no futuro. No caso da ceia, se a páscoa era o tipo da ceia e,
na páscoa uma criança poderia participar dela, por que uma criança não poderia
participar da ceia? Querendo se afirmar com tal objeção de que a páscoa não era
tipo de ceia, a fim de oferecer suporte para o argumento de que a circuncisão não
seria tipo do batismo.
A princípio poderia rejeitar tal questionamento pelo fato de
a páscoa ter sido substituída pela ceia não se trata de uma doutrina desenvolvida
ao longo de séculos pela igreja, mas foi uma afirmação clara de Jesus falando
da mudança para Nova Aliança no texto referido como sendo a “última páscoa”.
Entretanto, vamos argumentar como se tal declaração de Cristo não tivesse efeito
sobre a ceia, ou a páscoa.
Sobre essa questão há duas coisas a se dizer.
A primeira coisa a se dizer sobre esse ponto, é que, na
páscoa, não se pode afirmar categoricamente que as crianças participavam dela,
até uma certa idade. O texto da instituição da páscoa é bastante esclarecedor
nesse sentido.
Êxodo 12:3
3 Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez
deste mês, cada um tomará para si um cordeiro, segundo a casa dos pais, um
cordeiro para cada família.
De forma generalizada, o texto afirma que o cordeiro era
para a família. Entretanto, isso não significa que bebês de colo participavam
dela e o motivo era bem simples. A menos que se pretendesse matar um bebê de indigestão
dando a ele: pão, ervas amargas e carne de cordeiro, e para complicar um pouco
mais, quiçá um bocado de vinho, a páscoa não era dada aos lactentes. Há indicação
clara no texto de que havia uma idade própria em que a criança pudesse
participar da páscoa.
Êxodo 12:24-27
24 Guardai, pois, isto por estatuto para vós outros e para
vossos filhos, para sempre. 25 E, uma vez dentro na terra que o SENHOR vos
dará, como tem dito, observai este rito. 26 Quando vossos filhos vos
perguntarem: Que rito é este? 27 Respondereis: É o sacrifício da Páscoa ao
SENHOR, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando
feriu os egípcios e livrou as nossas casas. Então, o povo se inclinou e adorou.
A revelação foi progressiva pelo simples fato de que essa é
a forma com que Deus sempre fez uso da revelação. Quando temos a orientação de
Paulo aos Coríntios acerca de quem poderia comer da páscoa e ele orienta
afirmando em 1 Coríntios 11:29 “...pois quem come e bebe sem discernir o corpo,
come e bebe juízo para si.” Tal ensino de Paulo não é algo novo, não é algo que
ele tirou da cartola para complementar o seu argumento. Havia algo no AT que
lhe fosse o ponto de partida para fazer tal afirmação, Deus revelando
progressivamente.
Perceba que, no texto de Êxodo sobre a instituição da páscoa,
o sacramento deveria ser guardado de forma perpétua. Além do significado
intrínseco de perpetuidade (para sempre, mas com os devidos
aperfeiçoamentos que foram esclarecidos na progressividade da revelação no NT),
ainda temos descoberta no texto a ideia de que a criança chegou à idade da
razão. Ela questiona acerca do rito. Ela questionando acerca do rito é uma indicação
de que ela poderia participar da páscoa. Não seria mais dependente de leite,
podendo digerir outros tipos de alimentos, e já teria também capacidade de indagar
e conhecer a razão por detrás do sacramento.
Em segundo lugar, como vimos, tudo o que é tipo está
inserido dentro do contexto da progressividade e continuidade da revelação até
que o tipo fosse substituído por aquilo que ele simbolizava do passado com
vistas ao futuro. Desta maneira, tais substituições foram todas necessárias
dadas às imperfeições de todos os tipos.
Um simples exemplo que podemos usar é o de Melquisedeque, ou
outro qualquer que tipificasse a Cristo. Se eles atendessem a todo os requisitos
do que eles simbolizavam, Cristo, não haveria necessidade de mudança da sombra
para a perfeição, do tipo para o que ele representava. Não haveria necessidade
da encarnação de Cristo, pois o tipo por si só já seria suficiente. A característica
inerente de todo tipo é a imperfeição e necessidade de mudanças, aperfeiçoamento.
Assim, tanto o tipo da páscoa como da circuncisão eram imperfeitos, e careciam
de aperfeiçoamento e mudanças tais como as que ocorreram vindo a perfeição do
que simbolizavam: ceia e batismo.
Batismo por aspersão ou imersão?
1. Vários batismos em Atos.
Muitos podem citar os batismos narrados
em Atos, como sendo apenas batismos pelo Espírito Santo. Mas uma breve reflexão
nos textos, logo essa possibilidade é descartada como passamos a seguir.
1. Os ditos sobre batismo em Atos, ao invés de se referirem
ao batismo com água, quando não explícitos, podem muito bem se referir ao
batismo com Espírito Santo, o que deixaria esses textos em suspenso em relação
ao batismo por aspersão ou com relação ao batismo infantil.
a. Com
respeito ao texto de Atos 2.38, claramente se vê que há duas referências
distintivas entre o batismo, e o dom do Espírito Santo, mostrando que não se
trata de uma e mesma coisa. Portanto o batizar aqui não significa batismo com o
Espírito Santo, uma vez que ele é citado posteriormente à palavra batismo, e se
tratando de eventos em momentos diferentes, e que, portanto, a palavra batismo
não pode ser entendida diferentemente de batismo com água.
i. Neste
dia foram batizadas três mil pessoas. Ali estavam onze pessoas autorizadas por
Jesus, até o momento, para realizar o batismo; os apóstolos. Essa quantidade de
gente batizada significa que cada apóstolo batizou em um único dia cerca de 272
pessoas. Isso é completamente absurdo e improvável dadas as condições físicas
que se exigiria de cada um para batizar por imersão essa quantidade de gente. O
que não seria um absurdo se o batismo fosse por aspersão.
b. Com
respeito ao texto de Atos 8.7-15, não existe possibilidade de que o batismo
mencionado no texto pode estar se referindo ao batismo com o Espírito Santo,
uma vez que o batismo recebido pelos de Samaria é mencionado no versículo 12, e
o batismo com o Espírito Santo do mesmo povo de Samaria é mencionado em ocasião
diferente, somente após a ida de Pedro à cidade e que ele orava pelas pessoas.
O que é referido no versículo 15. O batismo aqui citado, é portanto, o batismo
com água.
c. Quanto
ao batismo de Cornélio e dos que com ele estavam não pode de forma alguma ser
referido que essa palavra batismo se refira ao batismo com o Espírito Santo,
uma vez que a resposta de Pedro ao que havia acontecido (batismo com Espírito
Santo) era de que não se poderia negar o batismo com água uma vez que já haviam
sido batizados com o Espírito Santo, ou seja, a conversão (batismo com Espírito
Santo, de acordo com Efésios 1.13 e João 3.5) sua conversão ocorreu antes do
batismo com água. Como é de fato claramente dito em Atos 10.47-48. Uma
observação a ser feita é que no texto de João 3.5 ocorre primeiramente o
batismo com água e depois a conversão. (ver comentário sobre batismo infantil);
o batismo de Cornélio e dos seus aconteceu ali mesmo, na sua casa. (possibilidade
única – aspersão)
d. Quanto
ao texto de Atos 18.7-8, quando Lucas se refere ao batismo de Crispo e todos os
de sua casa, foi quando Paulo esteve em Corinto fundando a igreja de lá, citado
em Atos 18.7-8, não pode nunca o termo “Batizados” se referir ao batismo com o
Espírito Santo, uma vez que quando Paulo escreve sua carta a essa mesma igreja
que ele começou em Corinto, ele cita o Batismo de Crispo e os de sua casa, como
sendo ele o feitor do batismo, ou seja, Paulo foi quem batizou a Crispo, como
se vê citado claramente no texto de I Coríntios 1.14, e não o Espírito Santo.
Também de forma alguma pode-se entender que foi batizado Crispo, pelo Espírito
Santo, através de Paulo, porque haveria uma total necessidade de reconstruir-se
a frase em grego para se dar esse entendimento, o que chegaria a ser uma fraude
ao texto original. O detalhe que vemos além destes é que Crispo, muitos dos
coríntios foram batizados na casa de Tício Justo. (possibilidade única –
aspersão)
O que vemos nestes textos é que
estas pessoas foram batizadas com água e dentro de casa. A possibilidade de que
houvesse uma piscina em cada casa dessa é, no mínimo, ridícula. Foram batizados
por aspersão.
2. Atos
1:5 Porque João, na verdade, batizou com
água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes
dias. “Atos 2.3 E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e
pousou uma sobre cada um
deles”.
a. Nestes
dois versículos vemos a promessa de Jesus Cristo quanto à vinda do Espírito
Santo, chamando este evento predito de batismo com o Espírito Santo. Quando em
2.3 o evento predito acontece a forma que o Espírito vem até eles, é descrito
de forma metafórica que foi de cima para baixo, (pousou), uma forma de batismo
de cima para baixo, ou aspersão.
3. Paulo
em sua primeira carta aos Coríntios fala de um batismo a pés secos e de cima
para baixo: “1 Coríntios 10:2 tendo sido todos batizados, assim na nuvem
como no mar, com respeito a Moisés.” – o batismo no mar é uma
referencia à travessia do mar quando Deus abriu as águas.
4. “Êxodo 24.8 - Então, tomou Moisés aquele
sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o
SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras.” As formas veterotestamentárias de purificação
dos pecados, todas elas envolviam a aspersão.
5. “Êxodo 29.21 - 22 - Tomarás, então, do
sangue sobre o altar e do óleo da unção e os aspergirás sobre Arão e suas
vestes e sobre seus filhos e as vestes de seus filhos com ele; para que ele
seja santificado, e as suas vestes, e também seus filhos e as vestes de seus
filhos com ele. Depois, tomarás do
carneiro a gordura, a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas, o redenho
do fígado, os dois rins, a gordura que está neles e a coxa direita, porque é
carneiro da consagração”. “Levítico 7. 2 No lugar onde imolam o holocausto, imolarão a
oferta pela culpa, e o seu sangue se aspergirá sobre o altar, em redor.”
Da mesma forma os rituais de consagração (santificação – separar para Deus)
envolviam a aspersão.
a. Atos 19.1 Aconteceu que, estando Apolo em Corinto,
Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali
alguns discípulos, 2 perguntou-lhes:
Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe
responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. 3 Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes
batizados? Responderam: No batismo de João. 4
Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao
povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. 5 Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o
nome do Senhor Jesus. 6 E, impondo-lhes
Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas
como profetizavam. 7 Eram, ao todo, uns
doze homens. – a ordem de Atos 2.38-39 de serem batizados, como já
vimos se referia ao batismo com água. Aqui ela é seguida e repetida para serem
batizados em nome de Jesus, por que o batismo de João não havia um elemento que
Cristo exigiu e que é repetido aqui pelos apóstolos. Cristo exigiu que os
discípulos fossem batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A
omissão por parte de Lucas em serem batizados em nome do Pai e do Espírito
Santo também, o que ele não diz, ele diz apenas serem batizados em nome de
Jesus, não implica que a ordem havia sido mudada, mas que simplesmente Lucas
apresenta na autoridade de quem o batismo deveria ser realizado, ou seja, na
autoridade de Jesus quando ele ordenou na grande comissão em que as pessoas que
cressem fossem batizadas em nome da Trindade. Isso é assim por causa da ênfase
que Pedro dá com relação à pessoa e obra de Jesus Cristo, pois Ele é o único
que pode perdoar pecados. Mesmo por que os escritos de Lucas não foram feitos por
ter sido ele uma testemunha ocular dos
fatos, mas ele fez uma pesquisa com as tais testemunhas. Fatos detalhados de
ordens e outras dúvidas que possam surgir, precisa-se ver o que as próprias
testemunhas (apóstolos) escreveram e ver se Lucas concorda com eles, o que não
há problemas em relação a isso. Agora excluir o que as testemunhas oculares
escreveram para se apoiar apenas no que Lucas escreveu podem surgir
heresias.
b. Um elemento importante. Ezequiel,
ao fazer uma profecia sobre o novo tempo que estava por vir, falando acerca da
vinda do Espírito Santo e o aspecto da Aliança renovada em Cristo Jesus, ele
fala sobre o batismo. O simbolismo do batismo deve ter em conta o aspecto da
aliança, da promessa feita por Deus; mas não exclui que só poderiam ser
batizadas pessoas que se confessassem pecadoras (arrependimento) e cressem em
Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. O profeta diz assim: “Ezequiel 36.25-26 Então, aspergirei água pura sobre vós, e
ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos
vos purificarei. 26 Dar-vos-ei coração
novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e
vos darei coração de carne.”