domingo, 3 de abril de 2011

SER AUTÊNTICO

                Muitos justificam sua maneira de ser, como sendo a partir de uma autenticidade. Sou assim, por que sou autêntico, dizem. Mas o que é ser autêntico? A palavra aponta para algo exclusivo, único, autêntico.  Mas nos nossos dias existe essa possibilidade? Existe um ser humano autêntico?
                Temos dentro de nossos lares a mídia que manipula a massa formando grupos, ou que se conhece por tribos, de todos os tipos. Tem a tribo dos homossexuais, dos heterossexuais, dos ricos, dos pobres, das patricinhas, dos nerds, dos punks, dos roqueiros, dos futeboleiros, noveleiros, etc.  Ou seja, as tribos são grupos separados por afinidades sociais. Em outras palavras: existe alguma autenticidade dentro desses grupos, ou são todos os indivíduos que os formam iguais entre si? Dessa forma, ninguém nunca será autêntico, mas será conformado ao grupo a que pertence.  Caberia aplicar esse conceito tribal aos crentes? Ou uma pergunta mais específica, caberia dividir os verdadeiros crentes em tribos por afinidade social?  
                Esta questão, assim como qualquer outra na vida, pode e deve ser provada pela própria palavra do Senhor, pois se foi Ele quem nos chamou para sermos santos, (2 Timóteo 1:9 - que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos,) para sermos seus filhos, existe um padrão, aliás para tudo existe um padrão, ainda mais para aqueles que se dizem ser filhos de Deus.  (I Coríntios 11.1 Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.  – veja também:  1 Timóteo 4:12,  2 Timóteo 1:13; Tito 2:7;).
                Todos estes textos citados logo acima nos apontam para o fato de que existe um padrão a ser seguido por todos aqueles que se dizem ser cristãos autênticos. Um grupo separado por afinidade social poderia ser chamado de um grupo de cristãos autênticos? Isso depende. A dependência existente diz respeito exatamente ao fato de quem, ou do que eles estão usando como padrão. 
                Como já participei de uma tribo dessas, posso dizer com toda profundidade de conhecimento, e a psicologia também explica, que o fato de estar em um desses  grupos  não é  por ser autêntico, mas porque o grupo lhe recebeu melhor do que outros e você se sentiu mais à vontade ali do que no meio de outros. Seu comportamento, então, passa a ser não um comportamento  autêntico, mas um comportamento que você sabe que o seu grupo (tribo) não se sentiria horrorizado com ele, pelo contrário, lhe bateriam palmas. Isso parte da necessidade do ser humano ser reconhecido como tal e, assim, ser aceito nesse grupo social. Isso tem haver com o ego humano que precisa ser saciado de alguma forma.
Um grupo social (tribo), não pode nunca ser chamado de cristãos autênticos simplesmente por que afirmam que creem em Jesus Cristo, (1 Coríntios 15:2  por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão.) mas não agem conforme Cristo, ou conforme ele manda (João 15:14  Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.) , e sim, agem conforme a aceitação do grupo. Nunca poderiam ser chamados de cristãos autênticos por que o seu padrão não é o padrão de Cristo na sua santa Palavra, mas são o produto de suas próprias mentes.              É um grupo egocêntrico, hedônico que existe simplesmente para saciar o seu  próprio desejo, ou o desejo dos formandos do grupo de serem aceitos em uma parcela da sociedade  que lhe é, ou que lhe tornou parecida.
                De outro modo, se o seu grupo procura um padrão fora dele mesmo, fundamentado na Palavra do Senhor, um padrão objetivo e não subjetivo, seu grupo tem grandes chances de ser reconhecido pelo Senhor como um grupo de cristãos autênticos, pois o padrão é o padrão ditado pelo próprio Deus em Sua Palavra, e não no que o grupo acha certo ou errado, ou aceita como normal, ou anormal.
                Existe um padrão absoluto e único que aponta para a autenticidade do cristão e esse padrão não é nenhum outro a não ser o próprio Senhor Jesus Cristo. Quando criados à imagem e semelhança de Deus, o homem recebeu de Deus o seu padrão de moral, o que não tem nada haver com respeito, mas tem haver com o discernimento entre certo e errado. Mas com o pecado, esse padrão moral, ou esta imagem divina se tornou obscura no coração do ser humano. Daí a necessidade de Cristo vir ao mundo e mesmo tendo vivido sem nunca cometer pecado,  morrer como ser humano pecador, pois a morte era exatamente o castigo pela desobediência. O único justo pagando por muitos pecadores. Com a sua morte, todo ser humano que confessa a Cristo como seu Senhor tem, necessariamente, de conformar-se à imagem de seu criador novamente. (Romanos 8:29  Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.) Um ser que segue a lei moral divina. (Mateus 5:17  Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir.)
                A dificuldade que determinados grupos de afinidades sociais (tribos) têm de conformar-se á imagem de Jesus Cristo, é exatamente por que eles estão envolvidos em conformarem-se à imagem de si mesmos. Uma conformação subjetiva. Podemos lembrar das palavras de Paulo que fala abertamente sobre isso em  Romanos 12.1-2 1  Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. 2  E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
O grifo do versículo acima é exatamente para destacar o sentido de que esse conformar não tem nada haver com conformismo no sentido de aceitação, mas a palavra em grego quer dizer não tomar a forma, não se mostrarem parecidos . E a palavra século em grego aiwn (aion) tem outras traduções que mostram melhor o sentido do texto, que é mundo, ou geração. Podemos então ler o texto de Romanos assim: e não tomem a forma desta geração, ou não se pareçam com o mundo. Há pessoas que se dizem cristãs, mas continuam agindo e fazendo coisas que faziam antes de sua conversão. Vemos por exemplo atores que se dizem conversos a Cristo, mas continuam indo a baladas, a shows mundanos, a desfiles de escola de samba, além de manterem o mesmo comportamento promíscuo que antes. Para um cristão autêntico isso é inaceitável, uma vez que não é concebível a idéia de Cristo fazendo estas coisas.
Paulo está mostrando que a mente do verdadeiro cristão não pode ser, de forma alguma, parecida com a do mundo, mas que devemos transformar nossa maneira de pensar, pois somente assim conheceremos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Quando pararmos de satisfazer aos nossos desejos e pararmos de pensar como a tribo pensa e começarmos a pensar como Deus quer que pensemos, imitando a Cristo em todos os momentos, é que teremos a  verdadeira noção de sermos cristãos autênticos. Pois a autenticidade do verdadeiro cristão, não está em nós, não na subjetividade, mas na objetividade que está em Jesus Cristo, em sua santa Palavra. 

Que Deus tenha misericórdia de nossas vidas!

Um comentário:

  1. Pois é... Deus não criou tribos. Criou o homem segundo a Sua imagem e semelhança, conforme Gênesis 1:26, mas essa imagem foi corrompida com a queda do homem (Gênesis 3)gerando a consequência que podemos confirmar em Romanos 5:12 "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram". Com relação ao surgimento das civilizaçoes, consequentemente das tribos e culturas, podemos citar a descendência caída de Adão (Gênesis 4:21ss) e, mais adiante, o episódio da Torre de Babel que fortaleceu ainda mais o surgimento de novas civilizações e culturas onde, por causa da desobediência do homem, Deus confundiu ali a língua do povo. Podemos ver, então, que a existência hoje de várias culturas é a consequência do pecado, da desobediência e o homem, ainda hoje, insiste em se separar em "tribos urbanas" para continuar a satisfazer a sua própria vontade. É o hedonismo que impera, infelizmente, até no meio que se diz evangélico.
    (Daniela Cristina Martins Pinto)

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