sexta-feira, 26 de novembro de 2021

UM ESTRANHO NO NINHO

 

        Um estranho no ninho faz menção a um clássico do cinema considerado um dos melhores filmes já produzidos. Ele conta sobre a estória de um prisioneiro que finge ser um doente mental para não trabalhar e é enviado a uma clínica especializada para doentes mentais onde lá promove uma rebelião.

Mas não é sobre o filme que estou a fim de falar, e sim acerca de uma das duas únicas opções que são perceptíveis no decorrer da vida onde realmente possamos nos sentir um estranho no ninho.  

Estar no mundo e viver como parte, sentir-se parte dele não é para todos. O mundo afinal não foi criado para os seres humanos? Sim, ele é a base para a cadeia de sobrevivência humana. Sem o ar, sem a terra, sem água, sem os animais e plantas a vida humana seria insustentável. Interessante perceber na história da criação que Deus criou primeiramente todo esse habitat que proporcionasse a vida e que essa sustentasse a vida.  

O fluxo humano na história sempre percorreu em duas direções apenas: ou pendia para o bem, ou pendia para o mal. A busca incessante da humanidade para sua sobrevivência já iniciava na dificuldade inerente à questão:  Quem define o bem e o mal? Correndo para sobreviver, o homem é obrigado a lidar com essa dualidade diariamente, e isso desde a mais tenra infância.

As culturas de todos os tempos, mundo afora, sempre tiveram de buscar essa definição em alguma coisa, ou em alguém. O argumento que definia se algo era do bem ou do mal deveria sempre passar pelo crivo da subjetividade de alguém com voz de comando.

Entretanto, a concordância acerca de uma definição baseada na subjetividade alheia sempre também precisou olhar a balança interna no próprio indivíduo comandado. Seria a concordância ou não dos liderados. E, nem sempre, a discordância pessoal tinha por fundamento a rebeldia, mas apenas o não entendimento dos motivos da definição do que era do bem, ou do que era do mal ser daquele modo.

Estar no mundo, para um cristão, significa estar a todo instante lutando consigo mesmo, a partir de duas fontes de pressão de origens diversas que chamam para si mesmas o direito de definir os conceitos de bem e mal.

Sendo o conceito de bem e mal algo subjetivo a cada homem, então temos que a moral é algo relativo. Sendo a moral relativa, como podemos argumentar acerca de um bem comum, ou afirmar de que possa existir um código moral que atenda à expectativa da humanidade em definir-se dentro desse conceito que percorre a existência entre o mal e o bem?

Não sendo Deus a fonte dessa definição espelhada na humanidade desde a sua origem, o que mais resta como fonte objetiva dessas duas definições? A resposta é bruta, tosca, pois sem um padrão de uma Perfeita Moral, Absoluta, a anarquia moral é o que sobra, pois ela se torna subjetiva e a partir de si mesmo o homem se torna seu próprio padrão moral.

O descrente não tem qualquer direito de pensar subjetivamente acerca do mal e julgar a Deus como sendo responsável pelo mal que aconteça no mundo. Não tem o direito de afirmar o que é bem, se esse bem não atende à necessidade alheia daquele que crê em Deus. Não tem o direito de argumentar sobre conceito moral, bem ou mal, se a fonte de suas convicções e definições são ele próprio.

O mundo só possui duas vertentes dessas definições: A primeira vertente se sobressai pela subjetividade, pela individualidade, pelo egocentrismo, pelo hedonismo, e para ser um pouco mais redundante se sobressai pela relatividade.    A segunda vertente é objetiva, e está no fato de Deus ter se revelado à humanidade um espelho de sua Perfeita e Absoluta Verdade Moral sintetizadas nos Dez Mandamentos.

Para o descrente não existem controvérsias em se viver num mundo plural, num mundo relativo, num mundo cada vez mais decadente que se apóia no próprio homem com sua definição moral mutante indo direto para fundo se tornando na própria escória que um dia ele mesmo condenou no passado. Esse homem se sente dono do ninho e quer a todo custo forçar, literalmente, que todos pensem como ele.

Por esse motivo, viver num mundo onde a verdade e a moral têm sido cada vez mais relativizadas é que devemos continuar a viver no mundo, mas crendo que somos como que um estranho no próprio ninho. Enquanto isso passamos por tribulações. Mas chegará o dia em que a pureza fará parte de nossas vidas de forma eterna e inviolável, tanto em nós mesmos como no universo que estará diante de nós.  Maranatha!!!!!!

Rev. Júlio César Pinto

 

 

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