terça-feira, 19 de junho de
2012
Há algum tempo
atrás, éramos um país onde se tinha uma religião oficial. Esta religião era
ensinada nas escolas como que vestindo um uniforme religioso nos alunos.
Independente de sua origem eclesiástica, o aluno era obrigado a se adaptar a
essa exigência à duras penas. Com o crescimento das outras religiões, viu-se a
injustiça praticada nestes locais públicos para com a consciência daqueles que
não pertenciam à religião oficial do estado.
Foi nesse
sentimento e desejo decretado pelos direitos universais do homem, de gostinho
francês, a igualdade entre os homens independente de sua raça, credo, ou
nacionalidade, que foi determinado em Lei que o Brasil seria um estado laico.
Literalmente, a palavra “laico” significa “sem lado”, sem partido, sem
preferência. Isso significa que, em qualquer instância ou instituição
provinda do governo, órgãos públicos como as escolas, estão proibidos de
praticar o proselitismo religioso. Os funcionários públicos, professores e
demais interagentes não poderiam, em nenhuma circunstância,
ensinar ou defender qualquer religião que fosse dentro das escolas, ou órgãos
públicos.
Mas o
Brasil, ainda engatinhando nessa questão, não estava preparado para atender à
demanda que se surgiu. Quem estaria preparado para dar aulas de ensino
religioso nas escolas de uma forma “laica”? A resposta é clara: ninguém. As
faculdades e universidades perceberam este nicho de mercado e acabaram por
criar cursos que atendessem não só ao art.19 da constituição brasileira, no que
diz respeito ao laicismo estatal, mas também à Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBN) que levou em consideração esta questão de proibir o
proselitismo religioso nas escolas públicas brasileiras.
Tais cursos
foram desenvolvidos com base naquilo que era feito em outros países. Capacitava
ao professor em formação o conhecimento básico das diversas religiões
espalhadas pelo mundo, bem como o ateísmo. Desta forma, afirmam eles, “os
professores são capacitados a serem de fato laicos nos seus ensinos.” Mas é
isso que está acontecendo? Se os professores não são conhecedores a fundo de
uma única religião, o que eles de fato podem ensinar?
Se os
próprios professores se tornarem de fato laicos em sua maneira de ser, não de
ensinar primeiramente, mas de como viver sua própria vida religiosa de forma
laica, ele pode ser considerado alguém isento de proselitismo? Pela própria
força da definição do laicismo é óbvio que não. Ele tem um lado, o de não ser
pertencente a qualquer religião. E é isso, a sua maneira de ver o mundo e a
religiosidade que ele vai ensinar para as crianças. Ou seja, vai ensiná-las a
serem bons ateus.
Isso me
fez pensar na luta recente na qual os evangélicos estavam atuantes buscando uma falta de
proselitismo nas escolas com respeito ao catolicismo. Mas, ao invés disso,
pioraram as coisas. Poderiam estar, e estavam, inconscientemente,
engajados ao lado da luta a favor do ateísmo. Um estudo feito em vários países
aponta esta verdade. Um dos dados levantados por este estudo é de que na Suécia
85% do total da População, que é de 8,9 milhões, são ateus; ou seja 7,6 milhões
de ateus.
A
pesquisa feita pelo sociólogo Phil Zuckerman aponta que a Suécia é o país,
proporcionalmente, mais ateu existente. Ele revela que, na Suécia, o sistema de
ensino religioso nas escolas é tal qual o que está sendo implementado no
Brasil. Assim é que todas as religiões são ensinadas nas escolas por um
profissional dito “laico” (ateu), e se a criança quiser escolher uma religião a
seguir, que escolha.
Mas, os
dados estão mostrando algo assustador e diferente: as crianças se perdem entre
as informações recebidas das diversas religiões e acabam por escolher nenhuma.
Da mesma forma, outros países com um grande número de ateus
seguem a mesma tendência de ensino nas escolas. Outros ensinam a
religião como uma tradição e não como crença. E o resultado não poderia ser
diferente: a maior parte da população também é ateu.
Como
diria em minha terra: saíram do fogo para cair na fogueira. O que fazer com
essa situação? A princípio, creio que a única saída seria romper
definitivamente com o ensino religioso nas escolas. Afinal de contas, se se crê
que Deus concedeu um ministério, da reconciliação, esse é um dever da igreja e
da família como um todo e não da escola. Obviamente não estamos aqui levando em
consideração as escolas confessionais, estamos falando de escolas públicas. Se
o estado quer ser laico querendo dizer com isso que não prefere uma religião,
então que ele também seja laico não preferindo ao ateísmo, que fique fora desta
questão. Busquemos nos nossos políticos que têm apoiado esta pretensa laicidade
e abramos os seus olhos para esta temerosa verdade.
Júlio César Pinto
Fontes Bibliográficas
extraídas do blog Mundo estranho:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-e-o-pais-com-mais-ateus-no-mundo Da
editora abril: Pesquisas de Phil Zuckerman (2007), Richard Lynn (2008) e Elaine
Howard Ecklund (2010), ONU, adherents.com, American Religious Identification
Survey, The Pew Research Center, Gallup Poll, The New York Times, Good, Nature,
Live Science e Discovery Magazin.
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