domingo, 19 de junho de 2011

PODE UM CRISTÃO VERDADEIRO PARTICIPAR DE UMA FESTA JUNINA?

Ao ler o livro de Deuteronômio (25.17), numa passagem que retrata a confirmação da aliança de Deus com o seu povo, lembrando as promessas de bênção, encontrei esta passagem que creio, responde qualquer dúvida que um sincero cristão possa ter quanto a este assunto. Num primeiro momento quero estender o termo cristão o máximo possível, aceitando como cristão (ao menos por enquanto) como "todo aquele que se confessa seguidor de Cristo".

As chamadas festas juninas estão entre as três grandes festas anuais do calendário brasileiro (carnaval, juninas e natal). O país fica animado com a música, comidas típicas à base de milho e mandioca e as famosas quadrilhas (como se no Brasil já não as tivéssemos o bastante o ano inteiro). As festividades são dedicadas a três "santos" do romanismo: Antônio (dia 13), João Batista (24) e Pedro (28). Quero considerar tais práticas à luz da história e da bíblia.

As festas populares juninas são mais antigas que o cristianismo. Esta época (solstício de verão e ápice da estação) era marcada pelo início das plantações visando as futuras colheitas. Os celtas, bascos, egípcios e sumérios faziam rituais para garantir a fertilidade da terra (e das mulheres) e o crescimento da vegetação após o inverno que começava a se aproximar. Havia oferendas de comidas, bebidas e animais às divindades pagãs. Havia muitas danças ao redor das fogueiras para espantar maus espíritos. As crianças geradas nas festas anteriores eram passadas pela fumaça das fogueiras como proteção contra os espíritos.

Em Roma (sempre lá), havia as festas junônias, em homenagem à deusa Juno (dona do mês de junho). Seria daí o nome "festas juninas"? Estas celebrações coincidiam com a data da comemoração do nascimento de João Batista [seis meses antes de Jesus, logo, em junho], e como a igreja de então não conseguia extirpar o mal das celebrações pagãs da fertilidade, preferiu "encampá-lo", vestindo-o com uma nova roupagem pseudo-cristã. Mais tarde os jesuítas trouxeram estas festividades para o Brasil.

Vejamos o significado de alguns dos rituais (além do passar pela fogueira e oferendas de comidas):

O MASTRO: O símbolo da fertilidade (falo – órgão sexual masculino) se acreditava que trazia sorte à residência que o erigisse. A cultura totêmica é eminentemente pagã, mas permanece ainda enraizada na religiosidade brasileira.

FOGUEIRA: para os pagãos espantavam os maus espíritos, e para os cristãos medievais simbolizavam a luz, portanto, sinal de bênção. No catolicismo tradicional são acesas sempre às 6.00h (hora da "Ave Maria" - por causa de uma lenda na qual Isabel teria combinado avisar a Maria do nascimento de João acendendo uma grande fogueira). Aliás, cada fogueira é arranjada de modo diferente: a de Antonio é quadrangular, a de Pedro é triangular e a de João é arredondada.

FOGOS DE ARTIFÍCIO: para espantar os maus espíritos, o diabo e seus demônios e também para acordar João Batista em seu ministério de precursor do Messias. – Detalhe: Cristo já veio e João Batista não voltará mais.

BALÕES: simbolizavam os pedidos aos deuses - ou aos santos. Se subirem, é porque os pedidos foram aceitos.

ESCONDER A IMAGEM DE ANTÔNIO: o personagem histórico, um franciscano de nome Fernando, rebatizado Antônio, ganhou fama por ajudar a encontrar objetos perdidos e cuidar de enfermos. Uma moça pobre, que não conseguia casar, teria feito uma oração ao santo e conseguido o dote. Daí a virar o santo preferido das jovens "casadoiras" foi questão de tempo. Alguém passou a divulgar que o santo atendia mais rapidamente se fosse colocado de cabeça pra baixo em um lugar escuro ou se lhe fosse tirado a imagem do menino que carrega (tortura ao santo de devoção - uma tolice dentro de outra).

LAVAR A IMAGEM: na verdade não é o lavar a imagem que é importante, mas lavar-se com a água usada para esta tarefa, onde crê-se na possibilidade de cura [há a variante de marcar-se em cruz com as cinzas das fogueiras, com o objetivo de proteger-se de doenças e sortilégios].

Mas o que as igrejas evangélicas têm a ver com tudo isto?
Os cristãos evangélicos (e aqui estou começando a limitar o sentido do termo cristãos) e seus filhos podem participar de atividades juninas nas escolas ou em quaisquer outras sociedades? Devem as igrejas promover algum tipo de festividade semelhante (como festa da colheita ou das nações)? A primeira resposta é: as festas idólatras são vedadas aos verdadeiros cristãos, não importa o motivo alegado. A segunda resposta é que aproveitar o clima (junino) para a pregação do evangelho (ou seja, ir a tais festas com a "justificativa" de pregar o evangelho) é só uma desculpa para não fazê-lo o ano todo, além de criar uma evidente semelhança com o mal. As desculpas que se usam vão desde arrecadação de fundos a evangelismo, passando por obrigação profissional. Não importa a razão, as festas juninas são festas pagãs e ofensivas a Deus. Nenhum cristão deve envolver-se em práticas herdadas do paganismo, em qualquer espécie de mundanização ou relativismo cultural (aliás, hoje, nenhum cristão é obrigado a participar de qualquer culto ou prática religiosa travestida de cultura ou folclore - isto é uma garantia constitucional). Os cristãos dos primeiros séculos poderiam salvar a sua vida se apenas aceitassem dizer uma frase: "Cézar é senhor", mas preferiam a morte, afirmando que somente "Cristo é o Senhor". Ninguém podia tomar uma atitude semelhante se não fosse impulsionado pelo Espírito de Cristo (bem diferente do espírito do mundo).

Os promotores das festas juninas querem pagar promessas por dádivas que teriam sido recebidas dos seus santos patronos (ou pedir-lhes algo). Isto na prática é invocação de mortos, uma atitude condenada veementemente pelas escrituras. Mas a verdade é que mortos nada fazem por mortos, e somente de Deus nos vêm todas as bênçãos. Como os sacrifícios (especialmente as comidas benzidas) são feitos aos padroeiros e suas imagens (idolatria), só nos resta lembrar a advertência do apóstolo Paulo: tais sacrifícios são a demônios (I Co 10.20).

Como se isso tudo não bastasse, as festas juninas são encampadas e, via de regra, patrocinadas promovendo arrecadações para a igreja Católica Romana, além de promover a publicidade para a doutrina católica, que é totalmente espúria a Palavra de Deus. Festa junina é uma festa pagã de evidente idolatria. Você participar, ou você pelo menos assistir, você está de alguma forma contribuindo para que essa idolatria continue avante. Algumas pessoas podem objetar dizendo: ‘mas quem está ali na festa não sou eu, o cristão fulano de tal, é o professor fulano, ou o diretor ciclano, o comerciante tal. ’ Meu irmão, você é uma única pessoa, você não é um ser onde coexistem duas pessoas, além do que o cristianismo não pode ser dissociado de sua posição na sociedade. Você é o indivíduo que foi salvo por Cristo, esteja onde você estiver, seja o que você for. Não há como dissociar o cristão de sua profissão, ou o cristão de seu divertimento. O propósito da salvação em Cristo Jesus visa o ser humano inteiro, não em partes. Não é porque a igreja católica manipulou a mente das pessoas dizendo que a idolatria é uma festa cultural, que esta será, pois esta festa sempre foi, é e será um culto idólatra.

Considerando tudo isto, pergunto: você acha lícito um cristão verdadeiro (e não é o fato de ter o nome numa lista de membros de determinada igreja que faz de alguém cristão) participar de uma festividade pagã? Termino com uma citação do livro que acaba com todas as dúvidas: a bíblia sagrada (pelo menos para o cristão): "Maldito o homem que fizer imagem de escultura ou de fundição, abominável ao SENHOR, obra de artífice, e a puser em lugar oculto. E todo o povo responderá: Amém!" (Dt 27.15). Só este verso já deveria acabar com o culto idólatra a Antônio, João Batista ou Pedro - e a todos os outros, que lhe são semelhantes.

(Este texto foi escrito pelo rev. Marthon Mendes e adaptado pelo rev. Júlio César Pinto)

2 comentários:

  1. Valeu Rev. Pena que a maioria dos cristãos ache que festa junina é só cultura. A adoração ao imperador era um dado cultural no império romano [nenhum romano em sã consciência acreditava que ele era divino], mas milhares de cristãos preferiram a morte... atualmente os cristãos estão preferindo a aculturação à fidelidade.

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  2. pois é... o apóstolo Paulo diz em 1 Coríntios 11:1 "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo." E, infelizmente, a igreja tem imitado o mundo, como se isso fosse segurar os "crentes" na igreja. "João 8:47 Quem é de Deus ouve as palavras de Deus; por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus." (quem é de Deus ouve e obedece...)
    (Daniela Cristina Martins Pinto)

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