sexta-feira, 8 de abril de 2011

Por que uma única Bíblia e tantas religiões e denominações? PARTE 6

Do seio dos que deixaram Roma como fonte de hermenêutica, surgiu então uma outra classe de cristãos, a classe que recomeçou a olhar para as Escrituras como única fonte de autoridade revelada por Deus. Por não entender, ou por não aceitar, sem embasamento bíblico, doutrinas que surgiram com o retorno às Escrituras, um outro grupo se formou e passou a não aceitar a hermenêutica dos reformadores, mas passou a aceitar a hermenêutica que inseria a experiência pessoal, subjetiva, como válida, um exemplo deste grupo foi os Quakers. Este grupo dizia que a iluminação interior é como um testemunho final do Espírito Santo à experiência individual, predispondo o abandono das Escrituras.
Peter Wagner, um dos expoentes do movimento neopentecostal, aconselha em seu livro “Estratégias para o Crescimento da Igreja”, da editora Sepal, na página 41, o seguinte: “...reexaminar as Escrituras à luz da experiência e reavaliar sua Teologia de acordo com a mesma”.   Essa absurda declaração coloca a Bíblia em subordinação ao subjetivismo da experiência de cada um, além de colocar em dúvida a suficiência das Escrituras, e isso em favor do crescimento numérico das igrejas que é o que esta obra tem como tema.
Alguns podem objetar quanto à idéia que permeia esta resposta à pergunta inicial e também o porquê desta ocorrência. Mas vivemos no tempo em que somos filhos da era moderna, do racionalismo de Kant, da indiferença de Karl Marx e do desdém de Nietzsche, filósofos que embutiram na forma de pensar do ser humano de nosso tempo a idéia de que cada um tem a sua verdade, cada um tem a sua ótica de olhar as coisas, que não existe verdade absoluta e que se alguém afirmar tal coisa deve ser questionado. Esqueceram-se de que a própria afirmação de que não existe uma verdade absoluta é uma contradição à própria afirmação, pois ela se diz absoluta. Enquanto que a real verdade absoluta é esquecida e manipulada de acordo com o entendimento de cada um, a Bíblia. Em conseqüência dessa forma de pensar, cada um tem a sua interpretação da Bíblia. Se isso fosse uma verdade a ser levada em consideração, Deus seria o responsável por toda esta confusão. Mas, a própria Palavra afirma que Deus não é Deus de confusão como dito em I Coríntios 14.33. O termo confusão no grego é: akatastasia akatastasia que significa: instabilidade, um estado de desordem, distúrbio, confusão. Mas o que existe é a "operação do erro", a "prova"  enviada pelo próprio Deus para testar  aqueles que lhe são fiéis de fato, bem como à sua Palavra, conforme 2 Tessalonicences 2:11 e Deuteronômio. 13.1-3.
Mesmo com todos os argumentos acima não conseguimos fechar todos os motivos da pergunta inicial, contudo nos dá um direcionamento de como pode acontecer de existir várias religiões e denominações sendo uma só Bíblia.
Com isso não queremos nos tornar separatistas, nem mesmo afirmar categoricamente que somos os únicos a interpretar a Bíblia corretamente, mas que o nosso padrão de   interpretação é infalível, a própria Escritura.
Assim devemos exercer a Palavra conforme a preceituação de Paulo em Romanos 14.1 "Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões".


Rev. Júlio César Pinto
Igreja Presbiteriana do Brasil em Baião - PA

Bibliografia: 


* Fé cristã e Misticismo - Editora CEP
* A Bíblia e seus intérpretes - Editora CEP
* Igreja de poder - Editora CEP


Nota: O texto publicado aqui é uma adaptação de partes destas três obras citadas.

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