O Mecanicismo
pós Iluminismo foi um movimento que trouxe algumas conseqüências no que diz
respeito à maneira do ser humano estruturar seu pensamento. Se o Iluminismo
crivou tudo sob a razão, o Mecanicismo determinou que o homem é como uma
máquina e como tal pode ser particionado para ser estudado. Da mesma forma o pensamento, a linguagem, a
biologia, etc. tudo pode ser estruturado para ser entendido. Com essas premissas
surge a relativização da verdade. Dizem que “não há verdade absoluta”, mas isso
é uma incógnita, pois não pode ser absolutamente provado.
Dizem que Einstein já provou a
teoria da relatividade, e que isso é físico e matemático, não tem contestação. O
problema é que esta teoria de Einstein foi construída sob a perspectiva de um
valor absoluto que é a velocidade da luz. Ou seja, a teoria matemática da
relatividade só é possível pela existência de um absoluto, de forma análoga, a
verdade é, isso é lógico!
Já está em crise esse modelo
científico. Já se provou que as sensações são falhas cientificamente, já se
provou cientificamente que a ciência é falha. Como crer em algo que se diz
inerrante, mas prova por si mesma ser falha? Então, se é falha a ciência não se
pode afirmar por ela mesma que a ciência
é falha; mas se não se tem certeza disso então tudo é falho.
O problema está em saber o que torna
a relativização da verdade um fato, não porque não exista uma verdade absoluta,
mas por que uma visão relativa não tem qualquer capacidade de contemplar o
absoluto. Não estou afirmando que temos como ter uma visão absoluta das coisas,
mas afirmo que temos como contemplar esse absoluto pela fé, e só desta maneira
é possível. Mas não se trata de uma fé
cega nas sensações, mas de uma fé verdadeira e objetiva, direcionada,
divergente do empirismo.
Vemos, ouvimos, tocamos, cheiramos,
falamos, são todas as maneiras de nos relacionarmos, de trocar informações com
o mundo à nossa volta. Somos seres sensitivos, por que vivemos sob a égide das
sensações. Dizemos que somos racionais, por que nossa geração tenta
racionalizar as sensações. Então o que de fato acontece é que se crê nas
sensações. Digo crê, por que as
sensações sobre qualquer coisa podem estar equivocadas, nem sempre estão certas;
e se nem sempre estão certas não podem nunca ser absolutamente confiáveis.
Vemos
que até mesmo os apóstolos e profetas passaram por situações em que as
sensações lhes enganaram e que por esse motivo foram tidos como homens de pouca
fé, ou pior, homens duros de coração. Falamos, como por exemplo, a noite em que
Jesus e os discípulos estavam no barco sendo assolados pela tempestade. Os discípulos
com medo (sensação, sentimento), clamaram pelo auxílio do Senhor.
Doutra
sorte os discípulos atravessando o mar da Galiléia e não conseguiam chegar à
outra margem viram (sensação – empirismo) Jesus vindo por sobre as águas e
pensaram ser Ele um fantasma (engano produzido pela sensação). Mesmo nós crentes produzimos falsas sensações
até mesmo acerca do Senhor Jesus, fundamentados em nosso achismo, em nossas
convicções, em nossas sensações sobre a verdade.
Tanto
a humanidade decaída quanto os crentes desviam-se da Verdade Suprema, Absoluta,
quando esperamos ser uma total verdade aquilo que pode ser produzido, avaliado,
mensurado, pesquisado, observado pelas sensações, pelos nossos sentidos. Cristo
nos chama para olhar a Verdade além de nós mesmos, além do nosso mundinho
sensacional. É por isso que ele rechaçou com os discípulos a caminho de Emaús
que não O estavam reconhecendo devido ao fato de eles não estarem crendo
exclusivamente na revelação suprema, na verdade absoluta a Palavra de Deus, a
Bíblia.
Deus
nos chama para darmos, o que muitos chamam de um salto no escuro. Mas este
escuro não é por que não exista nada lá, ou se trata de um abismo sem fundo,
mas o escuro é a nossa própria cegueira em não enxergar a absoluta verdade, e o
salto é o que a Bíblia chama de fé. Por isso muitas de nossas ações fracassam, e
nos lançamos cada vez mais no pecado por que não cremos nessa verdade; e
preferimos lançar nossas vidas, desejos, atitudes, futuro naquilo que estamos
enxergando, sentindo, falando, apalpando, cheirando, ao contrário de nos
lançarmos naquilo que é mais seguro: ao ver de muitos um salto no escuro, mas para nós um salto na luz da revelação da Verdade Absoluta inspirada
e inerrante de Deus, a Bíblia.
Rev. Júlio Pinto
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