sábado, 27 de novembro de 2021

Peregrino numa terra peregrina

 

Um hino antigo já dizia que “peregrinando, vou pelos montes e pelos vales, sempre na luz”. Salomão afirmando sobre a brevidade da vida, dizia tudo é vaidade. Somos peregrinos em uma terra estranha, estranha à nossa natureza transformada de escrava do pecado à uma natureza liberta em Cristo.

Somos peregrinos na vida daqueles aos quais amamos, como também eles são passageiros em nossas vidas. Estar vivo é, por um tempo, passageiro, somos peregrinos do tempo e no espaço. Tudo se passa no tempo e no espaço, alegrias, dores, tristezas, vitórias, derrotas, medo, exultação, tudo tem um tempo, também esta mistura de sentimentos é peregrina em nossas vidas.

E pelo que passamos, descobrimos que a vida é breve, que de fato somos peregrinos. O que mais incomoda, talvez seja o fato de sabermos que somos peregrinos e mesmo assim queremos construir um futuro. Futuro de quem? O nosso? Não sabemos o dia de amanhã, se aqui estaremos ou se daqui já teremos partido.

Mas também viver na impossibilidade do futuro é pessimismo. Regrar com uma dose de esperança, e outra de inteligência, mais um pouco de plano, não faz mal a ninguém e não usurpa o temido futuro, antes acende a luz de peregrinar um pouco melhor. 

Percebamos que os extremos desse ponto central são maléficos. Assentar, cruzar os braços e aguardar a morte chegar é tão inconseqüente quanto achar que a vida é um fim em si mesmo e que tudo o que nos resta no futuro a ser desvelado é apenas à vida presente, como se a morte fosse o fim de tudo. Isso é tão vazio, tão negro, tão triste, soa tão... ateu.

Vivamos sim de olho no futuro, trabalhando no presente, sabendo que peregrinamos até mesmo sobre uma terra que também é peregrina. Não falo do astro em sua órbita celestial, falo da condição de sua existência temporal. Tudo o que conhecemos da criação será renovado, em seu tempo, a forma como a conhecemos não existirá mais. Outrora o profeta enxergou além de sua peregrinação:  “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe”. (Apocalipse 21:1)

 

Rev. Júlio Pinto

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