Judas 1:10
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Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que
compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se
corrompem.
Os discípulos foram alertados do fermento dos fariseus. A princípio não entenderam o que Jesus estava querendo dizer com a figura utilizada por ele, mas tão logo entenderam que foi acerca da da doutrina dos fariseus e dos saduceus (Mateus 16:12). Não faltava intelectualidade nem aos fariseus, nem aos saduceus, pelo contrário, eram homens letrados e de uma refinada retórica de ensino. O populacho de Israel os tinha quase que como semi-deuses, venerados portadores dos oráculos divinos, e que, por muitas décadas, construíram e se mantiveram na casta religiosa de Israel.
A
história não é diferente em nossos dias. (Eclesiastes 1:9). O contexto religioso
brasileiro segue o mesmo padrão de outrora noutras terras. As mídias sociais,
os grupos de afinidade, as próprias igrejas de todas as denominações, mesmo que
não seja a intenção, se apegam a alguns líderes midiáticos como se suas palavras
fossem inspiradas e inerrantes. Temos duas faces de uma mesma moeda neste
contexto: idólatras e idolatrados. Como disse Salomão: “...nada há, pois, novo debaixo do sol.”
Para
um público inepto, néscio, qualquer um que tenha lido uma dúzia de dois ou três
livros acerca de um mesmo objeto, aquele ali se torna mestre do saber. É do que
diz o ditado que: “Em país de banguela quem tem dente é rei.” A decadência do
conhecimento se vê em todas as áreas e a teologia não fica de fora do histórico
ciclo dito por Salomão.
Reinam
sobre os miseráveis intelectuais o miserável soberbo, o bruto irracional, como
diria Judas. E este quer se impor no grito, na falácia, fazem do pensamento
popular a fundamentação de interpretação da Escritura. Querem impor seu pensamento,
sua forma de olhar e ver o mundo forçando textos a se encaixarem nas suas
heresias.
O
néscio olha isso e se vê deslumbrado pela habilidade com as palavras, com o jogo
de cintura, com a ginástica olímpica em torno das palavras, empolgado com a sua
ignorância sendo iluminada com a penumbra de outra ignorância.
Falastrões
emitem juízo acerca de coisas que fingem entender como se fossem os mais doutos
no saber. Colocam-se como postes pretendendo iluminar os menos favorecidos, os
menos conhecedores sendo que nem mesmo eles entendem o que dizem.
Argumentam a partir do intestino
e se vangloriam de terem sido valorizados pelas pobres almas idólatras de suas burlas.
E a casta evangelical brasileira tem sido inflada com esses pretensos donos
do saber.
Mestres de si mesmos, insubmissos
à Palavra, cheios de arrogância que chegam a ter cheiro de uma pretensão profética
inerrante. Assumem uma postura de infalibilidade mas não admitem confrontação racional
com fundamento exclusivamente bíblico.
Por
outro lado, estão os idólatras destes falastrões. Pedem socorro a esses quando
confrontados com a real inerrância da Palavra. São como os de Tessalônica que não tinham a
sensatez de conferir de fato e de vontade, com o que a Escritura diz, e não com
aquilo que a bíblia foi forçadamente adaptada ao paganismo popularizado dentro
das igrejas.
O
crente popular brasileiro abraça com muita facilidade qualquer coisa que lhe
seja dita com ar de espiritualidade, ou com tom autoritário pretensamente
profético (...o que não entendem difamam... brutos
sem razão.)
Não
há desculpa para nenhum dos dois. Ambos serão cobrados, um pela arrogância e
ignorância, e outro pela preguiça e ignorância. Afinal de contas, tudo é pecado
mesmo.
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