sábado, 14 de outubro de 2023

ONDE ELA ESTÁ?

  

Procurei em todo lugar. Procurei na relação familiar

Procurei nela, neles, no trabalho, procurei no lar.

Instado, procurei na sede, na fome, na angústia, na fobia.

Cego, procurei na ansiedade, na tristeza e na alegria.

 

Onde ela está?

 

Trôpego, de novo, continuava sem saber onde encontrar

Vacilante suspirava, torto, manco, sem mais onde vasculhar

Entediado, cansado, relutante sigo sondando o olhar

Na mulher, no filho, na filha, no gesto, no gosto a saborear

 

Onde ela está?

 

Na saúde, na doença, na riqueza, ou na pobreza

No vício, no amor, no ódio, no odor

Por ela procuro penso que por obstinação ou destreza

Calado, gritante, até na amálgama em PATHOS o portentor

 

Onde ela está?

 

Não está na Sophia, nem nos seus amigos

Não está no monte, nem mesmo na boa sorte

No lago, ou na fonte, desapareceu seus ritos

Em seu lugar sobreveio a sombra da morte

 

Onde ela está?

 

Semiótica já responde para o próprio coitado

A franqueza se foi e quem se importa com sinceridade?

O que vale não são fatos ou origem de significado

Vale é a perversão da mente que pretende esconder a verdade.


Onde ela está? 


Verdade, para onde se foi? Qual seu esconderijo?

Na narrativa da  mente doentia tudo é relativo

 Esconder-se do Absoluto, é a razão do coração altivo

Diz o insensato: Tenho absoluta certeza disso. 




rev. Júlio César Pinto

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