Já estive como responsável por
congregações que não tinham um pastor efetivo. Tinham alguém responsável pela
igreja, mas sempre com orientações de um pastor, ou oficial eleito e ordenado
no local. Em outras palavras, sempre alguém autorizado por alguém que já havia
sido ordenado por outros (presbitério) conforme Paulo mesmo orienta a Timóteo,
quando este era pastor em Éfeso: 1 Timóteo 4:14 Não desprezes o dom que há em ti, o qual te
foi dado por profecia, com a imposição
das mãos do presbitério. Encontramos algumas circunstâncias excepcionais, naquele tempo, onde apenas havia
cristãos (não oficiais); como a que aconteceu quando Paulo chegou a Corinto
narrado em Atos 19. Mas eram supridas sempre de imediato visando regularizar a
situação da igreja do Senhor naquela cidade. Não se tratava de denominações,
cada qual com o seu pastor, mas se tratava de uma Igreja única que tinha pessoas com pensamentos diferenciados debaixo de uma mesma
liderança eclesiástica ordenada. Não falo da igreja invisível, a verdadeira Igreja que somente Cristo vê, mas da igreja visível da qual participam joio e trigo.
A idéia pecaminosa surgida com
o passar dos anos de que há uma igreja melhor do que outra é fantasiosa, uma
vez que o que regula uma denominação em vista da outra é a sua aproximação às
ideias particulares de cada crente, segundo a idéia de que aquela ou outra
denominação se adapta melhor, não é isso um pecado apontado na Escritura? (2 Timóteo 4.3 - 3 Porque virá tempo em
que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas
agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos,).
A avaliação de uma igreja deve ser
feita com base não nos próprios gostos ou sentimentos, ou ainda problemas
vividos; mas deve ser analisada sob três princípios básicos expostos com
clareza na própria Escritura: 1. Pregação Fiel da Escritura (2Tm 3.16-17; I Co
1.18,23; Rm 3.23; 5.12, Ef 2.8-9; etc.); 2. Ministração correta dos sacramentos:
batismo e ceia (Mt. 28.19; Atos 2.38-39; I Co 11.23-27, etc.); 3.e o fato da
disciplina não deixar de existir na igreja (Ex 18.13-23; I Co 5.1-7; Hb 12.8, etc.).
Mas novamente estas três premissas só podem ser realizadas por uma liderança
eclesiástica ordenada por um presbitério, ou concílio que é outro designativo
para presbitério. Ovelha não tem autorização bíblica para ministrar sacramento,
não tem autorização bíblica para realizar disciplina, não tem autoridade
bíblica para ensinar a igreja como um todo, no muito uma ou outra pregação e
mesmo assim se for fiel à escritura, caso contrário a prerrogativa permanece na
autoridade eclesiástica ordenada que tem a inteira liberdade de decidir quem
sobe e quem não sobe ao púlpito e isso não é uma questão de gosto pessoal, mas
de autoridade bíblica.
Há uma intensa e real
necessidade de que a igreja seja conduzida desta forma. A igreja (ovelhas)
precisa ser conduzida por um pastor. As ovelhas não têm qualquer capacidade de
apascentarem-se a si mesmas, ficam perdidas, não sabem para onde vão, nem o que
fazer, a não ser preencher o tempo com suas próprias ideias. Jesus usou e
também os profetas do AT a figura da ovelha para se referir aos verdadeiros
crentes, não foi por acaso. A ovelha não sabe chegar no pasto sozinha, não sabe
chegar até a água sozinha. De modo que o rebanho que não tem uma condução
sábia, está fadada à morte. Lembre-se da figura utilizada no Salmo 23.
Alguém poderia dizer que o
Salmo afirma que o Senhor é o pastor... não um homem qualquer. Mas daí
contrariaria o princípio de que o Senhor pastoreia o seu rebanho pela delegação
de sua própria autoridade concedida por meio do presbitério, conforme vimos
Paulo afirmar a Timóteo, de que o Senhor é quem governa a igreja e a conduz por
meio de seus oficiais, não por meio das próprias ovelhas. É disso também que
Paulo afirma a necessidade de se ter este tipo de orientação dentro da igreja
do Senhor Jesus Cristo quando diz em Efésios 4.12-14 o motivo da necessidade de
uma igreja ser conduzida pelos oficiais da igreja, ele afirma: “Querendo
o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Até que todos cheguemos à unidade da fé, e
ao conhecimento do Filho de Deus, a
homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, Para que não sejamos
mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens
que com astúcia enganam fraudulosamente.”
Se este era o caso para aquele
tempo onde havia apenas uma igreja em cada cidade, o fato de existirem hoje,
várias igrejas (denominações cristãs) em uma mesma cidade; e, junte a isso o
fato de pertencerem a denominações diferentes não minimiza a realidade de que
se alguma delas não tem pastor, elas não possam ser conduzidas por um pastor
mesmo que de outra denominação. Pelo contrário, isso é um ato de plena rebeldia
contra a ordenação divina feita àqueles oficiais ordenados por um presbitério e
que estão à disposição destes irmãos que residem na sua cidade. Dizendo de
outra forma: estão em pecado de rebeldia.
Talvez queiram se justificar
afirmando sua aprovação por Deus de que muitas pessoas estão sendo salvas,
estão fazendo a obra e Deus está abençoando. A igreja de Corinto dizia
exatamente a mesma coisa. Seu argumento era idêntico e ainda por cima naquele
tempo havia a manifestação de dons espetaculares dentro da Igreja. Mas Paulo
afirmou com toda a propriedade para todos os membros daquela igreja: I
Coríntios 3.1 -4 “ E eu, irmãos, não
vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos
criei, e não com carne, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis, Porque ainda
sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e
não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu
de Apolo; porventura não sois carnais?”
Rev. Julio Pinto – IPB Baião/PA
IMPORTANTE: ANTES DE COMENTAR O
TEXTO LEIA ATENTAMENTE:
Romanos 12. 4-5 Pois assim como em um corpo temos muitos
membros, e nem todos os membros têm a
mesma função, assim nós, embora muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns dos
outros.
HEBREUS 12.7 É para
disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?
Parabéns pelo texto. Esclarecedor e perfeitamente fundamentado nas Escrituras. Deus te conserve guardado das aberrações doutrinárias que minam por todos os lugares.
ResponderExcluirUm fraterno abraço,
Seu amigo e irmão em Cristo
Estamos sem pastor há 3 anos, a igreja parece estar desorientada, sem rumo, tudo que pensamos em fazer, nada tem dado certo. Temos um dirigente, mas creio não ser suficiente para a igreja crescer.
ResponderExcluirOque fazer quando o pastor abandona a igreja.
ResponderExcluirNosso pastor se separou, foi embora e a pastora ficou a frente da obra. Isto está certo?
ExcluirA igreja deve urgente buscar colocar um pastor, bíblico de fato.
ExcluirMara, tem um texto aqui no meu blog sobre "pastorado feminino". Tem uma ferramenta de busca aqui ao lado. Clica lá e digite: PASTORADO FEMININO. Creio que esse texto te responderá a base bíblica para sua pergunta
ResponderExcluirNINGUEM QUER LARGAR O OSSO , CONSTANTINO SUPER VALORIZOU OS PASTORES , O QUE VEMOS HOJE OS PROPIOS PASTORES FAZENDO VISTA GROSSA ACEITANDO PECADOS NA IGREJA CONTRA A PALAVRA E GANHANDO SALARIO AINDA
ResponderExcluirCaro leitor. Não sei de onde tirou a ideia de que foi Constantino que valorizou os pastores. O texto aqui é bem claro e não há NENHUMA citação de Constantino, apenas textos bíblicos. A outra questão é a tolerância de pecados na igreja. Eu não sei a qual circunstância você se refere, mas pecados precisam ser tratados, inclusive o de rebeldia. Cada igreja deve ter sua metodologia de tratamento de pecados, contudo a base para disciplina eclesiástica está em Mateus 18. Com esse texto, se você é conhecedor de alguém que leve uma vida de pecado na igreja, vice tem o dever primeiro de confrontá-lo no pecado dele. Vc fez isso? Se ele não te ouvir, chame duas testemunhas e repita a dose. Se ele não te ouvir, avise ao conselho da igreja e faça isso de modo formal, ou seja: escreva tudo em um papel, faça uma cópia, assine, entregue a outra e peça que um representante do conselho assine como recebido. A formalidade é para não ficar só de boca tanto da tua parte, como da parte que recebeu tua denúncia. A terceira questão que é a salarial, bem, isso também não foi Constantino que determinou. É Bíblico. Se o pastor faz jus ou não ao salário, a igreja tem o dever de arrumar outro que faça.
Excluirpastor defende pastor,e possivel igreja sem pastor ,onde estiverem 2 ou 3 reunidos em nome de jesus
ResponderExcluirAssim fica difícil você tentar defender sua posição. O texto que usou para justificar a possibilidade de igreja sem pastor não tem nada a ver com a organização da igreja. Se prestar a atençao ao texto bíblico anterior, verá que o que está sendo dito é com respeito à disciplina de crentes, e que toda decisao com respeito à essa disciplina deve ser feita a partir de um conselho (2 ou 3 irmaos) e toda decisao tomada a partir desse conselho é tida como certa pelo próprio Senhor (... reunidos ali estarei...). Tente mais uma vez... dessa nao foi possível.
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