quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Línguas, profecias, revelações – PARTE I



Abertamente, Deus usou alguns meios desde o início da constituição de um povo seu. Cada um desses meios tiveram um propósito desde quando o Senhor iniciou a revelar sua palavra por meio do primeiro dos profetas que a escreveu, Moisés. A divergência entre pentecostais juntamente com neopentecostais e os cristãos de orientação reformada é clara no que concerne a este assunto. A questão é: quem está com a razão? Estariam os pentecostais e neopentecostais com a razão de afirmarem que todos os dons são atuais e têm um propósito na igreja do Senhor hoje? Ou estariam os reformados certos afirmando que não, que apenas alguns destes estão em vigor hoje? De antemão já afirmo a resposta que não! Nenhum dos dois grupos tem a razão. Tomo por base a afirmativa de que o “supremo juiz para toda controvérsia, não é outro senão o Espírito Santo falando através da Escritura”.
Neste estudo prevalecerá o conceito de infalibilidade da Escritura e somente dela. Não serão levados em consideração experiências pessoais que por si mesmas já afirmam uma subjetividade. Se você teve uma experiência relativa a dons, nos quais nos deteremos em maior parte acerca das línguas, profecia e revelações; não estamos aqui para julgá-lo, apenas para afirmar o que está exposto e disposto na Escritura e somente nela.

Tomando como início a palavra de Paulo no que concerne aos dons de forma em geral, se atuais ou não, eles têm um propósito e duração definidos. Paulo afirma em I Coríntios que os dons têm uma finalidade específica e que esta finalidade teria de ter algum proveito por parte da igreja, assim ele diz: “A manifestação do Espírito é concedida a cada um visando a um fim proveitoso” (I Coríntios 12.7). Em outras palavras nenhum dom concedido pelo Espírito Santo pode ser perdido em seu propósito, ele, pelo contrário tem de ser aproveitado de alguma forma para a igreja como um todo. Em Efésios Paulo adverte que os dons (aqui ele faz um resumo deles) são para a edificação da igreja: “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo” (Efésios 4.12).

Os dons relacionados no título são todos dons em que seus possuidores teriam de usar a fala, a língua (parte do corpo e não línguas conforme dom) para comunicar aquilo que fosse da vontade de Deus. Eles tinham a incumbência de edificar a igreja por meio da fala. Quando estes dons eram usados, toda a igreja era edificada por meio da palavra pregada. Palavra esta que era revelada por Deus para ser transmitida ao seu povo, sua nação santa.

A primeira coisa que precisamos saber diferenciar é entre ofício e dom. Há uma clara confusão entre estes dois meios que Deus usou para revelar sua vontade a seu povo. O autor de Hebreus, logo no primeiro versículo do livro afirma: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,” (Hebreus 1.1). O autor está colocando uma diferenciação do meio pelo qual Deus revelou sua vontade entre o Antigo Testamento, AT e o Novo Testamento, NT, mesmo não afirmando qual é essa diferença. Mas ele confirma isso no segundo versículo: “nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hebreus 1.2). Ele afirma que há uma diferença, mas não diz qual é na sua essência. Afirma sim, que antes a revelação vinha por meio dos profetas e agora, no NT, por meio de Jesus Cristo, ou seja, o meio pelo qual vinha a revelação mudou.

A palavra “ofício” que é justamente a que queremos diferenciá-la de “dom” ocorre seis vezes em toda a Bíblia na tradução RA de João Ferreira de Almeida. Das quais quatro vezes se referem a serviços prestados na casa do Senhor, sendo três delas relativas ao serviço sacerdotal e uma vez ao serviço levita, ou seja, eram encargos que haviam sido definidos pelo próprio Deus (Êxodo 31.10, 38.21). As outras duas vezes ocorrem no NT referindo-se a profissão.

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