Quem nunca ouviu falar que alguns crentes são radicais, fundamentalistas, ou até mesmo bitolado? Pois é, muitos crentes são acusados de forma ofensiva com estes adjetivos por não crentes, ou até mesmo por aqueles que se dizem crentes evangélicos
Determinar o que vem a ser crente bitolado na mente destas pessoas que usam tais apelidos para os crentes é uma tarefa vital para prosseguirmos em nossa exposição. Para eles, os crentes bitolados são todos iguais, todos fazem parte de um único pacote. São aqueles que só falam de religião, tudo o que fazem tem que ter haver com religião e em todas as coisas sempre misturam a religião.
Mas há de se fazer uma diferença entre crente bitolado e crente bitolado. Falo do crente bitolado fanático e o bitolado fundamentalista. De fato alguns crentes possuem a mente fechada ao ponto de se alguém perguntar qual o motivo que as leva a fazer, falar, ou pensar daquela forma elas não possuem qualquer resposta. Mas há outros que recebem a classificação de bitolados, contudo se questionados da mesma forma que os anteriores, sabem muito bem o motivo de agirem, pensarem ou de fazerem qualquer coisa que os levou a serem chamados de radicais ou bitolados. O motivo que os leva a serem assim chamados é exatamente o que será exposto daqui em diante.
Primeiramente vamos à justificativa filológica dos apelidos: radicais e fundamentalistas. A palavra “radical” vem de raiz. Em outras palavras o sujeito chamado de radical está sendo comparado ao sujeito que tem raízes. O sentido da palavra radical não é aquele sentido usado pela mocidade de nossos dias para expressar que alguém é super legal, ele faz coisas incríveis. Pois quando querem dizer isso, eles dizem: Vejam o fulano, ele é radical. Não é esse o sentido da palavra que usamos aqui. Da mesma forma o fundamentalista é aquele que tem fundamento. Desta forma os dois apelidos podem ser usados para expressar a mesma coisa, pois o sujeito radical ou fundamentalista é aquele que se se fundamenta, ou está enraizado em uma ideia, em uma crença no caso dos crentes. Quanto ao termo bitolado este só pode ser usado para aqueles que não possuem argumento para suas ações, palavras ou pensamentos. Em outras palavras, fazem por que fazem, mas não sabem o motivo que as levou para se comportarem daquela forma e quando arguidos seus argumentos são evasivos e não possuem fundamento, não possuem raiz. Por isso, daqui por diante estarei usando as palavras radicalismo e fundamentalismo como sinônimas.
Assim sendo, se você é uma pessoa que se diz crente, mas suas respostas são do tipo: por que gosto... por que me identifiquei... por que eu acho Jesus Cristo um cara legal... por que eu gostei da mensagem do evangelho...por que eu gosto do culto da igreja tal... por que idolatria é pecado... Apesar de algumas delas serem dadas na mais pura sinceridade e tiradas da própria Bíblia,nenhuma delas pode servir para responder à pergunta do motivo que te levou a ser crente. Todas estas respostas não possuem qualquer fundamento firme, é puro sentimentalismo e a sua religião é vã.
Quando o salmista no capítulo 1 fala do justo ele o faz contrastando com o ímpio. V.3Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.4 Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa.Ele compara o justo com a árvore plantada junto às correntes de águas. Este justo é comparado com aquilo que tem raiz, que se alimenta sempre. Ao contrário ele também compara o ímpio com a palha que o vento dispersa, ou a leva para onde quer, ou seja, não tem raízes. Para o ímpio ou para o crente relapso é fácil acusar o verdadeiro crente de radical, pois eles mesmos não têm raizes. Quando o ímpio, ou o falso crente acusa o verdadeiro crente de radical ou fundamentalista ele está fazendo o que a Psicologia chama de transferência. O acusador transfere seu defeito para o outro e o acusa. O defeito do não crente é exatamente o fato de não ter raízes de não ter fundamento e olha para aquele que tem e para não ficar por baixo transforma o radicalismo, como coisa ruim, o que não é.
Sem exceção, todas as pessoas das quais lemos o seu testemunho na Bíblia que foram consideradas radicais em suas épocas tanto em suas maneiras de ser, pensar e agir foram acusadas, menosprezadas ou mortas por aqueles que detinham o poder maioral do povo de Deus, ou seja, os próprios sacerdotes, bem como pelo povo controlado por esses. Os mortos foram os próprios profetas e o Senhor Jesus Cristo.
Mas então devemos ser fundamentalistas? Sim e o porque devemos ser fundamentalistas? Essa pergunta terá como resposta três motivos:
1. Os fundamentalistas não serão abalados em vida. Salmos 55:22 Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado.
Quando se fala em abalo, o maior abalo que podemos usar de exemplo são os terremotos. As placas que formam a crosta terrestre se ajustam umas às outras provocando abalos na superfície. Falando assim um terremoto não causa espanto nem medo. Mas conhecemos seus efeitos devastadores, e que para nossa sorte, somente através da televisão. Prédios, casas, pontes, tudo se vê abalado e caem diante do tremor da terra. Na verdade a sensação descrita por quem já vivenciou um terremoto é “como se o chão sumisse de debaixo de nossos pés” dizem. Não há estabilidade. Esta falta de estabilidade está justamente no fundamento. O fundamento da crosta terrestre daquele lugar não é confiável.
Da mesma forma a vida de quem não possui um firme fundamento também não é confiável, em todos os sentidos do termo. Todo aquele que não é um cristão verdadeiro, diante de uma passagem ruim em sua vida, diante de uma catástrofe, diante de um perigo aí seu frágil mundo se torna à mostra. O ateu diante do desastre iminente clama pela sua vida; o idólatra clama pelo seu ídolo, o pagão exerce o seu ritual. E todos eles perdem por instantes, por semanas, até mesmo pelo resto da vida alguma parte da confiança naquilo que tinham. Mas e o crente fiel? Salmos 125.1Os que confiam no SENHOR são como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre. O crente fiel sabe que o Senhor é o seu escudo, o Senhor é quem lhe dirige a vida, o Senhor é quem já tem determinado todos os seus dias e nada lhe acrescentará ou diminuirá de sua vida por qualquer coisa que faça e mesmo assim ele ainda ora e confia em Deus.
O fundamento sólido e firme dos crentes verdadeiros está no único Deus que é eterno e em relação a Este Deus, tudo mais é transitório e passageiro. É por isso que esse crente quando passa por tribulações ele permanece firme inabalável. Certa vez visitei a uma senhora de uma igreja pentecostal em um hospital. Ela havia adoecido e ainda não sabia o que era. Seu pastor a havia ensinado que o verdadeiro crente não adoece, que doença era coisa do diabo e que ela tinha de fazer a corrente de oração durante sete semanas para quebrar a maldição que ela estava sofrendo. Quando o diagnóstico chegou, aquela mulher descobriu que estava em fase terminal de câncer e que tinha pouco tempo de vida. A reação dela foi a de não querer nunca mais ver, ou ouvir com qualquer pastor que fosse, pois para ela todo pastor se tornou mentiroso. Vemos nela que o seu fundamento não estava em Deus, mas naquilo que o seu pastor lhe havia ensinado. E isso gerou nela uma grande revolta e decepção com todos aqueles que são chamados de pastores.
Jesus ao ensinar sobre o fundamento de nossas vidas ele aponta para suas próprias palavras, para a Bíblia. Mateus 7.24-25 “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha.
A palavra de Deus é apontada por Jesus Cristo como sendo o firme fundamento sobre o qual todo aquele que construir a sua vida quando vier as angústias da vida, por que elas certamente virão, eles não serão abalados. O próprio salmista no capítulo 1, nos diz que a atitude que levou o justo a ser comparado a árvore, com raízes, transformando-o em um fundamentalista, um radical, é o fato de que este homem medita na palavra de Deus dia e noite. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
O verdadeiro crente tem a palavra de Deus como seu fundamento é por isso que ele não se abala, pois a Palavra de Deus é a única verdade absoluta que existe. Tudo mais é transitório e inconsistente, abalável. Mas a Palavra de Deus é eterna. 1 Pedro 1:23 pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
2. Os fundamentalistas não serão abalados após a morte - Provérbios 10:30 O justo jamais será abalado, mas os perversos não habitarão a terra.
Um grande pregador do passado em um de seus sermões afirmou ilustrando que em uma de suas mãos de graça, Deus segurava os justos; e na sua outra mão de graça Deus segurava os ímpios. Quando o justo morria a mão de graça de Deus permanece sustentando o justo pela eternidade e quando o ímpio morria a mão de graça de Deus, Ele a retirava de debaixo do ímpio e este sofria as consequências da sua falta de fé. Este pregador era o Pr. Jonathan Edwards seu sermão se intitulava “Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado” ele o pregou na cidade de Enfield, no estado de Connecticut, EUAem 08 de julho no ano de 1741.
A sensação de segurança que a vida promíscua dos ímpios lhes causa, esta mesma será a causa de sua destruição. Por que tudo o que fazem não vendo eles nenhuma consequência na vida terrena, cada vez mais se sujam com seus pecados e mistificações lhes empurrando cada vez mais para o abismo do pecado, cada vez mais para longe de Deus. Provérbios 1:32 Os néscios são mortos por seu desvio, e aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. Cometem um pecado hoje e como não há consequências imediatas, o repetem amanhã e depois de amanhã. E por causa deste pecado não houve justiça divina em suas vidas, na próxima semana cometem outro pecado e vão acrescentando às suas vidas miseráveis pecados e mais pecados. Salmos 42:7Um abismo chama outro abismo...
Mas ao fundamentalista, ao crente radical seu comportamento o levará a outro fim. Como já lemos o salmista anteriormente, ...os que confiam no Senhor, são como os montes de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.
Salomão ao proferir as palavras que lemos em provérbios 10.30, está com olhos vislumbrando o futuro. Ele olha para o justo e vê que ele será permanente nesta terra, ao contrário dos perversos, dos ímpios não habitarão nela.
O Senhor Jesus Cristo quando Jesus em seu sermão do monte profere as bem aventuranças, Ele não está fazendo uma seleção de quem vai ganhar o que. Mas o que Ele está dizendo é um conjunto de coisas que os crentes fundamentalistas, verdadeiros receberão quando Ele voltar. E uma das coisas que ele diz que acontecerá com os radicais é Mateus 5:5Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.O Senhor Jesus está afirmando que os mansos, aqueles que se submeteram ao senhorio de Cristo, eles terão um lugar permanente na eternidade e este lugar é a própria terra, este planeta em que vivemos. É exatamente para isso que a terra será transformada quando Cristo voltar. Romanos 8:21 na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.
O profeta Isaías é bem claro a fazer esta afirmação de que somente os justos é que habitarão a terra, aquele mesmo justo proferido pelo salmista que é comparado a árvore com raízes e medita na Palavra de Deus dia e noite: Isaías 60:21 Todos os do teu povo serão justos, para sempre herdarão a terra; serão renovos por mim plantados, obra das minhas mãos, para que eu seja glorificado. O justo aqui em Isaías não pode ter qualidades diferentes daquele justo dito pelo salmista no capítulo 1. Tanto não é que novamente a figura da árvore é usada também pelo profeta Isaías quando ele usa a expressão: renovos por mim plantados... a palavra renovo aqui em hebraico se refere ao broto daquilo que foi plantado. Também carrega o sentido de enxerto, ou seja aquele ramo que foi enxertado, neste caso, no reino de Deus.
Ao contrário que muitas seitas e denominações acreditam, o julgamento de Deus para se decidir quem vai para o inferno, ou quem vai para o céu não acontecerá quando Cristo voltar. O julgamento final, quando Cristo voltar, será para aplicar a justiça final de Deus a todos os mortos ressurretos e a todos os que estiverem vivos quando este fato acontecer. Mas o destino final não será céu e inferno. O destino final será ou o paraíso de Deus, que é a nossa própria terra, ou o que Jesus chama em Apocalipse de lago de fogo e enxofre. Apocalipse 21:8Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.Já se encontravam mortos espiritualmente neste dia se encontram mortos eternamente.
Mas aquele que fundamenta sua vida na palavra de Deus, será salvo neste dia e a sua permanência será eterna: 1 João 2:17 Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente.
Notem que João destaca que é somente aquele que faz a vontade de Deus que permanecerá eternamente. Ou seja, será livre do julgamento final e permanecerá na presença de Deus. Mas quando João demonstra essa verdade ele contrasta que este que faz a vontade de Deus com aquele que baseia a sua vida nas coisas do mundo, nos desejos de sua carne, no seu próprio desejo e vontade em contraste com a vontade de Deus. Jesus fala também sobre este dia e também desta mesma maneira que estamos expressando em Mateus 7:21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Isso o Senhor está dizendo que pessoas irão confessá-lo como Senhor de suas almas, mas suas próprias vidas serão prova de que aquilo que dizem não passa de mentiras.
Existe de fato na própria Bíblia qual é a vontade de Deus para os homens. E João afirma que esta vontade é: João 6:40 De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Contudo não podemos ser inocentes que pelo simples fato de confessarmos a Cristo como Senhor muda alguma coisa em nossa vida por vir. Existe consequências necessárias na vida do crente que se fiou na Palavra do Senhor, confessando-o como único salvador de sua vida, e as consequências necessárias são os frutos que as suas vidas produzem. Novamente vemos a figura da árvore aqui. Jesus disse: que é pelos frutos que se conhece a árvore. A sua vida, seu modo de ser, de agir, de pensar, de falar necessariamente têm de vir carregados do sangue de Cristo, tudo fundamentado na Palavra.
Todo o nosso agir tem de ter raízes, e estas raízes demonstrarão no dia da calamidade, no dia da volta do Senhor que nós permaneceremos firmes, pois será a própria palavra do Senhor que nos protegerá deste evento devastador para os que não possuem raízes, para aqueles que não são radicais.
3. O terceiro e último motivo para alguém se tornar fundamentalista é que ele estará sendo moldado à imagem do Senhor Jesus Cristo. Romanos 8:29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Ser fundamentalista é muito mais do que simplesmente ser alguém com firmes fundamentos na palavra de Deus, apesar de isso ser o básico. Mas também implica necessariamente que nós estaremos sendo transformados à imagem do próprio Senhor Jesus Cristo, pois não houve, nem mesmo haverá ninguém tão radical quanto Ele. Sim! Cristo de fato era extremamente radical em todos os sentidos etimológicos do termo.
Em todos os momentos da sua vida terrena, Cristo não mostrou nenhum outro fundamento a não ser a própria palavra de Deus. Ele não fez uso de experiências, suposições, mas todos os seus ensinamentos mesmo aqueles em que ele usou a própria vida como exemplo, ou fatos da vida cotidiana de sua época, todos foram aplicações vivas da Palavra de Deus.
Quando tentado pelo diabo, lemos em Mateus 4, que Cristo não usou outro fundamento diferente da Palavra de Deus para se defender das quatro tentações que lhe foram apresentadas. O diabo usou por quatro vezes a palavra de Deus de forma distorcida para tentar a Cristo e todas as suas quatro respostas se baseavam na Palavra de Deus quando Jesus respondia: “está escrito”fazendo Cristo uso de outro texto corrigindo a interpretação que o diabo estava dando ao texto sagrado. Ou seja Cristo combateu a palavra distorcida com a própria Palavra de Deus usando outro texto.
Quando Cristo estava ensinando no sermão do monte, Ele combateu o ensino equivocado dos fariseus sobre a Lei de Deus. Em Mateus 5.20 ss vemos esse modo de agir do Senhor. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento.Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento;Jesus está nos dando a maneira pela qual devemos nos pautar em todo o momento de nossas vidas. Assim também nós devemos ser. Nos deixando ser guiados pela Palavra do Senhor.
No texto que lemos anteriormenteque fomos predestinados para sermos conforme a imagem de seu Filho, Paulo afirma que isso tem um propósito e que este propósito é que Cristo seja o primogênito de uma irmandade, ou seja entre muitos irmãos. Mas para sermos irmãos em Cristo há uma condição a que devemos estar dentro dela: Lucas 8:21 Ele, porém, lhes respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam. Ou seja, para sermos parte da família de Deus, temos de ser achados dentre aqueles que não somente ouvem a palavra de Deus, mas que também coloquem a sua palavra em prática.
No comportamento de Cristo vimos que ele foi radical ao extremo em várias situações. Quando ele chegou no templo e viu aquelas pessoas roubando e deturpando o propósito e a centralidade do local que deveria ser reservado para o culto a Deus, sua ira se acendeu e com um chicote de cordas derrubou as mesas dos vendedores e expulsou os mercadores do templo. Neste relato, João lembra que quando Cristo morreu, uma profecia se cumpriu quanto a este fato de Cristo ter tido uma ação radical com relação à casa de Deus. João 2.17Lembraram-se os seus discípulos de que está escrito: O zelo da tua casa me consumirá.E quando este ato de Jesus foi contra a atitude e pensamento dos fariseus eles lhe pediram um milagre, um sinal do céu para que cressem no que Ele havia acabado de dizer e fazer: mas a resposta de Jesus foi uma profecia com relação à sua morte e eles não entenderam, mas os discípulos quando Cristo ressuscitou dos mortos eles além e crerem em Jesus, creram na Escritura, o fundamento sobre o qual Jesus tinha tomado como base para agir do modo como agiu expulsando os mercadores do templo: João2. 22Quando, pois, Jesus ressuscitou dentre os mortos, lembraram-se os seus discípulos de que ele dissera isto; e creram na Escritura e na palavra de Jesus.
Conclusão:
Desta mesma maneira, colocando em prática a Palavra de Deus em nossas vidas estaríamos nos tornando à imagem de Cristo, ou seja, tendo o mesmo tipo de atitude de Cristo? De fato sim, pois foi o Senhor mesmo que afirmou que ele não veio para revogar a Lei, ou seja, a Palavra de Deus, veio para cumpri-la e de todas as formas que se possa imaginar, Cristo cumpriu a Palavra de Deus, absolutamente nada Ele deixou de cumprir. Cristo foi o maior dos radicais, o maior dentre os fundamentalistas, pois toda a sua vida, todo o seu fundamento não era outro senão a Palavra de Deus, pois foi Ele mesmo quem afirmou em Mateus 5:17 Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.. Então se queremos ser achados à imagem e semelhança de Cristo, comecemos por obedecer a PALAVRA DE DEUS E NÃO A NOSSA VONTADE.
E Cristo foi tão radical e tão fundamentalista em sua forma de cumprir a Palavra de Deus que Ele mesmo nunca pecou, cumpriu todo o desígnio de Deus.
Hebreus 4:15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
Vocação e parentesco
Uma das maiores dificuldades no ministério de um pastor diz respeito não à sua fé, ou à sua vida devocional, mas diz respeito ao reconhecimento de seu próprio pastorado entre seus familiares. Os próprios apóstolos viram esta questão no ministério de Jesus Cristo, Marcos e Mateus transcreveram as palavras de Jesus:
“E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa.”Marcos 6:4
“E escandalizavam-se nele. Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa.”Mateus 13:57
Jesus não está aqui ditando uma regra que deve acontecer com todo “profeta” (cf I Coríntios 14.3), mas para mostrar a pecaminosidade no coração daqueles que rejeitam tanto o profeta quanto à sua palavra. Não foi diferente com outros profetas, como Moisés por exemplo, Mirian e Arão se insurgiram contra o irmão. No caso destes foram penalizados por isso.
A questão perpassa pela intimidade com o referido profeta, de conhecer toda a sua vida, de conhecer sua intimidade, suas fraquezas, suas falhas. No caso de Jesus Cristo seus irmãos conviveram com toda a sua infância, viram-no crescer, era para eles um igual.
Mas isso tem de ser assim sempre? Tem de continuar assim pelo resto da vida? A pergunta procura responder até que ponto a desconsideração de um homem, por parte de seus familiares, chamado para o ministério por Deus é lícita, ou se é lícita em algum momento. Procura também responder se o problema está no “profeta”, ou se está em seus familiares e amigos.
Excetuando a Jesus Cristo, o passado dos profetas, é levado em consideração por seus familiares, os pecados cometidos, as falas mal ditas e malditas, as ações intempéries das relações familiares, tudo afeta diretamente na consideração do profeta.
Tal desconsideração não passa somente por este ponto, mas também pela não aceitação da exortação que possa vir do que foi chamado por Deus para o ministério. E tal chamado é posto pelos que o desprezam como sendo um chamado territorial, local, dizem: “ele é pastor lá, aqui não”.
Este é um ato que tem por fundamento o não entendimento sobre o que é ser chamado (vocacionado) para o ministério. A vocação ministerial não se trata de uma vocação local, territorial, é um chamado para a vida, independente do local em que se está. O chamado não é para uma igreja, uma denominação, mas para a igreja do Senhor Jesus Cristo independente de placa ou localização. Tal chamado vem revestido de autoridade delegada pelo próprio Senhor Jesus e pela igreja e como tal deve ser respeitado. (Atos 9.15; Tito 2.15; Romanos 13.1-2).
O problema do reconhecimento da autoridade do “profeta” não está no profeta, mas está em quem o ouve, nos seus pré-conceitos e conhecimento de um passado, de certa forma, íntimo com o vocacionado. Via de regra, sempre esse passado é relembrado, como que quisessem diminuir a autoridade do profeta. Mas lembremos de três coisas: 1. Em Marcos 11.27-33 vemos os escribas e sacerdotes questionando a Jesus sobre sua autoridade, pois não o reconheciam como sendo um profeta, muito menos como Deus encarnado. 2. A rebeldia contra o profeta ou a palavra profética sempre foi considerada pecado, independente de parentesco com o profeta. (Números 12.11; João 10.26). 3. Quem sempre levanta o nosso passado contra nós, se feito intencionalmento ou não, é fruto de uma influência satânica para diminuir não só o “profeta”, mas também sua palavra (Apocalipse 12.10).
No caso de Miriã e Arão, reconheceram seu pecado, mas no caso dos sacerdotes e fariseus, alguns poucos reconheceram a autoridade de Cristo, mas o problema não estava em Moisés ou em Cristo, mas no pecado daqueles que os rejeitaram. O fato de até mesmo lembrar o passado como desprezo pelo pastorado, cingido de diversão se torna um ato pecaminoso, pois a autoridade de um pastor não reside nele mesmo, mas em Quem a ele chamou e delegou tal autoridade. Rejeitá-lo é rejeitar a quem o vocacionou.
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