I Timóteo 3. 2 É necessário,
portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante,
sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 não dado ao vinho, não violento, porém
cordato, inimigo de contendas, não avarento; 4
e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com
todo o respeito 5 (pois, se alguém não
sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); 6 não seja neófito, para não suceder que se
ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. 7
Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a
fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo.
Um
dos maiores problemas quanto à vergonha que muitos pastores provocam ao
evangelho diz respeito exatamente ao erro cometido pelos presbitérios quanto às
ordenações que são feitas. Quantos são os que carregam o título de pastor, mas
são repreensíveis a N pontos em sua vida? Quantos não estão em adultério? Quantos
não são temperantes (com bom senso)? Quantos não são modestos, mas soberbos e
narcisistas? Não são hospitaleiros? Não aptos (sem preparo e sem disposição) para ensinar? Beberrões?
Violentos? Quantos inaptos trocam a família pelo ministério deixando de
governar bem sua própria casa? Enfim, uma torrente de homens que praticam
exatamente o contrário daquilo que Paulo expôs para Timóteo ser um ideal para
que esses sejam ordenados estão circulando por aí. Com isso, certamente ele não quis
dizer que o homem para ser investido de tal responsabilidade teria de ser perfeito,
o que absolutamente ninguém seria capaz de ser.
Mas,
infelizmente outra coisa incomoda. Uma dos maiores defeitos, que deveriam ser
observados, certamente nem mesmo se chega a cogitar sobre ele. Creio que das
qualidades requeridas, apesar de ser um conjunto, uma delas se destaca entre as
outras, visto que desta decorre as demais: o fato de que o pastor não seja
neófito. O sentido mais primário é ser novo na fé. Mas o que pode determinar
isso? Seu tempo de crente? Ou a sua maturidade como cristão? Há de se perceber
que todas as qualidades requeridas por Paulo decorrem de um outro tipo de
maturidade que atua em conjunto com a maturidade cristã, que é a maturidade por
si só. É ter experiência de vida, é ser carimbado e isso não diz respeito à
idade.
Grande
número de pastores, quando digo grande é a maioria, que sai de seus lares, do
colo dos pais, caem dentro dos seminários e dali já saem pastores. A idade é
essencial? Obviamente que não, mas e quanto à maturidade como um todo? Quando não
se tem maturidade, quando não se tem uma correta orientação, ou essa é
insuficiente, caem na soberba, não são nem um pouco modestos. Ao invés disso se
tornam adeptos de Narciso e terminam por cometerem o pecado da idolatria,
idolatrando a si mesmos. Acham que tudo podem fazer, pois não haverá conseqüências;
acham que tudo pode ser dito que nada lhes será cobrado. Podem até
mesmo se achar no direito de afirmar que um ou outro pode ser filho do Diabo e
que, portanto, não será salvo. Acham que os outros devem segui-lo e imitá-lo ao
invés de seguir a Cristo como Paulo afirmou: “Sede meus imitadores assim como
eu sou de Cristo”. Obviamente Paulo não está afirmando para que os outros o
imitassem tal qual ele era, mas afirma que deveriam imitar a Paulo na forma
como ele imitava a Cristo, ou seja, submisso a Cristo.
Quantos
estão no mesmo erro da igreja de Corinto onde uns se diziam seguidores de
Paulo, outros de Cefas, outros de Apolo, outros ainda de Cristo (os que se
achavam mais espirituais do que outros)? O problema da soberba, falta de
modéstia, é que ela direciona o indivíduo para longe de Cristo e de sua Palavra
e o conduz para perto de si mesmo e de suas próprias preferências. Quando Paulo
rechaça a igreja de Corinto sobre sua divisão, ele chama a atenção da Igreja
para o fato de que estavam seguindo a homens e não a Cristo. Quando seguimos aos homens, nos tornamos à imagens deles, ao contrário, se seguimos a Cristo nos tornamos para o propósito para o qual fomos salvos: sermos feitos à imagem de Jesus Cristo a cada dia. "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos". (Romanos 8:29). É esse um dos motivos sobre o qual já escrevi em outro texto no blog falando de minha resistência a usar citações de teólogos nos sermões. Acaso nos tornaremos à imagens deles, ou teremos o mesmo comportamento de Cristo rebatendo o Diabo quando na sua tentação usou somente a PALAVRA?
O que acabei de afirmar foi como quando Paulo falou sobre alguns
que afirmaram seguir a ele, Paulo, em Corínto, ele não achou isso uma boa
coisa, mas má. Pois o resultado em Corinto foi uma divisão na igreja. Tanto é que ele afirma: “Dou graças a Deus porque a nenhum de
vós batizei, exceto Crispo e Gaio; para que ninguém diga que fostes batizados
em meu nome” (I Coríntios 1.14-15). Ao contrário disso afirmou que todos os crentes,
principalmente os que estão na direção da igreja, nós que fazemos parte desse grupo de homens que recebem o
título de pastor, precisamos ter a consciência de que somos um corpo (de Cristo)
e não podemos de forma alguma ter um comportamento de individualismo
narcisista.
Se
ao perceberem que existem divergências de pensamento ao invés de provocações,
insultos, apelidos depreciativos que nada mais são do que baixarias públicas
que desonram o evangelho e o nome do Senhor Jesus Cristo, se preocupassem em
deixar de lados as idéias divergentes e se colocassem do mesmo lado naquilo
que são iguais (irmãos em Cristo), o nome dEle seria exaltado ao invés de
avexado. Como seria eu tão infante ao ponto de considerar apenas irmão aquele que concorda comigo em tudo? Isso seria infantilidade e falta de preparo para o ministério, seria eu um neófito. Em outras palavras: desqualificado para o sagrado ministério.
Mas o que se percebe é que até
mesmo alguns chegam ao ponto de se colocarem passíveis de sofrer um juízo
eterno chamando ao irmão de incrédulo e até filho do Diabo. Esqueceram-se da
advertência do Senhor: “Mateus
5:22 Eu, porém, vos digo que todo aquele
que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem
proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem
lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.” A palavra “Tolo” em
grego é incrédulo, um ímpio, um não crente. Chamar um irmão de não crente, incrédulo,
ou insultá-lo depreciando-o, quem está sujeito ao inferno foi quem o chamou
assim. E olhe que isso está bem claro no texto, não foi eu quem o disse.
Deixe-se de lado, portanto, a
infantilidade, a imaturidade, tirem os olhos de si mesmos e deixem “o pecado que tenazmente nos assedia e corramos
com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o
autor e consumador da fé; Jesus...”.
Porque Ele é Aquele que nos une, e é maior do que aquele que nos separa.
Se de fato sabemos dessa verdade, então vivamos de acordo com ela.
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