Por:
Rev. Júlio César Pinto[i]
Immanuel
Kant, filósofo moderno, dizia não ser possível conhecer a realidade como tal, muito
menos haver uma Verdade. Após meados do século XX, os sofistas retornaram com
força e vigoraram suas ideias nas universidades e faculdades. Desde então,
principalmente nas áreas de humanas, a filosofia do discurso vazio ganhou
status. Esta seria tão somente a valorização do discurso em detrimento dos
fatos e realidade.
A
construção do pensamento, a forma de pensar aristotélica, perpassava por três
ângulos: signo, significado e o referente.
O signo são os sinais que usamos
para nos comunicar: números, letras, palavras, textos, imagens, etc.; o significado é a relação do conhecimento
com o signo, é algo apenas mental; e o referente
é o objeto ao qual o signo aponta; é algo palpável que identifica o signo em
conjunto com o significado.
Ao
unir essas três coisas (signo,
significado e referente) seria possível então conhecer a realidade como tal. Juntos
eles formam a Verdade. Para os sofistas entre conhecer o signo e seu
significado não importava o referente para se chegar à realidade da coisa
significada, apenas o discurso é o que importa. A desconstrução da realidade
passou a ser meta nos cursos de humanas. Afinal, metanarrativas[ii]
seriam algo completamente absurdo diante de “tantas realidades possíveis”.
A
semiótica tratou de esmiuçar essa “nova” epistemologia: dentre outros, Charles
Peirce, Jean Paul Sartre, Simone de Beavoir, foram os tidos como grandes nomes
do pós modernismo para essa “ciência”. Esses abraçaram a causa de outro nome
bem conhecido na área de humanas: o comunista italiano e filósofo kantiano Antônio
Gramsci. No Brasil, o maior defensor do sofisma moderno e o mais popular deles
se tornou o patrono da educação: Paulo Freire.
Na
educação freiriana, a lógica do discurso e o saber, como tal, passam exatamente
pela epistemologia de Kant. Para ele, apenas o signo e o significado têm, de
fato, importância no aprendizado. Em outros países essa metodologia é vista
apenas como teoria, mas aqui foi posta na prática do ensino de forma massiva.
Essa desconstrução da realidade
passou a ser temas nas universidades em todo Brasil. Na Universidade Federal de
Minas Gerais, o Estruturalismo e sua decorrente desconstrução, além de tema de
estudo, se tornou livro. A engenharia do estruturalismo tem como princípio
identificar as bases que constroem o discurso, eliminar o referente para, assim,
determinar novo discurso desde que o novo discurso seja aquele mais conveniente e isso à parte do referente.
Sem o referente, é dito pelos
sofistas modernos que o discurso assume o lugar da realidade. Os fatos, a
história, os testemunhos, os dados científicos, os vídeos verdadeiros, nada
disso importa, o que importa é o discurso em si. E quem tiver melhor retórica,
mesmo que vazia de realidade é quem ganha o público que se torna massa de
manobra, o gado como é dito. (Veja o vídeo ao final).
Todas as áreas do conhecimento
foram afetadas por essa epistemologia. Não foram apenas a área de humanas,
apesar de ser a mentora. O brasileiro não tem costume de ler e de se informar.
Essa questão cultural vem sendo construída pela elite acadêmica que desvaloriza
massivamente o saber acadêmico (pura maldade) e valoriza o saber popular, coisa
de Paulo Freire. Como resultado dessa educação e dessa nova forma de pensar do
brasileiro, ler para se informar se tornou irrelevante na vida do cidadão.
Qual a consequência, não apenas
na vida do brasileiro, mas de todo aquele que despreza a forma clássica do
saber como Aristóteles definiu? Todas as vezes que é necessário dar provas
acerca do conhecimento da realidade, e aqui a realidade é distoante do
discurso, o cidadão se vê em apuros, ou melhor, acha que está tudo certo e
descansa nas mãos de uma pretensa “autoridade no assunto”.
O
que se passa a usar como fonte de dados onde se baseiam os discursos não são os
dados em si mesmos, mas a fonte de dados passa a ser a interpretação de uma “autoridade”
acerca dos dados. Essa é uma falácia conhecida como a “falácia da autoridade”.
Ou seja, algo passa a ser verdade por que o “fulano” diz que é verdade. A linha
tênue entre o discurso de uma autoridade acerca dos dados e os próprios dados
não é enxergada como relevante para alguém que foi educado desprezando os fatos
e valorizando o discurso.
Temos
visto isso de forma escancarada não somente no Brasil, mas em vários países com
essa “crise” gerada pelo COVID-19. Vamos analisar duas fontes de dados que têm
sido reputadas como fontes inquestionáveis de informação: Tedros, Diretor da
OMS e Mandetta, Ministro da Saúde no Brasil.
Tedros Adhanom é Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde. Membro da
Frente de Libertação do Povo Tigre. Organização Paramilitar de ultra-esquerda
que após acordo tornou-se partido político. Há 30 anos "governando" a
Etiópia; “bem democrático”! Esse governo etíope possui acordos de ação conjunta
com o Partido Comunista chinês de obras, ações assistencialistas etc. Isso lhe
sugere algo? Tedros chegou a ser acusado por Lawrence Gostin, especialista em
saúde global, de ocultar uma epidemia de cólera na Etiópia.[iii]
Tedros é Biólogo de formação, mestre em
imunologia de doenças infecciosas e doutor em Filosofia, e desde 1986 vem sendo
atuante na política em seu país de origem, Etiópia.
Henrique
Mandetta É de uma família de políticos do Mato Grosso do Sul. Como não
conseguiu passar na Faculdade Federal de medicina do Mato Grosso do Sul, cursou
medicina, na Universidade Gama Filho , no Rio de Janeiro, onde se formou em
1989. Tal faculdade acabou por ser descredenciada pelo Ministério da Educação (MEC) com o seu fechamento
definitivo no ano de 2014.
Iniciou sua carreira como médico
no Hospital Geral do Exército. Desde 2005, quando seu primo Nelsinho Trad, atual Senador
pelo MS, foi eleito prefeito de Campo Grande, e Mandetta assumiu a Secretaria Municipal de Saúde, o
consultório e as pesquisas deixaram de ser algo primordial, assumindo a
política como centro de sua carreira.
Da mesma forma que Tedros,
Mandetta, durante seu mandato como secretário, juntamente com o prefeito e
outros membros do governo municipal, sofreram acusações de fraude em licitação,
tráfico de influência e caixa dois na implementação de um sistema de prontuário
eletrônico[iv]. Após
esse período, exerceu dois mandatos como deputado federal.
Em
20 de novembro de 2018, Mandetta foi confirmado pelo presidente
eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, tornando-se
o terceiro ministro do Democratas junto com sua
conterrânea Tereza Cristina e o gaúcho Onyx Lorenzoni. Pesou na sua indicação o apoio das
UNIMED’s, de Associações Médicas, Santas Casas e da Frente Parlamentar de Medicina.
No entanto, a nomeação foi criticada devido às acusações de corrupção na sua
gestão como Secretário Municipal.
Ambos,
políticos, que há muito foram acadêmicos, são os que têm sido usados como
fontes de informação acerca do COVID-19. A interpretação deles acerca dos
dados, ou seja, o discurso de cada um, é que tem sido pautado como verdade
inquestionável. Os dados em si mesmos não interessam para a maioria. Se eles
falaram, está falado.
A
mente trabalhada para descartar o “referente”, aquilo que pode fazer com que a
Verdade seja, de fato, exposta, não faz questão de analisar fatos. Para eles,
basta apenas o discurso falacioso de uma autoridade, isso lhes é suficiente. E
quando surge uma voz questionando o discurso das autoridades... ahhh... Esse aí
precisa ser calado... precisa ser alvejado... precisa ser posto à ridículo,
minimizado.
E
a Verdade??? O que é isso??? Tal coisa simplesmente não existe. Por isso não adianta discutir com alguém de
mentalidade esquerdizada, não adianta mostrar fontes originais de informação, é
perda de tempo mostrar os dados reais e concretos de primeira instância, pois o
discurso vazio, falacioso, ainda mais se for de uma “autoridade”, isso é o que
conta para o sustento de uma pseudo-realidade.
Muito bom o texto Pastor🙏🙏🙏🙏
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