segunda-feira, 22 de abril de 2013

Soberania de Deus x Ego humano

                 Sem levar em conta a definição e provas bíblicas acerca da Soberania de Deus na Salvação, é preferível crer que somos "robôs" nas mãos de Deus, pois é infinitamente melhor do que ser encontrados arrogantes/soberbos diante Dele crendo que somos nós quem decidimos sobre nossa salvação. Afinal de contas, estes últimos não terão perdão como afirma o apóstolo Pedro: "2 Pedro 2:1 Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição." Ao contrário dos que creem na Soberania de Deus para salvação, pois não há nenhum versículo na bíblia que vá contra esses que assim creem. Como também está escrito: "Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes". 
                   Precisa-se saber diferenciar entre responsabilidade humana e soberania de Deus, que é o cerne da confusão desta questão. O homem é responsabilizado por Deus por sua condenação, mas Deus é Soberano em Seus decretos. E se Deus me salva em primeira instância por que eu quis, então Deus não é Soberano, é um auxiliar, isso é lógico. Toda nossa volição para crer ou não depende em primeira instancia de Deus, como diz Paulo: "Filipenses 2:13 porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade." vale lembrar que sua boa vontade naõ quer dizer que "boa vontade" é aquela que nos satisfaz o ego, mas boa vontade é aquela fundamentada em seus eternos decretos.                  Desta forma é possível entender que é vontade de Deus que todos sejam salvos mas nem todos serão salvos, pois Deus mesmo não vai contra seus decretos. É desta forma a relação entre amor de Deus e sua própria justiça. Sua boa vontade é subserviente de seus Eternos Decretos. 
               Utilizar o versículo "1 Pedro 1:2 eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas..." para afirmar que Deus elegeu pois sabia de antemão os que creriam é uma afirmação infante que infere este sentido no texto. E se podemos inferir este sentido, podemos com certeza inferir também que de fato a eleição é segundo a presciência dos que iriam crer, mas fundamentado nos eternos decretos de Deus. Assim esse versículo serve às duas posições. 
              Ao contrário de todos os outros versículos que colocam a responsabilidade do homem sobre sua condenação, não sobre sua salvação, pois como dito anteriormente: toda vontade do homem é produzida por Deus, e o versículo não define se a vontade é negativa, ou positiva. Mas o contexto afirma que a vontade ali é positiva. Mas todos os outros definem esse efetuar de Deus no querer (vontade) humano quanto no realizar (ação) negativa também depende de Deus, pois Ele não endureceu o coração de Faraó? Não é isso que está dito exaustivamente em Romanos 9? Não está a palavra predestinação (destino pré-determinado) escrita fartamente na bíblia, então é a predestinação bíblica ou não? Ao contrário da expressão livre-arbítrio que nem mesmo os atuais arminianos concebem a origem do significado desta expressão cunhada por Agostinho de Hipona, que não tem nada a ver com o significado que imprimem nela hoje e ainda por cima não se encontra em lugar algum nas Escrituras.
                        Livre arbítrio atualmente é definido como a livre vontade do homem em decidir se quer ser salvo ou não, ou seja, é uma obra em parte humana não exclusivamente divina. Pois desta forma Deus é subserviente à vontade do homem para salvá-lo, ou seja, Deus é seu dependente, dependente de uma obra de escolha humana. Isso nega Efésios 2.8, que a salvação é pela graça e não por obras. Desta forma o arminianismo se confunde imediatamente com: 1. Catolicismo: que retira de Deus a Soberania e coloca nos atos do homem independentes dos decretos divinos; 2. Espiritismo: que promove a  "pós-graduação" espiritual do homem nele mesmo, na caridade; 3. com os adventistas e com os judeus que julgam o cumprimento da Lei como forma de alcançar a salvação e não por meio da Soberania de Deus e isso mesmo no AT, que a salvação sempre foi pela graça; a lei era simplesmente aquilo que apontava a incapacidade humana para salvação, como lembra o salmista: "Salmos 6:4  Volta-te, SENHOR, e livra a minha alma; salva-me por tua graça."  E mormente o arminianismo se confunde com qualquer outra religião do mundo que sempre aponta o homem como o responsável por sua salvação, mesmo parcialmente, independente da forma como definem salvação e até mesmo o que definem como sendo seu deus. A Soberania de Deus para Salvação só é vista dentro da Teologia Reformada, ela é única dentre todas as religiões do mundo. Preocupados com isso? De forma alguma. Jesus definiu seu rebanho como sendo pequenino.  
                  Se eu creio que Deus é responsável completamente pela salvação do homem segundo a ideia reformada (como é) na eternidade isso não terá efeito negativo, pois não há prova bíblica disso. Todo o que entende a sua necessidade de aceitar a Cristo como Senhor, é por que "Deus efetuou nele o querer e o realizar" e assim ele, de bom grado, aceita a vontade divina de aceitar a Cristo como Senhor, cumprindo o necessário. Ao contrário do que levantamos anteriormente sobre colocar a responsabilidade da salvação do homem nele mesmo é negar o ato supremo de Deus, que na sua definição repousa o fato de que Deus é completamente Soberano, não parcialmente, como lemos anteriormente: "renegarem o Soberano Senhor que os resgatou" terá consequências negativas na eternidade. Resgate é outra palavra para demonstrar o ato misericordioso de Deus para salvação. Ou seja, esses que renegam o ato completo e Soberano de Deus para Salvação, são os que Paulo afirma que sofrerão repentina destruição, pois negam o supremo ato Soberano de Deus. Ou seja, negam a Cristo a favor de si mesmos. Isso define que toda religião que prega a salvação dependente de alguma forma do homem (e todas são assim, exceto as igrejas reformadas), negam a soberania de Deus e isso não terá perdão. 
                 Mas se Deus é Soberano sobre a salvação ou não de todos, por que pregar? Isso é simplesmente uma questão de obediência. Todo ser humano salvo demonstra salvação obedecendo a Deus, e a ordem que foi dada aos seus é: "ide portanto, pregai o evangelho a toda criatura". A ordem para se iniciar a igreja e a propagação do evangelho é por meio da pregação. Em outras palavras, o meio, o instrumento pelo qual Deus efetua seus decretos de salvação/condenação é por meio da pregação, ou pela falta dela. Digo desta forma, pois todo o que não decidir-se por Cristo (seguindo o impulso para o nosso querer vindo de Deus pré-determinado com dia e hora marcados, Salmos 139:16) será condenado, mesmo que não tenha nunca tido a oportunidade de ouvir o evangelho, pois não há salvação sem o conhecimento de Cristo. Dito de outra forma: sem a mediação dEle. 
                     O problema todo entre aceitar a Suprema Soberania de Deus para Salvação não é a falta de provas bíblicas, pois a Bíblia está farta delas. O problema todo é que essa doutrina vai contra o ego humano, ou seja, sua rejeição parte do fundamento de que o homem soberbo em sua natureza, decaído em pecado, não consegue admitir que ele não possa decidir sobre si mesmo. Dito de outra forma o problema é emocional/sentimental, e não a falta de provas bíblicas.