segunda-feira, 3 de março de 2025

Objeções ao texto VITÓRIA DE TRUMP E O FUTURO DA ESQUERDA

 

  O texto em vermelho abaixo é intitulado: VITÓRIA DE TRUMP E O FUTURO DA ESQUERDA e tem autoria dita como sendo de Frei Betto, possivelmente disponível em algum site de internet. Recebi esse texto através da rede WhatsApp, num grupo e, segue algumas refutações históricas e ideológicas. As inserções das refutações estão em preto após o texto entremeadas com as frases tiradas do próprio original.

 

      Como outrora se dizia à luz de categorias marxistas, a correlação de forças mudou. Após a Segunda Grande Guerra, o avanço da União Soviética e o êxito da Revolução Chinesa (1948) estabeleceram um equilíbrio pendular no mundo conhecido como Guerra Fria.

      Os países capitalistas metropolitanos, em especial da Europa Ocidental, adotaram políticas social-democratas que beneficiaram a classe trabalhadora. O objetivo do Estado de bem-estar social era evitar que fosse atraída pela agenda comunista. A elite entregou os anéis para não perder os dedos.

      Antonio Candido dizia que a maior conquista do socialismo não tinha ocorrido nos países que o adotaram, e sim na Europa Ocidental que, por temê-lo, concedeu direitos aos trabalhadores. Derrubado o Muro de Berlim (1989), os direitos também vieram abaixo.

      Como Hitler e Mussolini encarnavam o que se considerava direita, se assumir como tal era tido como politicamente incorreto. No Brasil, após a redemocratização (1985), na polarização partidária o PT representava a esquerda e o PSDB, a direita, embora este partido traga em sua sigla a marca de social-democracia.

      Dissolvida a União Soviética (sem que se disparasse um único tiro) e derrubado o Muro de Berlim, a direita decidiu “sair do armário”. Hoje, a polarização ideológica não é entre esquerda e direita, é entre direita e extrema-direita, como Kamala e Trump. Em nosso país, diante do avanço da extrema-direita, boa parte da direita tenta se disfarçar de “centro”. É o caso do PDT, do MDB e de outros, que não advogam uma sociedade pós-capitalista.

      A eleição de Trump é a cereja do bolo que faltava à ascensão da direita no mundo. Sem dúvida, ela haverá de anabolizar a extrema-direita no Brasil. A diferença entre direita e extrema-direita é que a primeira respeita as regras da democracia burguesa; a segunda, as ignora e adota medidas autocráticas. O tema tem sido exaustivamente tratado por autores como Roger Eatwell, Matthew Goodwin e Cas Mudde.

      Como ficam os partidos progressistas como PT, PSOL, PcdoB, UP e outros? Pelo andar da carruagem (eleição de Trump e resultados das eleições municipais) dificilmente haverão de amealhar um número significativo de votos nas eleições de 2026.

       O próximo Congresso, a ser eleito em 2026, será tão ou mais conservador que o atual. Quem garante isso? O orçamento secreto, agora apelido de emendas parlamentares. Nenhum cacique municipal ou estadual correrá o risco de perder a boquinha na próxima legislatura federal. Quem vai querer abrir mão dessa cornucópia da qual jorram, a cada ano, bilhões de reais a serem embolsados por 81 senadores e 513 deputados federais?

      Quais as alternativas para a esquerda e os partidos progressistas? Um dos desafios é lidar política e profissionalmente com as redes digitais. Não se pode depender de iniciativas pessoais ou grupais. Se um partido quer emitir mensagens (análises de conjuntura; dados do governo progressista; contrapontos às fake news da direita etc.), deverá contar com equipes de profissionais especializados em mídias digitais e politicamente identificados com as propostas de esquerda. Não repetir o erro de certas campanhas eleitorais de candidatos de esquerda, cujos marqueteiros são de direita... Há que se ter equipes que se revezem de 8 em 8 horas de modo a atuar 24h por dia, de domingo a domingo. E cujos conteúdos emitidos tenham linguagem popular e sejam de forte impacto visual.

      O que levou Lula três vezes à presidência da República? Não foi a perícia dos marqueteiros nem as alianças partidárias, e sim o trabalho de base, de educação política, que acumulou em torno dele vultoso capital eleitoral. Trabalho desenvolvido em todo o Brasil a partir da década de 1970, através das comunidades de base das Igrejas cristãs, dos movimentos populares, do sindicalismo combativo, da militância remanescente da luta contra a ditadura. Trabalho conduzido pela pedagogia de Paulo Freire.

      Por que agora as classes populares dos EUA votaram em Trump? Por que há “pobres de direita”? Por que só a direita consegue promover, hoje no Brasil, manifestações de rua com número significativo de pessoas?

      Tomemos o exemplo de dona Maria. Diarista, sentia-se excluída, oprimida, condenada à invisibilidade. Ansiava, como é natural, sair do círculo do inferno. Sonhava em ser socialmente reconhecida e respeitada, como todo ser humano. Não lhe bastava ter um nome, documentos de identidade e uma atividade para sustentar, mal, a sobrevivência dela e dos filhos. Desejava “algo mais” que lhe imprimisse identidade social, sejam bens materiais (moradia, escola para os filhos, renda maior), sejam bens simbólicos (cultura, qualificação profissional, aprimoramento de seus dons artísticos).

      Maria se sentia humilhada pela árdua jornada diária. Abandonada pelo marido, buscava conciliar seu trabalho de faxina com o cuidado dos filhos. Além de trabalhar muito, passava horas do dia no transporte coletivo e se sabia socialmente invisível. O filho adolescente queria ao menos um tênis de marca para ser socialmente reconhecido. Os sonhos de consumo podiam torná-lo vulnerável aos tentáculos da criminalidade.

      Tudo mudou no dia em que Maria ingressou em uma comunidade religiosa que a trata como “irmã”, se interessa por sua vida, ajuda-a a transpor dificuldades. Para consolidar esse reconhecimento, ela abraçou a ideologia da comunidade. O pastor ou o padre a convenceu de que essa sociedade - capitalista - oferece oportunidades a todos, basta abandonar os vícios. Assim, deixou de gastar seu minguado salário em apostas e cigarros. Agora mira as famílias abastadas, em cujas casas faz faxina, como abençoadas por Deus, graças à prosperidade alcançada. Ainda que as pessoas continuem considerando-a uma “ninguém”, Maria aprendeu na Igreja que Deus a ama como filha e isso alimenta sua autoestima.

      Mesmo que o governo dê a Maria moradia própria graças ao “Minha casa, minha vida” e uma renda adicional através do Bolsa Família; e mesmo que seus filhos tenham escolas e empregos, ela não dará o salto epistêmico da ideologia da direita para a esquerda.

      Maria se inocula da naturalização do sistema capitalista por todos os meios que a cercam: a cultura que respira, as famílias que a contratam, a TV, o rádio, as redes digitais em seu celular. Como analisa o sociólogo estadunidense Seymour Martin Lipset em sua obra “Political man”, Maria admira pessoas ricas e poderosas, vota em políticos que prometem combater a politicagem, a corrupção, e tratar com mão de ferro bandidos e traficantes de drogas.

      Maria só dará o salto epistêmico quando participar de uma comunidade que a convença de que Deus não criou o mundo para que a humanidade se dividisse em pobres e ricos, nem uma sociedade onde uns poucos esbanjam muito e muitos clamam por um prato de comida. Ou quando se integrar a um movimento popular que, além da organização para adquirir casa própria ou uma área no campo onde possa produzir, ofereça a ela uma educação política que a faça entender as causas das desigualdades sociais, da criminalidade, da dependência de drogas.

       Na cabeça de Maria, homens como Trump e Bolsonaro merecem sua admiração porque são duros com a bandidagem e, por isso, os “frouxos” tratam de acusá-los injustamente de toda sorte de mentiras. Maria não sonha em ter a vida das madames para as quais trabalha. Sonha em andar pelas ruas sem medo de lhe roubarem a bolsa ou o celular; em ver os filhos empregados; em ter seu bairro com saneamento e ruas asfaltadas. Jamais imaginou que se na sociedade houvesse menos ricos, haveria também menos pobres. Ela nunca teve oportunidade de receber educação política. Por isso, vota confiante na direita, como nos EUA eleitores votaram majoritariamente em Trump, convencidos de que ele fará a roda da história girar ao contrário e o sonho americano se fará realidade para todos.

      Se a esquerda brasileira não tirar Paulo Freire das prateleiras, reabrir equipes e escolas de educação popular, capacitar militantes para atuar junto às classes populares, assumir a ética como princípio inegociável, trocar o projeto de poder pelo projeto de Brasil, ela haverá de sofrer, em 2026, sua pior derrota desde o fim da ditadura em 1985.

 

 

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 Texto original com as devidas inserções de correções. 

Como outrora se dizia à luz de categorias marxistas, a correlação de forças mudou. Após a Segunda Grande Guerra, o avanço da União Soviética e o êxito da Revolução Chinesa (1948) estabeleceram um equilíbrio pendular no mundo conhecido como Guerra Fria

         Entretanto, essa visão simplista ignora o papel fundamental do Ocidente na expansão dos direitos individuais e na contenção dos regimes totalitários que massacraram milhões de pessoas sob o pretexto de igualdade.

     A afirmação de que os regimes comunistas da União Soviética e da China representaram avanços na busca pela igualdade é falaciosa e ignora o custo humano dessas experiências. A realidade histórica revela que esses regimes, longe de promoverem a igualdade, se tornaram verdadeiros exemplos de totalitarismo, massacrando milhões de pessoas desde a primeira investida do comunismo por Stalin.

        O Holodomor, um genocídio proposital de milhões de ucranianos por Stalin, é um claro exemplo do que o regime soviético foi capaz de fazer em nome da implementação de sucesso do comunismo em seu país. O governo soviético não hesitou em usar a fome como uma arma política, resultando na morte de entre 3 a 7 milhões de ucranianos, sem contar os milhões de outras vítimas que sofreram com os expurgos e as purgas estalinistas.

        Na mesma linha, a implementação do comunismo na China sob Mao Tsé-Tung causou a morte de milhões durante o “Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural”. Durante o Grande Salto Adiante (1958-1962), por exemplo, a política desastrosa de coletivização forçada e a má gestão agrária resultaram em uma fome que matou estimados 45 milhões de pessoas. A Revolução Cultural (1966-1976) levou à destruição de toda uma geração, com milhões sendo perseguidos, torturados e mortos.

       A outra questão que precisa ser esclarecida é visão simplista que opõe “fascismo” a “comunismo” como opostos absolutos e que ignora uma realidade histórica revelando um entendimento pobre das ideologias políticas desses regimes. Embora os regimes de Hitler e Mussolini sejam, pela esquerda, classificados como fascistas e de direita, muitos dos ideais que implementaram e defenderam surpreendentemente encontram seus pares com os princípios adotados simplesmente por partidos de esquerda contemporâneos, no Brasil e em outros países, especialmente no que diz respeito ao controle estatal e à centralização do poder. O que é totalmente avesso às políticas conservadoras liberais de direita em qualquer tempo na história; mas é visto, ainda hoje em certo nível, em todos os países comunistas.

       Digo ‘em certo nível’ pois após o período de vivência da desastrosa implementação do comunismo na China, por exemplo, que foi o país com o maior número de mortos; a China adotou uma série de reformas implementadas a partir do final da década de 1970 sob a liderança de Deng Xiaoping, que marcou uma mudança significativa na condução financeira do país, dentro de seu regime comunista, que foi a adoção de uma economia de mercado. Mesmo assim, o regime continua totalitário em vários aspectos, a começar por repressões severas às liberdades individuais e por haver um único partido político no país, e ai de quem ousar se levantar, ou falar algo contra esse partido.

        O regime de Hitler na Alemanha e o regime de Mussolini na Itália eram abertamente nacionalistas, mas também defendiam uma forte intervenção estatal na economia e na vida social, muito em linha com o que se observa em regimes de esquerda, tanto no passado quanto no presente. O próprio nome do partido nazista fala por si só, Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP); ou seja: Essa foi a primeira versao do PT só que na Alemanha Nazista. Hitler, por exemplo, defendeu a criação de um Estado forte, onde o governo central controlava a produção, inclusive com a utilização de empresas estatais e um sistema de economia planejada para garantir o poder do Estado. Isso é algo que se alinha com a visão socialista de controle estatal dos meios de produção, como defendido pela esquerda. O que também é o extremo oposto das políticas conservadoras liberais.

      Mussolini, que fundou o regime fascista na Itália, também implementou um sistema de corporativismo, onde o governo controlava fortemente os sindicatos e os setores econômicos, promovendo um modelo de economia que deixava de lado o livre mercado em favor de um planejamento centralizado. Os sindicatos, sob o regime fascista, eram usados como ferramentas para garantir a fidelidade ao Estado, e não para representar interesses independentes dos trabalhadores. Os sindicatos eram apenas mais um instrumento de controle de massas. 

       Essa ideia de controle dos sindicatos e da produção pelo Estado é também um pilar central da ideologia de muitos partidos de esquerda contemporâneos, que defendem a estatização de setores estratégicos da economia e a centralização do poder no governo. Que, acerca disso, precisamos lembrar dos pretensos sindicatos como que preocupados com o trabalhador; e essa é uma estória só para quem acredita em papai Noel e na Tinker Bell. Na real, aqui a verdade apareceu como foi o caso de atuantes políticos de esquerda no Brasil à época do regime militar entre as décadas de 1960 a 1990, quando atuavam como sindicalistas. A história que ninguém (a esquerda) quer contar é sobre a manipulação dos sindicatos aos trabalhadores incentivando-os a entrarem em greve e depois vendiam o fim das greves para os empresários obtendo seus lucros como bons capitalistas selvagens.  

       Além disso, tanto o regime de Hitler quanto o de Mussolini procuraram implementar uma ideologia de “coletivismo nacional” – um conceito de unidade da nação sob um Estado forte, onde os interesses do indivíduo eram subordinados ao coletivo. Isso ecoa, e não é coincidência, a ideia de um Estado totalitário que controla todas as esferas da vida, sendo o mesmo princípio defendido tanto pelo socialismo como pelo comunismo, como visto ainda hoje na Rússia, China, Coréia do Norte, Venezuela e seus pares.

       Como já visto, os regimes fascistas e nazistas, embora se apresentassem como anticomunistas, carregavam os mesmos princípios que hoje são característicos de movimentos de esquerda, como o controle da produção pelo governo, a defesa das estatais e a centralização do poder econômico e político, bem como a defesa e criaçao dos sindicatos como formas de controle do trabalhador. O fascismo e o socialismo, ambos regimes totalitários, compartilhavam um desprezo pelos direitos individuais e uma crença na intervenção do Estado para moldar e controlar a sociedade. Ambos os regimes eram profundamente estatistas e se opunham ao livre mercado, favorecendo uma forma de planejamento centralizado da economia. O que é a própria expressão da esquerda dos dias atuais.

       Portanto, vê-se que a narrativa de que os regimes de Hitler e Mussolini são completamente opostos aos ideais da esquerda é falaciosa. Embora o fascismo se baseasse em um nacionalismo extremo, e na criação de uma identidade nacional homogênea, o que ambas ideias não definem ser de direita, fez uso de métodos de controle social e econômico que também foram empregados pelos regimes de esquerda, como o totalitarismo estatal, o controle da produção e a interdependência entre governo e sindicatos. O controle das estatais e a centralização da economia são, de fato, princípios que também estão na base de muitos partidos de esquerda até hoje.

       Atualmente, embora as circunstâncias possam ser diferentes, encontramos nos partidos de esquerda que ainda se baseiam nesses mesmos princípios autoritários, mesmo que a retórica da igualdade e da justiça social seja mantida, um mero conto da carochinha.

 

  Os países capitalistas metropolitanos, em especial da Europa Ocidental, adotaram políticas social-democratas que beneficiaram a classe trabalhadora. O objetivo do Estado de bem-estar social era evitar que fosse atraída pela agenda comunista

         No entanto, tal narrativa esquece que o desenvolvimento econômico proporcionado pelo capitalismo foi o verdadeiro motor para a melhoria das condições de vida, e não concessões feitas por medo do comunismo. Uma prova disso é o que a China promoveu de mudança na sua área econômica após ter matado milhões de chineses com a implementação do regime comunista. O crescimento econômico da China se deve a uma série de reformas implementadas a partir do final da década de 1970 sob a liderança de Deng Xiaoping que introduziu a economia de mercado, mas manteve o status ditatorial para área social e política.

 

  Antônio Candido dizia que a maior conquista do socialismo não tinha ocorrido nos países que o adotaram, e sim na Europa Ocidental que, por temê-lo, concedeu direitos aos trabalhadores. Derrubado o Muro de Berlim (1989), os direitos também vieram abaixo      

           A queda do Muro de Berlim em 1989 não representou o fim dos direitos dos trabalhadores na Europa Ocidental, mas sim a derrocada definitiva de um sistema que se sustentava por meio da repressão e do fracasso econômico. A afirmação de que o socialismo teria forçado os países ocidentais a conceder direitos ignora que a prosperidade europeia foi resultado de políticas liberais e democráticas, enquanto os países socialistas mergulharam na estagnação econômica, na repressão política e na miséria da população.

        A Alemanha Oriental, antes da reunificação, era um exemplo claro do fracasso econômico socialista. Apesar de estar localizada na mesma região geográfica que a próspera Alemanha Ocidental, sua economia permaneceu atrasada, com severas restrições às liberdades individuais e um Estado policialesco que mantinha sua população sob vigilância constante. Após a queda do regime comunista, a reunificação alemã demonstrou que a adoção de políticas de livre mercado era o caminho para o crescimento e a prosperidade.

      O caso da Coreia do Norte é outro exemplo do embromo comunista. Enquanto a Coreia do Sul, adotando uma economia de livre mercado, tornou-se uma potência econômica global, a Coreia do Norte permaneceu isolada, mergulhada na fome e na repressão extrema. O contraste entre os dois países evidencia como o comunismo real é um engodo pregando que iria gerar progresso mas o que acontece é justamente a imposiçao de sofrimentos inimagináveis à sua população até os dias de hoje.

        Cuba, outro experimento comunista implementado com sucesso, mostra como continua a enfrentar dificuldades severas, mesmo após décadas de promessas revolucionárias. A economia da ilha depende de subsídios externos e do turismo, enquanto os cubanos sofrem com a escassez de produtos básicos e a repressão política. A promessa de igualdade deu lugar à pobreza generalizada e à falta de liberdade pessoal.  Essa é a real situaçao do comunismo: O comunismo só funciona enquanto há dinheiro alheio sendo gasto. Acaba-se o dinheiro, a realidade comunista aparece: fome, miséria, repressao política, caça aos direitos individuais e o fim da liberdade em todos os aspectos. 

        O caso mais recente, a Venezuela, ilustra como políticas socialistas podem levar rapidamente um país próspero à ruína. Detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela experimentou décadas de crescimento antes da adoção do modelo chavista. Sob um regime socialista, o país passou por hiperinflação, desabastecimento e uma crise humanitária que levou milhões de cidadãos ao exílio. E, vimos a realidade da população venezuelana que, vítima do colapso socialista em seu país, buscou refúgio no Brasil durante o governo anterior, atravessando a fronteira pelo Estado de Roraima. Essa realidade influenciou de tal maneira a política local, que tornou Roraima o estado com o maior número de prefeituras avessas às políticas comunistas, como demonstrado nas últimas eleições municipais.

         A atual realidade do Brasil segue o mesmo caminho. Após um período de franco crescimento econômico e saldo positivo em caixa deixado pelo último governo findo em 2022[1], o país agora enfrenta um cenário de rombo econômico devido à implementação de políticas comunistas. O avanço do intervencionismo estatal, o aumento descontrolado dos gastos públicos e a insegurança jurídica afastam investimentos, geram desemprego e comprometem a estabilidade financeira da nação[2]. Assim como nos outros exemplos históricos, a guinada ao socialismo demonstra ser um erro que custa caro à população.

          Esses exemplos históricos demonstram que o socialismo não foi o motor do progresso dos trabalhadores no Ocidente. Pelo contrário, onde foi aplicado, gerou atraso político e econômico, repressão à população, e perseguição aos oponentes políticos e o fim das liberdades individuais. 

        A prosperidade em vários aspectos e os direitos dos trabalhadores, as liberdades de expressão, política e religiosa foram conquistadas dentro de democracias liberais, onde se provou o crescimento econômico, onde também a inovação e liberdade de consciência permitiram melhores condições de vida para toda a população.


   Como Hitler e Mussolini encarnavam o que se considerava direita, se assumir como tal era tido como politicamente incorreto

        No entanto, essa categorização ignora que tanto o nazismo quanto o fascismo eram fortemente estatistas, intervencionistas e coletivistas, características que se alinham às ideias da esquerda ao invés do liberalismo conservador. A defesa de estatais, o controle governamental da produção e a dependência do povo ao Estado são elementos comuns entre os regimes de Hitler, Mussolini e os partidos de esquerda.

 

No Brasil, após a redemocratização (1985), na polarização partidária, o PT representava a esquerda e o PSDB, a direita, embora este partido traga em sua sigla a marca de social-democracia. 

         Essa divisão artificial ignora o fato de que o PSDB sempre teve uma orientação progressista e nunca representou uma direita autêntica, diferentemente do que ocorre em democracias maduras. Na realidade, o PSDB e seus correlatos sempre fizeram parte da chamada "teoria das tesouras", sendo apenas uma versão mais lenta e disfarçada do projeto político do PT. A parceria entre Fernando Henrique Cardoso e Lula sempre existiu, e ambos colaboraram para a perpetuação do mesmo esquema de poder sob rótulos diferentes.

 

  Dissolvida a União Soviética (sem que se disparasse um único tiro) e derrubado o Muro de Berlim, a direita decidiu “sair do armário”. Hoje, a polarização ideológica não é entre esquerda e direita, é entre direita e extrema-direita, como Kamala e Trump

        Essa colocação falaciosa corrompe a realidade ao confundir conservadorismo com extremismo, enquanto ignora a radicalização da esquerda, que flerta abertamente com ideologias autoritárias.

 

  A eleição de Trump é a cereja do bolo que faltava à ascensão da direita no mundo. Sem dúvida, ela haverá́ de anabolizar a extrema-direita no Brasil

        A diferença entre direita e extrema-direita é que a primeira respeita as regras da democracia burguesa; a segunda, as ignora e adota medidas autocráticas. O tema tem sido exaustivamente tratado por autores como Roger Eatwell, Matthew Goodwin e Cas Mudde. A real diferença é que a esquerda tem dificuldades em aceitar a democracia quando não está no poder, recorrendo a narrativas de extrema-direita para desqualificar seus opositores.

 

  Como ficam os partidos progressistas como PT, PSOL, PcdoB, UP e outros? Pelo andar da carruagem (eleição de Trump e resultados das eleições municipais) dificilmente haverão de amealhar um número significativo de votos nas eleições de 2026.    

          Isso se deve ao fato de que a população está cada vez mais ciente dos desastres econômicos e sociais que essas agremiações promoveram quando estiveram, e como agora voltaram ao poder. Ou como afirmou o atual vice-presidente Alk-min, acerca de Lule quando ainda, dito oponente de Lule, algo como: “Voltará a cena do crime...”. O crescente descontentamento com as gestões passadas, especialmente em relação à inflação, ao desemprego e à corrupção, tem levado muitos a buscar alternativas políticas fora do espectro tradicional da esquerda.

        Por outro lado, o esclarecimento da população, especialmente no Brasil, foi amplamente impulsionado pelo advento da internet. A democratização do acesso à informação, proporcionada pelas redes sociais e pela possibilidade de consultar múltiplas fontes, tem sido crucial para que os cidadãos possam formar suas próprias opiniões sobre a política e os governos. A internet se tornou um espaço onde o debate sobre a realidade política e social do país ocorre de forma ampla e livre, sem uma censura contundente — ao menos ainda — no Brasil.

        Contudo, essa liberdade tem sido desafiada por forças políticas dentro do próprio Brasil. Tanto a esquerda brasileira quanto o S-T-F, que apoia suas políticas legislando de ofício, têm se empenhado em um esforço para "regulamentar as redes sociais", com o objetivo de controlar, ou pelo menos limitar, a disseminação de informações que eles considerem prejudiciais ou falsas e que exponham seus projetos de poder. Projetos como o PL 2630/2020, conhecido como "Lei das Fake-News", e as ações do S-T-F sobre a moderação de conteúdo nas plataformas digitais estão no centro dessas discussões. Tais iniciativas possuem um discurso falacioso de criar um equilíbrio entre a liberdade de expressão e a necessidade de combater a desinformação, o que claramente é um projeto de cerceamento à LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Se, se trata de desinformação, opere de acordo com o ordenamento jurídico Brasileiro: Processe o mentiroso dentro do devido processo legal. Do contrário, regulamentar as redes sociais é exatamente seguir o exemplo de Cuba, China, Coreia do Norte e da Gestapo de Hitler a seu tempo.

         Essa regulamentação das redes sociais se tornou um tema central no Congresso Nacional e no S-T-F, com debates acirrados sobre como garantir um ambiente digital seguro, mas sem comprometer direitos fundamentais. O Congresso, por exemplo, tem discutido a responsabilidade das plataformas em moderar conteúdos que considerem prejudiciais, enquanto o S-T-F tem tomado decisões de ofício relacionadas à atuação do Estado para controlar o fluxo de informações nas redes. Esses movimentos refletem um cenário político tenso, onde a liberdade de expressão e o controle informativo estão em constante confronto.

 

  O próximo Congresso, a ser eleito em 2026, será tão ou mais conservador que o atual. Quem garante isso? O orçamento secreto, agora apelido de emendas parlamentares. Nenhum cacique municipal ou estadual correrá o risco de perder a boquinha na próxima legislatura federal. 

           No governo anterior, ficou claro na fala do articulador, que o nome que se dava às já existentes emendas parlamentares era o “orçamento secreto”. Nome fomentado pela midia mainstream e os politiqueiros de plantão da esquerda ardiam em febre afirmando que era um ato  maldito querendo afirmar com isso que, tal coisa, era ilegal, obscuro ou algo dessa natureza. Mas, agora, é legal, são apenas as Emendas Parlamentares operando da mesma forma que antes.

       A afirmação de que o Congresso de 2026 será "tão ou mais conservador" do que o atual, e que isso se deve ao uso do orçamento secreto (emendas parlamentares), ignora uma dinâmica central da política brasileira: o fisiologismo. Este não é um problema exclusivo de um espectro político, mas uma prática comum em todas as alas políticas, sendo uma das principais características de como a política brasileira, e até a mundial, funciona, com parlamentares e governantes negociando apoio em troca de vantagens pessoais ou regionais, como recursos públicos ou cargos.

        O fisiologismo pode ser explicado como a prática de políticos usarem seu poder para garantir benefícios a seus aliados ou a si mesmos em troca de apoio, frequentemente através de emendas parlamentares ou a nomeação de aliados para cargos de confiança. Esse tipo de acordo favorece a manutenção de uma rede de poder baseada na troca e não na meritocracia ou no interesse coletivo, priorizando, em última instância, a perpetuação de um sistema político baseado em benefícios pessoais. Uma verdadeira distorção do que seria uma política de fato democrática.

      Um exemplo claro disso é o “governo de Jair Bolsonaro”. Durante seu mandato, Bolsonaro tentou adotar uma postura de distanciamento desse fisiologismo, resistindo aos acordos que muitos de seus aliados políticos buscavam em troca de apoio. Isso levou a um grande confronto com o Congresso e com a velha política, que sempre se utilizou dessa prática para garantir apoio. Bolsonaro se recusou a fazer as concessões que seus aliados esperavam, não "comprando" o apoio político com emendas ou outros tipos de negociatas. Isso causou um distanciamento entre o presidente e o Congresso, o que resultou numa série de dificuldades políticas para o governo, incluindo a perda de apoio em momentos estratégicos e a falta de uma base sólida dentro do parlamento.

      Esse enfrentamento contra o fisiologismo e a recusa em seguir o "jogo político" tradicional foi um dos fatores que contribuíram para a fragilidade política do governo Bolsonaro, especialmente nas vésperas da eleição de 2022. O sistema político, que é sustentado por essas práticas de troca de favores e apoio, acabou se voltando contra ele. No processo eleitoral de 2022, muitos dos mecanismos políticos usados para minar sua base de apoio já estavam em vigor, como vimos durante a campanha, com manipulações e influências externas, como a própria USAID, além da utilização de recursos nacionais de maneira estranha a um pleito que deveria ser considerado democrático.

      Assim, o que a análise falha em perceber é que o fisiologismo não é uma prática que depende apenas de quem está no poder, mas sim uma característica estrutural da política brasileira, que transcende a simples diferença entre direita e esquerda. A resistência de Bolsonaro a essa prática tradicional, embora baseada em um ideal de governar sem a troca de favores, acabou enfraquecendo sua posição e abrindo caminho para o sistema político "peitar" sua gestão, criando condições que muitos consideraram prejudiciais à sua reeleição. A eleição de 2022, com seus eventos e dinâmicas atípicas, refletiu em grande parte o impacto dessa recusa do presidente em se alinhar com o fisiologismo.

       Portanto, ao afirmar que o Congresso continuará sendo dominado por práticas como o orçamento secreto e que o fisiologismo seria uma prerrogativa da direita, a análise deixa de reconhecer que isso é uma característica do sistema político em si. O fisiologismo, seja na direita ou na esquerda, é uma prática transversal, e quem tenta se distanciar dela, como no caso de Bolsonaro, acaba enfrentando uma resistência sistêmica que pode enfraquecer sua posição e até inviabilizar sua continuidade no poder.

   Quais as alternativas para a esquerda e os partidos progressistas? Um dos desafios é lidar política e profissionalmente com as redes digitais

         O problema, no entanto, é que a esquerda acredita que pode manipular as massas por meio de propaganda, ignorando que a internet permitiu a democratização da informação, dificultando a imposição de narrativas como já visto em argumento anterior.

   O que levou Lula três vezes à presidência da República? Não foi a perícia dos marqueteiros nem as alianças partidárias, e sim o trabalho de base, de educação política, que acumulou em torno dele vultoso capital eleitoral.

        No entanto, esse trabalho de base sempre foi marcado por um viés doutrinário, pautado nas ideias de Paulo Freire, que não passam de um instrumento de manipulação ideológica. Freire não desenvolveu um modelo educacional eficaz, mas sim um método para transformar indivíduos sem instrução em militantes incapazes de pensamento crítico real, tornando-os meros repetidores de slogans partidários.

Agora, vamos ver uma outra versão da história de Maria.

Maria sempre foi uma mulher simples, mas com uma força interior que a mantinha em pé diante das dificuldades da vida. Trabalhava como diarista, se desdobrando para cuidar de seus filhos e garantir o sustento da casa. Todos os dias, após um longo dia de trabalho pesado e cansativo, ela voltava para sua casa com a sensação de ser invisível, como se o esforço de sua vida não fosse reconhecido nem valorizado. Mesmo tendo seu nome, seus documentos e um trabalho honesto, Maria sentia que lhe faltava algo mais: dignidade e respeito, coisas que o sistema parecia não dar a ela, por mais que ela se dedicasse a tudo o que fazia.

A grande virada aconteceu quando Maria encontrou uma comunidade religiosa que a acolheu como irmã. Ali, ela não era mais apenas uma “ninguém”, uma mulher sem nome ou status. Era vista, reconhecida e, mais importante, respeitada como filha de Deus. O pastor, com sua sabedoria e generosidade, ensinou a Maria que, independentemente de sua classe social, Deus a ama e que, com trabalho duro, oração e fé, ela poderia conquistar uma vida mais digna. A comunidade lhe ofereceu um espaço onde ela não precisava mais se esconder, onde a valorização de seu esforço era real.

O maior ensinamento que Maria recebeu foi que o mérito e o esforço pessoal são fundamentais para alcançar qualquer coisa na vida, conheceu a meritocracia. Ela começou a perceber que sua luta não era apenas contra a pobreza material, mas contra uma ideologia que a fazia acreditar que ela não tinha escolha, que ela estava presa a um destino predeterminado pela sua classe social. Ela se libertou da ideia de que o sistema estava irremediavelmente contra ela. Pelo contrário, ao adotar uma visão mais conservadora, Maria passou a ver que o trabalho árduo, a moralidade e a fé eram fruto de uma vida regenerada e que, mesmo que a sociedade em seu entorno não a valorizasse, que, no tempo certo ela teria reconhecimento, respeito e prosperidade espiritual pelo fato de ter sido alguém alcançada pela graça.

Com a ajuda da igreja, pelo ensino recebido, pela operação miraculosa da conversão, Maria começou a abandonar os vícios que lhe foram ensinados como solução rápida para seus problemas — como as apostas e o consumo de cigarro — e passou a dedicar seus recursos a algo mais valioso: a educação de seus filhos, o aprimoramento de sua própria capacidade de trabalho e, sobretudo, o fortalecimento de sua fé e no conhecimento de Deus.

Aos poucos, começou a perceber que as famílias para as quais trabalhava como diarista, aquelas que antes pareciam distantes e inacessíveis, não eram “abençoadas” por um sistema injusto, mas sim pelo esforço, pela disciplina e pela valorização do mérito, quem planta colhe. Mas, tendo a consciência de que tudo estava debaixo da soberania de Deus (Sl 75.7). Para ela, essas famílias representavam aquilo que ela poderia alcançar com o devido esforço e dedicação, se isso fosse da vontade de Deus.

O maior aprendizado de Maria foi o da valorização do mérito pessoal (2 Tss 3:10) e da importância de lutar por um mundo onde a justiça social fosse alcançada não por meios externos, mas através da luta pessoal e do esforço individual se submetendo ao jugo de Cristo (Mt 11.30). Maria aprendeu a rejeitar a ideologia da esquerda que lhe dizia que seu destino estava atrelado a um sistema opressor e que sua vida nunca poderia ser mais do que aquilo que ela tinha vivido até então. Ela entendeu que não precisava ser vítima de um sistema para justificar suas dificuldades e que a solução estava nela mesma, em seu trabalho, em sua fé, e no entendimento de que, ao contrário do que o discurso da esquerda propaga, a verdadeira liberdade e prosperidade se encontram em Cristo, quando após ser “...selada com o Espírito Santo...” (Ef 1.13) aprendeu a valoriza o esforço individual, a ética e a moral.

Ao longo do tempo, Maria se fortaleceu com a ideia de que o trabalho e a fé seriam os pilares de sua mudança. Ela rejeitou a ideia de que precisaria da “ajuda” do governo ou de assistencialismo para conquistar o que desejava. Percebeu que o trabalho e a promoção do sustento por si mesma era algo digno. Ela percebeu que não poderia mudar a estrutura do sistema, mas poderia mudar sua posição dentro do próprio sistema através do conhecimento e da valorização de seus próprios esforços.

A política que a direita defendia, com o foco no mérito, no combate à corrupção, na valorização do trabalho e na proteção das famílias, passou a fazer muito mais sentido para Maria do que as promessas da esquerda, que lhe diziam que ela era vítima de algo maior, algo que ela não podia controlar e que deveria se juntar aos movimentos sociais para lutar, literalmente.

Maria começou a valorizar as qualidades que ela tinha, a fé que a sustentava, e a visão de mundo que agora adotava: um mundo onde a responsabilidade, a disciplina, o trabalho árduo e a moralidade cristã eram os caminhos para a verdadeira ascensão social. Com esse novo olhar, ela passou a admirar políticos que, como Trump e Bolsonaro, falavam sobre a necessidade de acabar com a corrupção e de garantir a segurança, a prosperidade e o reconhecimento das pessoas trabalhadoras.

Ela não sonhava mais em ter a vida das “madames” para as quais fazia faxina, deixou a cobiça de lado. Maria passou a sonhar com uma vida em que, com o trabalho e a educação de seus filhos, ela poderia ver sua família prosperando principalmente espiritualmente, passou a ver que as ruas do seu bairro também poderiam ser seguras, em que ela poderia andar sem medo de ser assaltada, e em que seus filhos teriam acesso a oportunidades que antes pareciam inalcançáveis. Não por que o governo as tornariam mais seguras, mas por que ela passou a confiar na graça e soberania de Deus (Sl 127.1). Ela não imaginava que, ao valorizar o mérito e o esforço, ela poderia mudar sua própria vida e influenciar a vida de muitos ao seu redor.

Maria agora entendia que não era mais uma vítima, mas uma serva de Deus que se vangloriava na soberania Dele em sua própria história. E, com essa visão, ela encontrou força para acreditar que a mudança que ela desejava não viria do governo ou da sociedade como um todo, mas daquilo que ela própria poderia fazer para entender o seu lugar no mundo. Votando na direita, Maria não fazia apenas uma escolha política, mas afirmava sua crença no mérito, na valorização do trabalho, na proteção da família e na importância de um mundo onde os indivíduos possam prosperar com base em suas próprias escolhas e esforços, e não em um sistema ideológico que limita sua capacidade de pensar e agir livremente e ainda tenta se manter no poder por meio de subterfúgios financeiros transmitindo a falsa de ideia de “distribuição de renda” por meio de programas sociais que precisam ser vistos como meios de controle da massa incauta.

 

  Se a esquerda brasileira não tirar Paulo Freire das prateleiras, reabrir equipes e escolas de educação popular, capacitar militantes para atuar junto às classes populares, assumir a ética como princípio inegociável, trocar o projeto de poder pelo projeto de Brasil, ela haverá de sofrer, em 2026, sua pior derrota desde o fim da ditadura em 1985

           Na verdade, enquanto a esquerda continuar apostando em doutrinação em vez de educação de qualidade, e se negar a debater suas práticas e seus erros, ela continuará perdendo espaço para aqueles que realmente oferecem soluções pragmáticas e eficientes para os problemas do país. Em outras palavras: a saída para a esquerda é uma guinada à direita.



[1] De acordo com o Tesouro Nacional, o Governo Federal registrou um superávit primário de R$ 59,7 bilhões em 2022, superando a previsão de R$ 36,3 bilhões estabelecida pelo Decreto nº 11.269/2022. Este superávit indica que, naquele ano, as receitas do governo excederam as despesas, excluindo os gastos com juros da dívida pública. Este resultado positivo contribuiu para a redução da dívida pública e para a sustentabilidade fiscal do país.É importante ressaltar que o superávit primário reflete a capacidade do governo de gerir suas contas de forma responsável, garantindo recursos para investimentos e políticas públicas essenciais. https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/noticias/governo-federal-apresenta-superavit-primario-de-r-59-7-bilhoes-em-2022

https://www.gov.br/tesouronacional/pt-br/noticias/estados-e-df-apresentam-superavit-primario-de-r-41-6-bilhoes-em-2022/

 

[2] De acordo com o Banco Central do Brasil, o resultado nominal do setor público consolidado foi deficitário em R$998,0 bilhões (8,45% do PIB) em 2024, ante R$967,4 bilhões (8,84% do PIB) em 2023.

https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticasfiscais

Além disso, as Estatísticas de Finanças Públicas indicam que a necessidade de financiamento do governo geral aumentou 111,2% em 2023 em relação ao ano anterior, devido a um crescimento nominal de 13,2% das despesas, enquanto as receitas aumentaram apenas 3,4% no mesmo período.

www.tesourotransparente.gov.br/publicacoes/estatisticas-de-financas-publicas-e-conta-intermediaria-de-governo/2023/114

Esses dados oficiais refletem um aumento significativo das despesas públicas e do déficit fiscal, o que pode impactar a estabilidade financeira do país.

sábado, 1 de fevereiro de 2025

...brutos sem razão...

 Judas 1:10

10 Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se corrompem.

               Os discípulos foram alertados do fermento dos fariseus. A princípio não entenderam o que Jesus estava querendo dizer com a figura utilizada por ele, mas tão logo entenderam que foi acerca da da doutrina dos fariseus e dos saduceus (Mateus 16:12). Não faltava intelectualidade nem aos fariseus, nem aos saduceus, pelo contrário, eram homens letrados e de uma refinada retórica de ensino. O populacho de Israel os tinha quase que como semi-deuses, venerados portadores dos oráculos divinos, e que, por muitas décadas, construíram e se mantiveram na casta religiosa de Israel.  

               A história não é diferente em nossos dias. (Eclesiastes 1:9). O contexto religioso brasileiro segue o mesmo padrão de outrora noutras terras. As mídias sociais, os grupos de afinidade, as próprias igrejas de todas as denominações, mesmo que não seja a intenção, se apegam a alguns líderes midiáticos como se suas palavras fossem inspiradas e inerrantes. Temos duas faces de uma mesma moeda neste contexto: idólatras e idolatrados. Como disse Salomão: “...nada há, pois, novo debaixo do sol.”

               Para um público inepto, néscio, qualquer um que tenha lido uma dúzia de dois ou três livros acerca de um mesmo objeto, aquele ali se torna mestre do saber. É do que diz o ditado que: “Em país de banguela quem tem dente é rei.” A decadência do conhecimento se vê em todas as áreas e a teologia não fica de fora do histórico ciclo dito por Salomão.

               Reinam sobre os miseráveis intelectuais o miserável soberbo, o bruto irracional, como diria Judas. E este quer se impor no grito, na falácia, fazem do pensamento popular a fundamentação de interpretação da Escritura. Querem impor seu pensamento, sua forma de olhar e ver o mundo forçando textos a se encaixarem nas suas heresias.

               O néscio olha isso e se vê deslumbrado pela habilidade com as palavras, com o jogo de cintura, com a ginástica olímpica em torno das palavras, empolgado com a sua ignorância sendo iluminada com a penumbra de outra ignorância.

               Falastrões emitem juízo acerca de coisas que fingem entender como se fossem os mais doutos no saber. Colocam-se como postes pretendendo iluminar os menos favorecidos, os menos conhecedores sendo que nem mesmo eles entendem o que dizem.

Argumentam a partir do intestino e se vangloriam de terem sido valorizados pelas pobres almas idólatras de suas burlas. E a casta evangelical brasileira tem sido inflada com esses pretensos donos do saber.

Mestres de si mesmos, insubmissos à Palavra, cheios de arrogância que chegam a ter cheiro de uma pretensão profética inerrante. Assumem uma postura de infalibilidade mas não admitem confrontação racional com fundamento exclusivamente bíblico.

            Por outro lado, estão os idólatras destes falastrões. Pedem socorro a esses quando confrontados com a real inerrância da Palavra.  São como os de Tessalônica que não tinham a sensatez de conferir de fato e de vontade, com o que a Escritura diz, e não com aquilo que a bíblia foi forçadamente adaptada ao paganismo popularizado dentro das igrejas.

             O crente popular brasileiro abraça com muita facilidade qualquer coisa que lhe seja dita com ar de espiritualidade, ou com tom autoritário pretensamente profético (...o que não entendem difamam... brutos sem razão.)

         Não há desculpa para nenhum dos dois. Ambos serão cobrados, um pela arrogância e ignorância, e outro pela preguiça e ignorância. Afinal de contas, tudo é pecado mesmo.