O pastorcentrismo é uma doença que aflige muitas igrejas. Seus sintomas são comuns, mas o mais grave sintoma é que os membros se comportam como se tudo dependesse do pastor para ser realizado na igreja. Eis alguns deles:
• Os crentes não tomam iniciativa por pensarem que isso não é sua obrigação;
• Os crentes acham que não precisam levar uma vida espiritual conforme é exposto na palavra, por que acham que só o pastor é que precisa ser espiritual, os crentes pensam poder serem mais relaxados quanto a isso;
• Os crentes não se dedicam ao evangelismo por pensarem que isso é tarefa do pastor;
• Os crentes acham que não precisam manter uma vida de testemunho que honre ao Senhor, pois o pastor fazendo isso é suficiente;
• Os crentes acham que não precisam ler a Bíblia, por que só o que o pastor fala é suficiente;
• Os crentes acham que se fizerem tudo o que o pastor fala serão criticados na comunidade, o que só pode ser feito pelo pastor, e o querem como um mártir;
O egocentrismo já tem alguns sintomas que são avessos ao pastorcentrismo. Neste caso os crentes acham que o eles devem ser o centro das atenções do pastor e da igreja em si. Alguns de seus sintomas são:
• Os crentes querem mandar no que o pastor vai pregar, querem determinar que tipo de pregação deve ser feita;
• Os crentes querem determinar como o trabalho deve caminhar e que o pastor deve se moldar aos pensamentos deles;
• Os crentes querem mandar no pastor como se ele fosse seu empregado;
• Os crentes querem manipular os trabalhos da igreja de forma que esses agradem ao seu gosto;
• Os crentes querem determinar como deve ser o culto prestado a Deus;
• Rejeita a disciplina;
• Se preocupam mais com as suas necessidades do que com os afazeres do Reino.
• Acham que não precisam participar de todos os trabalhos da igreja, só daqueles que sua sociedade interna promove.
As duas doenças são graves e, se não tratadas seriamente, implicará na morte da igreja. A igreja não pode ser pastocentrica, nem egocêntrica, por que é Cristo quem deve ser o centro de todas as coisas. O culto, a obra, a pregação, o evangelismo, cada parte (se é que podemos dividir) da obra do Senhor, Ele mesmo já determinou como deve ser e quem deve fazer, e isso está na sua Palavra. A questão é que não há submissão à Palavra de Deus quando se detecta uma destas doenças. Se houvesse submissão à palavra, perceberiam que todos os crentes são responsáveis pelo andamento da obra; que todos os crentes precisam ter uma vida de relacionamento com Deus independente de seu pastor; enxergariam que todos os crentes precisam levar o evangelho às pessoas; que o testemunho de vida que honre ao Senhor é dever de todos; que ler a Bíblia é o alimento espiritual individual de cada um; perceberiam que a exposição da Palavra pelo pastor não é para se guardar no vago da mente, mas para se preencher todos os seus dias de atos baseados nessa exposição; notariam que devem ser humildes no ouvir da exposição da Palavra dada a autonomia do pastor na escolha do que vai ser ensinado, pois foi ele quem o Senhor vocacionou para isso; ver que o pastor é orientador e que as decisões da igreja não podem forçar a mudança de pensamento de seu líder local, mas que devem chegar a um consenso; cairiam em si e se envergonhariam de achar que o pastor é empregado da igreja, quando ele é servo do Senhor assim como os crentes; se calariam em querer transformar o trabalho da igreja em suas imagens, quando a igreja deve ser orientada pela Palavra; notariam que o culto não é para ser feito como se gosta, mas como está prescrito na Bíblia. Deixariam de pensar que a disciplina é uma perseguição pessoal do pastor para ver que isso é um cuidado com a saúde da igreja. Se acolhessem com mansidão a Palavra, prefeririam pormenorizar seus momentos egoístas de suas necessidades, em favor da obra de Deus. Deixariam de enxergar o trabalho promovido por outras sociedades como algo que exige participação apenas de quem promove, pois o foco, afinal de contas, deve ser Cristo.
A igreja, ao longo de séculos, se deixou contaminar por estas duas doenças. Verdade que podemos ver que causou a desgraça de muitas igrejas locais e mesmo igrejas consideradas modelos no passado, e que hoje nem mesmo existem. Seus templos estão sendo vendidos pelo mundo afora para servirem de casa de shows e outras coisas tão ruins quanto. Tudo isso por que a igreja passou a ser pastorcêntrica ou egocêntrica e não Cristocêntrica . como nos lembra o autor de Hebreus em 12.2 “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus,” ou seja, Cristo deve ser o foco, o objetivo de toda a nossa vida. Ressalto a ideia de que se Cristo não é o centro de nosso foco, isso se torna uma idolatria, seja o pastor, seja o próprio ego dos membros o centro das atenções.
Que a misericórdia de Deus esteja sobre nós.
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