sábado, 31 de dezembro de 2011

Lógica, um mal necessário.




           Devem estar estranhando o título em afirmar que a lógica se trata de um mal. Ela se torna má, quando mal usada, quando seu utilizador não sabe como usá-la, ou mesmo nem sabe do que se trata. Da mesma forma, nem todo raciocínio lógico está certo. Pois se pode estar completamente certo no uso desse raciocínio, mas nem sempre ele também estará certo por causa de suas premissas. Geralmente todo argumento lógico básico é composto de duas premissas, onde uma completa a outra, ou a contrária, ou a nega, ou ainda se opõe a ela.  Para todo e qualquer pensador deixar de usar a lógica é o mesmo que jogar pérolas aos porcos. Gasta-se raciocínio, tempo e fosfato naquilo que acaba se tornando um lixo cerebral.  
         Toda dedução só pode partir de um pressuposto formado a partir de um raciocínio lógico onde suas premissas precisam estar firmadas em uma 'verdade'. Como há a questão do racionalismo quando hoje não se diz não existir mais absolutos, mas verdades cognitivas e pessoais, e os pressupostos são construídos em argumentos onde os símbolos só são definidos por sua utilidade e não pelo seu significado, deduzir fica ao gosto de cada um.
              Mas quanto ao princípio do SOLA SCRIPTURA da Reforma Protestante, esse tinha o objetivo de resgatar que toda a prática esperada por Deus para os seus santos, toda a direção de culto, nossa regra de fé e prática partiria de uma fonte de verdade absoluta, inegável, perfeita, a Revelação de Deus, a Bíblia. A premissa para a prática partia de uma verdade única uma metanarrativa incontestável. Quando se tinha este princípio de ação, poderia se esperar que as conclusões provenientes de SOLA SCRIPTURA seriam compatíveis e até mesmo com uma singular unicidade. Isso pode ser visto nos símbolos de fé reformados, são todos espelhos uns dos outros, pois a absoluta referência deles é a mesma: A Escritura. 
              Apesar de muitos se auto-denominarem reformados, e até mesmo chegam a ter um certo status nesse meio, precisamos ter a consciência de que passamos pelo Século das Luzes, pelo Iluminismo, pelo racionalismo de Kant, pela fragmentação e diversificação do que vem a ser verdade. O que dantes era abolido do meio cristão passou a fazer parte, porque a verdade cultural, as possibilidades de interpretação (influência do intérprete), pesaram tal qual a Escritura. Quantas são as práticas que hoje temos na igreja e que, de forma alguma, estão sancionadas claramente na Escritura? Quantas são as teologias trabalhadas a partir de inferências fabricadas pelos intérpretes da Bíblia? Há uma inteira necessidade de se distinguir entre sancionadas claramente na Escritura e inferidas a partir da Escritura, o que torna os resultados bem diferentes.  
            A premissa básica do SOLA SCRIPTURA é o que a Bíblia diz claramente o que se pode fazer, faremos; o que não se diz, não faremos. Isso é estar sancionado claramente. Mas esta forma de ver se perdeu, porque as inferências dos intérpretes têm feito parte da prática da igreja, por hora dita reformada. Pois suas deduções são inferências de significados e teologias a partir da Escritura. A questão é: se a premissa básica deixou de ser SOLA SCRIPTURA para também se ter inferência em adendo, como carregar o título de REFORMADOS?  As inferências são justamente o que os reformadores lutaram contra, e por causa delas muitos morreram e deram suas vidas só para se ter uma ideologia pura da Escritura.   Foram elas, as inferências, que levaram a ICAR a ter a sua postura teológica que tem hoje. E nós, que carregamos o título de reformados, permitiremos que nossas igrejas caminhem para o mesmo rumo?  Se somos reformados, sejamos lógicos em nossas premissas. SOMENTE A ESCRITURA!

              

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O perfil de um pastor




I Timóteo 3. 2  É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3  não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; 4  e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito 5  (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); 6  não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. 7  Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.

               Um dos maiores problemas quanto à vergonha que muitos pastores provocam ao evangelho diz respeito exatamente ao erro cometido pelos presbitérios quanto às ordenações que são feitas. Quantos são os que carregam o título de pastor, mas são repreensíveis a N pontos em sua vida? Quantos não estão em adultério? Quantos não são temperantes (com bom senso)? Quantos não são modestos, mas soberbos e narcisistas? Não são hospitaleiros? Não aptos (sem preparo e sem disposição) para ensinar? Beberrões? Violentos? Quantos inaptos trocam a família pelo ministério deixando de governar bem sua própria casa? Enfim, uma torrente de homens que praticam exatamente o contrário daquilo que Paulo expôs para Timóteo ser um ideal para que esses sejam ordenados estão circulando por aí. Com isso, certamente ele não quis dizer que o homem para ser investido de tal responsabilidade teria de ser perfeito, o que absolutamente ninguém seria capaz de ser.
               Mas, infelizmente outra coisa incomoda. Uma dos maiores defeitos, que deveriam ser observados, certamente nem mesmo se chega a cogitar sobre ele. Creio que das qualidades requeridas, apesar de ser um conjunto, uma delas se destaca entre as outras, visto que desta decorre as demais: o fato de que o pastor não seja neófito. O sentido mais primário é ser novo na fé. Mas o que pode determinar isso? Seu tempo de crente? Ou a sua maturidade como cristão? Há de se perceber que todas as qualidades requeridas por Paulo decorrem de um outro tipo de maturidade que atua em conjunto com a maturidade cristã, que é a maturidade por si só. É ter experiência de vida, é ser carimbado e isso não diz respeito à idade.
               Grande número de pastores, quando digo grande é a maioria, que sai de seus lares, do colo dos pais, caem dentro dos seminários e dali já saem pastores. A idade é essencial? Obviamente que não, mas e quanto à maturidade como um todo? Quando não se tem maturidade, quando não se tem uma correta orientação, ou essa é insuficiente, caem na soberba, não são nem um pouco modestos. Ao invés disso se tornam adeptos de Narciso e terminam por cometerem o pecado da idolatria, idolatrando a si mesmos. Acham que tudo podem fazer, pois não haverá conseqüências; acham que tudo pode ser dito que nada lhes será cobrado.   Podem até mesmo se achar no direito de afirmar que um ou outro pode ser filho do Diabo e que, portanto, não será salvo. Acham que os outros devem segui-lo e imitá-lo ao invés de seguir a Cristo como Paulo afirmou: “Sede meus imitadores assim como eu sou de Cristo”. Obviamente Paulo não está afirmando para que os outros o imitassem tal qual ele era, mas afirma que deveriam imitar a Paulo na forma como ele imitava a Cristo, ou seja, submisso a Cristo.
               Quantos estão no mesmo erro da igreja de Corinto onde uns se diziam seguidores de Paulo, outros de Cefas, outros de Apolo, outros ainda de Cristo (os que se achavam mais espirituais do que outros)? O problema da soberba, falta de modéstia, é que ela direciona o indivíduo para longe de Cristo e de sua Palavra e o conduz para perto de si mesmo e de suas próprias preferências. Quando Paulo rechaça a igreja de Corinto sobre sua divisão, ele chama a atenção da Igreja para o fato de que estavam seguindo a homens e não a Cristo. Quando seguimos aos homens, nos tornamos à imagens deles, ao contrário, se seguimos a Cristo nos tornamos para o propósito para o qual fomos salvos: sermos feitos à imagem de Jesus Cristo a cada dia.  "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos".  (Romanos 8:29). É esse um dos motivos sobre o qual já escrevi em outro texto no blog falando de minha resistência a usar citações de teólogos nos sermões. Acaso nos tornaremos à imagens deles, ou teremos o mesmo comportamento de Cristo rebatendo o Diabo quando na sua tentação usou somente a PALAVRA?
O que acabei de afirmar foi como quando Paulo falou sobre alguns que afirmaram seguir a ele, Paulo, em Corínto, ele não achou isso uma boa coisa, mas má. Pois o resultado em Corinto foi uma divisão na igreja. Tanto é que ele afirma: “Dou graças a Deus porque a nenhum de vós batizei, exceto Crispo e Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados em meu nome” (I Coríntios 1.14-15). Ao contrário disso afirmou que todos os crentes, principalmente os que estão na direção da igreja, nós que fazemos parte desse grupo de homens que recebem o título de pastor, precisamos ter a consciência de que somos um corpo (de Cristo) e não podemos de forma alguma ter um comportamento de individualismo narcisista.
               Se ao perceberem que existem divergências de pensamento ao invés de provocações, insultos, apelidos depreciativos que nada mais são do que baixarias públicas que desonram o evangelho e o nome do Senhor Jesus Cristo, se preocupassem em deixar de lados as idéias divergentes e se colocassem do mesmo lado naquilo que são iguais (irmãos em Cristo), o nome dEle seria exaltado ao invés de avexado. Como seria eu tão infante ao ponto de considerar apenas irmão aquele que concorda comigo em tudo? Isso seria infantilidade e falta de preparo para o ministério, seria eu um neófito. Em outras palavras: desqualificado para o sagrado ministério. 
Mas o que se percebe é que até mesmo alguns chegam ao ponto de se colocarem passíveis de sofrer um juízo eterno chamando ao irmão de incrédulo e até filho do Diabo. Esqueceram-se da advertência do Senhor: “Mateus 5:22  Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” A palavra “Tolo” em grego é incrédulo, um ímpio, um não crente. Chamar um irmão de não crente, incrédulo, ou insultá-lo depreciando-o, quem está sujeito ao inferno foi quem o chamou assim. E olhe que isso está bem claro no texto, não foi eu quem o disse.
Deixe-se de lado, portanto, a infantilidade, a imaturidade, tirem os olhos de si mesmos e deixem “o pecado que tenazmente nos assedia e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o autor e consumador da fé; Jesus...”.  Porque Ele é Aquele que nos une, e é maior do que aquele que nos separa. Se de fato sabemos dessa verdade, então vivamos de acordo com ela.
              

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vamos acabar com a páscoa e permitirmos a bebedeira e o fumo!



             Quando escrevi acerca do natal já mudaram as palavras que afirmei e que estamos querendo acabar com o natal e que o próximo passo seria acabar com a páscoa, permitir a bebedeira e o fumo. Mas afinal, o que uma coisa tem a ver com a outra? Além do mais não podemos acabar o que nunca foi instituído na Bíblia, na igreja primitiva, ou na igreja dos primeiros séculos, a comemoração natalina em 25 de dezembro. Aceitar passivamente por que a nossa cultura permitiu e incutiu nas mentes dos incautos a comemoração natalina tal qual estabelecida pela igreja Católica (ICAR) desviada da Palavra, acabaremos com a páscoa e permitiremos a bebedeira e o fumo? Então vejamos por partes.
               Primeiramente a páscoa foi uma ordenança dada por Deus em moldes específicos no AT. Se não estou esquecido o Senhor Jesus, Ele mesmo apresentou nova forma desta comemoração, com pão e vinho, a fim de celebrar e anunciar a sua morte até que Ele volte, como lembra Paulo em I Coríntios 11. Ele não estabeleceu que a páscoa, agora ceia, fosse comemorada nos mesmos moldes do AT, com carne de cordeiro (que prefigurava a Cristo), pão, ervas amargas. A ceia continua com os mesmos elementos, o Cordeiro já foi morto, mas não precisa ser morto novamente (comemorar a páscoa com carne de cordeiro), pois era tipo de Cristo, agora o pão representando seu corpo (cordeiro morto) e o vinho seu sangue. E quando Cristo veio apagou e tornou espúrio toda sombra que existia no AT sobre si mesmo. Comemorar a páscoa com o cordeiro hoje é um insulto a obra consumada de Cristo na cruz, chegando ao ponto da heresia praticada. Por isso ele deixou e ordenou pão e vinho, sendo ele mesmo o cordeiro pascal. “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1 Coríntios 5:7). 
               Segundamente bebedeira é permitido? Nunca foi permitido! A bebedeira, sempre foi considerada pecado. Mas também nunca lemos na Bíblia que beber é pecado. O limite é o que está estabelecido como um dos frutos do Espírito: domínio próprio. Alguns que tem problemas com bebida e até já participaram do AA afirmam que o que se deve evitar é o primeiro gole. Mas novamente esse não é um princípio escriturístico, uma vez que a própria ceia foi ordenada a ser servida com vinho não com suco de uva. O domínio próprio não é evitar a situação de beber o primeiro gole, é você controlar o impulso de querer o segundo, o terceiro... Evitar o primeiro gole é saber que não se tem o domínio próprio quando for exposto a ele e que sabe que vai querer o segundo. Além do mais, como faziam com esta questão os beberrões de vinho na hora da ceia de que Paulo falou em I Coríntios 11? Sua palavra quanto a isso não foi: não bebam mais vinho, mas suco de uva. Sua palavra foi: Não tendes, porventura, casas onde comer e beber? (v.22). Ou seja: querem beber, bebam em casa. Com isso Paulo também não está também liberando o uso desmedido da bebida. Pois o mesmo Paulo afirmou:  “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução...” (Efésios 5:18)
               E quanto ao fumo? Muitos homens que despontaram como reformadores, e homens de teologia reformada faziam uso do fumo, das mais variadas formas. Cachimbo, charuto, etc. Até pouco tempo atrás, um grande homem de Deus, reformado, veio ao Brasil implantar um curso de mestrado em teologia, algo inédito por aqui naquela época. Detalhe: ele fumava cachimbo. Mas, durante seu tempo aqui, notou que nenhum crente Brasileiro fumava e questionou o motivo. Então lhe deram a resposta do fato que essa foi uma influência pentecostal na igreja no Brasil. Não sou contra este princípio, pelo contrário, é válido. Então lhe apontaram o texto de 1 Coríntios 3:17:  “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois vós, é sagrado”. Como o fumo provoca a destruição no organismo, a mensagem foi entendida e a partir daquele dia nunca mais aquele homem de Deus fez uso do seu cachimbo. Isso é que é uma verdadeira vida santa diante de Deus, reconhecer o seu erro quando lhe é provado na Escritura.
               Mas muitos hoje que se declaram cristãos, preferem ficar com a tradição ao invés do que está claramente na Escritura, ou que claramente não está. Estes são insubmissos e distorcem o que está sendo dito para ganhar simpatizantes de suas doutrinas tradicionalmente herdadas do catolicismo. Estão cegos e nada fazem para buscar ao menos entender o que o outro está dizendo. Preferem criar divergências pessoais a divergência de idéias.
( http://revjuliopinto.blogspot.com/2011/08/o-evangelho-da-boa-vizinhanca.html )

domingo, 25 de dezembro de 2011

Natal não é o nascimento de Cristo!


          Como Satanás não gostou do natal e pensava que seus planos pudessem abortar a vinda do Filho de Deus? 1. Pensou que enviar uma grávida para uma viagem em lombo de jumento pudesse impedir o nascimento. 2. Pensou que o nascimento desprezível pudesse manchar o momento. 3. Achou que o conhecimento do fato por meros e desconhecidos pastores de ovelhas não atrairia a atenção. 4. Tentou matar a criança aos dois anos. 5. Conseguiu expatriar o menino para uma terra reconhecidamente hostil. Mal sabia ele que cada uma dessas coisas estava determinada e cumpria profecias específicas a respeito do Rei dos Reis. Celebremos o glorioso nascimento do nosso Senhor. 
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           Este texto acima foi postado no facebook em resposta àqueles que, como eu, não comemoram o natal no dia 25 de dezembro. Então aqui vai uma contrapartida.

         Quando as premissas estão equivocadas, todo o restante se torna inútil. Que é fato que Satanás não queria o nascimento de Cristo é verdade, mas onde está na Bíblia que 25 de dezembro é o dia natalino de Cristo? Era de fato o nascimento de Cristo que Satanás queria impedir, ou era a sua vida sem pecado e sua posterior morte na cruz e sua vitória sobre a morte com a sua ressurreição? Se ele pudesse impedir o nascimento, necessariamente estaria impedindo a sua morte na cruz e posterior ressurreição. Onde está na Bíblia que natal é sinônimo do nascimento de Cristo? Onde está na Bíblia que foi Satanás o responsável por levar a mulher grávida no lombo de um jumento para impedir o nascimento? (Mateus 2.13).  Onde está na Bíblia que foi Satanás o responsável por um nascimento desprezível ao invés de uma profecia divina entregue pelos profetas do AT? Quanto ao fato de ter tentado matar a criança aos dois anos de idade, o que isso tem a ver com o dia do nascimento dela? Afinal são dois anos de separação histórica dos fatos. Ambos estão longe historicamente um do outro: o assassinato dos menores de dois anos e o dia do nascimento de Cristo. Isso se torna, então, sem sentido a aproximação deste texto ao dito natal. Assim o nascimento de Cristo foi do modo como foi por que Satanás o quis ou por que Deus assim planejou e executou tendo a Satanás como um mero instrumento de sua soberania? A despeito disso, como poderia Satanás não saber acerca das profecias. De certo ele não é onisciente, mas não é cego, nem ignorante, conhece muito bem as Escrituras e até chegou a ter a ousadia de usá-la para tentar o próprio Senhor Jesus. E todas as profecias acerca do Messias já estavam lá na Escritura quando Cristo nasceu. Todos estes intentos de Satanás foram apenas tentativas de impedir o cumprimento das profecias que ele já conhecia.Se ele não as conhecesse, não teria tentado impedír o nascimento de Cristo.
           O fato não é sermos contra o natal, pois não existe natal, conforme a tradição herdada da igreja Católica (ICAR), na Bíblia. O problema é que, historicamente (e não biblicamente), a comemoração natalina se tornou sinônimo do nascimento de Cristo, o que definitivamente não é, embora tradicionalmente herdamos isso da ICAR.   Cremos de fato que Cristo nasceu e é motivo de nos alegrarmos com isso, pois o texto bíblico nos mostra isso, que o seu nascimento é motivo de alegria para nós. Questionamos o fato de que o natal comemorado no dia 25 de dezembro está associado e ter surgido do paganismo católico e não da Bíblia.   E assim devemos então comemorar esse natal juntamente com o mundo? Digo juntamente e não conforme os rudimentos do mundo.  Mesmo que nos abstenhamos da idéia natalina pagã e de seus símbolos  e comemoremos esse acontecimento junto com o mundo, de alguma forma não estamos nos associando ao mundo? Será que o incrédulo que vê sabe a diferença entre uma comemoração e outra? Para ele as duas são iguais. Para ele, o mundo nesta época se une em torno de um propósito: a comemoração do nascimento de Cristo. Mas o que é então o natal? Uma grande comemoração ecumênica do nascimento do “salvador do mundo”? Acaso somos universalistas? Hoje, os ditos reformados que sustentam a comemoração natalina, o fazem simplesmente por uma questão emocional. Alguns ainda usam do argumento de que a Igreja é uma entidade social/religiosa com uma certa autoridade delegada por Cristo, e que, por causa disso, podemos determinar certas coisas a fazer que não estão na Bíblia. Mas se me lembro houve um argumento semelhante e uma exegese tal qual, quando a ICAR determinou a adoração aos santos, à Maria, o culto aos mortos, o uso do incenso, etc.
           Cremos que Cristo veio em carne? SIM! Cremos que Ele é Deus nascido de uma virgem? SIM! Alegramos-nos com seu nascimento? SIM! Mas não cremos que o nascimento de Cristo seja um fim em si mesmo. Pois a exaltação de Cristo se deu com a sua morte, não com seu nascimento que para Ele foi humilhação (Filipenses 2.7). O nascimento foi o meio e não o fim. A finalidade do nascimento de Cristo foi a sua morte, no tempo certo, no dia certo, na hora certa (1 Pedro 1.19-20). Pois foi com ela, com o seu sangue, com a morte, que Cristo pôde comprar o seu rebanho, não com o seu nascimento (Atos 20.28). E tudo correu debaixo do propósito de Deus. Não foi possível Satanás devorar o filho da mulher (Ap. 12), por que não era o momento planejado soberanamente desde antes da fundação do mundo.
            Não se pode abolir  o que não está na Escritura, nem nas práticas da igreja primitiva, nem na igreja dos primeiros séculos. Podemos abolir simplesmente práticas que foram incorporadas pela Igreja Católica Apostólica Romana e que não encontra fundamento na Escritura. Onde está na Bíblia que o dia que chamam de natal, 25 de dezembro, nos nossos dias é o referido dia do nascimento de Jesus Cristo?  Somos a favor da Sola Scriptura, ou a favor da tradição também?  Que devemos nos alegrar com o nascimento de Cristo isso é óbvio, mas onde está que devemos comemorá-lo como se fosse um sacramento? Muitos defendem a comemoração do dia do natal como se isso fosse um sacramento num dia específico. Mas o caso é que um dos dois únicos sacramentos que ele ordenou diz respeito à sua morte e ressurreição e não ao seu nascimento (I Coríntios 11.26). Entretanto, para não sermos contenciosos comemoremos então o nascimento de Jesus, mas não junto com o mundo, pelo contrário, todos os dias, buscando uma vida santa, principalmente no dia do Senhor, que é o dia em que o próprio Senhor conquistou o seu “prêmio” seu descanso no dia de sua ressurreição, o domingo, ou sábado cristão, como queiram.  Se há uma necessidade de se comemorar o natal em um dia específico devemos abaixar nossas cabeças para uma determinação papal? Façamos, pois, em outro dia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O evangelho comercial.




         Há uma estatística de que, atualmente, os evangélicos somam aproximadamente 30% da população brasileira. E com a taxa atual de crescimento, em poucos anos serão mais da metade da população do Brasil. Pregações e mais pregações são feitas usando estes números como sendo um sinal de que Deus está despertando o povo brasileiro, de que está acontecendo um avivamento no Brasil.
         No domingo 18 foi transmitido pela rede Globo de televisão um verdadeiro espetáculo gospel. Cantores e grupos evangélicos consagrados, pelo seu público específico e simpatizantes, acharam seu espaço na mídia de massa. Tal acontecimento criou certa euforia no populacho dantes chamado de protestante. Tal efusão emocional é percebida claramente nas conversas entre os crentes, nas redes sociais, nos e-mails que estão por ora circulando. Muitos a favor do acontecido, muitos contra. Mas qual a medida para se tomar um partido, se é que isso seja algo que possamos considerar a fazer?
         Muitos já conhecem minha posição devido à linha reformada que sigo, e este texto, obviamente, não foge à regra. Por isso neste texto quero simplesmente indagar um pouco sobre o evangelho que foi pregado neste evento.
·        Qual foi o centro das atenções neste evento?
·        A mensagem pregada foi uma mensagem que confronta o pecador com seu pecado?
·        As músicas cantadas eram músicas que exaltavam como Deus pode ser bom para o homem, ou glorificavam a Deus como Ele é?
·        Quem lucrou com isso, o nome do Senhor Jesus, ou os patrocinadores, investidores, músicos ou a própria Globo que não joga para perder?

        De certo, o centro das atenções não foi o Senhor Jesus, a mensagem passada não confrontou o pecador com o seu pecado, as músicas não exaltavam a Deus como Ele é, quem lucrou de fato não foi o Senhor Jesus com o seu nome glorificado. A despeito de todas essas verdades, quem é que ainda tem alguma objeção quanto ao que pensar sobre esta questão? De fato carregamos o peso de sermos calculados juntamente com 30% de um título que, hoje, causa mais asco do que gosto. O Senhor nos preveniu de que no fim dos tempos haveria uma apostasia. Mas, diferentemente do que muitos pensam, a apostasia estaria e está dentro da igreja. Os cristãos perderiam o seu foco (Hebreus 12.1-2) os homens se tornaram gananciosos (2 Pedro 2:3), aqueles que se interessam por ouvir alguma coisa dita religiosa, ouvem apenas aquilo que seus ouvidos cobiçam (2Timóteo 4.3-4). Por quê? Por que são, como diziam na minha terra: farinha do mesmo saco.
         Paulo afirma que o evangelho que ele pregava era Cristo Crucificado (1 Coríntios 1:23  mas nós pregamos a Cristo crucificado). Estas palavras carregam um peso maior do que aparentam. Pois trazem consigo o motivo pelo qual Cristo foi crucificado, nossos pecados; trazem a vontade de Cristo em se oferecer como sacrifício pelo pecador escolhido; rejeita toda oferta humana de auto-sacrifício; rejeita todo evangelho que tem o homem e suas ncessidades como centro do culto e das atenções de Deus; rejeita toda obra que visa a própria salvação; rejeita toda palavra que não confronta o pecador com seu pecado pois faria de sua morte na cruz como algo opcional e até mesmo algo inútil.
        Toda mensagem que não tem Cristo como centro das atenções que não confronta o pecador é uma mensagem que massageia o ego do ser humano e oferece soluções para os problemas da vida - financeiros, sociais, emocionais. Oferecem o Cristo salvador e se esqueceram de avisar que a Bíblia não ordena que alguém aceite a Cristo Salvador, mas ordena como primordial a pública profissão de fé em Cristo como Senhor (Romanos 10.9, 2 Coríntios 4.5, 1 Pedro 3.15) de seus corações e isso significa mais do que um assentimento à pessoa de Cristo (Lucas 6.46; João 15.14). Quando se aceita a Cristo como Senhor de fato, ter a Cristo como seu salvador pessoal é uma conseqüência.
         É por isso que o Senhor advertiu: “Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mateus 7.22-23). Para a consciência dos rejeitados desse futuro dia, eles pregavam de fato a Jesus Cristo, mas a resposta do Senhor é contundente em afirmar que Ele mesmo não era Senhor da vida daqueles, mas outro de mesmo nome o era. “Pois surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Marcos 13:22). 

domingo, 18 de dezembro de 2011

O sacrilégio desolador



               Há bastante tempo o profeta Daniel se referiu a este momento. Um momento em que estariam trocando o sagrado pelo profano, o santo altar pelo pagão. Antíoco Epifánio que reinou em medos do segundo século colocou sobre o altar do holocausto do templo de Jerusalém um  outro altar pagão onde sacrificava em lugar de cordeiros sem defeito, prefigurando a Cristo, sacrificava porcos, animais considerados imundos. Este momento Daniel profetizou chamando-o de abominável da desolação.
                No entanto Jesus faz uso desta profecia também para se referir a outro momento da história. Um mesmo sinal que apontou para dois momentos distintos. Jesus usou este sinal profetizado por Daniel para se referir também à destruição de Jerusalém que ocorreria anos mais tarde no ano 70 d.C.
Marchando sobre o solo consagrado de Jerusalém, no ano 70 d.C. tropas romanas carregavam suas bandeiras com a imagem do imperador que era idolatrada por aquele povo. Mais uma vez, o solo consagrado a Deus, aquilo que era para ser santo (separado) para Deus, se tornou o palco de evidente idolatria tal qual a de Antíoco. Com este sinal Jerusalém foi destruída totalmente, e as palavras de Cristo se cumpriram, “não restará pedra sobre pedra” e de fato não restou.
             Estas não foram as únicas vezes em que o sagrado foi profanado. O rei Acaz, quando foi a Damasco viu na cidade um altar que o deixou maravilhado. Pediu então o projeto daquele altar e o enviou ao sacerdote Urias para que ele fizesse a obra tal qual o projeto que lhe fora enviado e o colocou no templo, profanando-o. E quando lá chegou, sacrificou naquele altar.
              Os crentes de nosso tempo não enxergam que isso continua ocorrendo em nossos dias.   A diferença está simplesmente nos elementos do culto que não são os mesmos do passado, mas a troca do sagrado para o profano continua a verter nos púlpitos. Digo nos púlpitos porque é deles que vem a mensagem autorizando ou desautorizando qualquer ação que o povo de Deus venha a fazer em nome de Deus. Aquilo que é ensinado, pregado, é aquilo que o povo faz ou deixa de fazer. Isso já era assim nos tempos do Antigo Testamento. Malaquias mostrou o princípio “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do SENHOR dos Exércitos” (Malaquias 2.7). Mas o problema é exatamente o que se torna permissivo dos púlpitos, é o que o profeta alertou: “Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos; violastes a aliança de Levi, diz o SENHOR dos Exércitos” (v.8).
               O culto solene e a adoração devida, nos moldes que Ele requer, para Ele mesmo, foram banalizados e tornados em meio de enriquecimento. Devemos lembrar que viver do evangelho, do que falou Paulo, nunca quis ter o sentido de enriquecer-se do evangelho, pelo contrário, Paulo afirma: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes... (1 Timóteo 6:8). O princípio é que tendo o básico para sobrevivência já é o suficiente. 
                 Mas o básico para sobrevivência de muitos foi pervertido para o luxo e para o prazer de poucos. É a massa incauta evangélica que tem enriquecido a muitos pastores, e cantores ditos evangélicos. A massa engorda os bolsos desses manipuladores, e terminam por se tornarem alvos fáceis, fáceis de serem controlados sob a promessa de retribuição divina tendo como base a fidelidade a eles, lobos em peles de cordeiros que só se interessam pela gordura das ovelhas do rebanho do Senhor, e terminam por não serem fiéis a Deus, nem as ovelhas, muito menos os tais lobos. Mais uma vez, a história se repete: vemos o abominável da desolação, o sagrado sendo profanado.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Não contra a Lei que proíbe a correção aos filhos


         Não obstante estarmos vivendo em um mundo onde se prega cada vez mais a tolerância, a paz, a compreensão, e cada vez mais se busca isso, a moral tem sido questionada e cada um tem estabelecido seus próprios conceitos sobre ela. Não há um consenso sobre o que vem a ser uma boa moral, pois esse é subjetivo. O reflexo desta maneira de pensar tem sido visto na geração que surge. Filhos que matam seus pais, matam seus colegas de escola, se matam, e por motivos banais. Os bandidos se tornam cada vez mais jovens a cada ano que passa. E nisso as estatísticas não mentem. Apesar de a mídia propagar essa tolerância e maneira dita “não violenta” de tratar as crianças, a propagação da violência por parte de infantes cresce a cada dia.

           Há uma incoerência entre aquilo que se prega, cada vez mais, da realidade que se espera, da que se vê nos meios de comunicação. Há de se perceber também que a correção dos filhos é matéria religiosa, querendo os senhores políticos ou não. A Bíblia é bem clara no tocante à correção FÍSICA dos filhos que fogem às regras prescritas por Deus. E isso se torna uma questão de liberdade religiosa, e que não é de incumbência do estado interferir nesta questão como estado laico que diz ser, e que prega uma liberdade religiosa. Que liberdade religiosa é essa que os senhores defendem? Pois juraram defender à nossa Constituição e agora querem nos impor a maneira que devemos educar religiosamente nossos filhos? Não se trata, portanto, de uma democracia, se trata de uma politicagem a favor de seus interesses e dos que bancam e conduzem essa assembléia, senado e país.

          O que se percebe é que o cerco aos evangélicos tem se tornado cada vez mais claro. É Lei da Homofobia (que se tornou evangelicofobia), é lei contra a moral religiosa que ensinamos com amor ao nossos filhos, mesmo que com um castigo físico, que hoje se pretende votar contra, etc. O que será amanhã? Será a liberdade da pedofilia? Há de se fazer distinção entre violência física e correção física. Pois não estamos aqui defendendo que uma criança seja marcada com ferro, com cigarro, ou torturada, mas uma boa chinelada na hora certa chama a atenção da própria criança de uma forma eficaz para que o que ela está fazendo não se deve fazer, o que não acontece com outros métodos de correção propostos. Mas para muitos desinteressados, políticos ou não, isso não faz qualquer diferença, o que interessa é a política da boa vizinhança com a maioria do eleitorado, ou pelo menos com o que deixa vossas senhorias com a consciência, segundo sua inclinação pecaminosa, menos pesada. O que se mostra é uma verdadeira incoerência, uma grosseira ignorância, pois não se pode corrigir os filhos, mas estão querendo defender o seu assassinato ainda no ventre. Isso é assim porque não percebem que todas elas se tratam de questões religiosas.
        Quanto a isso, posso afirmar com toda convicção que aqueles que são de Deus, aqueles que têm a Bíblia como o máximo de suas condutas de vida e regra de fé, não o deixarão de fazer só por que isso possivelmente se tornará Lei, e nem que se torne. Caso seja votada e encaminhada para o congresso, é melhor os senhores começarem a votar uma verba muito maior para o sistema carcerário, pois estes estarão lotados de cristãos professos que não abaixarão a cabeça só por que uma lei que é contra nossa fé foi votada no país. Como disse certo apóstolo do Senhor Jesus Cristo: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens”. E de certo se tornarão mártires igualmente seus antecessores o foram para honra e glória de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Rev. Júlio César Pinto
Este texto foi enviado para todos os deputados do estado do Pará, conforme consta dados no site http://www2.camara.gov.br/deputados/pesquisa 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Resgate do ensino apostólico.

      


       Quantas instituições religiosas advogam em causa própria afirmando que seguem o ensino apostólico? A vista de tantas controvérsias existentes, o fato é que a realidade é completamente incoerente com o que se afirma. Por quê? Porque todas essas instituições afirmam a mesma coisa: Estamos certos. E como há as controvérsias, não podem todas estarem  certas. Esta é uma impossibilidade lógica, pois faria de Deus, o revelador da Escritura, criador das contradições humanas em suas perspectivas escriturísticas.
    A história nos mostra que houve e ainda existem diversos desvios do ensino apostólico e de Cristo consequentemente.  Quantas instituições cristãs possuem práticas que não são apoiadas na Santa Escritura? A resposta é triste: diversas. Mas onde está a raiz da questão, onde está o problema? Na Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR), após terem assumido que há uma sucessão à cadeira de Pedro, tudo o que se afirma por meio de um que diz se assentar nesta cadeira tem a mesma validade do que uns dos apóstolos chamados diretamente por Jesus Cristo afirmaram.
     Os entendimentos iniciais da Escritura nos primeiro e segundo séculos seguiam um padrão de aferição: A Escritura. Mas a partir desse momento, com o surgimento de novos textos, descobertas de doutrinas na Bíblia, as avaliações começaram a ser feitas e depois surgiram as avaliações das avaliações, mormente, as avaliações, das avaliações das avaliações. Quem nunca brincou de “telefone sem fio?” A mensagem que foi passada para o primeiro ouvinte era uma, mas ao final da mensagem percorrer os vários ouvidos, essa chega ao final completamente distorcida e sem sentido.  Não é nada diferente do que aconteceu com a prática a partir de doutrinas sendo avaliadas e reavaliadas ao longo do tempo, pois o padrão de aferição deixou de ser a Escritura, e passou a ser a prática e a doutrina anterior. Todos os desvios comportamentais e morais, não iniciam com algo chocante e escandaloso. São pequenas coisas que ao longo da história e da vida, vão alargando e aprofundando cada vez mais a cratera do pecado, "um abismo chama outro abismo" como já dizia o salmista.
      A cultura evangélica ainda tem muitas raízes católicas e que precisam ser reavaliadas não de acordo com a prática, ou doutrina reavaliada, mas de acordo com a própria Escritura (Sola Scriptura). Esse paradigma de comportamento foi visto pelos reformadores, mas há uma impressionante tendência em se deixar de lado a Escritura e voltar a avaliar de acordo com padrões anteriormente estabelecidos pela igreja desviada da Escritura. Mas o próprio contingente dito protestante acaba criando resistência às mudanças para retornarem à Escritura. O motivo? Isaías que o diga: “Todas as nossas justiças são como trapos da imundícia.”
     Muitos usam textos fora de contextos para justificarem suas atitudes e práticas pagãs de modo a terem suas consciências mais tranqüilizadas. Usando como referência o texto de Isaías citado, justiças, é o que pratica o justo? De forma alguma! Mas é o que ele tenta fazer. A justiça aqui falada tem também o sentido de “aquilo que é eticamente correto”. Mas alguém nascido de novo, ou não nascido de novo tem capacidade em si mesmo para isso? Claro que não! É exatamente o que Isaías está dizendo.
     Por isso mesmo Salomão em Eclesiastes 7:16 afirma:  “Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” Salomão afirma dizendo respeito a alguém que se tem sábio por seus próprios olhos dizendo que não necessita da justiça divina para ter autenticada como verdadeiras as suas obras. Por isso mesmo ele afirma no versículo seguinte: “17  Não sejas demasiadamente perverso, nem sejas louco; por que morrerias fora do teu tempo?”. Assim diz porque da mesma forma a nossa medida não pode ser nós mesmos, nossos olhos, e acharmos que para nós não tem solução porque somos vis pecadores. Ou seja, ninguém é tão justo que não precise ser justificado  e ninguém é tão pecador que também não possa ser justificado, pois tanto para um quanto para outro a justificação é pela graça (Sola Gratia).
      Nenhum versículo de Eclesiastes  pode ser visto, de forma alguma,  em separado de sua conclusão final que está em Ec 12.13: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.” A palavra temer aqui tem dois sentidos primários, que são: reverenciar e ter medo. Os mandamentos dizem respeito a tudo quanto o Senhor ordenou. Por isso, temos como ser justos não por nós mesmos, e por pior que seja nosso estado de depravação existe uma solução.
        Alguns lembrarão que não pecar é impossível ao ser humano depois da queda. Mas é exatamente isso que Cristo veio restaurar nos seus: a obediência irrestrita ao que está prescrito, aos mandamentos de Deus. Mas não conseguimos isso! De fato não, mas é o que precisa ser trabalhado em nossas vidas dia após dia, para que a cada alvorecer sejamos cada vez mais à imagem de Cristo. Isso é o que se chama de processo de santificação. Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos (Romanos 8:29). E isso alcançamos por meio da fé.(Sola fide)
       Deixar para trás práticas das quais gostamos, quebrar nossos próprios paradigmas é uma coisa muito difícil de fazer. Ainda mais hoje que estamos em um mundo cada vez menor, que muitas pessoas nos conhecem, sem de fato nos conhecerem por causa da internet. Reconhecer um erro publicamente para muitos pode ser sinal de fraqueza. Um sinal de que esse alguém não merece confiança. Ainda mais quando se tem um público que te aplaude! Perdê-los seria perder uma parte de si mesmo, ou seja, sua popularidade (Soli Deo Gloria). Mas quando se afirma a supremacia de Cristo e da Palavra que fraqueza há nisso? (Solus Christus) Pelo contrário, como diriam os novos machistas: Tem de ser muito homem para reconhecer os seus erros de público. Eu digo um pouco diferente: Tem de se ter um coração de carne, tratável diante de Deus para reconhecer os seus erros. Em outras palavras: tem de ser crente de verdade! Não um fariseu hipócrita que só acata a Palavra que lhe agrada filtrando preceitos claramente bíblicos.
       Mas é por falta dessa submissão à Palavra que a igreja, por meio de seus super-crentes, têm se desviado novamente da Escritura assinando em baixo de práticas pagãs com a frouxa argumentação do: “não tem nada a ver”. Muitas das práticas, se não tivessem nada a ver, teriam sido permitidas ou endossadas na Escritura. Se não foram, não eram para ser mesmo! O próprio Salomão antes de cair em pecado, quando escreveu a frase “Não sejas demasiadamente justo...” teria aceitado colocar um elemento pagão no culto oferecido a Deus? Obviamente que não. Tanto é que a Bíblia nos mostra que um dos pecados de Salomão foi exatamente começar a acatar os elementos pagãos trazidos por suas esposas, vindas de outros povos e a inseri-los como práticas em sua vida.
        Deus é Santo e importa que seu povo busque como modelo a santidade de Deus, e se afastar de tudo aquilo que desonra ao seu glorioso nome. Deve, portanto, seu povo, parar de tentar defender seu próprio pensamento e prática como se eles fossem inquestionáveis, para defender o que está prescrito na Palavra. Como está escrito: “Sede santos, por que eu sou santo”(I Pedro 1.16), por esse motivo o caminho é estreito.  Este é o verdadeiro resgate do ensino apostólico que deve romper literalmente com toda prática oriunda do paganismo enraizada em nossas vidas. Esse princípio, aliás, não se trata de um princípio apostólico, mas de todos os que de fato são salvos. Vimos essa premissa de avivamento santo em vários momentos da história: com Moisés, com Josias, com Cristo, com a reforma protestante, e outros. Todos estes momentos de avivamento tiveram como base somente a Palavra. Tiveram como resultado óbvio o abandono de todas as práticas provindas do paganismo.
Ser de fato santo, é correr para longe de tudo que não tem origem em Deus, mas no mundo. Pois como afirma a Escritura: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno   (1 João 5:19). 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Idolatria ao Natal

O Princípio Regulador do Culto possui implicações claras para quem deseja promover a celebração do Natal. Ele obriga quem deseja comemorar essa data a provar, a partir das Escrituras, que Deus a autorizou. Isso, na verdade, é impossível. Além do mais, a celebração do Natal viola outros princípios bíblicos.

O Natal é um monumento à idolatria passada e presente

         O dia em que o Natal é celebrado (25 de dezembro) e quase todos os costumes associados a ele têm origem na adoração pagã de ídolos. “Muitos habitantes da Terra eram adoradores do Sol porque o curso de sua vida dependia da rotação desse astro nos céus, e festas eram celebradas para auxiliá-lo no retorno de viagens distantes. No sul da Europa, no Egito e na Pérsia, as divindades representantes do Sol eram adoradas com cerimônias elaboradas no solstício de inverno — como o tempo adequado para render tributo ao deus benigno da fartura —, enquanto em Roma as saturnais duravam uma semana. Nas terras do norte, o tempo exato era por volta do dia 15 do mês de dezembro, pois os dias se tornavam mais curtos e o Sol estava fraco e distante. Dessa forma, esses povos antigos festejavam no mesmo período em que o Natal é observado hoje". Durante o solstício de inverno os babilônios adoravam Tamuz, os gregos e romanos adoravam Júpiter, Mitra, Saturno, Hércules, Baco e Adônis; os egípcios adoravam Osíris e Hórus; os escandinavos adoravam Odim (ou Vodã). “Entre as tribos germânicas e celtas o solstício de inverno era considerado um importante ponto do ano, e eles celebravam o festival de Yul — o mais importante — para comemorar o retorno da ‘roda flamejante’. O azevinho, o visco, a fogueira de Yule e os filós são relíquias de eras pré-cristãs.”
       O Natal nunca foi celebrado pela igreja apostólica. Tampouco foi festejado durante os primeiros três séculos da Igreja. Por volta de 245 d.C., Orígenes (na Oitava Homilia sobre Levítico) repudiou a idéia da celebração do nascimento de Cristo “como se ele fosse um faraó”.d Em meados do século IV, várias igrejas ocidentais de língua latina passaram a celebrar o Natal. Durante o século V, essa festividade se tornou um dia santo da Igreja Católica Romana incipiente. No ano 534, o Natal foi reconhecido feriado oficial pelo Estado romano.
         A razão para o Natal ter se tornado um dia santo não diz respeito à Bíblia. A Escritura não explicita a data do nascimento de Cristo. Em nenhum lugar da Bíblia somos incentivados a celebrar o nascimento de Jesus. O Natal (bem como outras práticas pagãs) foi adotado pela Igreja de Roma como estratégia missionária.
A fusão com o paganismo como estratégia missionária foi claramente revelada pelas instruções do papa Gregório Magno aos missionários no ano 601: “Pelo fato de eles [ospagãos] sacrificarem bois a demônios, alguma celebração deve lhes ser dada em troca dessa [...] eles devem celebrar uma festa religiosa e adorar a Deus mediante sua celebração, de forma a manterem os prazeres externos e poderem, rapidamente, receber alegrias espirituais”.
            Esse sincretismo explica a razão dos costumes do Natal serem completamente pagãos. A árvore de Natal era usada porque árvores sagradas tinham um papel importante na adoração pagã durante o solstício de inverno. Na Babilônia, a sempre-verde representava Ninrode voltando à vida como Tamuz, supostamente nascido de uma virgem, Semíramis. Em Roma, decoravam-se pinheiros com frutinhas vermelhas para celebrar as saturnais.f Os escandinavos colocavam pinheiros em suas casas em honra ao deus Odim. “Quando os pagãos do norte da Europa se tornaram cristãos, transformaram suas sempre-verdes sagradas em parte da festividade cristã, e decoravam árvores com nozes douradas, velas (remanescente da adoração ao Sol) e maçãs para representar as estrelas, a Lua e o Sol”.
          O acendimento de fogueiras especiais e de velas em 24 e 25 de dezembro origina-se no culto ao Sol. O uso de fogueiras tem sua origem provável no culto prestado a ele pelos druidas. Não se permitia que a madeira fosse totalmente queimada, parte dela seria usada para iniciar o fogo do ano seguinte (possivelmente, símbolo do renascimento do astro). “Os romanos ornamentavam seus templos e suas casas com galhos verdes e flores para as saturnais, a estação do contentamento e da troca de presentes; os druidas juntavam visco com uma grande cerimônia e o penduravam em suas casas; os saxões faziam uso do azevinho, da hera e de louros.”
         O fato de o Natal estar repleto de práticas pagãs é universalmente reconhecido: “Contudo, muitos cristãos alegam que essas práticas não mais possuem conotações pagãs, e crêem que a celebração do Natal oferece uma oportunidade para culto e testemunho”. Os cristãos dizem não adorar a árvore de Natal, e que as origens pagãs jazem no passado remoto e tornaram-se inofensivas. Entretanto, esse conceito, apesar de comum em nossos dias, demonstra a total desconsideração do ensino bíblico concernente aos ídolos, à parafernália associada à idolatria, e aos monumentos idolátricos.
Deus odeia tanto a idolatria que Israel não foi ordenado apenas a evitar o culto aos ídolos. Ordenou-se especificamente que Israel destruísse todas as coisas associadas com a idolatria.
Totalmente destruireis todos os lugares, onde as nações que possuireis serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, e sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore frondosa; e derrubareis os seus altares, e quebrareis as suas estátuas, e os seus bosques queimareis a fogo, e destruireis as imagens esculpidas dos seus deuses, e apagareis o seu nome daquele lugar. [...] e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram essas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Assim não farás ao SENHOR teu Deus… (Dt 12.2-4,30,31).
           Quando Jacó saiu para purificar o campo (i.e., sua casa e seus serviçais) os brincos foram retirados bem como seus deuses estrangeiros (Gn 35.4), porque os brincos deles estavam associados com seus falsos deuses. Eles eram sinais de superstição. Quando Elias foi oferecer seu sacrifício, em uma disputa com os profetas de Baal, ele não usou o altar pagão, algo criado para os ídolos (p.ex., as saturnais), e tentou santificá-lo para o serviço de Deus (p.ex., Natal); em vez disso, ele reconstruiu o altar do Senhor. Os cristãos não deveriam tomar emprestado o festival pagão de Yule ou as saturnais e vesti-los com roupagem cristã; deveriam, em vez disso, santificar o dia do Senhor como fizeram os apóstolos. Quando Jeú se levantou contra os adoradores de Baal e seu templo, ele porventura poupou o templo e o separou para Deus? Não! Ele matou os adoradores de Baal: “Também quebraram a estátua de Baal; e derrubaram a casa de Baal, e fizeram dela latrinas, até ao dia de hoje” (2Rs 10.27).
         Além disso, temos o exemplo do bom Josias (2Rs 23), porque ele não apenas destruiu as casas e os altos de Baal, mas também seus utensílios, bosque e altares; sim, os cavalos e os carros dados ao sol. Também o exemplo do penitente Manassés, que não apenas destruiu os deuses estrangeiros, mas também seus altares (2Cr 23.15). E de Moisés, o homem de Deus, que não se contentou apenas em executar vingança contra os israelitas idólatras, a menos que ele pudesse também destruir totalmente o monumento de sua idolatria.
Deus não deseja que sua Igreja use festividades e cerimônias pagãs e papistas, além de sua parafernália, e as separe para o uso cristão. Ele nos ordena de forma direta a extinguilas totalmente da face da terra, para sempre. Talvez você não se ofenda com a fogueira, a árvore de Natal, o visco, as frutinhas vermelhas e a escolha de uma data pagã para celebrar o nascimento de Cristo, mas Deus se ofende. Ele ordena que evitemos qualquer contato com os monumentos e com a parafernália do paganismo.
         Caso sua mulher tivesse levado uma vida promíscua antes de você se casar com ela, você se ofenderia se ela mantivesse fotos de seus ex-namorados em sua penteadeira? Você se incomodaria se ela celebrasse os diversos aniversários relativos aos relacionamentos do passado? Você se ofenderia se ela guardasse e demonstrasse apreço por anéis, jóias e presentinhos dados a ela por seus antigos namorados? Logicamente você se ofenderia! O Senhor Deus é infinitamente mais zeloso de sua honra que você: ele é o Deus zeloso. Israel poderia usar os dias festivos de Baal, Astarote, Dagom e Moloque para agradar a Deus? De forma nenhuma! A Bíblia deixa muito claro quais reis de Judá agradaram mais a Deus. Ele é servido quando ídolos, seus templos, suas vestes religiosas, brincos, casas consagradas, árvores sagradas, postes, ornamentos, ritos, nomes e dias são eliminados da face da terra, para nunca mais serem restaurados. Deus deseja que sua noiva elimine para sempre os monumentos, dias, a parafernália e as recordações da idolatria: “Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações. Porque os costumes dos povos são vaidade” (Jr 10.2,3). “Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que o aborrece, fizeram eles a seus deuses” (Dt 12.31).
         Os cristãos não devem se desvencilhar apenas dos monumentos idolátricos do passado, mas também de todas as coisas associadas à idolatria presente. O Natal é o dia santo mais importante do catolicismo romano. O nome Natal* provém do romanismo: Christmass — a “missa de Cristo”. O nome christmas [Natal] une o título de nosso glorioso Deus e Salvador com a idolátrica e blasfema missa do papado. Dessa forma, o Natal [christmas] é uma mistura de idolatria pagã e invenções papistas.
         A Igreja Católica Romana odeia o Evangelho de Jesus Cristo. Ela se vale de artifícios humanos, como o Natal, para manter milhões de pessoas em trevas. O fato de muitos milhares de protestantes que dizem crer na Bíblia observarem o dia santo católico romano — sem qualquer mandamento explícito da Palavra de Deus — revela o triste estado do evangelicalismo moderno. “Não podemos nos conformar, comungar e nos identificar com os papistas idólatras, ao usar os mesmos [símbolos], sem nos tornarmos a nós mesmos idólatras mediante nossa participação.” Nossa atitude deve ser a do reformador protestante Martin Bucer, que disse: "Desejo do fundo do meu coração que todos os dias santos, com exceção do dia do Senhor, sejam abolidos. O zelo com o qual foram inventados, sem qualquer garantia da Palavra, e seguidos pela razão corrompida, certamente para eliminar os dias santos dos pagãos… Esses dias santos foram tão conspurcados pelas superstições que me espanto pelo fato de não estremecermos por ouvir-lhes o nome".
       A objeção comum contrária ao argumento da abolição desses monumentos pagãos é que esses fatos ocorreram há tanto tempo que se tornaram inofensíveis para nós. Todavia, essa alegação é totalmente falsa. Não existe apenas a idolatria do catolicismo romano, há também o ressurgimento das antigas religiões pagãs tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. O movimento feminista radical revive no presente as deusas da fertilidade e do Oriente Próximo. A Lei-Palavra de Deus nos diz para tomarmos cuidado com os monumentos idolátricos. A lei de Deus não perde sua força com o passar do tempo.

O Natal desonra o dia de Cristo

         O dia que Deus separou para sua Igreja celebrar em comunidade a pessoa e obra de Cristo é o “dia” denominado “do Senhor”, o primeiro dia da semana, o sábado cristão. O primeiro dia da semana é o dia em que Jesus Cristo ressuscitou dos mortos. É o dia da vitória de Cristo sobre o pecado, Satanás e a morte. A humilhação de Jesus e sua morte sacrificial foram completadas. Ele ressuscitou e será exaltado nos céus para sempre como Senhor do céu e da terra. “… Ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo” (2Co 5.16). “O dia do Senhor nos foi dado em memória de toda a obra da redenção”. A idéia de honrar a vida de alguém de modo gradual (este acontecimento, aquele acontecimento) não procede da Bíblia, mas da adoração pagã ao imperador. De fato, as únicas celebrações de aniversário registradas em toda a Bíblia são as do faraó (Gn 40.20) e do rei Herodes (Mt 14.6; Mc 6.21). As duas festas de aniversário terminaram com assassinatos: a de Herodes com morte de João Batista.
            Deus foi muito generoso para com seu povo, concedendo-lhe 52 dias santos por ano. Quando os homens adicionam outros dias (p.ex., Natal, Páscoa etc.), eles tiram algo, maculam ou até deixam de lado o dia do Senhor. As pessoas preferem e dão mais atenção ao Natal que ao dia do Senhor. Muitos cristãos passam quase todo o mês de dezembro se preparando para o Natal, decorando suas casas, escritórios e igrejas, comprando presentes, assando tortas e bolos, ensaiando e memorizando cantigas, peças teatrais, recitais de música etc. Muitas pessoas que raramente entram em uma igreja vão ao culto de Natal. As pessoas normalmente nem piscam por violar o dia do descanso, fornicar, adulterar e se embriagar; mas consideram fanáticos alucinados os cristãos que não celebram o Natal.
           O que Jesus deseja de nós não é a observância de algo que ele não mandou, mas sim do que ele ordenou: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.19,20). Isto é o que os apóstolos fizeram. Eles ensinaram todo o conselho de Deus (At 20.27), o que não incluía o Natal, a sexta-feira santa ou a Páscoa, porque essas não eram parte das coisas ordenadas por Cristo. Portanto, aquele que entende “o verdadeiro significado do Natal” (ou da sexta-feira santa ou da Páscoa) é precisamente quem percebe que essas datas são invenções humanas. E para honrar a Cristo como único Rei e cabeça da Igreja, essa pessoa não observará essas adições feitas por seres humanos ao que nosso Senhor ordenou. Tal pessoa deverá evitar esse costume bastante popular. O mais importante é que ela estará ao lado de Cristo e dos apóstolos.
             O único dia autorizado por Deus como dia santo é o dia do Senhor. Se a Igreja deseja agradar a Jesus Cristo e honrá-lo, deverá fazê-lo guardando seu dia e sendo exemplo para o mundo não-cristão. Quando os cristãos tornam o Natal mais especial que o dia do Senhor, desobedecem aos ensinos de Cristo e desonram seu dia.

O Natal é uma mentira

         O cristianismo é a religião da verdade. Deus não pode mentir. Toda a verdade e todo o conhecimento procedem de Deus. Jesus Cristo é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6). O Espírito Santo é chamado “o Espírito da verdade” (Jo 16.13). O Evangelho é chamado “a palavra da verdade” (Ef 1.13). Deus ordena: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16). Paulo nos diz para “segui[r] a verdade em amor” (Ef 4.15), deixar a mentira e falar a verdade com o próximo para não entristecermos o Espírito Santo (Ef 4.25,30). Jesus Cristo nos diz que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Os cristãos devem ser sal e luz do mundo (Mt 5.13,16); devem testemunhar ao mundo falando e vivendo a verdade. A celebração do Natal é compatível com nossa responsabilidade de falar e viver a verdade perante o mundo? Não, porque o Natal é uma mentira.
        A data usada para celebrar o nascimento do Cristo, 25 de dezembro, é uma mentira. Segundo a Bíblia, Jesus não nasceu nesse dia: “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho” (Lc 2.8). É de conhecimento público que os pastores na Palestina voltavam dos campos antes do inverno. A estação chuvosa na Judéia começa no fim de outubro ou no início de novembro. Os pastores já teriam voltado com seus rebanhos para as aldeias antes do início da estação de chuvas. Portanto, Jesus nasceu antes da primeira semana de novembro.
É evidente que Cristo não nasceu no meio da estação do inverno. Mas, as Escrituras nos dizem em que estação do ano ele nasceu? Sim, as Escrituras indicam que ele nasceu no outono. O ministério público de nosso Senhor durou três anos e meio (Dn 9.27). Seu ministério teve fim no tempo da Páscoa (Jo 18.39), que ocorre durante a primavera. Portanto, três anos e meio antes marcariam o início do ministério no outono daquele ano. Quando Jesus começou seu ministério, ele contava 30 anos de idade (Lv 3.23). Esta era a idade para o sacerdote começar a exercer seu ministério sob o Antigo Testamento (Nm 4.3).
          Se os cristãos estão desejosos de celebrar uma mentira e lotar o falso dia do aniversário de Cristo com mitologia papista e pagã (p.ex., papai-noel, árvore de Natal, visco, fogueira, sempre-verde etc.), por que, então, o mundo deveria acreditar na Igreja quando ela realmente diz a verdade? Se você mente a respeito do nascimento de Cristo e faz vistas grossa em relação à mitologia pagã, quando você disser a seu vizinho sobre a ressurreição de Jesus, por que ele deveria acreditar em você? Ao celebrar o Natal, você põe uma pedra de tropeço diante de seu vizinho incrédulo. Ele poderia raciocinar com toda a razão: visto que você fala e vive uma mentira acerca do nascimento de Cristo, você não é confiável para falar sobre a ressurreição dele. Alguns intelectuais já me disseram, depois de ter argumentado com eles a respeito da morte e ressurreição de Cristo, que essas doutrinas eram mitos propagados por pessoas simples da mesma forma que o papai-noel e o coelhinho da Páscoa (é claro que a mentira sobre o Natal dura há tanto tempo que a maior parte das pessoas a aceita como verdade). A Igreja deve parar de macular a Palavra de Deus inspirada e infalível ao posicionar fantasias humanas ao lado da revelação divina. O Natal contradiz a narrativa bíblica do nascimento de Jesus.

O mundo ama o Natal

“… Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4).
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há” (1Jo 2.15).
             Quem é o verdadeiro guia? Não deve a Igreja do Senhor Jesus Cristo servir de exemplo para o mundo? Não é ela o sal e a luz das nações? É correto que ela siga o modelo pagão? O Natal não se origina na Bíblia nem na igreja apostólica; é totalmente pagão. O dia, a árvore, a troca de presentes, o visco, as frutas vermelhas sagradas — tudo isso tem origem nas festividades pagãs idolátricas do solstício de inverno. A Igreja de Roma comprometida e apostatada tomou as práticas pagãs e tentou cristianizá-las. Todos os transgressores da lei, as pessoas que odeiam a Cristo, os adoradores de ídolos e incrédulos pagãos amam o Natal. Por quê? Porque o Natal não é bíblico, não procede de Deus, é uma mentira. Satanás, seu mestre, é o pai da mentira. Ateus, homossexuais, feministas, políticos ímpios, assassinos, molestadores de crianças e idólatras —todos— amam o Natal. Se essa fosse uma data bíblica, e sua observância uma ordenança, o mundo o amaria? Com toda certeza: não! O mundo odiaria o Natal. “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1Co 2.14). Por acaso o mundo ama o dia do Senhor, o sábado cristão? Claro que não. O mundo o odeia. O mundo ama e obedece ao Rei dos reis e Senhor dos senhores ressurreto? Não! O mundo odeia Jesus. O mundo é capaz de amar um bebezinho de plástico ou de barro em uma manjedoura. Um bebezinho de plástico não é muito ameaçador. Entretanto, Jesus não é mais um bebezinho. Ele é o rei glorificado que se assenta à destra do Pai. “… Ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo” (2Co 5.16).
           A Bíblia ensina que “a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus” (1Co 3.19). “Assim diz o SENHOR: Não aprendais o caminho dos gentios… Porque os costumes dos povos são vaidade” (Jr 10.2,3). O apóstolo Paulo tinha em mente uma aplicação bem mais ampla que apenas ao casamento quando disse, “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? [...] Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2Co 6.14-17). Quando a Igreja possui algo em comum relacionado à adoração e à religião com o mundo pagão incrédulo, ela, nessa área, jaz sob o mesmo jugo que os incrédulos. A Igreja não deve celebrar um feriado pagão com o mundo pagão. Quanta hipocrisia e impiedade!

Não seja enganado

Paulo nos adverte que “Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14). Essa é a razão pela qual os festivais pagãos em todo o mundo são dias de diversão, dias de comidas especiais, festas, desfiles, reuniões familiares e de troca de presentes. O objetivo de Satanás não é simplesmente escravizar indivíduos, mas também controlar instituições, culturas e nações. O calendário pagão de “dias santos”, nos quais os festivais pagãos são celebrados no tempo exato a cada ano, é um recurso inspirado por Satanás para envolver culturas inteiras na rebelião contra a aliança divina. Ele deseja que pessoas e países sejam escravizados por rituais pagãos e pelas trevas. Uma cultura está saturada de satanismo quando festivais, ritos e cerimônias pagãs se tornam tão naturais que não são mais questionados em determinada sociedade.
         Como puderam os cristãos ser enganados a ponto de celebrar um dia festivo pagão? O dia foi transformado de um período de trevas em um dia de luz. Como isso aconteceu? É muito simples: a primeira coisa a ser feita é mentir. Ensine que esse dia é o aniversário de Cristo. O fato de Jesus não ter nascido nesse dia não importa. Pouquíssimas pessoas averiguarão os fatos. E quem o fizer será considerado fanático, pessoas indesejadas como Scrooges modernos. A seguir, transforme a data em um dia de reunião familiar, com presença obrigatória de todos. Que coisa maravilhosa: um dia para a família toda jantar junta e apreciar seus valores. Faça-o também um dia de presentes e de caridade, um dia de se preocupar com o próximo e de partilhar. Quem se oporia a isso? A seguir, dedique-o a todas as crianças do mundo, um dia repleto de lembranças agradáveis. É um dia de sentimentalismo intenso. Não corre uma pequena lágrima de seu olho quando você pensa em pais e irmãos reunidos perto da árvore? Certifique-se de que todas as cidades (independentemente do tamanho) estejam decoradas a caráter. Mantenha a indústria do entretenimento a todo o vapor com artigos especiais, filmes, espetáculos e recitais. Exerça pressão em sua comunidade, local de trabalho, igreja e família sobre quem não celebra o dia para que seja considerado perversor da verdade ou desconectado da realidade.
      Essa estratégia tem sido efetiva? Sim, e muito. Houve um tempo quando presbiterianos e congregacionais disciplinavam irmãos pela celebração do Natal. Para os protestantes da ala calvinista da Reforma, a celebração desse dia foi impensável durante quase 300 anos. Agora se você for presbiteriano e não celebrar o Natal, irmãos da mesma denominação pensarão que você é fanático. Os protestantes têm sido enganados, iludidos, ludibriados e tapeados por terem esquecido o Princípio Regulador do Culto a Deus: “Toda a Palavra de Deus é pura: escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5,6). Haveria apenas uma razão aceitável para o cristão celebrar o Natal, e ela seria uma ordem direta da Palavra de Deus para assim proceder. Visto que não há uma instrução implícita ou explícita para agir dessa forma, sua celebração é proibida.

         Extraído do site: http://www.eleitosdedeus.org/natal/natal-brian-schwertley.html#ixzz1fhwyYK3Z
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