Há uma estatística de que, atualmente, os evangélicos somam
aproximadamente 30% da população brasileira. E com a taxa atual de crescimento,
em poucos anos serão mais da metade da população do Brasil. Pregações e mais
pregações são feitas usando estes números como sendo um sinal de que Deus está
despertando o povo brasileiro, de que está acontecendo um avivamento no Brasil.
No domingo 18 foi transmitido pela rede Globo de televisão
um verdadeiro espetáculo gospel. Cantores e grupos evangélicos consagrados,
pelo seu público específico e simpatizantes, acharam seu espaço na mídia de
massa. Tal acontecimento criou certa euforia no populacho dantes chamado de
protestante. Tal efusão emocional é percebida claramente nas conversas entre os
crentes, nas redes sociais, nos e-mails que estão por ora circulando. Muitos a
favor do acontecido, muitos contra. Mas qual a medida para se tomar um partido,
se é que isso seja algo que possamos considerar a fazer?
Muitos já conhecem minha posição devido à linha reformada
que sigo, e este texto, obviamente, não foge à regra. Por isso neste texto quero
simplesmente indagar um pouco sobre o evangelho que foi pregado neste evento.
·
Qual foi o centro das atenções neste evento?
·
A mensagem pregada foi uma mensagem que
confronta o pecador com seu pecado?
·
As músicas cantadas eram músicas que exaltavam
como Deus pode ser bom para o homem, ou glorificavam a Deus como Ele é?
·
Quem lucrou com isso, o nome do Senhor Jesus, ou
os patrocinadores, investidores, músicos ou a própria Globo que não joga para
perder?
De certo, o centro das atenções não foi o Senhor Jesus, a
mensagem passada não confrontou o pecador com o seu pecado, as músicas não
exaltavam a Deus como Ele é, quem lucrou de fato não foi o Senhor Jesus com o
seu nome glorificado. A despeito de todas essas verdades, quem é que ainda tem
alguma objeção quanto ao que pensar sobre esta questão? De fato carregamos o
peso de sermos calculados juntamente com 30% de um título que, hoje, causa mais asco do
que gosto. O Senhor nos preveniu de que no fim dos tempos haveria uma
apostasia. Mas, diferentemente do que muitos pensam, a apostasia estaria e está
dentro da igreja. Os cristãos perderiam o seu foco (Hebreus 12.1-2) os homens se tornaram gananciosos (2 Pedro 2:3), aqueles que se
interessam por ouvir alguma coisa dita religiosa, ouvem apenas aquilo que
seus ouvidos cobiçam (2Timóteo
4.3-4). Por quê? Por que são, como diziam na minha terra: farinha do
mesmo saco.
Paulo afirma que o evangelho que ele pregava era Cristo
Crucificado (1 Coríntios 1:23 mas nós
pregamos a Cristo crucificado). Estas palavras carregam um peso maior do que
aparentam. Pois trazem consigo o motivo pelo qual Cristo foi crucificado,
nossos pecados; trazem a vontade de Cristo em se oferecer como sacrifício pelo
pecador escolhido; rejeita toda oferta humana de auto-sacrifício; rejeita todo
evangelho que tem o homem e suas ncessidades como centro do culto e das
atenções de Deus; rejeita toda obra que visa a própria salvação; rejeita toda
palavra que não confronta o pecador com seu pecado pois faria de sua morte na cruz
como algo opcional e até mesmo algo inútil.
Toda mensagem que não tem Cristo como centro das atenções
que não confronta o pecador é uma mensagem que massageia o ego do ser humano e
oferece soluções para os problemas da vida - financeiros, sociais, emocionais. Oferecem
o Cristo salvador e se esqueceram de avisar que a Bíblia não ordena que alguém aceite
a Cristo Salvador, mas ordena como primordial a pública profissão de fé em
Cristo como Senhor (Romanos 10.9, 2
Coríntios 4.5, 1 Pedro 3.15) de seus corações e isso significa mais do
que um assentimento à pessoa de Cristo (Lucas
6.46; João 15.14). Quando se aceita a Cristo como Senhor de fato, ter a
Cristo como seu salvador pessoal é uma conseqüência.
É por isso que o Senhor advertiu: “Muitos, naquele dia, hão
de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome,
e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos
milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. “Apartai-vos de mim, os que praticais a
iniqüidade” (Mateus 7.22-23). Para a consciência dos rejeitados desse
futuro dia, eles pregavam de fato a Jesus Cristo, mas a resposta do Senhor é
contundente em afirmar que Ele mesmo não era Senhor da vida daqueles, mas outro
de mesmo nome o era. “Pois surgirão
falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se
possível, os próprios eleitos” (Marcos 13:22).
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