Como
disse Paulo: (2 Timóteo 3:1-5) “ Sabe, porém, isto: nos últimos dias,
sobrevirão tempos difíceis, 2 pois os homens serão egoístas, avarentos,
jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos,
irreverentes, 3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si,
cruéis, inimigos do bem, 4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos
prazeres que amigos de Deus, 5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto,
o poder. Foge também destes.”
Os
pastores que tentam conduzir as igrejas dentro dos princípios da Escritura,
certamente já se encontraram em situações semelhantes. A disciplina, a
exortação, cada vez mais tem sido negada pela igreja e essa tem se tornado em
um grupo de pessoas com afinidades pessoais, não direcionadas pelo Espírito,
mas pela própria carne.
O
modelo bíblico para o exercício da disciplina sempre veio através de uma autoridade
vocacionada por Deus, do meio de seu povo. Moisés, Hilquias, Neemias, Natã, Isaías,
Jeremias, Ezequiel, Paulo, etc. Obviamente não estamos falando de um tipo de bispado, mas de quem tem a primazia do ensino e da exortação. Entretanto, acerca dessa vocação na humanidade sempre
houve aqueles que a negaram. Não os próprios vocacionados, à exceção de
Jonas que a princípio negou, mas por fim se deu por vencido e cumpriu sua
tarefa. Mas, a vocação desses homens muitas vezes é negada pelo próprio povo que
se chama pelo nome de Deus, pelo Povo de Deus.
Até
mesmo Jesus Cristo passou por situação semelhante. Quando confrontava os
fariseus, esses se voltavam contra ele dizendo que Cristo não tinha essa
autoridade, que Ele não era Filho de Deus, pior ainda: "qual sinal nos fazes
para que creiamos em você?" Acusaram Cristo de ser dissoluto pecador: é glutão e
beberrão de vinho, etc. Naturalmente o ímpio rejeita a exortação, rejeita a
disciplina, por que para ele, o ímpio, todos são pecadores e que por isso ninguém
têm a obrigação de aceitar ser humilhado sendo exortado por outro pecador; não
reconhecendo assim o chamado daqueles vocacionados para essa finalidade.
Para recusarem
a disciplina e a exortação usam como desculpa textos fora do contexto, tais
como: “Quem não tem pecado que atire a
primeira pedra”. Esqueceram-se que:
1. Se
esse versículo pode ser usado para se esquivar de acusações contra o pecado, e
que somente quem não tem pecado pode acusar outro, a pergunta que surge é: Jesus
se enquadrou como pecador? Ele era o único que não tinha pecado, por que ele
não atirou a pedra? Então ele se viu pecador por isso não atirou a pedra? Essa
interpretação de que ninguém pode acusar a outro por que todos somos pecadores é
uma falácia diabólica que promove a insubmissão e rebeldia entre o povo de Deus
contra aqueles que são vocacionados para isso.
2. Jesus
falou tais palavras para aqueles homens
que levaram a mulher até Ele, a fim de que fosse apedrejada, porque eles o faziam
não por que realmente queriam cumprir a lei do adultério; tanto é que nem mesmo
a levaram a julgamento, mas queriam pegar Jesus mandando matá-la sem que um
julgamento legal fosse estabelecido; e assim terem do que acusá-lo.
3. Jesus
estava falando para um grupo de fariseus que não eram convertidos, desta forma
as palavras aqui “...Quem não tem pecado que atire a primeira pedra” não cabem
ser ditas a quem é convertido e ainda por cima que foi vocacionado para o
pastoreio do rebanho de Deus e que recebeu tal incumbência: 2 Timóteo 4:2 prega a palavra, insta, quer
seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e
doutrina.
4. Jesus
neste texto não estava tratando com o pecado da mulher em primeira mão, mas com
o pecado e a astúcia dos fariseus. Um bando de ímpios maliciosos e Cristo os
enfrentou.
5. A
mulher também tão pouco deixou de ser exortada. Mas, veja que não se tratava de
uma mulher crente, judia sim, mas não crente. O texto não deixa evidência
quanto a ela ser crente. Pelo contrário, quando Jesus a confrontou voltando-se para ela,
Ele não afirmou simplesmente: vai-te embora e continue com a tua vida de crente
relaxado... mas afirmou veementemente: “Vá e NÃO peques mais.” Ou seja, sua
vida de pecado, (ímpia) deveria ser deixada de lado.
Quando
pessoas que se dizem crentes usam deste princípio negando a autoridade do
pastor em exortar e disciplinar, o que se pode pensar desses? São joio no meio
do trigo? São ímpios? Ou são crentes neófitos que pouco sabem da Palavra e
ainda precisam de leite? Deus aguarda daqueles que são realmente seus filhos,
outra posição quando confrontados com seus pecados. Davi foi exemplo disso, um
homem segundo o coração de Deus.
Vemos isso no
momento em que Natã vai até ele para confrontá-lo com seu pecado e Bate-Seba.
Quando Natã acusou Davi de pecado, qual foi a reação de Davi? Será que foi...
“Quem é você Natã, para me acusar de pecado? Você também é pecador Natã, por
isso quem não tem pecado que atire a primeira pedra? E o Senhor Natã, você não
tem pecado? Você não tem que se consertar não, heim Natã?”. Nada disso. Mesmo
Davi conhecendo a Natã, sabendo que ele também era pecador, Davi não ousou
revidar a acusação de Natã a respeito dos seus pecados.
Por que Davi é
reconhecido como sendo “um homem segundo o coração de Deus”? Porque quando confrontado
com seu pecado ele não agiu com arrogância e soberba revidando a acusação; ele
abaixou sua cabeça, rasgou seu orgulho de rei, se humilhou de seu pecado
reconhecendo a autoridade de Natã sobre ele, mesmo sabendo Davi que Natã também
era pecador ele respondeu: (2 Samuel 12:13) “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a
Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás. ”
Quando
chamarem um pastor para pastorear a igreja, tratem-no como pastor: Um homem que
tem autoridade para exortar a qualquer um de seus pecados, mesmo ele sendo
pecador, apenas isso. Quando exortados, não revidem, pois, o pecado só se
multiplica, mas humilhando-se reconheçam os pecados para que, como Davi, sejam
perdoados.
O verdadeiro
pastor não é alguém que está preocupado em ser aquele personagem politicamente
correto que agrada a todos, pelo contrário: 2 Timóteo 3:12 Ora, todos quantos
querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos. E por fim o verdadeiro pastor, por não ser conivente com o pecado, acaba sendo tido como inimigo daqueles aos quais acusa de pecado. Como disse Paulo: Gálatas 4:16 Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?
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