terça-feira, 2 de agosto de 2011

O TEMPO DE DEUS

O salmista (90.4) afirma que mil anos para o Senhor são como o dia de ontem que se foi. Pedro (2Pe 3.8) buscando esse conhecimento do salmista também afirmou que mil anos para Deus é como se fossem um dia. Obviamente não podemos aplicar a isso um rigor matemático, apenas demonstra o aspecto eterno na Trindade. O tempo, o relógio para cada uma das pessoas da Trindade não trás implicações à sua essência, ou a sua experiência, ou a sua idade. O tempo trás implicações para nós que somos seres limitados ao relógio da vida. Crescemos física e mentalmente, envelhecemos fisicamente, amadurecemos espiritual e mentalmente (é o ideal).

Por causa de nossa limitação, tendemos a julgar e querer todas as coisas de acordo com o nosso padrão de medida, o relógio. Queremos que as coisas que pedimos a Deus sejam realizadas em nosso tempo. Visto também que a brevidade da vida quando nos é evidente, e percebemos que para morrermos basta estarmos vivos, aí sim é que nos ansiamos mais e tendemos a querer apressar as coisas, como se isso fosse possível diante dos eternos decretos de Deus (Salmos 139.16).

Até mesmo no nosso trabalho temporal na obra do Senhor nosso impulso é querer que as coisas andem de acordo com o tempo que temos previsto para que elas aconteçam. A conversão das pessoas é algo que interessa muito mais a Deus do que a nós mesmos. Mesmo que nosso desejo para que isso aconteça seja intenso, contudo, ainda assim estará manchado pelo pecado (Isaías 64.6), e com certeza com o íntimo, secreto e inconsciente desejo de mostrar aos outros o quão eficiente (não é o mesmo que eficaz) nós somos na obra do Senhor.

Não se enquadra aqui aquela vontade tão impertinente que temos de convencer as pessoas do pecado e do juízo de Deus para que elas aceitem a Cristo como Senhor e Salvador, e tanto fazemos até a pessoa ser vencida pelo cansaço, ou convencida pela lógica que usamos. Não estamos falando de crentes convencidos, estamos falando de crentes convertidos de fato, na vida dos quais a obra da conversão é realizada inteiramente por Deus, pela Trindade, cada pessoa com o seu papel, sendo o do Espírito Santo o convencimento do pecado, da justiça e do juízo (João 16.8); lembrando que Ele já veio definitivamente para habitar no coração do povo de Deus em Pentecostes.

A presunção está tão presente no próprio coração dos crentes que muitos, mas muitos têm a ousadia até de afirmar que “ganharam almas prá Jesus”. Se eles ganharam almas prá Jesus, onde está o papel indiscutível da palavra de Deus nesse processo? (Romanos 10.17). Onde está a aplicação da graça salvadora do Senhor Jesus Cristo? (Efésios 2.8). Onde está o trabalho do Espírito Santo do convencimento do pecado? (João 16.8). Onde estão os eternos decretos de Deus? (Efésios 1.4-6). Ainda assim a arrogância é desmedida no seio da igreja. Parece que os crentes estão querendo ser salvos à medida que “ganham almas”; parece que os crentes se acham mais espirituais do que outros à medida das “almas ganhas”.

O tempo da conversão também não é no nosso tempo. Muitos pastores acham pertinente afirmar que têm em suas igrejas um “culto evangelístico” em determinado dia e hora. Mas quem é que determina o tempo da conversão de cada um? Somos nós, ou isso também é obra do Senhor? Será que temos a agenda divina à nossa disposição para vislumbrarmos o dia e hora programados para salvar este ou aquele moribundo(1) em seus pecados? Não afirmo com isso que não devamos ter tais reuniões, ou pregações, por que em todas elas devem apontar para Cristo. Conquanto o culto solene de domingo não pode ter pretensões evangelísticas, uma vez que o culto dominical solene, é o culto onde a noiva (igreja), vai para ouvir o seu noivo (Jesus Cristo). Caso o texto bíblico permita uma aplicação para a vida do infiel, esta, obviamente não poderá deixar de ser feita.

Não obstante, nós não temos o direito, já que Deus é quem faz a obra, de relaxarmos em nosso papel. Como vimos, o meio pelo qual a Trindade age e aplica a salvação na vida de uma pessoa é exclusivamente pela pregação da Palavra. Não devemos nos omitir. Como Paulo exorta: “Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue?” (Romanos 10:14).

Passo aqui a descrever um momento delicioso!
Dona Julieta, 81 aninhos de idade, vinha participando dos cultos no ponto de pregação aqui em Baião, em um bairro chamado Cumbucão, desde o seu começo, ao longo de dez meses. Desde o início, conversamos pessoalmente com ela sobre o evangelho, alguns irmãos da igreja também conversaram com ela, mas ela não queria deixar sua “santinha” de lado. Contudo, religiosamente, participava de todas as reuniões. Mas ela permanecia resistente.

No último sábado, ao término da pregação, ela mesma chamou uma irmã de nossa igreja e perguntou sobre o que ela tinha ouvido, não naquele dia, mas em outro, quando um jovem de nossa igreja pregou lá e falou sobre idolatria. A irmã perguntou se ela cria que a Bíblia é a Palavra de Deus, ela então concordou que sim, que a Bíblia é a Palavra de Deus e também que aquilo que estivesse escrito lá, ela iria atender. Quando a irmã terminou de ler alguns textos chaves, dona Julieta se pronunciou: "Eu quero Jesus como Senhor da minha vida. Agora entendi que Maria não pode ser adorada e nenhum outro, só Deus". Ela esteve na igreja no Domingo e depois do culto oramos por sua vida.
Louvado Seja Deus, pois é no seu tempo, não no nosso. Quão miseráveis somos diante deste Deus Majestoso e Soberano!

(1) O uso da palavra moribundo é referente a qualquer pessoa que não tenha Cristo como Senhor de sua vida.

Um comentário:

  1. Graça e paz irmão. =)

    Me desculpe estar lhe falando sobre isso aqui, por um comentário. Mas rogo encarecidamente ao irmão, que nos ajude a divulgar um texto intitulado "Manifesto Cristão" que vai no link abaixo.

    http://aounicodeusverdadeiro.blogspot.com/2011/07/manifesto-cristao.html

    Ele é apenas uma adaptação de alguns textos de vários autores Cristãos. A intenção é apenas levar esta palavra ao maior número de Cristãos possível. Isso é um manifesto contra o evangelicalismo moderno, que tem enganado muitas pessoas e desonrado ao nosso Senhor Jesus.

    Leia o texto, e se achar pertinente postar em seu blog, ficarei imensamente grato. Se conhecer outros blogueiros que possivelmente se interessariam em publica-lo, seriam maravilhoso também. Se não quiser, não precisa citar fonte nem nada do tipo. Só a publicação do conteúdo, para o conhecimento de outras pessoas, já seria uma benção sem tamanho.

    Desculpe qualquer incômodo.
    Desde já, grato pela atenção. =D
    Pode apagar esse comentário.

    Victor Silva

    ResponderExcluir

A todos os leitores peço que deixem seus comentários. Todos os comentários estarão sendo analisados segundo um padrão moral e ético bíblicos e respondidos à medida que se fizer necessário.